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quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Acontece - Uma dor que não precisa de justificativa

 

Por Guilherme Susteras


Meu editorial para a EshTá na Mídia, naturalmente, não poderia tratar de outro assunto neste momento que não fosse o desenrolar dos terríveis ataques terroristas contra Israel ocorridos há quase 2 semanas, no fatídico sábado, 7 de outubro de 2023 - 22 de tishrei de 5784.

Claro que a reação natural às notícias que chegavam de Israel naquelas primeiras horas da manhã do shabat seguia o processo natural de luto: choque, negação e raiva. Mas os sentimentos de muitos de nós estavam envoltos em ambiguidade: se o objetivo dos terroristas era causar repulsa, sentir repulsa os faria vencedores da batalha?

Se, por outro lado, os terroristas queriam criar um ambiente caótico de guerra, então a reação do exército de Israel significaria a assinatura de um certificado de vitória para eles? Mas como ficar passivo diante de tamanha brutalidade, de tamanha covardia, de tamanha violência contra nossos irmãos de sangue?

Para agravar ainda mais o cenário, nesta época de hiperconectividade e abundância de opiniões em redes sociais, evidentemente surgiu uma batalha paralela de informações, desinformações e palpites infundados, temperada com visões políticas extremas e discursos de ódio velados (e explícitos).

E, no final das contas, entre o inconformismo e a revolta com os eventos no mundo real e suas repercussões no mundo virtual, ficamos sob o risco de perder nosso espírito humano, nossa empatia natural pelos nossos semelhantes. Gastamos mais tempo buscando justificativas para os atos de terceiros — tanto do lado terrorista, quanto do lado Israelense — do que processando a dor da perda de vidas inocentes nos dois lados da fronteira.

Então, sem entrar no mérito sobre por que, nem como este conflito específico se iniciou, proponho apenas uma pausa para sofrermos pelas vidas interrompidas, pelos sonhos destruídos e pelas famílias dilaceradas, sem precisarmos nos justificar ou racionalizar os eventos. Apenas porque somos humanos e toda vida inocente conta.

Que suas memórias possam ser uma bênção para nós.

2 comentários:

  1. Dicotomizar o mundo é ser incapaz de olhar para um corpo inteiro. Este texto foca em um indivíduo como um todo. Minha pergunta a esta atitude louvável de respeitar à vida, ainda mais quando estamos nos preparando para ler Noah, é o que devemos fazer ao nos depararmos com o MAL; com o Ietzer haRá. Será a memória uma benção para nós? Aquele sábado, 7 de outubro, foi recheado de acontecimentos inacreditáveis, que precisam ser avaliados. E, como HaShem entende que há necessidade de eliminar o Ietzer haRá, e o homem (Noah) lembra que isto não é razão para acabar com toda a vida neste planeta, este texto fornece um barco para que possamos continuar acreditando que ISRAEL é nosso país e que vale juntarmos todos.

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  2. Não podemos negar a dor, precisamos vivencia-la para poder manter nosso equilíbrio emocional

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