Por Juliana Rehfeld
Há quatro dias começou a operação de ataque do Hamas a Israel. Continuamos chocados, devastados, profundamente tristes, buscando meios de apoiar pessoas, famílias e instituições de assistência e saúde, e sedentos por informações .
Quero pensar aqui na cobertura da mídia neste momento.
Um dos motivos pelos quais decidimos fazer o EshTaNaMídia, que inclusive deu o nome deste periódico, é denunciar e esclarecer conteúdos distorcidos que estão na mídia, global mas particularmente, a brasileira. Além disso, trazer a conhecimento conteúdos que são ignorados pela mídia - "o que não EshTaNaMidia" -, informações que faltam à opinião pública quando ela compõe a imagem que se tem de Israel e do próprio judaísmo. Acreditamos que assim combatemos, e ajudamos os leitores a combater, o antissemitismo e “antissionismo” à nossa volta de forma afirmativa.
Esta mesma motivação tem, nos últimos anos, trazido ao cenário internacional e também brasileiro vários sites, periódicos e diversos informativos cujas notícias muitas vezes retransmitimos, sempre citando a fonte. O investimento internacional foi além, estabeleceu de maneira profissional os fundamentais Honest Reporting e StandWithUs, este com escritório também no Brasil. Por aqui foi criado o IBI, Instituto Brasil-Israel. Estas organizações mais estruturadas vêm ganhando público nas comunidades judaicas e na sociedade mais ampla, mas mais importante ainda, vêm formando jovens e atuando dentro de universidades, em seminários e “laboratórios”, informando e convidando à reflexão jovens e adultos que passaram a ter uma visão mais clara da complexa realidade que é Israel. É um país único, em milhares de aspectos que se queira olhar.
Quero aqui registrar a grande qualidade e diversidade de colaboradores, jornalistas ou não, que ganharam confiança e, consequentemente, espaço na mídia para explicar a história , o contexto e esta complexa situação com suas complexas consequências. Os conceitos trazidos e explicados mudam ou eliminam preconceitos. Acredito profundamente nisso. A cobertura do atual conflito pela mídia está em um patamar nunca dantes visto, com certeza porque é de uma gravidade histórica mas também porque é histórica a qualidade e disponibilidade do acesso aos fatos.
Há também o fator de que a mídia é não só autorizada como é convidada a acompanhar de perto as operações militares de Israel e dessa forma a guerra é hoje transparente. Transparente é o controle e abuso do movimento terrorista Hamas sobre a população civil palestina, verificável o uso de instalações civis e moradores como escudo, visíveis e audíveis os apelos da população de que o Hamas não repreenda os palestinos mas não há como dizer isso sem ser morto na sequência… também fica transparente a dificuldade de explicar o que deu errado no monitoramento da fronteira para permitir entrada de tantos novos mísseis (haviam sido eliminados na última batalha); transparente também a dificuldade das decisões que Israel precisa tomar, a complexidade - sem saída boa - de uma incursão em Gaza.
A presença maciça da mídia mantém ininterruptamente no ar a série de depoimentos, queixas, pedidos, relatos, feitos por cidadãos de Israel, judeus ou não, de suas buscas e perdas e suas histórias... Os pais de muitos jovens que morreram na rave em Reim se uniram e foram à TV israelense contar como foram as últimas palavras ao telefone. Nós, de fora da região que temos as vezes a vontade de mudar de canal para aliviar a permanente tensão temos, na minha opinião, no mínimo que abrir o coração e os ouvidos para estes relatos.
Os corações de tantos de nós, em todo o planeta, se preparam para imagens que não queremos ver. Pais receberam orientação para desinstalarem aplicativos como TikTok dos fones de crianças porque imagens lá entram sem pedir licença.
Este ano já é histórico para Israel. Nunca antes houve tanta divisão, tanta energia em manifestações por conta do inédito risco à democracia. Agora esta energia se voltou toda à colaboração, às doações e também ao alistamento voluntário de inúmeros jovens, antes mesmo de serem convocados!
O ataque de 7 de outubro 2023 trouxe e, literalmente, mantém no ar uma situação inimaginável aos 75 anos do Estado e mudou a história. Cada passo a partir de hoje, que sabemos ser inescapavelmente doloroso, qualquer que seja, começa a escrever um novo capítulo daquilo que, rezamos e esperamos, seja uma história diferente: uma busca por lideranças assertivas mas não abusivas, uma cobertura mais transparente e mais justa pelas mídias, uma vigilância mais consistente e mais justa por parte de organismos multilaterais, uma realidade de convivência pacífica entre populações vizinhas na região.
אני מאמינה - Ani maamina - Eu acredito
Amém.
Parabéns por tanta convicção e clareza da situação sem esquecer a importância e seriedade da mídia!
ResponderExcluirAssim como você, eu acredito!
Temos a missão de deixar um mundo melhor para as próximas gerações!
De Itanira para Juliana.
ResponderExcluirBelíssimo texto! Importantíssimo continuarmos militando pela verdade! Tbm Acredito na paz entre palestinos e israelenses. Que seja o início do fim do Hamas e suas crueldades para com Israel e o próprio povo palestino! Am Israel chai.
ResponderExcluirPura verdade
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