“Minha
mãe me deu a vida, a maternidade me deu leite, e Elisabeth deu-me esperança!”
Sobrevivente da clínica de Elisabeth.
Você sabia que uma jovem e corajosa enfermeira suíça
escondeu dos nazistas centenas de mulheres grávidas e seus filhos?
Em 2018 foi lançado o filme “The light of Hope” (“A luz
da esperança”), contando a até então pouco conhecida história de Elisabeth
Eidenbenz, que salvou jovens refugiados durante a guerra Civil Espanhola e a
Segunda Grande Guerra através de sua Clínica de Maternidade em Elne, no sudoeste
da França.
Naqueles dias difíceis de violência e crueldade, Elisabeth
ajudou e acolheu refugiados em debandada, um grupo aterrorizado de mulheres
grávidas e seus pequenos.
Assim ela salvou quase 600 crianças refugiadas: 400 espanholas
e 200 judias.
A espanhola Sílvia Quer, diretora de cinema, ao conhecer
a história da jovem que aos 25 anos criou a clínica de Maternidade, assim a
denominou: uma mulher e uma heroína omitida pela sociedade.
Decidiu então fazer o filme; sentiu que o mundo devia
conhecer esta pessoa corajosa e dedicada, que enfrentou o chefe de polícia, que
lutou pelas mulheres deportadas, para quem os seres humanos eram todos iguais,
independentemente de suas raças e diferenças.
Sílvia Quer sabe que pessoas como Elisabeth não contam
suas próprias histórias, e é dever nosso lembrar seus atos heróicos e suas
lições de amor e desprendimento.
Filmado na Catalunha, o filme mostra Elisabeth e as
mulheres por ela protegidas: Maya Cohen com seu bebê e o filho, Victoria
envolvida com a Resistência (ação proibida na maternidade) e Aurora abalada com
o nascimento do filho natimorto.
Aparece também o envolvimento da jovem enfermeira com as
crianças da clínica, sempre ameaçada pelo intransigente pessoal de Vichy e seus
superiores nazistas.
Cena do filme “A Luz da Esperança”
Quando a Maternidade recebe ordens de fechar, Eidenbenz
encontra um meio ousado de salvar o hospital - plano este que levaria a expor
um escândalo para a França, ou seja, as atrocidades inimagináveis do campo de
concentração de Rivesaltes. Este campo, o maior do Ocidente, perto da fronteira
oriental com a Espanha, aprisionou mais de 60 mil judeus, ciganos e refugiados.
Muitos de lá foram levados para Auswchwitz.
Campo de Rivesaltes - 1941
Em meio a todas as tensões do momento esta valorosa
enfermeira, filha de um pastor protestante, tenta aliviar o ambiente com
atividades para todos os residentes, inclusive com uma celebração da festa de
Santiago Apóstolo, com jogos, fogos e doces.
Assistamos agora uns poucos minutos deste filme comovente:
Finalmente, em 1944, os alemães fecharam a Maternidade e
Elisabeth retornou ao seu país, sempre lutando pelas crianças desprotegidas.
Na Páscoa de 2002, 60 ex- refugiados - crianças que
viveram na Maternidade de Elne - retornaram à cidade para uma celebração
comovente em homenagem à sua benfeitora, Elisabeth Eidenbenz.
1941 |
Eidenbenz (1913-2011) viveu quase 100 anos. Apesar de
pouco conhecida, foi homenageada em Yad Vashem, Israel, como Justa entre as
Nações, em 2002.
RIVESALTES - campo da vergonha – criado em 1936
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CAMPO DE CONCENTRAÇÃO RIVESALTES - FRANÇA
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Em 2015 o campo virou Memorial- Museu de Rivesaltes.
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Hall de Exposição
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Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.
FONTES:
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