Tisha b'Av - 9 de
Av
(1/08/2017)
Arco do Triunfo de Roma –
Espólio de Jerusalém sendo levado para Roma.
Inclusive a Menorah do Templo
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O dia 9 do mês de Av é 1/8/2017: o quinto mês no
calendário judaico a partir da Nissan (formação do povo judeu - Pessach) e o
décimo primeiro mês a partir de Rosh Hashaná. O mês de Av coincide com o verão
no hemisfério norte, época de fartura e de beleza. Céu azul e tempo para viver
ao ar livre, junto com a natureza: assim era visto o mês de Av na Torah. Com o
passar dos anos, eventos ruins aconteceram nesse dia ou ao redor
dele, dando à data outras associações e significados maiores. Estes foram os eventos
de 9 de Av no curso da história.
423
A.E.C. Babilônicos destruíram o Primeiro Templo.
70 E.C. Romanos
destruíram o Segundo Templo. (Invadiram no dia 7, iniciaram a
destruição no dia 9, e terminaram no dia 10 - Rabbi)
133
E.C. Cidade de Betar – batalha final entre Roma e Israel
– Jerusalém caiu na mão dos Romanos que assassinaram milhares de judeus e
escravizaram os demais, levando para Roma – dá-se início a um exílio de
1815 anos.
1290
E.C. Expulsão de todos os judeus da Inglaterra decretada pelo Rei
Eduardo I.
1492
E.C. Dia 31 de março, assinado pelos Reis Católicos Fernando de
Aragão e Isabel de Castilha, o édito de expulsão ou Decreto
de Alhambra que expulsou os judeus da Espanha. Este é o embrião
da Inquisição Católica.
1914
E.C. Alemanha declarou guerra à Rússia desencadeando a Primeira
Guerra Mundial.
Além das citações acima, encontramos na internet
outras datas sem confirmação relacionadas ao 9 de Av durante a Idade Média,
Cruzadas, Império Otomano, etc. É, para os judeus, um dia em que os tempos
pareceram se encerrar. Um dia em que o Povo de Israel, repetidas vezes, foi
disperso entre as nações para que como o sal, se dissolvesse na água e deixasse
de existir.
O tempo passou. Novas civilizações chegaram e partiram e com elas, hábitos e costumes. E os judeus aqui estão. HINEINI, aqui estou. Um "aqui estou " que aparece como um elo de uma corrente eterna que une gerações e, a cada geração, somos ensinados a reverenciar o passado, viver o presente e buscar o futuro.
Reverenciar o passado. Em Pessach
(Páscoa) lembramos a saída do Egito e a formação do Povo de Israel, com jantares rituais
e reuniões familiares. Em Purim lembramos a tentativa de aniquilação do Povo
Judeu no Exílio Babilônico e comemoramos com um imenso carnaval, máscaras e
bailes. Em 9 de Av, jejuamos e nos recolhemos de forma quieta,
sem estudar a Torah, mas lendo as Lamentações de Jeremias. Ler Jeremias é uma
forma de lembrar aos que estão Aqui e Agora que são elos de uma corrente
eterna e que a tentativa de acabar com Israel é recorrente. Ler Jeremias é uma
forma de lembrar a nós e ao mundo que sobrevivemos. Em falando no presente
queremos dizer que temos sobrevivido e sobreviveremos.
Mas qual a receita? Olhando cada um dos momentos
pode parecer que não há uma receita que foi usada nas diferentes ocasiões.
Será?
Vivendo
o Presente. Se
a receita foi diferente a cada século, e deu certo, significa que a grande
sabedoria foi que o Povo Judeu vive o Aqui e Agora e sabe que
o Presente não pode ser um interlúdio rápido entre o Passado e o Futuro. Não
pode ser um milionésimo de segundo que se esvai a cada momento.
O
Presente é um bem muito precioso que deve ser vivido de forma integral - HINEINI
- Aqui estou.
Preparando
o Futuro. Mas
o que seria do presente se não conhecêssemos o passado? Apenas estar não é
suficiente, também é preciso ser. No dia de 9 de Av entendemos que o EU SOU é o
que define o futuro e a eternidade. E aqui pergunto: Será por acaso que um dos
nomes de D'us é exatamente EU SOU - conjugação que não existe em hebraico.
Nunca se usa a primeira pessoa do singular do verbo SER, esta é reservada para
D' us, e certamente é nela que entendemos que os homens são feitos à sua imagem
e semelhança. Portanto, independente de termos ou não religião, seguirmos este
ou aquele rito - EU SOU é a forma mais importante de criarmos um futuro melhor
para nós e para todo o planeta.
Este
ano, no período que antecede 9 de Av, o Monte do Templo tem sido palco de
conflitos envolvendo o Povo Judeu. É bom olhar para o passado e saber que
derrotas momentâneas podem ser suplantadas com a capacidade de buscar o
melhor a cada tempo.
O Povo
Judeu no século XXI é praticamente tão numeroso quanto no século I. Certamente
a capacidade de viver o PRESENTE pensando num FUTURO tem sido
uma importante fonte de realizações porque permite conectar os diversos
momentos e planejar depois de uma profunda reflexão.
O Estado de Israel e suas realizações no campo da Ciência, Educação e Saúde e sua capacidade de estar presente ajudando pessoas nas maiores tragédias do século XXI, mostra que AQUI ESTAMOS.
VEJAM
O VÍDEO!
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