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sexta-feira, 29 de março de 2019

EDITORIAL: CONVIVENDO

O mundo é feito de pessoas diferentes, mas que podem ser agrupadas em diferentes categorias. De acordo com sexo, cor de pele, ideologia, religião...
Bem, cada um de nós pode elencar muitas outras categorias. Algumas formadas por bilhões de pessoas e outras formadas por milhares ou poucos milhões. No momento, nestes tempos de muita comunicação, notamos duas tendências: a da formação de grupos formados por pessoas que têm alguma identidade em comum e a valorizam acima de tudo, e a do igualitarismo (todos são iguais). Institivamente sabemos que as duas são inadequadas, visto que uma requer que o grupo A seja melhor que o grupo B, e a outra porque nega as reais características de cada ser humano, com isto impedindo a expressão das muitas genialidades que só podem aparecer quando as diferenças são valorizadas.

Em outros momentos tentamos mostrar estes fatos, mas hoje gostaria de ir um passo à frente. Estamos às vésperas da visita do Presidente Jair Bolsonaro a Israel e, com isto, há um aumento da expectativa de facilitação das relações Brasil-Israel. Ao mesmo tempo, esta semana temos presenciado um recrudescer dos ataques que o grupo terrorista Hamas (chamado de braço do ISIS pela Autoridade Palestina) tem feito a Israel a partir da faixa de Gaza. As alegações que podem convencer a imprensa internacional não convencem o árabe que vive na Samária, Judéia e em Gaza. A maioria gostaria que seus territórios ficassem livres dos grupos dominantes e que pudessem desfrutar do convívio que existe entre árabes e judeus em Israel. Esta semana estive no Instituto de Pesquisa Weizmann, em Rehovot, para uma visita de trabalho e o estudante de doutorado com quem discuti alguns dados foi logo dizendo: - sou da margem oriental do Rio Jordão - e a doutoranda ao lado usava hijab e todos trabalhavam juntos em um dos melhores Institutos de Pesquisa do Mundo. Uma conhecida internada no hospital Hadassa comentou o grande número de médicos, enfermeiros e funcionários árabes a caráter.

Para conviver é preciso conhecer, mas também é preciso ser algo tão normal que deixa de chamar atenção. 

A foto abaixo mostra o uniforme dos escoteiros em Israel. Meninas e meninos dos 8 aos 16 anos reunem-se semanalmente para atividades extra-curriculares. O uniforme mostra claramente o espírito de um país inclusivo, que não requer a perda da identidade. Os dizeres estão em hebraico, inglês e árabe, e caracteriza a convivência sem a perda da identidade.





No nosso Brasil têm surgido vários grupos que ampliam a convivência. Entre eles, grupos de religiosos que se encontram regularmente com o compromisso de trocar experiências e, sem perder suas identidades, aproximar comunidades com o espírito da busca da diversidade e do conhecimento sobre o outro. Raul Meyer, líder do grupo Esh Tamid, tem tido papel destacado nesta atividade.



O judeu Raul, o muçulmano Atilla, a mórmon Ruth e o padre Bizon. Foto: Isto É


Mas nem tudo são flores. Nossas Universidades, bem como muitas escolas que reúnem grupos de esquerda que se dizem liberais, têm sido apoiadoras de grupos muçulmanos que usam práticas terroristas e ao mesmo tempo criticado de forma sistemática o Estado de Israel. Muita desinformação corre por estes rincões - e o grupo StandWithUs vem atuando dentro das Universidades Brasileiras no sentido de corrigir esta desinformação. No último dia 26 de março o grupo esteve presente em um evento da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP, onde estava programada a exibição de um filme sobre o "domínio israelense" na Cisjordânia e um debate com o comitê de solidariedade ao povo palestino da USP. André Lajst da StandWithUs Brasil relatou que foram ditribuídos livretos de 10 páginas preparados pela organização explicando de forma direta o que era o regime apartheid da África do Sul e o sistema democrático israelense. Alguns grupos de alunos debateram com os membros do StandWithUs e compararam opiniões. O resultado rendeu um convite para a StandWithUs Brasil compor a mesa em um debate sobre o conflito israelenses-palestinos. Estes debates costumam ocorrer sem a presença do lado israelense. Atuando diretamente nas Universidades, o grupo busca ampliar o conhecimento sobre Israel, desvinculando este país pluralista de rótulos e caracterizações que remetem ao tempo do antissemitismo.


CONVIVER É PODER SOMAR AS DIFERENÇAS, E NÃO ELIMINÁ-LAS.
CONVIVER É ACEITAR O OUTRO, E NÃO MUDÁ-LO.
CONVIVER É APRECIAR A DIVERSIDADE.
CONVIVER É VIVER COM!


Boa Semana,

Regina P. Markus
EshTáNaMídia

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