Por Guilherme Susteras
Meu editorial
para a EshTá na Mídia, naturalmente, não poderia tratar de outro assunto neste
momento que não fosse o desenrolar dos terríveis ataques terroristas contra
Israel ocorridos há quase 2 semanas, no fatídico sábado, 7 de outubro de 2023 -
22 de tishrei de 5784.
Claro que a
reação natural às notícias que chegavam de Israel naquelas primeiras horas da
manhã do shabat seguia o processo natural de luto: choque, negação e raiva. Mas
os sentimentos de muitos de nós estavam envoltos em ambiguidade: se o objetivo
dos terroristas era causar repulsa, sentir repulsa os faria vencedores da
batalha?
Se, por outro
lado, os terroristas queriam criar um ambiente caótico de guerra, então a
reação do exército de Israel significaria a assinatura de um certificado de
vitória para eles? Mas como ficar passivo diante de tamanha brutalidade, de
tamanha covardia, de tamanha violência contra nossos irmãos de sangue?
Para agravar
ainda mais o cenário, nesta época de hiperconectividade e abundância de
opiniões em redes sociais, evidentemente surgiu uma batalha paralela de
informações, desinformações e palpites infundados, temperada com visões
políticas extremas e discursos de ódio velados (e explícitos).
E, no final
das contas, entre o inconformismo e a revolta com os eventos no mundo real e
suas repercussões no mundo virtual, ficamos sob o risco de perder nosso
espírito humano, nossa empatia natural pelos nossos semelhantes. Gastamos mais
tempo buscando justificativas para os atos de terceiros — tanto do lado
terrorista, quanto do lado Israelense — do que processando a dor da perda de
vidas inocentes nos dois lados da fronteira.
Então, sem
entrar no mérito sobre por que, nem como este conflito específico se iniciou,
proponho apenas uma pausa para sofrermos pelas vidas interrompidas, pelos
sonhos destruídos e pelas famílias dilaceradas, sem precisarmos nos justificar
ou racionalizar os eventos. Apenas porque somos humanos e toda vida inocente
conta.
Que suas
memórias possam ser uma bênção para nós.
Dicotomizar o mundo é ser incapaz de olhar para um corpo inteiro. Este texto foca em um indivíduo como um todo. Minha pergunta a esta atitude louvável de respeitar à vida, ainda mais quando estamos nos preparando para ler Noah, é o que devemos fazer ao nos depararmos com o MAL; com o Ietzer haRá. Será a memória uma benção para nós? Aquele sábado, 7 de outubro, foi recheado de acontecimentos inacreditáveis, que precisam ser avaliados. E, como HaShem entende que há necessidade de eliminar o Ietzer haRá, e o homem (Noah) lembra que isto não é razão para acabar com toda a vida neste planeta, este texto fornece um barco para que possamos continuar acreditando que ISRAEL é nosso país e que vale juntarmos todos.
ResponderExcluirNão podemos negar a dor, precisamos vivencia-la para poder manter nosso equilíbrio emocional
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