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terça-feira, 29 de abril de 2025

VOCÊ SABIA? - A Instituição de Ensino Superior e Pesquisa Mais Inovadora de Israel

 

Por Itanira Heineberg






Você sabia que a Ben-Gurion University of the Negevm – BGU - em seus três campi Beer-Sheva, Sde Boker e Eilat, nas horas mais negras de sua história no pós 7 de Outubro de 2023, demonstrou notável resiliência  frente à trágica adversidade do momento?

O Negev, vasta região desértica que cobre 60% do território israelense, abriga apenas 10% da população e é também sede da Universidade Ben-Gurion e de muitas das comunidades atacadas pelos terroristas do Hamas em 7 de outubro.

O campus principal em Beer-Sheva fica a apenas 35 quilômetros de Gaza. Havia vários estudantes no local do festival de música Nova, e vários funcionários e suas famílias habitantes da região oeste do Negev, ou na região de Gaza.

Hoje a universidade computa 111 mortos incluindo os assassinados em 7 de outubro, bem como soldados mortos. Cerca de 6.600 estudantes, professores, funcionários e administração foram convocados para o serviço militar, a reserva, e nem todos retornaram. Aproximadamente 2.000 ainda estão lutando.

O impacto do massacre do Hamas foi direto e desproporcional. Na realidade todos em Israel vivenciaram essa guerra. Cada família conhece alguém, mas no Negev é definitivamente desproporcional. Literalmente, os filhos de todos os professores e funcionários estão lutando. Todas as mulheres mais jovens  na faixa dos 30 anos e seus maridos estão lutando. As pessoas pesquisam no WhatsApp tentando descobrir o que vai acontecer no próximo momento. É uma situação muito surreal.

Noa Argamani, resgatada em junho de 2024,  aluna de Sistemas de Informação estava no festival e foi forçada a se separar de seu namorado  Avinatan Or, ainda refém do Hamas, também aluno da BGU.


Noa relembra cativeiro do Hamas na ONU: 'Não conseguia me mover, respirar. Estar aqui hoje é um milagre'

As aulas, obviamente, deveriam começar em 15 de outubro, mas isto só aconteceu mais tarde, em 31 de dezembro. O reitor da universidade, Professor Daniel Chamovitz, fez o possível para que nenhum aluno ficasse para trás. Mas, em algum momento, tiveram de retomar as aulas. E hoje, quando você vai ao campus, percebe que não está prosperando, mas já está funcionando. Há uma nova normalidade na vida em Israel e também no campus.

Mas não há nada de normal nesse novo normal.

Em 7 de outubro a universidade teve que fechar por causa da guerra – passando de um centro de atividades para um porto seguro de apoio ao corpo docente e discente, mas também à comunidade – um centro logístico, por assim dizer. A universidade passou a abrigar em seus dormitórios famílias evacuadas e também profissionais médicos do centro do país que precisavam de ajuda. O Soroka, que é o principal hospital do Negev e também o hospital-escola das duas faculdades de medicina, tem um relacionamento muito próximo com o Centro Médico Soroka. Os  estudantes de medicina imediatamente se tornaram médicos de triagem de emergência. Eles aprendem fazendo.

Os alunos de Serviço Social e Psicologia se tornaram uma espécie de assistentes sociais. Todos fazendo o que podiam e, de certa forma, sentindo-se muito bem com isso. É difícil dizer que houve um lado positivo em 7 de outubro. Mas a resiliência que o país demonstrou na universidade, em particular, é incrível e bastante inspiradora.



Quando você visita o campus de Beer-Sheva, da UBG do Negev, sente que de certa forma está em uma nação de startups turbinada. Tem a Universidade Ben-Gurion e o hospital Soroka, o parque de tecnologia avançada que conta com 3.000 funcionários e 70 empresas multinacionais, bem em frente à estação de trem de alta velocidade, que leva você à Tel Aviv em pouco mais de uma hora.

Ali se destacam a força acadêmica em engenharia, ciências da computação, TI e segurança cibernética.

A capital cibernética de Israel é, na verdade, Beer-Sheva.

A base da IDF adjacente é chamada de sistemas de defesa do século 22, tecnologia de defesa por satélite de sensoriamento remoto.

A base da Força Aérea de Hatzerim fica no Negev, onde todos os membros da Força Aérea israelense ganham suas asas, mas, na verdade, eles obtêm seu diploma, seu diploma acadêmico, na Universidade Ben-Gurion.

Com certeza, David Ben Gurion ao profetizar  “fazer o deserto florescer”, tinha esta imagem em mente, uma ideia viva de seu sonho.





Em 15 de abril 2025, durante o evento beneficente da A4BGU em Houston, o CEO Doug Seserman compartilhou o papel vital da BGU na recuperação de Israel, observando:

“A resposta da universidade às atrocidades do Hamas está mostrando o quão vital a instituição é para a notável resiliência de toda a nação.”



A seguir, um curto vídeo revelando os fatos ocorridos no campus após o ataque do Hamas, a grande mudança ali ocorrida, as improvisações incríveis para atender aos necessitados, desde acolhimento, primeiros socorros, cuidados com as crianças, no intuito de devolver normalidade, segurança, respeito às vítimas do inesperado e mortal atentado.



Em suas trajetórias milenares pelo mundo o Povo Judeu tem sucumbido a cada batalha soerguendo-se com dignidade a cada passo, para o espanto de todos e admiração de muitos, guiado por sua crença inabalável na valorização da vida e na santidade do ser humano. Aqui temos presente a coragem e resistência dos israelenses frente ao infortúnio, conectados com a comunidade judaica da diáspora determinada a defender e auxiliar o país, sempre e em seus momentos mais difíceis.




 FONTES:

https://americansforbgu.org/

https://americansforbgu.org/video/bgu-remarkable-resilience-oct7/

https://www.ajc.org/news/podcast/rebuilding-israels-devastated-negev-region-post-107

https://www.bgu.ac.il/en/news-and-articles/ben-gurion-university-presents-excellence-on-all-fronts/

https://bengurion.ca/reflections-on-my-recent-trip-to-israel/



quinta-feira, 24 de abril de 2025

Acontece: Onde está a LUZ? O fim do túnel?

CONTAGEM DO OMER - DIA 11 (24/04/2025 - antes do por do sol)

Tantos foram os ACONTECIMENTOS desta semana que precisamos respirar fundo e soltar o ar devagarinho. Contar até dez - é uma outra forma de acalmar para poder relatar e avaliar. E por que não usar a forma tradicional judaica? CONTAR OS DIAS. Quais dias? Os dias que separam o primeiro dia de Pessach do primeiro dia de Shavuot. Os 49 dias que separam a comemoração da saída do Egito ao recebimento da Torá. Algumas pessoas perguntam por que não comemorar o fim dos 40 anos, a entrada em Canaan com a mesma intensidade. E a resposta foi dada pela história. Porque o território pode ser perdido, e a identidade mantida através do estudo e das muitas argumentações ao longo de quase dois milênios de exílio. 

Esta foi uma semana que merece ser relatada no dia-a-dia. A natureza rugindo ao redor do mundo. Em Israel, o incêndio que consumiu florestas na área de Beit Shemesh na Judeia. Hoje o fogo está controlado. Segundo o KKL (Keren Kaiemet Le Israel) foram cerca de 7 km2 de florestas. 



Em outras áreas, muitas pessoas relataram chuvas de areia e um calor na casa dos 40oC. 

A natureza não se manifestou sozinha. Nesta semana faleceu o Papa Francisco. Acompanhamos todos os rituais católicos e as muitas reportagens sobre a vida e a obra deste argentino que pouco cabe em uma qualificação específica. Foi um homem que pautou sua vida no olhar para os outros, mas como um chefe de governo soube emitir e manter decisões muitas vezes necessárias. Muitos de nós lembramos de sua visita ao Brasil. O papa móvel rodando e rodando. E assim continuou o Papa Francisco rodando pelo mundo. Sua relação com os judeus e Israel foi complexa. Colocamos hoje a entrevista que o jornalista Henrique Cymerman deu a Leila Sterenberg no dia 22 de abril (terça-feira). Henrique é uma pessoa que podia ligar diretamente para o Papa. Conhecia o Pontífice há anos e acompanhou algumas de suas viagens importantes ao redor do mundo. Estava trabalhando para reduzir a tensão entre o Papa e os judeus, o sionismo e o Estado de Israel. Nesta entrevista conta que estaria acompanhando o Presidente de Israel Isaac Herzog, na qualidade de intérprete, um dia após a internação do Pontífice. Este encontro não mais ocorreu. Mas uma coisa preciso deixar registrado. Ficava chocada e revoltada cada vez que o Papa se baseava em informações fornecidas pelo Hamas e atacava Israel e o sionismo. Não consegui acreditar que saiu vestido com roupas usadas por vários grupos da irmandade islâmica e com um bebê no colo. Mas, quando escutei o texto que foi lido em seu nome no domingo de Páscoa, onde de forma clara e sem subterfúgios exige a libertação dos 59 reféns que ainda estão sendo torturados em Gaza, e que fosse suspenso o envio de bombas e de terroristas à pé ou motorizados para matar israelenses, fiquei a pensar que a razão estava a voltar. Não chegamos a tempo de ver uma ação positiva e agora nos resta esperar. 

Ainda sobre a Igreja Católica, muitos dos comentaristas judeus avaliaram a mudança de sua posição a partir do Concílio Vaticano II convocado pelo Papa João XXIII em 25 de dezembro de 1961 e instalado no dia 11 de dezembro de 1962. A última sessão, de um total de quatro, realizada em 8 de dezembro de 1965, foi presidida pelo Papa Paulo VI. Este foi um Concílio especial, que em vez de focar em regras e heresias, foi dedicado a construir um arcabouço que permitisse inserir a Igreja Católica no século XX. Ao ler sobre o tema o que chama atenção é o papel dos escritos e cartas do Papa Pio XII. Este foi o Papa da época do Holocausto! E hoje, estamos celebrando IOM HASHOÁ. Quanto podemos falar, muitos textos e muitas celebrações nos levam a este, que foi, até 7 de outubro de 2023, um período histórico que faltam palavras para definir. Sempre penso que foi o Inumano assumindo as rédeas da história. 

O Papa Pio XII teve contatos com Hitler e há muito escrito a respeito. Mas, após serem abertos os arquivos do Vaticano da época ficou evidente quantas foram as ações que permitiram que judeus sobrevivessem ao holocausto. E, dia 21 de abril nos remete a Tiradentes, a Minas Gerais, a um estado que abrigou uma enorme quantidade de cristãos novos e foi por eles influenciado. A INQUISIÇÃO foi um ato da Igreja Católica. Nestes últimos meses foram perdidas várias oportunidades de trazer os reféns de volta. Saudar edificações que até hoje abrigam reféns! Este é um ponto a esclarecer. 

A semana continua com as celebrações sobre o Dia do Holocausto - Iom ha Shoá. Nós lembramos e o mundo fica dividido. Em parte lembra e em parte introduz falsas verdades. Este ano, com a explosão do vírus do antissemitismo, alguns ficam abismados em saber como as posições podem variar.

Há por parte de muitas pessoas o desejo real de aproximação de todos. Há várias formas com que isso pode ser feito. Desde a base individual, onde cada pessoa conta, até a base grupal ou populacional. Neste caso os poderes de excluir ficam muito evidentes. Estamos sofrendo uma avalanche de ações que afetam direta e indiretamente a vida de cada país e a vida de cada um.

ESH TAMID - fogo eterno! Uma chama que une gerações e que mantém os conceitos originais. Este é o nome deste grupo e uma lembrança do Esh Tamid está em todas as sinagogas na frente do Aron haKodesh, onde ficam as Torás. Neste dia do Holocausto, aqui no Brasil vimos várias manifestações da comunidade judaica e da comunidade brasileira. 


Congresso Nacional Brasileiro
HOLOCAUSTO NUNCA MAIS




Em Israel, o Presidente Isaac Herzog proferiu as seguintes palavras na cerimônia em Jerusalém:

"Eu peço do fundo do meu coração: Vamos nos unir, toda a Casa de Israel. Vamos permitir que esses dias sagrados, de agora até o Dia da Independência, sejam um momento de responsabilidade nacional", declarou. Herzog ainda afirmou que a história "não perdoará aqueles que agirem com irresponsabilidade e desmantelarem o país de dentro para fora". 

Este é um momento que pede união. Este é um momento que pede paciência e este é um momento em que devemos estar abertos a observar vários lados. Escutem o canto de Daniel Weiss, que perdeu os pais no massacre de 7 de outubro, e o refém devolvido durante a Marcha da Vida na Polônia. Shir L'Maalot - 

Moving: Captivity survivor and 10.7 orphan take the stage in Auschwitz

Daniel Weiss, who lost both his parents in the October 7th Massacre, and former hostage Agam Berger performed the song 'Shir L'Maalot' at the March of the Living in Poland.



A Jordânia retirou de seu território gazeanos pertencentes ao grupo Hamas. 

Ações semelhantes são vistas ao redor do mundo árabe. E com mais intensidade em países asiáticos como a Índia e a Tailândia. No ataque de 7 de outubro de 2023 o Hamas fez 31 tailandeses como reféns. 23 foram devolvidos em março de 2025 e ainda há tailandeses em Gaza. Mortos ou vivos? 


Encerrando este Acontece - da forma como a vida é:



“A família de Yosef Weiner foi exterminada no Holocausto, mas ele sobreviveu e se reconstruiu em Israel. Em 7/10, ele perdeu o neto Yahav, a neta Hadar e o marido dela, Itay. Hoje, Yosef z'l faleceu aos 98 anos." Publicado por @Carolin41370463.

Palavras fogem neste momento. E assim voltamos para a nossa história.

No sábado dia 26 de abril de 2025, 26 de Nissan de 2025, a parashá Shemini (Shemot capítulo: 9 versículos: 1- 16 é lida.  Esta parashá começa no 8o dia após a consagração do Tabernáculo quando Nadab e Avihu, filhos do Sumo Sacerdote Aaron,  morrem ao oferecerem fogo impróprio. As leis da kashrut e as muitas razões de manter a "pureza". Em português este termo chega muito perto do místico. Se substituirmos por descontaminação, talvez possamos ter um novo olhar. O ritual das águas limpas, ou águas mantidas em recipientes adequados resguardada por ervas que são desinfetantes. 

E... no dia 26 de Nissan de 1245 AEC  faleceu Yehoshua. Josué liderou o Povo de Israel após o falecimento de Moshé . Viveu 110 anos e foi líder por 28 anos. Foi sepultado em sua propriedade em Timnat-Serach (נַחֲלָת֔וֹ בְּתִמְנַת־ סֶ֖רַח), perto Monte Epraim. Esta localidade fica na Judéia (hoje território palestino).  

O legado de Josué e sua herança chegam aos dias de hoje, 3270 anos após seu falecimento.

Indo dos tempos de hoje aos tempos bíblicos reconhecemos a relevância da semana. E encontramos a LUZ no fim do TUNEL não em forma de fogo selvagem e nem em forma de luz que segue, mas sim em forma de VIDA. VIDA é LUZ.

Regina P Markus, 24 de abril de 2025 - 24 de Nissan de 5785




quinta-feira, 17 de abril de 2025

ACONTECE - Amor ao próximo ou Antissemitismo?




Por Juliana Rehfeld


Estamos celebrando Pessach desde sábado passado e terminaremos junto com o final da Páscoa cristã. É aquela coincidência que acontece mais ou menos a cada 3 anos, devido aos ajustes de calendários diferentes, a lua cheia depois do equinócio da primavera no hemisfério norte, ou do outono no hemisfério sul. Ou seja, quando o dia e a noite, ou a luz e a escuridão, têm o mesmo tamanho. Próxima a este período, mas sem relação com o equinócio, está a celebração do Ramadã muçulmano, que dura um mês. São datas extremamente importantes para as respectivas religiões, ricas em rituais, carregadas de significado que define a cultura dos povos. Para nós judeus a celebração relembra a saída da escravidão no Egito e a formação do povo em torno das tábuas da lei, em 1279 antes da era comum, a caminho da Terra prometida pelo Deus único; para os cristãos o período relembra a morte de Jesus, filho de Deus como sacrifício por todos os cristãos e culmina com sua ressurreição e aparição aos apóstolos no domingo de Páscoa, em 33 da era comum; já o Islã celebra durante um mês o recebimento do Alcorão por Maomé em 610 da era comum, através de jejum diurno para criar resistência nos muçulmanos. 

As religiões abraâmicas, assim chamadas porque beberam da mesma fonte, a convocado de Deus a Abraão, representam a metade da população da terra, com cerca de 4,5 bilhões de adeptos dos quais os judeus somos apenas 15 milhões, ou 0,3%. Outras 3 grandes religiões compõem as maiores do mundo: hinduismo, budismo e sikhismo, com um total de cerca de 1,8 bilhão de adeptos, sobretudo nos maiores países do Oriente; o Google estima que haja entre 4.300 e 60 mil (!) religiões no mundo "que variam desde grandes religiões organizadas até crenças indígenas e tradicionais. Países como China, Suécia, Estônia, Japão e República Tcheca têm populações majoritariamente seculares, onde a religião exerce pouco impacto na vida pública e na política." E a Inteligência Artificial conclui que “compreender a diversidade religiosa do mundo pode ajudar a promover o respeito pela fé dos outros”

Pois é… em tese…

Voltando às abraâmicas, em 2022 os três diferentes calendários - solar cristão, lunissolar judaico e lunar muçulmano - celebraram Páscoa, Pessach e Ramadã ao mesmo tempo. Algumas das demais religiões também celebram suas origens e seu(s) deus(es) neste período do ano. Bilhões de pessoas portanto, no mesmo período de uma semana, conversaram com Deus, pediram bençãos e pregaram harmonia e amor ao próximo.

Mas toda essa poderosa energia não impediu que, um ano e meio depois, ocorresse 7 de outubro de 2023. Esse dia gerou empatia da grande maioria da população do mundo ao diminuto país dos pouco numerosos judeus, ferido de morte. Logo em seguida, ao tentar defender-se “de uma vez por todas do perigo que os terroristas representam” passamos a ser atacados, Israel e judeus, como se não fôssemos as vítimas mas sim os algozes, não só não amados por próximos, mas sim odiados por muitos como se ameaçassemos o mundo dos demais e merecêssemos desaparecer e ainda, ignorados pelos demais a ponto da maioria se calar, assistir em silêncio a distorções de fatos, reverberar, nas redes e nas ruas, informações errôneas e mantras condenatórios sem nenhuma verificação. 

E assim segue e só piora. 

Aqui estão anexos links e relatórios globais e brasileiro sobre o assustador crescimento dos incidentes e da postura antissemitas nos últimos 2 anos, após justamente o pior massacre que sofremos pós o Holocausto. 

Os incidentes antissemitas têm tido um aumento tão expressivo que a ONU lançou, em janeiro deste ano, um Plano de Ação para Monitoramento e Resposta ao Antissemitismo prefaciado pelo secretário geral Antonio Guterres que justifica: o antissemitismo tem profundas raizes e mutações; e se compromete: nenhuma forma de preconceito ou ódio deve encontrar abrigo em nenhum lugar, não descansaremos até que sejam definitivamente banidos.

Amém! 

Enquanto bilhões de seres humanos rezamos por harmonia e amor ao próximo, a intolerância é o ódio só crescem…

Apesar disso, Shabat Shalom!

 



O ano de 2024 foi um "ano de pico" para o antissemitismo, com um aumento de 340% no total de incidentes antissemitas em todo o mundo em comparação com 2022, de acordo com um novo relatório publicado pela Organização Sionista Mundial e pela Agência Judaica para Israel.

Em comparação com 2023, o número de incidentes antissemitas quase dobrou. O relatório usou 2022 como referência por ter sido um ano relativamente normal, ao contrário de 2023, quando o Hamas iniciou sua guerra contra Israel em 7 de outubro.

De acordo com o Centro Simon Wiesenthal afirma que 2024 foi um ano de antissemitismo sem precedentes em ambos os lados do Atlântico, manifestando-se em campi de elite, nos corredores da justiça internacional, da diplomacia e da sociedade civil, e nas mídias sociais. O centro listou os 10 principais incidentes antissemitas do ano - wiesenthal.com/TopTenAntisemitic2024 - afirmando que poderiam se estender a 100 ou mais devido à crescente normalização da violência contra judeus e Israel e o ataque a sinagogas e estudantes judeus em campi de elite; o duplo padrão mortal de agências da ONU, ONGs e tribunais internacionais; e a influência perniciosa de influenciadores antissemitas nas mídias sociais, de Greta Thunberg a Candace Owens.

Pesquisa da Universidade de Tel Aviv junto com a americana ADL - Anti-Defamation League - apurou que, nos EUA, os primeiros nove meses de 2023 viram um aumento drástico nos incidentes antissemitas em comparação ao mesmo período de 2022: houve cerca de 3.500 incidentes relatados entre janeiro e setembro de 2023, enquanto os últimos três meses do ano registraram quase 4 mil. Em 2022, haviam sido registrados 3.697 incidentes e, em 2021, 2.717.

Em 2023 o país registrou, em média, três ameaças de bomba por dia contra sinagogas e instituições judaicas. Foram 962 ameaças contra 94 registadas em 2022. (!)

Instagram, TikTok, Facebook e campi universitários. Estes são os campos de batalha onde jovens judeus americanos continuam a enfrentar o antissemitismo a um ritmo alarmante.

De acordo com o último Relatório Anual sobre a situação do antissemitismo na América, divulgado pelo Comitê Judaico Americano (AJC) em 12 de fevereiro de 2025, a internet e as mídias sociais continuam sendo o local onde os judeus americanos enfrentam a tendência crescente de antissemitismo, proveniente de diversas fontes, incluindo supremacistas brancos na extrema direita e extremistas anti-Israel na extrema esquerda.

Aproximadamente sete em cada 10 (69%) adultos judeus relatam ter sofrido antissemitismo online ou nas mídias sociais – incluindo aqueles que afirmam ter sido alvos pessoais e aqueles que afirmam ter visto ou ouvido incidentes antissemitas. Esse número aumenta para oito em cada 10 (83%) entre jovens adultos judeus

 

E no Brasil? Acabou de ser divulgado o Relatório de 2024 sobre antissemitismo que resume: no primeiro mês do conflito entre Israel e Hamas (outubro de 2023), registramos um aumento alarmante de mais de 1.000% no número de denúncias em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Esse salto expressivo marcou o início de uma mudança significativa no patamar das ocorrências relatadas nos meses seguintes. Após observar um aumento de 255% no número de denúncias de 2022 para 2023, em 2024 os números se tornaram ainda mais preocupantes, atingindo um aumento de 350% em comparação ao ano de 2022. Com um total de 1.788 denúncias registradas, o monitoramento alcançou seu recorde histórico no Brasil.


quarta-feira, 16 de abril de 2025

VOCÊ SABIA? - Terremoto, Tsunami e um novo Rabino no Japão


Terremoto e Tsunami no Japão, suas consequências e uma história bonita para contar em Pessach.

Por Itanira Heineberg



Você Sabia que anos após desastres devastadores, em 2021, uma sinagoga de Tóquio ganhou um novo  Rabino?

Tudo começou antes de Pessach, após um tsunami aniquilar o Japão em março de 2011.

 Andrew Scheer reuniu alimentos e suprimentos de onde morava no Upper West Side, New York, e viajou para lá.



O desastre múltiplo castigou o Japão, provocou um acidente nuclear na usina de Fukushima, 260 quilômetros ao norte de Tóquio, e como decorrência as sólidas defesas japonesas não tiveram êxito.

Mais de 20 mil pessoas foram mortas pelo tsunami, e o acidente em Fukushima forçou a retirada de 160 mil habitantes das imediações.

“A catástrofe atingiu o nordeste do Japão, particularmente a região de Fukushima - onde um reator nuclear derreteu. Isso se transformou em uma crise sem precedentes. A Agência de Gerenciamento de Incêndios e Desastres do Japão relatou mais de 22.000 pessoas mortas ou desaparecidas por causa do desastre.”

O jovem Scheer, na época um graduado de 24 anos da Universidade de Nova York, pressentiu com preocupação, que a comunidade judaica do Japão deveria estar lutando para se recuperar do desastre.

E aqui segue sua vibrante história que me foi agora relatada por uma querida amiga nestes tempos de Pessach e Liberdade:

"Fui ao Gourmet Glatt e a alguns supermercados kosher; saía carregado", disse ele. Eu estava ao telefone com cada um dos rabinos, os rebetzins" das poucas sinagogas em Tóquio. "O feriado da Páscoa estava chegando, então eu lhes perguntei: "De que vocês precisam? Estou na América, posso conseguir qualquer coisa."

As lojas kosher em que eu fazia compras contribuíram, doando mantimentos assim que lhes informava de minha missão.”



 

Ao desembarcar no Japão, Scheer foi imediatamente às comunidades judaicas para doar a comida Kosher. Missão cumprida, o rapaz percebeu. E agora?

"E então foi estranho porque eu estava tipo, ok, ainda estarei aqui por mais três semanas. O que eu faço durante este tempo?"

Com determinação, Scheer juntou-se a um rabino e outros voluntários judeus em caminhadas até a província de Fukushima, entregando alimentos e suprimentos. Com devoção cumpriu os preceitos judaicos religiosos de observação das Festas Judaicas; praticou a caridade  e respeito ao próximo, preceitos sociais do Judaísmo; e executou uma ação de Tikun Olam, que incentiva os indivíduos a se envolverem em atividades que promovam o bem-estar e justiça para todos. Levou alegria, dignidade e alimentos às populações atingidas pela catástrofe.

Scheer retornou aos Estados Unidos onde se formou na escola rabínica Yeshivat Chovevei Torá em 2015.

Ele então passou um tempo como capelão na Reserva do Exército e também trabalhou por três anos como membro do clero na prisão de Rikers Island, na cidade de Nova York.

Scheer se casou com Avital Zipper, que conheceu no Tinder em 2017, e  mais tarde trabalhou como capelão para Assuntos de Veteranos e hospitais da cidade de Nova York.

Scheer substituiu o rabino David Kunin, que foi o líder espiritual do JCJ (Comunidade Judaica do Japão) de 2013 até julho de 2020, quando Kunim subiu ao púlpito em Syracuse, Nova York.

Scheer conheceu o JCJ pela primeira vez depois de se formar na Universidade de Nova York  em história judaica em 2008. Ele foi para o Japão para ensinar inglês por um ano.

Lecionou em uma pré-escola particular em uma cidade rural a cerca de duas horas de Tóquio. Não era certo que as pessoas entendessem o que ele queria dizer quando falava sobre ser judeu. Ele explica:

"Quando eu morava no campo, tive que ensinar aos meus colegas de trabalho japoneses a palavra japonesa para 'judeu'". (Isso é "ユダヤ人" - "yudayajin".) "Eles não estavam familiarizados com o conceito. E isso não é incrível? Não há tantos de nós."

As lembranças daqueles tempos voltaram à memória de Scheer, enquanto ele se preparava para embarcar em seu mais novo emprego: Em março de 2021 ele voltou a Tóquio para liderar uma das poucas sinagogas do Japão.




O Japão tem relativamente poucas instituições judaicas formais. Isso inclui a sinagoga da Comunidade Judaica do Japão (JCJ) em Tóquio; bem como centros de vida judaica em Tóquio, Kyoto e Takayama, administrados por rabinos do movimento Chabad.

A sinagoga JCJ de Scheer está localizada no bairro residencial de luxo de Hiroo, no centro de Tóquio. Sua fachada é decorada com triângulos e hexágonos interligados que formam um padrão repetitivo de estrelas de Davi de seis pontas. Abaixo do mosaico de estrelas, há uma placa de bronze com outra estrela judaica e - em inglês, hebraico e japonês - as palavras "Comunidade Judaica do Japão".

Hoje, o JCJ realiza serviços igualitários de oração de Shabat – onde homens e mulheres podem se sentar juntos – bem como refeições de Shabat e outras programações. Seu prédio atual foi inaugurado em 2009 no mesmo local em que a congregação foi fundada em 1953 e possui uma cozinha Kosher, um banho ritual usado para rituais de purificação judaicos, uma biblioteca judaica e espaços para palestras.

A congregação que frequenta o JCJ tem muitos expatriados. O ex-presidente do conselho da Shul, Philip Rosenfeld, disse por telefone que estima que a demografia de expatriados dos membros seja de cerca de 85% americanos, 10% europeus e 5% israelenses. Muitos membros têm um cônjuge japonês, alguns dos quais se converteram ao judaísmo. A comunidade tornou-se mais uma mistura de estrangeiros e cidadãos japoneses, particularmente após a devastação de 2011 e o subsequente êxodo em massa de expatriados do Japão.

Tomoko Rosenfeld, esposa de Philip, é uma japonesa convertida ao judaísmo.

"Existem muitos casais de casamentos mistos", ela contou. Atualmente, ela dirige o grupo de mulheres japonesas judias no JCJ e disse que seu trabalho inclui contato com esposas e parceiros japoneses para eventos, aulas e atividades de caridade.

A conversão ao judaísmo mudou a forma como ela é vista pela sociedade japonesa?

"Nada mudou na minha posição na sociedade japonesa", disse ela. "Isso me mudou muito de uma maneira muito boa, no entanto. Minha perspectiva em relação ao mundo foi expandida enormemente."

Que bela história para contar aos amigos nesta época do ano: altruísmo, desprendimento, auxílio!

Ao deparar-se com a tragédia no Japão, Scheer não hesitou um segundo, agiu, obedeceu seu coração e sentimentos. Não esperar, realizar, atuar.

Isto nos faz pensar no simbolismo da Matzá, o pão não levedado; não havia tempo para esperar, era necessário sair do Egito, e o Povo Judeu assim o fez!


O novo rabino da Comunidade Judaica de Tóquio e sua esposa Avital


Foi com alegria que recebi esta história de amor ao ser humano de minha amiga Sandy, após ser tratada com cuidados médicos desvelados por mais de quarenta anos, por seu médico Dr. Max Scheer, um homem de bondade e ciência inigualável, pai do novo rabino no Japão.

Assim estes preceitos judaicos seguem de geração em geração...

 

 

FONTES:

https://forward.com/news/469102/two-disasters-later-a-tokyo-synagogue-gets-a-new-rabbi/#:~:text=(One%20of%20those%20rabbis%2C%20Binyomin,the%20Japanese%20government%20in%202015.)

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55943220

https://jccjapan.jp/profile/rabbi-andrew-scheer/

https://www.morasha.com.br/turismo/japao.html

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Sonhos

 


Sonhos

          A arapuca de Caim fez com que Abel ficasse vulnerável aos seus golpes. No momento da pedrada final, Esaú desperta. Abre os olhos. Tudo fora um sonho... Caim? Abel?

          Senta na cama. Olha o celular... 03:33... Aviso? Coincidência? As luzes da cidade já se apagaram... Até elas! Puxa vida! Insônia logo hoje!

          E na madrugada, quando os tigres vêm atazanar nosso sono, Esaú levantou. Apertou o botão da Nespresso. O cheiro do café... Pena não ter aquele bolo de fubá que a vó Sara fazia sempre que o vô Abraão recebia visitas...

          Memórias trazem sorrisos...

          Dessa vez seu pai, Isac, não estava mais lá. Sua mãe, Rebeca, já tinha partido também... De seu irmão, Jacó, nem queria ouvir mais...

Memórias trazem lágrimas...

Sozinho, chorou...

Será que ele também não fora um Caim de incompreensão? Será que não matara Jacó de sua vida? Até quando esse ciclo de dor e trevas vai continuar? Será que ele não poderia, uma vez que fosse, ser a luz, o sorriso, a felicidade?

Olhou para o celular... Só um zap! Vapt vupt!

Lembrou da infância... De como gêmeos podiam ser tão diferentes! Ele, queria tudo pra ontem. Tomava à força, de sopetão! Caçador de mim!

 Jacó era mais paciente... Esperava tudo nascer e crescer. Gostava de dizer que estava pastoreando... Criando raízes. Cultivador de mim!

Foram se afastando. Não teve briga nem nada. A vida seguiu os passos de cada um. Os caminhos eram diferentes. Esaú nem conhecia a família de Jacó. Jacó nem conhecia a família de Esaú.

Qual era a dificuldade de ligar para Jacó? Mandar uma mensagem? Convidar para um almoço? Macarronada de domingo? Pizza no jantar?

Ou o bolo de fubá? Com um pouco de queijo ralado e erva-doce... Baita delícia! Lembrança de um tempo que ainda existe nas memórias... Tempo congelado... Sorrisos.. Judite sabia fazer... Juro! Tinha aprendido com a vó Sara!

Tomou mais um café...

Olhou, de novo, a cidade. São Paulo era linda!

Rezou ao Altíssimo. Não era disso... Precisava saber o que fazer... Ainda tinha tempo... Ainda tinha possibilidade... Ainda tinha família... Ainda tinha Jacó!

Deitou. Fechou os olhos...

Adormeceu? Sonhou? Acordou? Viveu?

André Naves
Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política - PUC/SP. Cientista Político - Hillsdale College. Doutor em Economia - Princeton University.  Comendador Cultural. Escritor e Professor.

www.andrenaves.com 

Instagram: @andrenaves.def


quinta-feira, 10 de abril de 2025

ACONTECE: SHABAT HA GADOL - 18 meses - E Pessach Chegou


Por Regina P. Markus



Celebrar Pessach - a Festa da Liberdade, a Festa da Hagadah (História), a Festa das Famílias, a Festa das Comidas, a Festa das Reuniões. Em Israel é a chegada da Primavera! Esta data tem um significado importante também na Babilônia e na Europa, no Japão e na Índia. Chega a estação das flores, e é com flores que enfeitamos nossas mesas. Aqui no Brasil, aqui em São Paulo, são muitas as flores tradicionais desta época de outono. 

Seder quer dizer ordem. E Seder é o nome do jantar em que celebramos Pessach. Em família, em comunidade, com amigos. Um jantar ritual. As rezas, as comidas e os muitos detalhes que fazem esta noite tão especial.

MAS - MAS - MAS - este ano carregamos junto uma grande incógnita. Este ano sentimos no coração e alguns dos nossos na pele o que significa perder a liberdade. O que significa estar sob o regime do desconhecido e do medo. 

Chegamos nesta semana ao marco de ANO e MEIO - 18 meses. O dia 7 de outubro de 2023 está no calendário! E, este é o segundo Pessach de muitos reféns ainda nos túneis em Gaza. Cada dia sabemos algo novo e cada dia ficamos mais estarrecidos. E o que vemos entre os judeus é a incerteza trazer a separação. Podemos apontar pessoas, mas não devemos nunca fazer com que estes dedos apontados desqualifiquem o povo. O Povo Judeu que foi libertado do Egito e que chega a Canaã guiado por Moshé. Moshé o gago, o humilde. Moshé o que foi escolhido e o que dialogou com HaShem. E quando lemos a Hagadá, fica muito claro que a história e os rituais trazem Moshé o tempo todo em nossa presença, mas o nome Moshé não é pronunciado!

Nesta semana cheia de simbolismo, este é para mim o mais significativo. Aquele que guia e que orienta. Aquele que faz a diferença por gerações está nos corações e na mente. Não necessariamente nas palavras e nos comentários. 

Por que esta noite é diferente de todas as outras noites? Muitas são as respostas e a resposta tradicional, magnífica está na Hagadah - OLHEM! E aqui distingo algo que é o mais importante deste momento tradicional em todos os Sedarim - POR QUE? Perguntar! Esta é a base do judaísmo. Perguntar e obter diferentes respostas. Respostas que podem ser conflitantes, mas que merecem ser registradas para poderem ser discutidas ao longo dos séculos. Aqui, encontramos outra fonte muito importante, o Talmud, que é uma coletânea impressionante de perguntas e respostas.

Na Hagadah, fica evidente que por trás de Moshé e junto com HaShem fazem parte do Povo de Israel, do Povo Judeu, todos os tipos de pessoas, e todos são chamados de filhos  - o sábio (Chacham), o malvado (Rashá), o ingênuo (Tam) e aquele que não sabe perguntar (She'einó Yodea Lishol). 

Hoje assistimos ao conflito desencadeado pelo Hamas e pelas irmandades mulçumanas que professam um ódio declarado e alastrante ao Povo de Israel, ao Povo Judeu. Digo o conflito entre os judeus. Em Israel e na diáspora. Abrimos os jornais do dia-a-dia e vemos muitos judeus destilando gota a gota ou derrubando aos borborões pseudo fatos, ou fatos engenheirados de forma a difamar os judeus. Pois é, na Hagadá já encontramos este tipo de personalidade, o Rashá, aquele que desdenha da história e das tradições com uma atitude negativa e questionadora. 

Um bom exemplo é dado pela resposta que a ex-refém Liri Albag recebe ao culpar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por 7 de outubro. Não entro no mérito de sua opinião política. Todos têm direito a ter sua opinião e aqui não expresso a minha. Mas a resposta bem define o que vem acontecendo quando a História é Desdenhada

🧿 Liri Albag responde aos ataques contra ela:

“Li os comentários, li as ameaças que recebi, os xingamentos. E estou com medo. Não tenho medo dos comentários em si, nem de conhecer as pessoas que escreveram essas coisas para mim. Tenho medo do que nos tornamos”, disse ela. “Desejar que alguém seja preso? Eu não desejaria isso aos meus inimigos. Zombar do meu peso? Isso me lembra os terroristas que riam de mim, que faziam questão de me lembrar que eu era gorda. Me prometer morte e vingança? Deseje isso ao Hamas e aos nossos inimigos, não a mim”. Albag acrescentou: “Sim, todo o establishment de defesa, o Shin Bet, a inteligência militar, todos são culpados. Não se preocupe, eu disse isso diretamente a eles!”. Sobre a responsabilidade do Hamas, ela enfatizou. “É claro que, antes de tudo, o Hamas é o culpado pelo pesadelo que este país está vivendo. Não me esqueço dessa organização terrorista por um momento sequer, e eu, pessoalmente, quero me vingar dela. O Hamas é o inimigo! Não imaginei que receberia tais comentários das pessoas da nação de Israel. E sabe qual é a parte mais difícil? Essa divisão é pior que nossos inimigos. Não é assim que vencemos! Temos guerras mais importantes para lutar, há vidas humanas em jogo”. Fonte: Revista Bras.il a partir de Israel National News


PESSACH - HAGADAH

Contar a mesma história há milênios - e a cada ano introduzir uma modernidade! Há muitas pessoas que acharam necessário reescrever a Hagadah para que ela falasse ao seu tempo. E, a cada ano volto a Hagadot tradicionais, algumas sefaradis, outras ashkenazis, algumas mizrachis e outras etíopes. Apesar das diferentes origens e das separações destas populações ao longo dos milênios, a base da Hagadah é muito semelhante. E aí fica a dica para pesquisarem qual a origem deste livro de contos que singra os tempos.

Ter um passado é poder construir o futuro. E hoje, quando vamos mais uma vez ao cemitério levar para a sua última morada uma amiga de 95 anos que foi quem me trouxe para o nosso grupo há algumas décadas, sinto que todos os movimentos que aconteceram e que ainda vão acontecer servirão de tempero para o magnífico ato de estarmos juntos no Seder de Pessach.

Neste SHABAT ha GADOL - quando lermos a Parashat TSAV -  HaShem COMANDOU - e quando ao encerrarmos o serviço ao invés de separarmos o Sagrado do Profano, separaremos os Sagrado do Sagrado - O Shabat pelo Seder de Pessach!

Encerrando - contaremos os dois tempos que eternizam o Povo Judeu, o Povo de Israel. O tempo recorrente do Shabat - a nossa vida neste planeta Terra - e o tempo Eterno de Pessach - a vida do Povo Judeu ao longo dos milênios.

CHAG SAMEACH - Regina P Markus


FATOS E FITAS



Sebastián Basso, the lead prosecutor in the AMIA bombing case, has requested a national and international arrest warrant against Iranian Supreme Leader Ayatollah Ali Khamenei due to his direct involvement in the bombing of the Jewish community center in Buenos Aires in 1994, according to Argentinian daily Clarín on Wednesday.

In 1994, the Asociación Mutual Israelita Argentina Jewish community center was bombed, killing 85 and wounding 300. Hezbollah is believed to be behind the attack, with Iranian backing and support.

According to Basso, Khamenei “led the decision to carry out a bomb attack in Buenos Aires in July 1994 and issued executive order (fatwa) 39 to carry it out.”





quarta-feira, 9 de abril de 2025

VOCÊ SABIA? - Rabino Jonathan Sacks

 

Madre Tereza de Calcutá, Rabino Jonathan Sacks, Dalai Lama: O que há em comum entre eles? 

Por Itanira Heineberg




Você Sabia que o Rabino Jonathan Sacks, a madre Teresa de Calcutá e o Dalai Lama foram agraciados, entre outras personalidades, com o Prêmio Templeton, que destaca contribuições excepcionais para a afirmação da dimensão espiritual da vida? 

Em 2016 foi justamente o Rabino Jonathan Sacks, ex rabino-chefe do Reino Unido, o escolhido devido à sua visão e ação em favor do diálogo inter-religioso, com o objetivo de estimular o entendimento entre povos, crenças e culturas. 

Líder religioso internacional, pensador britânico, filósofo, autor premiado e respeitada voz moral, o rabino Lord Jonathan Sacks recebeu este prêmio em reconhecimento às suas "contribuições infindáveis para assegurar a grandeza espiritual da vida". 

Sua constante atuação teve impacto relevante na comunidade judaica e além. 

Conhecido como o embaixador global dos judeus, ele foi o Chefe Rabino das Congregações Hebraicas Unidas do Reino Unido e da Commonwealth de 1991 a 2013. 

Ao considerar falar sobre esta personalidade religiosa internacionalmente conhecida e reverenciada, sobre este defensor feroz de Israel e do Povo Judeu, vacilei perante a magnitude do assunto e da minha grande responsabilidade. Mas continuei a ler sobre sua vida e sua obra (abaixo uma de suas composições) e quanto mais eu descobria suas qualidades e vivências, maior era minha inclinação a esta tarefa.




Assim sendo, aqui prossegue o texto com minhas pesquisas. 

Para Rabino Sacks, o Judaísmo era uma fortalecedora tradição de esperança e fé ilimitada na liberdade do ser humano. Ele enaltecia a tolerância religiosa e social e inspirou-se imensamente em Lubavitcher Rebbe e Menachem Mendel Schneerson, de quem aprendeu a importância de compartir lições da fé judaica não apenas com os judeus, mas com toda a humanidade. E, como o Rebe, também acreditava na compatibilidade da ciência com a religião.



Combater o antissemitismo no mundo estava em sua agenda. 

Ao defender Israel, repetidamente alertava o mundo contra o crescente antissemitismo. Com tristeza mencionava, sempre, um fato que ocorrera em 2001, quando sua filha, aos 19 anos, estudava na London School of Economics: “Ela voltava de uma participação numa manifestação antiglobalização, que acabara virando um protesto contra Israel e os judeus. Ela, aos prantos, me disse: ‘Pai, eles nos odeiam’. Aquilo foi para mim um grande despertar”. 

Entre algumas das principais ideias e atuações do Rabino Sacks relacionadas à afirmação da dimensão espiritual da vida, citamos: 

1. *Renovação do Judaísmo*:  trabalhou para renovar o judaísmo, tornando-o mais relevante e atraente para as novas gerações. 

2. *Diálogo Inter-religioso*:  foi um defensor do diálogo inter-religioso e trabalhou para promover a compreensão e o respeito entre as diferentes religiões. 

3. *Educação Judaica*:  destacou a importância da educação judaica e trabalhou para melhorar a qualidade da educação judaica no Reino Unido. 

4. *Espiritualidade e Moralidade*: enfatizou a importância da espiritualidade e da moralidade na vida moderna e trabalhou para promover valores como a compaixão, a justiça e a responsabilidade. 

5. *Comentários sobre a Torá*:  escreveu comentários sobre a Torá que foram amplamente elogiados por sua profundidade e acessibilidade. 

Relataremos aqui uma história por ele contada: 

Quando Itzhak Rabin faleceu, ele viajou com a delegação oficial britânica ao funeral do Primeiro Ministro israelense. Após o funeral, o príncipe Charles convidou para voltarem com ele à Inglaterra, em seu avião real, o Rabino Sacks, a delegação britânica e Tony Blair. No voo, o Rabino estava estudando a porção semanal da Torá quando Tony Blair lhe pediu que o incluísse em seu estudo. Alguns minutos mais tarde, o Rabino Sacks percebeu que o príncipe Charles estava de pé, ouvindo-o falar. O Príncipe se juntou a eles e os três passaram uma hora estudando Torá. Naquele dia, o Rabino ensinou Torá a um futuro rei e a um futuro primeiro-ministro da Grã-Bretanha. Na ocasião, veio-lhe à mente o Salmo 119:46: “E falarei dos Teus testemunhos perante os reis, e não me envergonharei". 

O Rabino Lord Jonathan Sacks faleceu em 7 de novembro de 2020. O Judaísmo e Israel perderam um de seus defensores mais obstinados. Um dos grandes pensadores de nosso tempo, era uma voz moral para todos os povos, uma voz que inspirava judeus e não judeus, com igual paixão. Ele representava o que há de melhor nos seres humanos. 

Ele deixou um legado como um dos maiores pensadores judeus do século XX, alguém que uniu o mundo religioso e secular por meio de seu notável e inovador cânone de trabalho. 



FONTES:

META AI 

 

LIÇÕES DA TORÁ eBook Kindle por RABINO JONATHAN SACKS   

Obra baseada em discursos do Rabi Menachem Mendel Schneerson de Lubavitch, adaptados pelo Rabino Lord Jonathan Sacks, sobre cada uma das porções semanais da Torá.