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quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

ACONTECE - 18 - CHAI - חי - VIDA


As letras hebraicas, assim como as romanas e gregas, também significam números: o 18 é formado pelas duas letras lidas como RAI - vida. No Museu de Yad Vashem, em Jerusalém, foram depositadas as memórias do Holocausto - Shoá - e há também depoimentos dos sobreviventes. Passados 78 anos do final da II Guerra Mundial, o número de sobreviventes vai se reduzindo e a lembrança daqueles dias de terror passam ao contexto da história. 

18 de janeiro de 1944 - um número que aponta duas vezes para a vida: dia (18) e ano (1+9+4+4 = 18). Foi quando ocorreu a Marcha da Morte. Dias antes dos russos chegarem ao Campo de Concentração de Auschwitz, a pé, sem roupas adequadas para o inverno polonês, os prisioneiros foram obrigados a seguir até Mauthausen. Sessenta mil pessoas seguiram nesta marcha, sem alimento e com uma bala e a morte os esperando a cada vez que eram obrigados a parar. 

No dia 18 de janeiro, nas Embaixadas de Israel, são servidos bolinhos de falafel em homenagem aos Sobreviventes do Holocausto no dia da Marcha de Morte. OI?  O que Acontece?  É neste contexto que as histórias pessoais se cruzam com a história formal e a VIDA é projetada mesmo dos episódios mais sórdidos da história.

O sobrevivente David "Dugo" Leitner conta que sobreviveu à Marcha da Morte encontrando forças no que sua mãe havia dito: "Em Israel há bolinhos à vontade para todos". E ele continuou andando... Hoje mora no Moshav que fundou, Nir Galim, e está rodeado de uma linda família. Dugo come bolinhos de falafel todos os dia 18 e os oferece aos que estão no mercado Mahané Yehuda em Jerusalém. Em 2019 o então presidente de Israel, Reuven Rivlin, convidou Dugo para um almoço no dia 18 de janeiro em que falafel era o tema principal. 

Assim segue a corrente da VIDA: ressignificando lembranças pessoais que fazem parte de um contexto maior. 

Esta tem sido a saga dos hebreus - judeus - filhos de Jacob pelo mundo. 

Vamos dar um salto para o passado e focar sobre a mulher e as profissões no Mundo Grego e no Mundo Judaico. Em post publicado no dia 16 de janeiro no grupo “História e Cultura no Mundo” no Facebook é contada a história de Agnodice, nascida em 300 aEC. Queria estudar medicina, o que era proibido para mulheres; então corta o cabelo e entra na faculdade de Alexandria passando-se por homem. Mantém a farsa depois de formada para poder instalar uma clínica, mas seu disfarce é descoberto quando atende uma mulher que estava em trabalho de parto. Agnodice chega e revela seu gênero para que a mulher permita que a toque e salve sua vida e a do filho. Mulheres doentes passaram a dar preferência a Agnodice, que viu sua clínica aumentar, e com isso desperta a inveja dos homens. Ela é processada e condenada à morte. Suas pacientes, muitas delas esposas dos juízes que haviam condenado Agnodice, se revoltam, pressionam e conseguem que a sentença seja suspensa. Mais ainda, depois disso, mulheres passam a poder frequentar a Faculdade de Medicina de Alexandria e outras cidades gregas.


Placa mostrando Agnodice no trabalho escavada em Óstia na Itália

Após contar a história dos Gregos perguntamos se há semelhança com o Povo Judeu na antiguidade. Logo lembramos das parteiras que ajudaram Yocheved quando Moshé nasceu e que tem seus nomes (Sifrá e Puá) citados no livro de Shemot (Nomes, como tradução, Números como conhecido na Bíblia vulgata). Vamos mais longe: Débora, a juíza, comandou exércitos; as filhas de Rashi, o grande comentador da Torah, no século XI (Europa Ocidental) atuavam em julgamentos judaicos. No mundo recente as mulheres em Israel e as mulheres judias no mundo se destacam. Mas no mesmo mundo recente ainda há importantes nichos que impedem esta atuação, inclusive com penas de morte.


BUSCAR A VIDA - E A VIDA QUE INCLUI E COMPARTILHA - tem sido uma forma de ACONTECER.




 


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