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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

EDITORIAL - O Ciclo da Vida – A Roda Gigante




As imagens acima lembram que às vezes estamos em cima e às vezes estamos embaixo. Todos nós aceitamos que durante a nossa vida acontecem fatos que não são desejáveis, mas nenhum de nós aceitamos que estes devam se repetir como o percurso de uma roda gigante. Nossa tendência é imaginar que nossas vidas, apesar dos problemas, estão sempre premiadas por momentos de decisão e que estes podem ser aproveitados para mudar o rumo de uma história, ou mesmo evitar o pior.

Esta semana começou com uma notícia que horrorizou o Brasil. O incêndio do Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, na Cidade do Rio de Janeiro. Uma sequência enorme de entender e escutar avisos que o prédio que abrigava parte do passado do Brasil e da humanidade, bem como caminhos para o seu futuro, se perderam em um momento que havia sido anunciado por anos e anos. Falta de cuidado e manutenção. Aqui não é nem o lugar nem o momento de analisar causas e consequências, mas sim, a hora de usar o Ciclo da Vida para entender o porquê nós judeus temos uma forma muito especial de não transformar a nossa vida em uma Roda Gigante, mas sim em uma estrada que, por mais dificuldades que apareçam, tem momentos de ALERTA – momentos de AVISO – quando é possível refletir sobre fatos e, mais importante, criar estratégias para mudar os rumos. 

Chegamos em ROSH HA SHANÁ – em um dos ANOS NOVOS judaicos, o ANO NOVO voltado à pessoa e à comunidade, quando o cumprimento é SHANA TOVA UMETUKÁ. Um ANO BOM e DOCE – o melhor sentido desta frase é – alguns remédios podem ser bons, mas amargos – que a tua vida possa estar preenchida de coisas boas e doces. 


Outro costume muito importante em Rosh Hashaná é escutar o SHOFAR – um som especial, vindo de um chifre de carneiro – que tem por objetivo ALERTAR! 
  
Escutar o SHOFAR – fisicamente e espiritualmente.
Escutar o SHOFAR – metaforicamente e realmente.
Escutar aos ALERTAS – dos amigos, do corpo, da Natureza e também dos edifícios.

Se uma imagem vale mais do que mil palavras, e se uma palavra esclarece mais do que muitos sons guturais, sempre me perguntei por que tocar um instrumento tão antigo, e não proferir discursos ou mostrar imagens? Hoje a resposta vem fácil, é preciso olhar para uma imagem, e portanto é preciso mirar em uma direção. As palavras são desenhos feitos por uma pessoa e, também tem um foco final. O som de um berrante – o som de um Shofar – é muito característico e atinge a cada um de forma especial, e mesmo aqueles que não podem escutar sentem a sua vibração. 

Saber entender os sinais e sintomas de cada momento e com isto fazer com que o ano que se inicia seja BOM e DOCE.

Este é um momento dedicado às pessoas, à comunidade, ao vizinho, ao outro. Para lidar com todos estes fatores há uma condição essencial – a condição de escutar, mas também a condição de admitir que sempre há a possibilidade de erro, e que esta não deve ser punida além da percepção do próprio erro.

O erro é também um momento de alerta – o erro é o momento de criar planos e estratégias e talvez seja o som mais estridente de um SHOFAR que está tocando alto demais e emitindo sons que nossos ouvidos não foram capazes de entender. Mas, ao tocar novamente, mostra que o erro é apenas um hiato e que deve ser detectado e superado. Não deve servir para que paremos, mas para que mudemos de rumo.

E nós chegamos a este ANO de 5779, que se inicia no próximo domingo à noite sabendo que temos a frente um tempo precioso para criar novas oportunidades para os que nos rodeiam e muito mais.

Shaná Tova u Metuká - Um Ano Bom e Doce

São os votos das Editoras da Esh Tá na Mídia para todos os nossos leitores.

Regina, Marcela e Juliana.

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