"O Líbano não hesitará em usar seu direito inerente à auto defesa se um ataque armado ocorrer contra as suas atividades econômicas em áreas marítimas" - declaração proferida em janeiro de 2017.
O ministro da defesa de Israel afirmou que a área de pesquisa de gás natural que o Líbano licitou a conhecidas empresas internacionais pertencia a Israel. Ele considerou esta ação uma provocação por parte do Líbano, o que levou o líder do Hezbollah a fazer ameaças de possível ataque às instalações israelenses no Mediterrâneo.
Conflitos entre os dois países têm ocorrido por várias questões econômicas como gás, óleo e pesca.
A Convenção da ONU sobre a Lei dos Mares define soberania sobre área que se estende da costa a até 200 milhas náuticas e Israel iniciou perfurações há mais de 20 anos e desde 2003 explora o gás natural.
O fato novo ocorreu em dezembro de 2010, irrompendo o conflito, quando um consórcio de empresas anunciou a descoberta do campo de Leviathan. Naquele mesmo mês, Israel e Chipre assinaram um acordo delineando as fronteiras marítimas entre eles (já que a distância que os separa é inferior a 400 milhas) apesar de que o Líbano havia se apressado em registrar esta área meses antes. Em junho de 2011 o Líbano manifestou na ONU sua oposição ao referido acordo que denunciou como "violação a direitos libaneses e possível risco à paz internacional". Imediatamente, Israel respondeu anexando as coordenadas de sua fronteira marítima com o Líbano onde há uma disputa de 850 km2.
Israel tentou meios diplomáticos para resolver a disputa e não explorou a área em questão e para evitar a necessidade de uma eventual mediação da ONU, e decidiu-se conjuntamente por uma arbitragem americana. Em 2013, finalmente Israel aceitou uma proposta americana que lhe dava uma área menor mas evitaria conflito. No entanto, esta "zona tampão" foi sendo redesenhada sem consulta a Israel - o que mostrou que a mediação americana estava falhando - até que em 2017 Israel precisou recorrer 2 vezes à ONU para registrar intenções do Líbano de desrespeitar os acordos e agora em 9 de fevereiro último, as empresas que ganharam contratos de exploração do Líbano foram detalhadas.
Esta situação reflete varias questões: a primeira é a sensação de força sentida pelo Hezbollah no país após ter ajudado a manter Assad no governo sírio; a contundente reação do Líbano à decisão de Israel de construir um muro como fronteira terrestre mas a clareza por parte da segurança de Israel de que não vai tolerar ataques militares e se ocorrerem serão violenta e rapidamente rechaçados ao contrário da arrastada situação de 2006 .
Os recentes eventos de fronteira entre Israel e Síria não estão diretamente relacionados mas complicam as discussões sobre a soberania marítima, o que prejudica economicamente ambos os países. Se o Líbano tivesse respeitado a proposta de fronteira dos americanos de 2012, estaria hoje explorando sua parte (maior que a de Israel) e sua economia teria crescido, ajudando a melhorar a situação de várias regiões vizinhas.
Este texto é uma tradução resumida do artigo original em inglês do JPost.
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