Nesta semana, uma análise surpreendente e muito interessante ganhou a internet. Trata-se da análise de um palestino sobre como seria o Oriente Médio se, por acaso, Israel desaparecesse.
Vale a leitura, que compartilhamos aqui a partir do perfil de Stércia Lajtman Pogorelsky no Facebook.
SURPREENDENTE TEXTO DE PALESTINO JORDANIANO, QUE ANALISA COMO SERIA O ORIENTE MÉDIO HOJE SE ISRAEL DESAPARECESSE.
"Se Israel desaparecer, outros também irão".
Por: Mudar Zahran, palestino jordaniano radicado no Reino Unido.
Publicado em: Israel Hayom
Traduzido e cedido gentilmente por Irene Walda Heynemann
Publicado em: Israel Hayom
Traduzido e cedido gentilmente por Irene Walda Heynemann
Desde 1948, nós árabes temos sido ensinados que tudo o que precisamos fazer é nos livrar do Estado judeu, e todo o resto vai bem depois disso. Nossos ditadores tiraram pleno proveito desta idéia. O presidente egípcio Gamal Abdel Nasser prendeu e executou os membros da oposição usando sua famosa desculpa: "Não há permissão para se ouvir vozes, exceto aquelas que conclamam a guerra com Israel." O presidente iraquiano, Saddam Hussein adotou a bandeira palestina e a confeccionou, distribuiu e hasteou ao lado de sua própria bandeira, e até mesmo disse, "Palestina e Iraque compartilham a mesma causa." Em suma, nós, árabes colocamos em espera 70 anos de nossa existência enquanto aguardamos aquele "dia glorioso" quando nós derrotaremos Israel e "alimentaremos os peixes com judeus."
Mas aquele dia não veio, nem parece estar chegando, como o membro da oposição jordaniana, Emad Tarifi, uma vez me disse: "Parece que os peixes no mar não estão apostando em nós para alimentá-los com judeus".
Além disso, nós árabes demos aos nossos ditadores “carte blanche” para empobrecer, aterrorizar, oprimir e destruir a todos nós, em nome de "a grande luta árabe para acabar com a entidade sionista". O resultado disso tem sido claro: Enquanto Israel fez 10 novos avanços em câncer e tratamentos cardíacos nos últimos dois anos, nós árabes desenvolvemos novos métodos de execução. O mais recente é a morte por afogamento em uma gaiola, como mostrado em um vídeo do grupo Estado Islâmico há duas semanas.
Nós árabes desperdiçamos sete décadas de nossa existência aguardando o fim de Israel. É hora de pensar no futuro, e se o "desaparecimento" de Israel deve ser o nosso principal desejo.
Sendo filho de dois refugiados palestinos da Jordânia, encontro-me inclinado a temer quanto ao futuro. Independentemente da minha posição em relação a Israel, eu tenho que pensar: o que aconteceria se, um dia, Israel desaparecesse? Ainda que isso não pareça viável, é o dia em torno do qual giram todos os sistemas políticos, sociais e econômicos árabes.
Não são apenas os árabes que querem que Israel se vá. Há outros que buscam o mesmo, por exemplo, antissemitas no Ocidente. Apenas na semana passada, os neonazistas marcharam em Londres, com suásticas e a bandeira palestina. O organizador da marcha alegou que era um protesto "por parte de todos aqueles que sofreram por causa de Israel." Há grupos que pedem um boicote a Israel "para o bem do povo palestino." Existem países cuja toda política externa parece girar em torno da oposição à Israel. Nós, palestinos poderíamos ter acreditado que esses grupos e países realmente se preocupam com a gente, mas eles não demonstram nenhum interesse no destino dos 150 mil palestinos morrendo de fome no campo de refugiados de Yarmouk da Síria, nem em um número estimado de 5,8 milhões de palestinos na Jordânia (como informado por uma mensagem por telégrafo da Embaixada dos EUA) que vivem como cidadãos de segunda classe e estão proibidos de ter empregos no governo e de ter acesso a quaisquer formas de benefícios do Estado, mesmo pagando todos os impostos devidos.
Se esses que odeiam Israel tivessem atendido o seu desejo de ver Israel desaparecer, o que aconteceria?
Primeiro, Israel é a única razão pela qual o Irã ainda não tem armas nucleares. O Irã poderia comprar a tecnologia para produzi-los, ou poderia aprender rapidamente da forma que o Paquistão fez. Por que o Irã tem sido lento em fazê-lo? Porque ele aprendeu uma lição com a experiência de reator Osirak de Saddam, que jatos israelenses reduziram a destroços em 1981.
Na ocasião, quase todos, incluindo George H. W. Bush, que era Vice-Presidente dos Estados Unidos, naquela época, ficaram furiosos com o movimento de Israel. Mas 10 anos depois, quando os EUA lutaram para libertar o Kuwait, a situação teria sido totalmente diferente se Saddam tivesse mantido seu programa nuclear – e a única razão pela qual ele não o fez foi Israel.
Além disso, o Irã já controla pelo menos um terço do Iraque, e dos seus recursos, através de um regime pró-iraniano. Se Israel desaparecesse, o Irã iria estender sua influência para Jordânia, Kuwait e Bahrein, no dia seguinte, uma vez que não teria que temer uma reação israelense. O Irã poderia, então, colocar o mundo de joelhos, reduzindo a produção de petróleo.
O Irã não é o único poder do mal no Oriente Médio: Nós também temos o Estado Islâmico, que já se espalhou por todo o Iraque, Síria, Líbia e Sinai, com ambições claras para entrar na Jordânia. O Estado Islâmico não entrou na Jordânia ainda, e isso não é por causa de qualquer receio que tenham do exército jordaniano. Afinal, o site global Firepower classifica o exército da Jordânia no mesmo nível que o exército iraquiano, que o Estado islâmico derrotou muitas vezes. O Estado Islâmico não se atreve a entrar na Jordânia por uma única razão - o seu receio de que jatos israelenses iriam atingi-los 15 minutos depois.
Se Israel fosse desaparecer e fosse substituído por um Estado palestino, os palestinos iriam provavelmente acabar com outra ditadura árabe para oprimi-los e reduzi-los à pobreza. Temos visto parcialmente isto com a Autoridade Palestina e as áreas "liberadas" que ela governa. Eu visito regularmente a Cisjordânia e entrevistei dezenas de palestinos lá. Posso confirmar que, tanto quanto eles odeiam Israel, eles ainda anseiam abertamente pelos dias em que os israelenses administravam a Cisjordânia. Como um palestino me disse: "Oramos a Deus para nos dar misericórdia e livrar-nos de Israel; depois, nós descobrimos que Deus nos tinha dado misericórdia quando Israel estava aqui."
Para aqueles árabes, muçulmanos, ocidentais e outros que insistem que Israel deve ser apagado da face do planeta, eu digo: Não aposte nisso, uma vez que Israel está ficando cada vez mais forte a cada dia através de sua democracia e inovação, enquanto os países árabes estão ficando cada vez mais fracos por meio de ditaduras e caos. E tenham cuidado com o que vocês desejam, porque se vocês pudessem consegui-lo, vocês provavelmente iriam desaparecer também, a menos que vocês anseiem por ser governados pelo Irã ou pelo Estado islâmico.
Em suma, se chegasse o dia em que Israel caísse, Jordânia, Egito e muitos outros iriam cair, também, e os ocidentais estariam implorando ao Irã por petróleo.
Podemos odiar Israel, tanto quanto quisermos, mas temos de perceber que, sem ele, nós também teríamos desaparecido.
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