Você sabia que o jejum, prática milenar de religiosos dos
mais diversos credos e de civilizações ao longo da história do mundo, faz as células
“se comerem”, assim renovando o corpo e aumentando a longevidade humana? Quem
afirma é o Dr. Yoshinori Ohsumi, recebedor do Prêmio Nobel de Medicina em 2016.
Jejum:
“Em
hebraico: cobrir (a boca), como em jejum;
Em
grego: abster-se de comer voluntariamente como um exercício religioso,
particular, em conjunto para único propósito ou público;
Dicionário
Aurélio: abstinência ou abstenção total de alimentação em determinados dias por
penitencia ou prescrição religiosa ou médica.”
Yoshinori Ohsumi, biólogo celular, professor da
Universidade de Tóquio, afirma que o jejum é uma poderosa ferramenta a favor da
saúde.
Segundo o ganhador do prêmio Nobel de Medicina em 2016, a
autofagia, processo de autodestruição de substâncias do próprio corpo, é essencial
para o funcionamento satisfatório das células. A descoberta sobre esta reação,
autofagia, criou polêmica nos centros médicos, ao comprovar que “ficar algum tempo sem ingerir alimentos
elimina as células deterioradas do organismo, cria outras novas, sadias e mais
eficientes para o bom funcionamento de nosso corpo, além de ser eficaz no
combate aos malefícios do envelhecimento e na cura de doenças degenerativas.”
Onde fica agora a sábia recomendação de sempre comer um
pouco de 3 em 3 horas?
Presentemente os estudos confirmam que tanto o jejum como
a restrição calórica esgotam as células contribuindo para estimular a autofagia
nas mesmas, impelindo-as a uma faxina interior no corpo além de paralelamente
esticar a tão desejada longevidade. Vale lembrar que na autofagia o organismo
detecta células doentes e elas morrem sem causar os danos que ocorrem quando as
células morrem por necrose decorrente de injúrias físicas, químicas ou
induzidas por bactérias, vírus, fungos, enfim, agentes biológicos.
E aí mais uma vez desponta a pergunta: e a alimentação
equilibrada e nutricional tão fundamental para a boa saúde?
Yoshinori Ohsumi
responde: “O jejum faz tuas células se
comerem – autofagia – e isto te renova.”
Resta ainda uma pesquisa que informe sobre a frequência
de um jejum eficiente e seguro.
“O jejum induz a autofagia, isso é sabido.
Também sabemos que a autofagia induz à longevidade. A busca agora é entender a
conexão entre a autofagia ativada pelo jejum e a longevidade das células”,
explicou Soraya Smaili, professora livre-docente da Escola Paulista de Medicina.
Os judeus do mundo inteiro celebrarão no próximo dia 19
de setembro a festa de Yom Kipur, o dia mais sagrado do calendário judaico, e
seguindo o mandamento (Levítico 23:26-32) jejuarão incluindo a abstinência de
líquidos por 24 horas, de acordo com suas idades, saúde e condições físicas.
Este não é o único jejum praticado no judaísmo. Outros
permeiam as celebrações do ano religioso dos judeus, assim como 10 de Tevet (cerco
a Jerusalém – 1º Templo), 13 de Adar (dia que precede o Purim, quando Aman
decretou morte aos judeus) e outros.
Em um diálogo sincero com Avinu Malkenu, Nosso Pai, Nosso
Deus, o povo judeu praticará a Teshuvá, a penitência por seus erros e omissões,
uma introspecção seguida por um exame de consciência, arrependendo-se de suas
falhas e prometendo não mais repeti-las. É o momento de pedir perdão ao outro,
pedir perdão pelas ofensas cometidas.
E assim, ao final da celebração, com a alma limpa e o
coração tranquilo, a congregação rejubilar-se-á em vista de um novo ano e do
perdão concedido.
O jejum de Yom Kipur produz a limpeza celular associada à
purificação espiritual sugerida para os 10 dias de reflexão que nos permitem
solicitar a D’us a inscrição no Livro da Vida para 5779.
Agora sabemos que o santo jejum, além de afastar-nos das
preocupações terrenas, elevando-nos às alturas celestiais, está ao nosso lado,
regenerando nossas células ruins ao mesmo tempo em que retarda nosso
envelhecimento.
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para o EshTá na Mídia.
FONTES:
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