Você sabia que a Capoeira, expressão cultural brasileira que é uma combinação de luta, dança, jogo e música, já chegou aos jovens ortodoxos em Israel com
um sabor de "Capoeira Kosher"?
Os irmãos Miki e Yuda Hayat apaixonaram-se pela cultura brasileira.
Miki, já na infância, encantou-se com os movimentos que seu tio, judeu não
religioso, realizava. Indagando, foi informado que aquilo era a capoeira,
uma arte brasileira de origem africana.
"Desenvolvida por escravos africanos trazidos ao Brasil e seus descendentes,
a capoeira é caracterizada por movimentos ágeis e complexos, utilizando os
pés, as mãos e elementos ginástico-acrobáticos. Uma característica que a
distingue de outras lutas é o fato de ser acompanhada por música.
A palavra capoeira tem alguns significados, um dos quais refere-se às áreas
de mata rasteira do interior do Brasil. Foi sugerido que a capoeira
obtivesse o nome a partir dos locais que cercavam as grandes propriedades
rurais de base escravocrata."
A Capoeira foi recentemente declarada Patrimônio Cultural da Humanidade e
aos poucos chegou a Israel e aos territórios santos.
Assista aqui um vídeo de 2014 contando um pouco sobre a viagem da
Capoeira do Brasil para Bnei Brak, Israel, e aqui para ler a matéria completa.
"Além dos movimentos rápidos e ousados do corpo, a Capoeira vem acompanhada de instrumentos musicais, palmas, cantos e coros. Esta é mais uma influência em nosso país dos africanos escravizados.
Para Miki, virou motivo de curiosidade e de dedicação. O israelense conta
que tinha ainda 9 anos quando viu pela primeira vez seu tio, que não é
religioso, fazendo movimentos acrobáticos incomuns. "Eu disse: 'Uau, o que é
isso?' E ele respondeu: "É capoeira".
O menino levava uma vida comum de estudante da Yeshiva - como é chamada a
escola judaica para estudos religiosos. Isso inclui acordar às 7h, orar e
voltar para estudar a Torá, o conjunto de livros base da religião Judaica,
até a meia-noite.
E o interesse pela capoeira o levou a usar as pausas nos estudos na escola
religiosa para melhorar seus movimentos. 'Eu almoçava em 5 minutos e saía
correndo para praticar'.
Miki 'jogava' por toda a parte e isso ia desde a varanda e o parque até a
rua. Não demorou para os outros jovens ficarem curiosos. 'Como você faz
isso? Nós queremos fazer também. Você ensina a gente?', diziam eles. Mas nem
todo mundo o apoiou no começo. Alguns rabinos ameaçaram seus alunos de
expulsão da Yeshiva. 'Um dos rabinos me disse: 'vamos colocar as pessoas
contra você'. Então eu levei o meu rabino até ele, e tivemos uma boa
conversa. No fim, o filho do rabino também veio estudar capoeira', conta
ele.
Miki abriu uma escola de capoeira para judeus ultraortodoxos e hoje tem mais
de 300 alunos.
Ele, que já esteve várias vezes no Brasil e aprendeu a falar português, diz
que, embora não seja fácil entender outra cultura, a capoeira os ajuda a
entender as pessoas que não são como eles."
E Miki tem razão, é preciso conhecer os outros, os diferentes, antes de
julgá-los. Devemos nos aproximar de outras culturas sem receio, observá-las,
estudá-las, talvez absorver o que nelas há de melhor, assim combatendo o
preconceito ao desconhecido.
"Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.”
Albert Einstein
"Nunca é tarde para abrirmos mão dos nossos preconceitos.”
Henry David Thoreau
“As viagens dão uma grande abertura à mente: saímos do círculo de
preconceitos do próprio país e não nos sentimos dispostos a assumir aqueles
dos estrangeiros.”
Barão de Montesquieu
“Preconceito é opinião sem conhecimento."
Voltaire
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.
FONTES:
http://g1.globo.com/bom-dia-
http://www.pletz.com/blog/
http://www.conib.org.br/
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