Você sabia que existem obras de arte no Mar Morto, e que elas podem ser visitadas? É possível ver de perto as belíssimas e indescritíveis
estruturas de sal que começaram a se
formar recentemente graças à evaporação das águas do Mar Morto, o ponto mais baixo da terra.
O Mar Morto, lago salgado localizado no ponto mais baixo
do planeta - a 430 metros abaixo do nível do mar - está aos poucos encolhendo
sob o calor do sol do Oriente Médio.
O nível de sua superfície se retrai num ritmo superior a
um metro por ano, conforme explica esta reportagem da BBC.
Ele é oito ou nove vezes mais salgado do que os oceanos
do mundo, tão denso e rico em minerais que nem parece água, lembra azeite de
oliva misturado com areia.
Ben Zaken, proprietário do único barco turístico navegando
no Mar Morto, dono da empresa Salty Landscapes, serviu na marinha israelense e
trabalhou em barcos comerciais no Alaska.
“Eu vou
em busca da beleza nesta crise ambiental. Eu tento vislumbrar uma luz porque a
escuridão está presente”!
Assim se pronuncia Ben Zaken ao conduzir os turistas pela
superfície do Mar Morto cujas águas recuam a olhos vistos.
Ben Zaken mora em Mitze Shalem e oferece passeios turísticos
que requerem reserva antecipada.
Seu barco tem capacidade para 12 pessoas e sai da costa
perto de sua residência, a 45 milhas de Jerusalém.
Ele é o único a navegar pelo mar salgado, além de um
barco de pesquisas científicas que percorre as mesmas águas, muitas milhas mais
ao sul, perto de Ein Gedi.
Apesar de comprar seu barco em 2011, Zaken teve de
esperar dois anos até obter licença militar para operar seus passeios pelo Mar
Morto.
Deparamo-nos aqui com um paradoxo: enquanto este mar
famoso por sua salinidade, lama e minerais recua perante nosso olhar incrédulo e
vai desaparecendo, nasce um turismo: a descoberta da beleza das formações
salinas que aos poucos despontam do fundo d’água e encantam a todos.
Estas belas formações salinas começaram a aparecer há 10
anos aproximadamente.
O instrutor de fotos de smartphones de Tel Aviv, Natali
Tamir, assim relatou sua experiência ao navegar pelas águas salgadas:
“Era como se eu houvesse chegado à Lua!”
Por que este lago, cercado por desertos insignificantes, apresenta
esta salinidade toda?
“Porque
nos últimos 10.000 anos, seu nível de evaporação tem sido maior que o de
reposição. Como o sal não se evapora com água, a concentração aumenta. A
principal fonte abastecedora do Mar Morto é o Rio Jordão, que despeja cerca de
6,5 milhões de metros cúbicos de água por dia. Rios menores e temporários
contribuem com cerca de 500 metros cúbicos. É pouco, se levar em conta que em
dias de calor a evaporação é de 10 milímetros, pouco mais de 9 milhões de
metros cúbicos. Além disso, chove pouco na região — 45 milímetros por ano. Em
São Paulo, por exemplo, chega a chover 100 milímetros em um dia. Isso faz com
que o Mar Morto tenha uma concentração de sal até dez vezes maior que a dos
oceanos. Enquanto em cada 100 milímetros de suas águas há de 30 a 35 gramas de
sal, nos oceanos esse número não passa de 3,5 gramas. Essa alta concentração de
sal também é responsável pelo nome do mar.”
A preocupação em reduzir a entrada de água no Mar Morto
por utilização de água do rio Jordão foi levada muito a sério por Israel. Em um
país cuja economia é baseada no desenvolvimento científico, esta preocupação
foi solucionada a partir da dessalinização da água do mar Mediterrâneo e da
extração de água do ar. Assim, Israel não mais extrai água do Jordão
numa tentativa de reduzir a velocidade com que o Mar está secando.
Ainda assim, acredita-se que este seja um processo
natural e inevitável, e que o destino do Mar Morto seja tornar-se uma grande
salina como já aconteceu em diversas partes do mundo.
Dos seus 630 km2 de extensão, ele está agora reduzido a
um terço de suas águas.
Cada um destes degraus indica um ano de perda de águas.
Torres, cogumelos, formas pontiagudas, tantas diferenças
de formato, tamanho, número de cristais acumulados no fundo do mar!
Estas estruturas variam com a salinidade, a evaporação e
a temperatura das águas.
Museu sobre as águas, este é realmente um passeio
inesquecível.
Com a evaporação das águas o panorama do lago se
transforma aos nossos olhos.
O submerso aos poucos vai se expondo.
Agora os visitantes da região terão mais uma opção além
de flutuar nas águas salgadas sem submergir, dos minerais e lamas medicinais,
do sol constante e acolhedor: um passeio cultural pelas galerias de arte
natural do famoso e valorizado Mar Morto.
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.
FONTES:
https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/turismo/internacional/conheca-20-lugares-extremos-do-mundo,76ed4fce78019310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
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