Você sabia
que após 8 décadas de silêncio os foliões judeus de Colônia, na Alemanha, voltaram
a desfilar com suas fantasias, máscaras, canções e muuuita alegria neste
Carnaval de 2019?
No último dia
4 de fevereiro, um grupo da cidade inaugurou oficialmente seu clube
carnavalesco, o Kölsche Kippa Köpp, KKK ou “Cabeças de Quipá
de Colônia”.
Os fundadores escolheram este nome em homenagem ao clube
anterior à guerra, que também ostentava estas letras KKK: Kleiner Kölner Klub (Pequeno
Clube de Colônia), fundado no início da década de 20 por Max Solomon, um
comerciante têxtil judeu apaixonado por boliche e Carnaval.
"Os
judeus de Colônia sempre fizeram parte da vida carnavalesca multifacetada, mas
há muito tempo que eles não têm visibilidade", disse o presidente do
clube, Aaron Knappstein.
O
clube se tornou popular entre os foliões judeus da cidade. Seus membros faziam
bailes de máscaras e participavam de festivais de fantasias, segundo o jornal
local Kölner Stadt-Anzeiger.
A
agremiação se desintegrou depois que os nazistas chegaram ao poder, em 1933.
Muitos membros foram assassinados, e outros foram forçados a fugir do país.
"Conhecemos
bem as tradições do KKK anterior, mas também estamos felizes em começar novas
tradições", disse Knappstein, citada pela agência de notícias DPA.
As
iniciais KKK se tornaram infames no mundo todo devido ao Ku Klux Klan, grupo
racista e antissemita baseado nos Estados Unidos.
O
novo clube em Colônia disse estar ciente da associação negativa e que tentará
evitar ostentar as iniciais, não as imprimindo na medalha do clube, por
exemplo.”
O primeiro
desfile de Carnaval de Colônia aconteceu em 1823.
De lá para
cá, muitos eventos se seguiram mas Colônia continua oferecendo o melhor
Carnaval da Alemanha:
“Carnaval de Colônia é um agito de
multidões e movimenta milhões de euros. Quando, em pleno inverno, se ouve o
"grito de guerra" Kölle Alaaf! (Viva Colônia!, no dialeto local)
pelas ruas da cidade, é sinal de que começou o que os colonianos chamam de
"quinta estação do ano". O início da temporada já acontece no dia 11
de novembro, às 11 horas e 11 minutos, e vai até a Quarta-Feira de Cinzas.”
Neste ano de
2019, a comunidade judaica da cidade voltará a participar da festa da alegria,
resgatando a tradição destruída pelo regime nazista. Os foliões do KKK tomarão
conta da avenida unindo-se aos demais carnavalescos, uma população
internacional e extrovertida.
Pode-se
escutar até mesmo o batuque de samba brasileiro.
Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para o EshTá na Mídia.
FONTES:
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