ANTISSEMITISMO - VIOLÊNCIA
Violência e antissemitismo têm andado lado a lado ao longo da História. Nos períodos em que a violência é aumentada, há também um aumento dos processos de discriminação. O mais frequente e também o mais difícil de ser percebido é o antissemitismo, visto que se dirige a uma pequena parcela da população que é bastante difícil de ser definida - existem judeus em todos os continentes do mundo e sua cor de pele, feições e hábitos variam e se aproximam daqueles do país onde moram.
A partir da segunda metade do século XX surgiu uma forma mais moderna de antissemitismo: a negação ao judeu do direito a um lar nacional - transvertida com o nome de antissionismo. O desconhecimento de fatos básicos sobre a vida judaica ou sobre o Estado de Israel é a base para a discriminação. Assim, uma de nossas missões é divulgar e comentar fatos básicos e fatos de destaque focando tanto a vida em Israel, quanto aspectos do judaísmo que fogem da divulgação em geral.
Esta semana vamos sair da rotina e focar diretamente em fatos recentes que mostram o grande grau de violência que vem acompanhando a nova onda de antissemitismo.
Esta semana, numa atitude inacreditável, duas pessoas adentraram uma escola e atiraram em professores, alunos e funcionários. Como e por que isso aconteceu não é o foco deste debate, mas o fato é que aconteceu após notícias semelhantes ao redor do mundo. Ao mesmo tempo, estava sendo noticiada a violação de túmulos judeus no cemitério de Porto Alegre.
Porto Alegre - Brasil - 11/03/2019 |
No dia 12 de março, também nesta semana, a advogada iraniana Nasrin Sotoudeh foi condenada a 38 anos de prisão e 148 chibatadas. Conforme noticiado pela imprensa mundial, Nasrin foi condenada em dois processos: um a 33 anos de prisão e 148 chibatadas e outro a mais 5 anos de prisão. O crime é aparecer em tribunal sem hijab, o que "encoraja a corrupção e prostituição e perturba a paz e ordem pública". Hoje, excepcionalmente, nos desviamos de nossa linha editorial para deixar registrado o nosso protesto para a bárbarie institucionalizada e pedir a todos e todas que se juntem em defesa do combate a hábitos e costumes que ferem a dignidade humana.
A violência e o antissemitismo estão em alta. A Europa tem sido novamente o palco que serve para destilar ódio contra os judeus, mas atualmente outros países, incluindo os Estados Unidos e o Brasil, vêm servindo de base para ações cada vez mais audaciosas.
Violar cemitérios, como o observado na França e em Porto Alegre, é uma prática herdada dos séculos XVIII - XIX. Impedir o acesso à Universidade, ou discriminar estudantes judeus e israelenses dentro das Universidades era uma prática comum também em séculos passados e que havia sido praticamente erradicada, mas volta com muito força em vários países.
MAS - e SEMPRE há um MAS....
O mundo e não apenas os judeus estão alertas e temos observado reações que buscam reverter esta situação. A mais notável foram as ações ligadas aos governos do Reino Unido, França e Alemanha delatando e repudiando de forma específica o antissemitismo. Estas ações governamentais são de extrema importância e ocorrem na forma de ações no Parlamento, Passeatas e Manifestações na Mídia.
Um outro tipo de ação extremamente positivo é quando pessoas que são educadas em doutrinas que geram antissemitismo passam a conhecer pessoalmente os judeus e o Estado de Israel.
Termino este editorial-denúncia deixando uma luz de esperança. O fato de muitos no mundo estarem alertas e a violência poder ser denunciada e rejeitada pode ser um divisor de águas de tempos passados quando era impossível saber o que pensava o indivíduo.
Devemos aprender a dosar entre o que é a busca de uma identidade e o que é a imposição de uma verdade para todos. A pretensão de que há um caminho único é a melhor forma para a busca da violência. Os judeus continuam sendo diversos e cheios de opiniões. Costumamos dizer que quando dois judeus se encontram há sempre três opiniões em jogo. E talvez seja este culto à diversidade e o respeito ao outro que permita uma longa sobrevivência.
Somos contra o ódio e o terrorismo como forma de expressão de opinião - lamentamos que hoje seja mais fácil e frequente armar crianças e adolescentes do que dar-lhes o caminho do argumento fundamentado e crítico.
Semana Nova a Todos,
Editoria da Esh Tá Na Mídia
Regina P. Makus, Juliana Rehfeld, Marcela Fejes
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