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quinta-feira, 29 de maio de 2025

ACONTECE: Que a luz ilumine as mentes

 



Por Juliana Rehfeld


Mais uma semana em que esperamos por um acordo de cessar-fogo em troca de recebimento de reféns porque há muitos sinais disso. E basicamente o mundo está exausto dessa guerra, não há perspectiva nenhuma de que a situação melhore com a continuação dos bombardeios, das mortes, com as declarações estúpidas dos ministros de extrema direita israelenses, do aumento da crise humanitária… O desconforto de Netanyahu com a pressão do presidente americano, Donald Trump, está visível. O desespero do Hamas está exposto: a população em Gaza se revolta abertamente contra a organização que a ameaça e mata quando esta, a população, derruba paredes e invade armazéns cheios de ajuda humanitária represada pelo Hamas para revenda, o que de fato passou a aumentar a situação de fome na faixa. Diz o jornalista Henrique Cymerman que esta grande fonte de renda do grupo terrorista alcançou 2 bilhões de dólares! E eles utilizaram esta receita para recrutar novos membros já que de fato foram dizimados pelos ataques de Israel. 

A situação chegou a este ponto de iminente cessar até porque as reações negativas e pressões vêm de todos os lados incluindo governos que  tradicionalmente apoiam Israel como Reino Unido, França e Canadá. 

Como estas horas destes dias “finais” de conflito passam para as famílias dos reféns e para as famílias de árabes de Gaza… cada minuto na verdade é terrível. 

Mas a postura da imprensa e das redes sociais continua indefensável: conta-se das histórias apenas a metade. Quem ataca o Hamas por ter iniciado esta guerra há 600 dias? Quem acusa o Hamas pela crise humanitária em Gaza? Quantos hoje não falam abertamente sobre um “genocídio” por parte de Israel omitindo que a população de Gaza cresceu nestes 19 meses? E, pior de tudo, quantos passaram a questionar a própria existência do Estado de Israel e ameaçar, com base nesses “mitos e gritos”, a vida de judeus em qualquer parte do mundo, assim como eu ou você? 

Com esta situação extrema surgiram movimentações no tabuleiro geopolítico que podem trazer oportunidades de acordos para uma paz na região. Há conversas inimagináveis há poucos anos entre Israel e Líbano que estão ambos satisfeitos com o amortecimento do Hezbollah, conversas entre Israel e o novo governo da Síria sobre a questão comum dos drusos e sobre redução do poder de grupos terroristas, muitas conversas entre europeus e países árabes sobre como conduzir a possível solução de dois estados…

Enquanto isso, as horas passam e nós nos perguntamos quem são e como estão os estimados vinte reféns vivos, quanto mais aguentarão? E os reféns que retornaram? Hoje pela primeira vez a soldada resgatada  Ori Megadish falou sobre suas experiências incluindo abuso sexual de um guarda do Hamas, disse que quase morreu em um bombardeio, que foi tratada em um hospital em Gaza sem anestesia… isso em 23 dias após os quais ela respondeu ao hebraico de um homem que surgiu no túnel e o seguiu até ser libertada pela primeira operação do exército… 

Sorte? Destino? 


Na Parashá desta semana, Bamidbar, “no deserto”, há mais um censo dos “visíveis” homens entre 20 e 60, uma nova contagem aliás sábado terminam os 49 dias da contagem do Omer e será Shavuot. Aqui contamos 600 dias de cativeiro para os ainda vivos reféns, 19 meses de guerra, 2 milhões de árabes ainda vivos em Gaza, 5 sanguinários líderes do Hamas e mais de 30 mil terroristas mortos, mais de 1700 soldados israelenses mortos. Muitos jovens hoje convocados não querem ser contados como ativos e preferem ser presos. Sofrerão consequências mas estão exercendo o direito de não serem contados…

Poucos líderes decidem sobre o destino dos poucos que foram sequestrados e ainda estão lá, e também pelo destino de muitos que lá ainda moram. Em Gaza e na conturbada região. 

Que sejam iluminados para decidir, mas com nosso monitoramento, mesmo que frágil e distante, para que o resultados das pressões e das conversas possibilite um futuro melhor. E que os “contadores das histórias”, os e as jornalistas e analistas sejam mais profundos na leitura do mundo complexo e que vivemos. 

Shabat Shalom.

terça-feira, 27 de maio de 2025

VOCÊ SABIA? - RENOIR

 

Como prenunciar um futuro sombrio frente a uma infância alegre e despreocupada? Como prever a História?

Por Itanira Heineberg


Les Demoiselles Cahen d'Anvers - Rose et Bleue


Você Sabia que a tela “Rosa e Azul”, de 1881, a mais emblemática das obras de Renoir com as meninas Cahen D’Anvers, inocentes em sua luxuosa residência, gozando uma infância aparentemente feliz e despreocupada, jamais alertaria o mundo para a chegada galopante das trevas e extermínio do Nazismo?

Esta obra, que foi doada ao MASP em 1952 por Assis Chateaubriand, fundador do museu, um dos mais populares ícones do acervo paulista, tornou-se um símbolo da fragilidade diante das tragédias humanas, especialmente devido ao destino fatídico de Elisabeth.

Alice, a mais jovem, em um lindo vestido com faixa de seda rosa, viveu até os 89 anos e morreu em Nice, em 1965. Elisabeth, em azul, aos 6 anos na tela, teve um fim nefasto.

 

Divorciada do primeiro marido, o diplomata e conde Jean de Forceville, casou-se com Alfred Émile Denfert Rochereau, de quem também se divorciou. Em 1987, por ocasião da exposição de obras do MASP na Fondation Pierre Gianadda, em Martigny, Suíça, o sobrinho de Elisabeth, Jean de Monbrison, escreveu ao museu relatando seu triste fim: ela se convertera ainda jovem ao catolicismo, sendo mesmo assim enviada para Auschwitz, devido à sua origem judaica, e morreu a caminho do campo de concentração, em março de 1944, aos 69 anos.”

“Elisabeth foi presa por oficiais alemães em 27 de janeiro de 1944 e levada para o campo de Drancy, onde desembarcou no dia 30. Deportada em 27 de março, morreu em 15 de abril, antes de chegar a Auschwitz.”

 

Aqui mais uma vez a crueldade da guerra, a maldade humana, a ganância pelo poder e riquezas, interrompem o caminho natural da vida.

Alice, casada com um nobre inglês, permaneceu segura em Londres.

Irene, a irmã mais velha, conseguiu um atestado de não-judia, provando que as avós eram cristãs.

Mas Elisabeth, apesar de sair a conversão, não se salvou.

Esta tela era uma de minhas favoritas, especialmente por lembrar-me de uma foto tirada por meu esposo, uma foto linda, com nossas meninas, 8 e 6 anos, em vestidos bonitos e aventais de renda, e seus cabelos soltos sobre os ombros.

Agora, ao visitar o novo MASP e descobrir a história de Elisabeth, mudei minha impressão sobre a tela. E muitas pessoas que descobriram o fim triste da menina me afirmaram terem também mudado suas impressões sobre a obra.

A Segunda Guerra trouxe ao mundo muita tristeza e dor.

O Nazismo, com sua obsessão por uma raça superior, acabou injustamente com vidas inocentes, destroçou famílias, bombardeou cidades, destruiu prédios, escolas, mansões.

O Holocausto cobriu a História de vergonha.

Ao final da guerra, ao descobrirem-se os crimes horrendos, jamais imaginados por pessoas de bem, crimes hediondos perpetrados pelos nazistas, criou-se a ONU com a finalidade de não se repetir, nunca mais, uma tragédia daquele calibre.

Sim, dizia o mundo: NUNCA MAIS.

E acreditava-se que a lição tivesse sido aprendida.

Então, como Renoir, artistas continuaram a retratar a vida que os rodeava, até acontecer o inadmissível 7 de outubro de 2023.

E, perplexos, vimos que o NUNCA MAIS se quebrara e que desta vez o mundo se dividia desproporcionalmente: os crimes hediondos agora são aceitáveis e as vítimas massacradas são transformadas de maneira injusta e inacreditável, em criminosos.

Até quando a História e suas surpresas vão nos surpreender?

Devemos acreditar num mundo melhor?

O que fazer para iluminar a humanidade? Instruir os ignorantes? Informar os mal-informados?

Devemos mais uma vez pregar a Paz? E difundir NUNCA MAIS?


Brasão de Armas da Família Cahen d’Anvers


Hoje famílias honradas ... amanhã pessoas acusadas e julgadas erroneamente ...

Apesar de sua certidão de batismo, Elisabeth não se safou do ódio nazista, assim como a maioria de sua família.

O pai das meninas, o banqueiro judeu Louis Raphael Cahen d’Anvers, casado com a italiana Louise Morpurgo, de uma rica estirpe de Trieste, era um dos mais abastados da dinastia poderosa de sua época. Ele e a esposa, encantados com o trabalho do jovem impressionista, solicitaram-lhe várias telas replicando a vida da família.

E assim, Renoir frequentou a casa do nobre banqueiro, representando seus componentes, com realismo e cores vivas. Em 1880, ele decidiu-se por óleo sobre tela para retratar a filha mais velha do casal, Irene, “Pequena Irène”.



Após a tela da menina Irene, os pais solicitaram outra, desta vez das meninas Alice de 5 anos e Elisabeth de 6. E assim as duas crianças posaram para o artista, divididas entre o tédio da inatividade e a euforia de vestirem trajes elegantes. 


“Pela obra, Louise e seu marido pagaram 1.500 francos ao artista. E cada centavo valeu a pena, já que o resultado foi uma das obras mais conhecidas e emblemáticas da história do impressionismo francês.”


Mas a História, sempre a História, nos espreita nas curvas do caminho.

Aquela menina de faixa azul e olhar compenetrado prosseguiu com sua vida, ainda jovem sofreu uma queda quase fatal cavalgando, lutou contra a morte, convalesceu e desde então pensou em se converter ao catolicismo, o que o fez aos 20 anos.

Foi enfermeira durante a Primeira Guerra 1914-1918, casou-se duas vezes, teve dois filhos e viúva, foi proprietária do Château du Plessis-Gallu de 1924 a 1938.

Com o início da Segunda Guerra foi domiciliada na rue Charles Lafitte 90 em Neuilly sur Seine, atualmente em Le Poteau, com o casal FOUCAUD, seus empregados desde 1924, o Sr. Etienne FOUCAUD, motorista, e a Sra. Marguerite FOUCAUD sua governanta.






Uma placa em sua memória foi inaugurada em 8 de maio de 2015 em Juigné-sur-Sarthe.

Seu nome aparece no Memorial dos Deportados do Sarthe, inaugurado em 28 de abril de 2019 em Le Mans (Foto: Yves MOREAU)

 

 

FONTES:

https://maguetas.com.br/rosa-e-azul/

https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/perseguicao-nazista-e-monotonia-quem-sao-meninas-na-tela-rosa-e-azul.phtml#google_vignette

https://masp.org.br/en/collections/works/rosa-e-azul-as-meninas-cahen-danvers

https://piaui.folha.uol.com.br/materia/duas-meninas-2/

https://lesdeportesdesarthe.wordpress.com/de-cahen-danvers-elisabeth-mme-la-comtesse/


quinta-feira, 22 de maio de 2025

ACONTECE: Viajando em Israel


Estar em Israel sempre foi uma experiência especial. Vim a Israel muitas vezes. Na primeira eu tinha 14 anos e era uma excursão nas férias de verão do Brasil. Experiência no Kibutz brasileiro Bror Chail, visitar as cidades de Tel Aviv, Jerusalém, Haifa. Estar com parentes que haviam feito Aliá e conhecer o Norte e o Sul. Hoje apenas cito este ano de 1964 para unir com o que aconteceu nesta semana em 2025. Na época, o marido de uma prima querida, que havia feito aliá alguns anos antes tinha um importante posto no Ministério do Turismo e estava no porto para me receber. Um curto encontro que durante a visita foi somado a algumas vezes que passei fim de semana com eles em Jerusalém. Zilda e Abrão levaram-me a locais especiais. Um deles era um ponto em que podíamos ver a Cidade Velha de Jerusalém (Yir ha Atiká). De um terraço olhávamos e imaginávamos o que seria o Muro Ocidental do Templo de Jerusalém e a própria esplanada do Templo.

Desta vez, com a mesma prima, que mora em Israel há 65 anos, visitei a Cidade Eterna. Uma cidade cheia de luz e flores. Um meio de transporte público muito bom. E como utilizo o transporte público em São Paulo, posso dizer que está à altura do nosso. Claro que cobrindo uma cidade muito menor. Para dar o gostinho e a sensação do pessoal, chegou um momento em que ela disse "Era daquela sacada que víamos a "Yir ha Hatiká" - a cidade velha. E estávamos cruzando uma avenida larga que nos levava direto ao muro que rodeia a cidade velha e que chega a um dos portões de acesso. Os judeus tinham total acesso à Cidade Velha até 1948. Os acordos feitos após a Guerra da Independência (1948) deram à Jordânia o domínio deste local histórico e sagrado. O Monte do Tempo, o Monte Moriá. O local onde Abrão iria oferecer seu filho Isaac e a Presença Divina impediu seu ato. Saber era o suficiente. Ser era a Eternidade. Nesta hora é estabelecido o conceito de Eternidade. A Eternidade acontece de pai para filho. No futuro, mais coisas importantes aconteceriam neste local. Foi este o espaço físico conquistado pelo Rei David, e onde seu sucessor, Rei Salomão, ergueu o Primeiro Templo, que seria destruído pelos babilônicos em -586 AEC. O Segundo Templo foi construído por Zerubavel (זרֻבָּבֶל) que significa "Nascido na Babilonia  ou literalmente semente da Babilônia.Zerubavel era descendiente do Rei David. O segundo Templo foi destruido  no ano 70 da era comum. 

A história mostra que sobre este terreno, nos séculos XVIII (18) e XIX (19) foram construídas as mesquitas que lá estão. Uma das mesquitas foi construída no local onde se acredita tenha sido o encontro de D'us com Abrão e o início de um povo que se espalhou pelo mundo e que nos 5 continentes mantêm tradições e costumes que garantem a sua continuidade.

Jerusalém moderna... Muito poderia falar! Jerusalém é uma cidade viva que se agita em um dia a dia normal, apesar da Guerra do momento. Uma Guerra em que o mundo olha de forma especial para os judeus e o Estado de Israel. Uma guerra iniciada no dia 7 de outubro de 2023 e mantida até hoje porque foram sequestradas pessoas que estavam em Israel. Estas foram levadas para a Faixa de Gaza e mantidas reféns em milhares de túneis altamente sofisticados construídos ao longo dos anos sob o olhar do mundo ocidental e sob o olhar e em muitos casos até a conivência de "humanistas". A forma de encerrar o conflito existe... devolvam os reféns e os corpos daqueles que foram mortos como reféns. Mais pra frente comento o meu primeiro dia em Israel, nesta viagem.

Voltando a Jerusalém, o foco deste ACONTECE. Lembrem que aconteceu mesmo e de forma particular. Parti também para a cidade da Zilda. Desde que chegou a Israel descobriu que o kibutz e o coletivo não eram a sua paixão. Queria viver em Jerusalém, como uma pessoa não religiosa, mostrando que Jerusalém era algo a mais. O interessante é que teve muitas atividades que permitiam o sustento, e mais à frente começou a perceber que a história era algo que deveria ser buscada para embasar o futuro. Fiquei encantada! Como duas pessoas diferentes, apesar de terem avós comuns, podem chegar à mesma conclusão. É o saber histórico, avaliado de forma isenta e pessoal que permite construir um sistema educacional que olha além do sustento presente. Um sistema educacional que transmite valores e conhecimentos de geração em geração. E foi com este mote que passa a ser voluntária no Museu de Israel (Museón Israel). 

E lá fomos nós, em três dias visitar exposições que eu ainda não conhecia. Fui ao Museón Israel, à Biblioteca Nacional e ao Museu de Herzl, no Mount Herzl, onde está o túmulos de Theodor Herzl, considerado o moderno criador do sionismo. Na realidade, o olhar para Tzion, o sionismo, é algo que se inicia na travessia do Deserto com Moshé, ganha cores importantes após o primeiro exílio babilônico e é revivido de muitas formas após o exílio romano. Lembro que o exilio babilônico levou os judeus para o Leste e o românico para o Oeste de Israel.

Olhar para Tzion é algo que sempre esteve presente no Judaísmo e Tzion é Jerusalém.

O Museu de Herzl é especial. Uma visita curta, mas montada de forma a reconstruir a história de Theodor Herzl mostrando como um advogado formado em Viena, e que sentia as dificuldades de se estabelecer, abraça o seu dom que é o jornalismo e a escrita. Durante a cobertura do caso Dreyfus em Paris é tocado de forma maior pelo antissemitismo local e pela injustiça que estavam fazendo ao Capitão Dreufuss por ser judeu. Na mesma época temos Emile Zolá escrevendo e debatendo a injustiça. Herzl, que era um judeu adaptado ao seu tempo, internaliza e externaliza o conceito de que havia necessidade de uma Terra para um Povo.

O escritório original de Herzl - As muitas funções de um espaço que segue da Austria até Jerusalem. Entrem no site abaixo para saber muito mais!!!

 
Olhem a Caixinha do Kerem Kaiemet Le Israel!!! A forma de obter Fundos para desenvolver projetos em Israel desde 1901 - naquela época Israel pertencia ao Império Otomano!

Não vou aqui relatar a história, mas convido cada um de vocês a verem e visitarem virtualmente o Museu de Herzl, criado em 2005 pela Jerusalem Foundation.  A seguir o texto traduzido para o português. "O Museu Herzl foi construído em 1960 perto da entrada do Monte Herzl, o cemitério militar nacional de Israel, onde Theodore Herzl, o pai do sionismo, está enterrado. Com o passar dos anos, as instalações e a abordagem interpretativa do museu, que se baseavam principalmente na reconstrução da sala de estar de Herzl em Viena, tornaram-se obsoletas. A Fundação Jerusalém apoiou a reconstrução, a renovação e a reabertura do museu como um museu interativo e instituto para a educação sionista em 2005. O novo museu conta a história de Theodore Herzl e apresenta o sionismo como uma ideologia indispensável para o futuro do povo judeu. A nova abordagem interpretativa, desenvolvida por Orit Shaham-Gover, é apresentada em um programa audiovisual de uma hora de duração que oferece um vislumbre da análise de Herzl sobre a condição judaica, um retrato de suas ambições, visão, decepções e conquistas, e o desafio de seu legado. O museu também oferece seminários, workshops e passeios a pé. O museu é administrado pela Organização Sionista Mundial, fundada por Herzl no primeiro Congresso Sionista em Basileia, Suíça, em 1897." 

Mantive as palavras da Wikipaedia para dar um "gosto" do que vi. Salas ativas, em que o visitante é acompanhado por uma guia que orienta como visitar a exposição. Vemos a forma como um ator é instruído a interpretar com galhardia a Theodor Herzl. Ao sentar em uma cadeira ou banco, é obrigatório dar voltas de 90 ou 180 graus para acompanhar o desenrolar da história de Herzl e de como pessoas de hoje podem olhar a história. Como frequento muito o MIS (Museu de Imagem e Som) de São Paulo, não posso dizer que fiquei surpreendida pela técnica, mas o resultado é estimulante. O melhor é que permite que cada pessoa saia com a sua opinião sobre os fatos históricos reveleados. E.... o mais importante.... pessoas que tinham posições opostas sairam conversando. Divergindo, e dialogando! Fiquei parada ouvindo e pensando que é muito provável que encontremos uma saída para esta situação de guerra.


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O 11o Presidente de Israel - Isaac Herzog, pai do atual presidente - plantou os jardins à volta do túmulo de Herzl em 8.7.2021. É indescritível a sensação de estar entre as plantas vivas e a obra de um homem que acreditou que seu sonho era mais do que uma meta!!! Oops - quando estiverem no Museu, percebam que quando resolveu transformar o sonho em meta, propondo a formação do Estado de Israel na Nigéria, como haviam sugerido os que não queriam que o Povo de Israel fosse um povo com pátria, enfrentou vários percalços e ... voltou ao seu sonho que seria realizado muitos anos após a sua morte.
Vale aqui lembrar que em seu testamento o que pedia é que seu corpo fosse transladado para a Terra Prometida e Concedida.

Vou acabando por aqui dando um gostinho de onde estou. Em uma cidade ao sul de Herzlia e norte de Tel Aviv. Em uma casa bonita e muito bem cuidada. A casa tem dois andares, mais um subsolo. Os quartos ficam no segundo andar, salas e cozinha no térreo, e o subsolo é um grande salão com brinquedos de que ninguém quer se desfazer. Agora passam a ser usados em atividades para recrear crianças em outros locais. Também tem instrumentos musicais, um computador e uma cama. Há uma porta quadriculada de madeira que leva a um pequeno tanque e olhando à esquerda deste pequeno cômodo uma porta de aço e o quarto blindado. Durmo aqui porque fica mais rápido e fácil chegar ao quarto blindado. E a sirene toca em meu celular. Depois de 6 dias já tenho habilidade de ir e vir.


Parashá Behar-Berrukotai Leviticus 25:1-27:34

Muito mais a contar, mas vamos aos poucos. Esta semana em Israel abriu várias portas em minha mente e abriu a esperança de que possamos continuar a agir e reagir para encontrar as parcerias e o diálogo. Sem esquecer que a ingenuidade e a falta de cuidado podem levar a perda total e à criação de monstros.

AM ISRAEL CHAI - Regina P Markus





 




quarta-feira, 21 de maio de 2025

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Rua Nascimento Silva, 107

 



          
“Minha filha... Isso faz uns 30 anos e lá vai fumaça!” Dona Terezinha do Badoca, muito amiga da vó Rosinha, sempre falava isso. Lembro daquelas broas de mandioquinha que ela fazia... Quando saíam do forno... Manteiga derretendo... Cafezinho... Bolo de fubá... E eu ali: rouco de tanto ouvir.

          Sempre que ela falava no tempo dos antigos, ela usava essa expressão... “Lá vai fumaça!”... Uma versão mais pitoresca do “tempo do onça” ou “do guaraná com rolha”! Mas duas senhorinhas, amigas desde a infância lá em Minas, só falavam de um tempo da fumaça...

          Dia desses tive de dar plantão na Defensoria. Hora do almoço e lá ia eu me pirulitando pra Casa das Rosas. Gosto da focaccia de lá. Sou um cara simples, que raramente muda seus pedidos. As meninas me veem chegando e já vão colocando a massa no forno.

          Sentei no mesmo lugar de sempre, com aquela vista da Paulista, e percebi, enquanto meu almoço não vinha, uma avó brincando com sua netinha. Ela usava a mesma expressão da fumaça... Deve ser de Minas também!

          No sábado fui com a Ana Rosa na exposição do Monet do MASP. Eu juro que conhecia aquelas pinturas do jardim de Giverny, da natureza, do mar... Mas eu não tinha ideia de que ele também pintava fumaça. Ao que parece, era tempo de Revolução Industrial e esse era o símbolo da modernidade, do progresso, da técnica!

          Fumaça... Lá vai fumaça... Memória é bem isso! Assim como a névoa, ela vai, bem aos pouquinhos, escondendo tudo de ruim e realçando, na nossa lembrança, tudo de bom. Por isso que a gente lembra com saudades sempre de um passado... De um tempo da fumaça!

          No fim, saudades são os versos da poesia escrita pela fumaça. Por isso que a turma mais experiente sempre anseia pelo tempo da fumaça! A sabedoria dos cabelos brancos combina com as memórias esfumaçadas. Cãs são a fumaça em forma de cabelos!

          Sabe quando a gente vai comer um salgado no boteco e tem aquelas promoções de suco mais salgado? A gente compra uma coxinha e ganha um suco de laranja? Eu tenho uma teoria de que as memórias são mais ou menos iguais a esses combos. A gente lembra do passado e acaba ganhando o perdão de brinde!

          Tá no espírito da gente: naquele tempo, até a tristeza era mais bela! Lógico, a fumaça do esquecimento foi escondendo tudo de que a gente não gostava! Todas as ofensas, brigas, pisões nos calos... Quando a turma lembra, então, do tempo da fumaça, as saudades batem no peito. E como batem!

          Lembram do Zé? Aquele do Egito? Foi vendido como escravo pelos irmãos? Depois de uns anos e muitas aventuras, virou o braço direito do faraó, o manda-chuva daquelas bandas... Outros anos se passaram e a fumaça foi escrevendo sua poesia encantada...

          De repente, ser vendido pelos irmãos nem tinha sido tão ruim assim...

          Fumaça... Alumbramento... Perdão...



André Naves

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política - PUC/SP. Cientista Político - Hillsdale College. Doutor em Economia - Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

Conselheiro do Chaverim. Embaixador do Instituto FEFIG. Amigo da Turma do Jiló.

www.andrenaves.com

Instagram: @andrenaves.def

quinta-feira, 15 de maio de 2025

ACONTECE: Oriente Médio Efervescente

 

Oriente Médio Efervescente

Por Juliana Rehfeld





É verdade que esta região quase nunca sai das manchetes mundiais, mas nesta semana especialmente ela ferve. Isto porque, enquanto não há acordo, não há devolução e sem devolução não só não há cessar-fogo como os bombardeios se intensificaram e a guerra de versões e números invadiu o noticiário. Em Israel se pergunta: Muhammad Sinwar (último dos 5 arquitetos do 7 de outubro) foi eliminado? O Hamas não confirma nem nega - mas revela como era o local do ataque: "Uma rede de túneis que foi restaurada e inclui tubos de oxigênio, usada pelos líderes da organização para esconder e conduzir os combates”

    “Nas últimas 24 horas, os ataques na Faixa de Gaza se intensificaram, contra         pontos de lançamento de foguetes localizados em depósitos de ajuda                 humanitária operados por terroristas à paisana para serem contabilizados             como civis, 103 mortes registradas.

Mas o fator principal da efervescência é a viagem de Donald Trump e sua seleção de  interlocutores: Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos, além da surpreendente reunião com o presidente da Síria na Arábia. A decisão de não ir a Israel evidentemente também gerou manchetes. Comentou-se que na conversa com o ainda considerado a terrorista jihadista Ahmed al-Sharaa Trump solicitou que a Síria assine os Acordos de Abraão e expulse os “terroristas da Jihad (!) e da Al-Qaeda de seu território” 

Impressionantes valores de “investimentos” da ordem de 600 bilhões de dólares anunciados em Riad na terça feira nesta nova fase de cooperação. 

Além disso consta que Trump pediu e o refém americano Idan Alexander foi libertado - as notícias de Israel contam que ele ficava algemado com um saco na cabeça, sofreu de picadas de pulgas e apresentou hematomas. “Ele foi torturado e severamente espancado no cativeiro. Seus captores lhe disseram que ele era um "ativo" e o chamavam de "o americano". Sua nutrição era muito pobre, mas durante o cessar-fogo melhorou significativamente.

Quanto aos demais reféns as estimativas apontam cerca de 22 ainda vivos sendo que a comissão de Israel no Qatar quer que pelo menos metade seja devolvida já! Quem vai ouvir este pedido, as negociações ainda estão ativas? 

A imprensa israelense comenta que as críticas ao Hamas crescem em Gaza clamando: "Que Deus amaldiçoe o Hamas"… aqui no Brasil não chegou isso…

Mas a imprensa também analisa duramente o seu governo, como li no Canal 12 de notícias: 

“Netanyahu está enterrando nosso futuro nas areias da Faixa de Gaza.

O governo que se apaixonou pela guerra está mantendo Israel longe da mesa onde a torta regional está sendo dividida neste exato momento.

      O preço da teimosia? Isolamento político, dezenas de bilhões de dólares               perdidos e reféns que pagam com suas vidas pela ilusão de uma "vitória               completa".

E emenda: ”A visita de Trump ao Oriente Médio expressa uma visão compartilhada entre americanos e árabes de progresso regional, prosperidade econômica, desenvolvimento tecnológico inovador e crescente coordenação política. Israel está diante de uma oportunidade histórica de embarcar neste trem, que anda rápido e não espera na estação.”

Que este tsunami de conversas, promessas, protestos e combates que assistimos agora resultem em uma mudança de fato, sustentável para as populações da região. 

Eu digo: ”Que este o aniversário de 77 anos do Estado de Israel (14 de maio) seja mais auspicioso e atenda os desejos de paz  ונאמר אמן 

“Ve nomar Amen” e diremos Amem.

Shabat Shalom

segunda-feira, 12 de maio de 2025

VOCÊ SABIA? - Shavuot, também conhecido como "Feriado Quiche"

 

Por Itanira Heineberg


Você sabia que a quiche, um tipo de tarte/torta feita com recheio à base de ovos e creme de leite ou natas, à qual se adicionam pedacinhos de queijo ou fiambre, preparada sem cobertura, não tem no mundo, nem de perto, o apreço que os israelenses por ela devotam?

Em Israel, a quiche é a estrela de muitas mesas de almoço e um incrível jantar de laticínios durante todo o ano.

Isto sem falar em  Shavuot, que pode ser literalmente chamado de "Feriado Quiche".

Shavuot, Festa das Semanas, é um feriado religioso que relembra a entrega da Torá ao povo judeu no Monte Sinai há mais de 3 milênios. É o segundo dos três principais festivais de peregrinação, juntamente com Pessach (Páscoa) e Sucot.


Shavuot também é conhecido como Festa das Primícias ou Festa da Colheita, comemorando a colheita da primeira das colheitas da estação.


Voltemos agora à quiche de estilo israelense, conhecida como pashtida, tão especial e tão diferente de todas as que conhecemos.



Vejamos as diferenças: para começar, o recheio é muito mais cremoso do que com ovo. Uma bela combinação de três queijos diferentes, leite e um toque de creme tornam esta pashtida luxuosa e rica.

Como sabemos, a maioria das quiches tradicionais tem um fundo de crosta de torta e são abertas na parte superior. Em Israel, você pode encontrar muitos tipos de quiche — com camadas crocantes de massa folhada, massa folhada em flocos ou até mesmo batatas em fatias finas.


Zucchini Pashtida



A seguir, a receita para os curiosos que desejarem experimentar algo diferente ou simplesmente constatar a diferença desta quiche de Shavuot:

“Ingredientes

1 folha de massa folhada, descongelada, mas fria

2 batatas Yukon Gold, parcialmente cozidas no vapor e em fatias finas

3 colheres de sopa de azeite

3 ovos

1 abobrinha

1 cebola

1/2 xícara de creme de leite

1/2 xícara de leite integral

1/2 xícara de Manchego ralado

1/2 xícara de parmesão ralado

3–4 colheres de sopa de queijo Boursin

ovo batido, para lavagem de ovos

sementes de gergelim

Modo de cozimento Evite que sua tela escureça

Instruções

Pré-aqueça o forno a 375 ° F. Refogue a cebola e a abobrinha em 2 colheres de sopa de azeite até ficarem macias e levemente caramelizadas. Reserve em uma tigela para esfriar um pouco.

Pulverize uma forma de torta de 9 ou 10 polegadas com spray de cozinha antiaderente e regue com a 1 colher de sopa de azeite restante para cobrir o fundo da panela. Espalhe as batatas em fatias finas sobre o fundo da panela em um padrão circular, cada pedaço ligeiramente sobreposto. Reservar.

Em uma tigela média, bata os 3 ovos, o creme de leite, o leite, o parmesão, o Boursin e o Manchego para incorporar. Tempere com 1/2 colher de chá de sal e 1/2 colher de chá de pimenta-do-reino.

Adicione os vegetais salteados à mistura de ovo e leite e misture bem. Despeje a mistura sobre as batatas na panela.

Corte um círculo grande de 11 polegadas da massa folhada. Coloque a massa por cima do recheio na assadeira. Dobre suavemente as bordas para baixo e aperte. Pincele o ovo batido por cima e polvilhe generosamente com sementes de gergelim.

Asse por 45-50 minutos, até que o topo fique com uma cor marrom dourada profunda.

Sirva com uma salada grande de folhas e berinjela frita.”

A peculiaridade  desta receita é que podemos simplesmente trocar os legumes  do recheio, segundo nossa preferência ou usando os alimentos que já temos em casa.

O ideal é manter as proporções de queijo e leite iguais, e ainda ser criativo!

Outras combinações recomendáveis são cogumelos salteados e cebola, e alho-poró e queijo de cabra.



“Shavuot celebra a data que D'us outorgou a Torá ao povo judeu no Monte Sinai há mais de 3.300 anos.

Ela ocorre após 49 dias da contagem do Omer, em preparação a esse evento marcante.

É comemorada com o acendimento das velas, com estudo a noite toda de Torá, ouvindo a leitura dos Dez Mandamentos na sinagoga e saboreando alimentos lácteos.”

Este ano a festa inicia-se na noite de 1º. de junho, a partir do por do sol e estende-se até o entardecer de 3 de junho.

Desde já desejamos a todos um Feliz Shavuot acompanhado de uma deliciosa quiche pashtida.



quinta-feira, 8 de maio de 2025

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Inveja e Evolução

 



Inveja e Evolução

Sabe aquele dito da roça, “inveja mata”? Pois lá nos antigamente mesmo, foi capaz de ser assim – Caim de olho no irmão, não deu outra: sangue no terreiro, o primeiro crime da história. A coisa era feia, não tinha papinho de perdão, não. Mas o tempo vai passando e, de grão em grão, a gente aprende um tanto.

Vê só o caso do José, aquele dos sonhos coloridos e casaco todo chique. O povo da família, roído de inveja, não teve coragem de acabar com o irmão feito Caim. Jogaram ele num buraco, venderam feito gado no leilão. Já melhorou um pouco: deu tempo de contar história depois. E olha que da desgraça saiu coisa boa. Virou gente grande lá no Egito, salvou meio mundo de passar fome. A vida tem dessas: aperta, mas ensina.

E nessa de viver, cada um com seu latifúndio. Nem precisa sonhar com prêmio grande igual Nobel. Dizia o professor Antônio Cândido — e ele sabia das coisas — que cronista de verdade só ganha prêmio do coração mesmo. Imagina, eu aqui, escrevendo, pensando que ninguém nota. Mas esses dias, recebi um chamado: uma criança de 9 anos, com jeito de quem cria esperança, me disse que minhas palavrinhas tinham dado força pra enfrentar a vida.

Nesse instante vi que minha medalha já veio: não é ouro, nem diploma, é esse trem bão que é tocar um pouquinho a vida do outro.

Literatura, meu amigo, é igual pão de queijo quente: acolhe, alimenta e às vezes, salva até a alma. Camões, que já errou mais que galinha nova cisca, redimiu-se na poesia. José achou a glória no fundo do poço. Eu, cronista de buteco, ganhei o maior prêmio com um telefonema de menino.

No fundo, a gente só quer um tantinho de redenção — pra perdoar quem já foi Caim, quem já foi vendido, quem já andou meio perdido. E se a palavra não leva pro Nobel, que leve pelo menos até o coração de alguém. Já é prêmio demais pra qualquer caipira sonhador.

André Naves
Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política - PUC/SP. Cientista Político - Hillsdale College. Doutor em Economia - Princeton University.  Comendador Cultural. Escritor e Professor.

www.andrenaves.com 

Instagram: @andrenaves.def

 

ACONTECE: Os Judeus e Israel: Hoje e Sempre




Esta foi uma semana cheia de acontecimentos e efemérides. Há 80 anos, no dia 8 de maio, foi assinada a rendição da Alemanha encerrando a Segunda Guerra Mundial. Mais à frente tem um texto que escrevi no dia 4 de maio, domingo. Impressionante como tantas coisas aconteceram nestes últimos 5 dias! Fatos de natureza diversa e que vou elencar não em forma de relato, mas como uma crônica que admite colocar opiniões diversas e mencionar fatos que ocorrem simultaneamente. Alguns têm a tendência de considerar os fatos isolados, sendo que a datação torna-se pouco relevante.

  • 1925 -  O judeu Einstein (oops era dito o alemão) comenta em uma reunião na Academia Brasileira de Ciência (ABC) experimentos que estavam sendo realizados na Alemanha e que serviram de base para mostrar que a luz é formada de partículas minúsculas, na época chamadas de quantum de luz e hoje denominadas fótons.
  • 1945 -  Rendição da Alemanha - 
  • 2025 - semana em que os Houtis atacam Israel
Leiam....... 

ALBERT EINSTEIN - 1925



Foi recebido pela Academia Brasileira de Ciências e esteve em várias instituições. Na época ainda não haviam sido criados os cursos de ciência - Física, Química e Biologia. Os membros da Academia Brasileira de Ciências tinham forte ligação com as engenharias. E foi no Brasil que Einstein comentou pela primeira vez experimentos que estavam em andamento na Alemanha. O material que comprova e subsidia a viagem está sendo elaborado pelo Prof. Ildeu de Castro Moreira no dia 7 de maio (ontem) na reunião Magna da ABC. Futuramente teremos este material no YouTube e deixaremos disponível para os nossos leitores. Chamou atenção a origem judaica de A. Einstein e também houve menção da perda da cidadania alemã na época do nazismo. Mas, ao final foi mencionado que A. Einstein, um dos que batalharam pelo Estado de Israel, havia dito que a "Palestina e Israel" deveriam conviver em paz. Fica aqui aberto um ponto que deveremos tratar com mais afinco no futuro. Em 1925 o que existia era o Mandato Britânico da Palestina. Como já mencionado várias vezes, moedas e passaportes emitidos na região da Samária e Judeia, Galileia e especificamente na cidade de Jerusalém continham termos em hebraico e inglês. Ontro ponto importante é que o Estado de Israel, ao ser fundado em 1948, manteve o espaço para todos os residentes e estes foram considerados cidadãos israelenses, assim como os judeus. Um ponto que deve ser esclarecido sem gerar prós e contras, porque está baseado em fatos. 

1945 - Rendição da Alemanha

No dia 6 de maio de 1945 dois oficiais alemães entraram em uma Escola na Cidade de Reims onde estava localizada a sala de comando ocupada por Eisenhower. É iniciado o processo de assinatura da rendição e do término da Segunda Guerra Mundial. Um processo que se encerra no dia 8 de maio em Berlim. 

Assistam a este vídeo especial, que só tem 4 minutos:


80 ANOS - quanto aprendemos  sobre resiliência, capacidade de recriar e o poder da sobrevivência. 

HOJE - quero mostrar o que está acontecendo com descendentes dos alemães que apoiaram ações antiss$m1tas. 


Judeus, alemães e muitos outros representantes marcham juntos - A MARCHA DA VIDA!




2025 - ACONTECE: EIXO DO MAL - SUPERAÇÃO e os FATOS

Dia 4 de maio, domingo, iniciou mais uma semana em guerra. Na semana que termina ocorreram incêndios em Israel. Incêndios iniciados pelo clima seco e pelo forte calor, e em alguns casos pela mão humana. No meio de toda a tragédia vários governos enviaram aviões capazes de controlar incêndios. É importante listar os que ajudaram.

E chega o domingo dia 4 de maio. Um supersônico de alta tecnologia é lançado no Iêmen. Rompe a barragem americana e isralense e cai a poucos km do Aeroporto Ben-Gurion, o principal aeroporto de Israel. As estradas estavam lotadas! Domingo é o primeiro dia da semana em Israel. As estradas que ligam Tel Aviv a Jerusalém passam pelo Aeroporto. O Aeroporto fechou por uma hora. Os Houtis seguem ameaçando. Informam que têm um arsenal de supersônicos e atacarão todo o país.

Empresas aéreas internacionais suspenderam os voos para Israel e o mundo se cala!

Hoje sabemos que os iranianos tinham 3 milícias proxis. O Hesbolah no Líbano, a milícia síria, que se confundia com o exército sírio, e os Houtis no Iêmen. Na Síria havia várias milícias que atuavam de forma independente ou ligadas a grupos maiores, como o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), o Exército Nacional Sírio (ENS) e as Forças Democráticas da Síria (FDS). O Hezbolah e as Milícias Sírias foram reduzidas de maneira muito importante pelas Forças de Defesa de Israel (IDF). Como resultado, há um reforço dos governos independentes das milícias e que guardam distância na retórica e em muitas ações em relação ao Irã. Já o Iêmen continua suas ações e recebe grande quantidade de armamentos. 

Na sequência os Estados Unidos e Israel atacam o Iêmen. Aeroporto destruído. Os Houtis mantêm suas ameaças e continuam a lançar objetos voadores que passam a ser interceptados. Há uma série de ataques terroristas em Israel e a situação dos reféns segue sem solução.

O que ocorreu em 7 de outubro de 2023 foi de uma violência inominável e o que vem acontecendo na mídia, com a criação de mitos e fake news, tem que ser punido para que consigamos seguir em frente. E como vemos em relação à segunda guerra mundial isto é possível.

Podemos usar muito espaço para argumentar a respeito, mas sei que os leitores vão apreciar a opinião do Primeiro Ministro da Polônia - Donald Franciszke Tusk - direto e reto! Um fato INCRÍVEL:

Há 2 bilhões de mulçumanos pedindo para o mundo protegê-los de 7 milhões de judeus!



E sobre os 2 bilhões de mulçumanos,  ESH TÁ NA MÍDIA já apresentou muitas falas mulçumanas que são de opinião que a convivência com Israel é possível e benéfica. Mas ainda encontramos em nossa sociedade, intelectualidade de forma disseminada e agrupada pessoas que nem seriam admitidas em países mulçumanos radicais que abominam os judeus e os cidadãos israelenses em geral. Lembrem que no 7 de outubro vários israelenses não judeus foram atacados de forma premeditada.

HOJE - dia 8 de maio sai publicado no Jerusalem Post que forças da Índia mataram o terrorista que decapitou o jornalista Daniel Pearl ao vivo. O partido governista de Índia, BJP, afirmou que o exército indiano matou o terrorista paquistanês Abdul Rauf Azhar na "Operação Sindhoor". 

A importância de eliminar executores é registrar que a impunidade não será aceita.




E a roda da vida continua - AM ISRAEL CHAI 

Comente no blogger - estes comentários podem ser feitos de forma anônima e vão ajudar a compormos um linha de pensamento de nossos leitores

Regina P Markus - atualizado em 9 de maio de 2025



sexta-feira, 2 de maio de 2025

Comparação das populações judaicas por país

 


fonte: Banco de Dados Mundial (WDB)

ACONTECE: Combate ao fogo e ao antissemitismo



O dia do trabalho é comemorado em 80 países, a maioria na data de 1o de maio. A data marca o dia de protesto dos trabalhadores americanos em 1886 quando constataram o fracasso de sua luta por uma jornada máxima de 8 horas. A partir daí, várias manifestações de trabalhadores em todo o mundo usaram e portanto consagraram a temática do dia. 

Em Israel esta data já foi muito comemorada em épocas de governo trabalhista, mas hoje já não é uma data tão importante. O que se celebra próximo a esta data (calendário varia), mas precisamente em 1o de maio neste ano é Yom Ha’atzmaut, dia da Independência, pela fundação do Estado que ocorreu em 14 de maio de 1948, há 77 anos. É sem dúvida a data festiva não religiosa mais importante e que vem na sequência das tristes que lembram o Holocausto e o Levante do Gheto… a independência se costuma celebrar em muitos locais ao ar livre. No entanto, há alguns dias a área próxima a Jerusalém está em chamas e por isso as celebrações estão restritas enquanto toda a atenção está em não alastrar, apagar e, sobretudo, prevenir o fogo. Já foram queimados cerca de 20 mil km2, sendo 15 mil km2 de floresta e muitas comunidades estão sendo evacuadas. É uma grande emergência nacional. As causas estão em investigação mas há grande suspeita de incêndio proposital e vários indivíduos foram detidos. As suspeitas são reforçadas por notícias do Hamas conclamando palestinos a “pôr fogo em tudo”. 

Sabemos que estes eventos ficam mais graves a cada ano pelo efeito das mudanças climáticas, têm acontecido em muitos lugares, e no momento na Knesset “pegou fogo” a briga por culpados pois a oposição afirma que solicitou a pauta de preparação para combate ao fogo e foi ignorada pela base do governo… e tudo isso ocorre com a guerra ativa em Gaza onde ainda há 59 reféns de 7 de outubro de 2023, pelo que se ouviu, vários já mortos. 

Falando em debates, está sendo discutido na Câmara brasileira um projeto de lei apresentado em fevereiro último por Eduardo Pazuello (lembram dele?) que propõe que seja adotada no país a definição de antissemitismo consagrada em 2016 pela IHRA - Aliança internacional para lembrança do Holocausto. A proposta visa “incluir a proibição da negação, relativização ou distorção histórica do Holocausto” e também considera antissemitismo associar a política israelense ao nazismo ou afirmar que o Estado de Israel é um empreendimento racista…

Não sei se é o melhor momento para fazer isso, mas como está em discussão, é importante manifestar-se. Segue aqui o link para conhecer e opinar sobre a proposta -  clique aqui.

Em quantos países os judeus têm atualmente esta preocupação, este receio de serem perseguidos e agredidos? Na maioria dos países hoje quase não há judeus, no enorme mundo árabe sobretudo. É interessante ver estes números atualizados com a fonte do Banco de Dados Mundial (WDB) em um gráfico animado que anexamos aqui. E nem todos os judeus se preocupam, sabemos que historicamente, e assustadoramente hoje, há judeus que fogem desta identificação e alguns o fazem aliando-se a quem desinforma e agride… o trabalho de informar e explicar é mais do que nunca importantíssimo mesmo que difícil e às vezes solitário… que sejamos cada vez mais vozes a fazer isso, ajudem-nos.

Shabat Shalom

Juliana Rehfeld