VOCÊ SABIA que Martin Buber (1878-1965), o “filósofo do
Diálogo”, deixou um legado que pode nos restituir o alento perdido nestes presentes
momentos de insegurança e ansiedade global pelos quais estamos passando?
Martin Mordechai Buber foi um renomado jornalista e
teólogo, filósofo, escritor e pedagogo austríaco, mais tarde naturalizado
israelense, que nasceu em uma família judaica ortodoxa de tendência sionista.
Buber era poliglota; em casa aprendeu iídiche e alemão e
na escola judaica estudou hebraico, francês e polonês.
O filósofo em Martin Buber nos premiou com um livro de
menos de 100 páginas que é uma herança para a humanidade - um trabalho
considerado um dos mais densos e belos da área: Eu e Tu, de 1923.
“A base de seu pensamento é o diálogo, como
única saída para o mundo em que viveu, dividido e marcado pela intolerância e
pela violência - um pouco como os dias atuais.
Nascido em uma família de judeus observantes,
uma crise pessoal leva-o a romper com os costumes religiosos judaicos, para
prosseguir os estudos seculares de filosofia. Começa a ler Immanuel Kant, Søren
Kierkegaard e Friedrich Nietzsche, inspirando-se especialmente nos dois
últimos.
Em 1896, Buber vai estudar em Viena,
dedicando-se à filosofia, história da arte, estudos germânicos e filologia.
Em 1898, ingressa no movimento sionista,
participando de congressos e das atividades de organização do movimento. Em
1899, quando estudava em Zurique, Buber conhece sua futura esposa, Paula
Winkler, uma escritora de Munich, sionista e não judia. Mais tarde, ela iria
converter-se ao judaísmo.
Em 1902, torna-se editor do semanário Die
Welt, órgão central do movimento sionista. Mais tarde, porém, abandonaria as
atividades de organização do movimento.
Em 1923, escreve seu famoso ensaio sobre a
existência, Ich und Du (Eu e Tu).
Em 1925, inicia a tradução da Bíblia Hebraica
para o idioma alemão.
Em 1930, torna-se Honorarprofessor (professor
honorário) de Ética e Religião da Universidade de Frankfurt, demitindo-se logo
após a ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933.
Em 1935, é excluído da
Reichsschrifttumskammer ("Câmara de Letras do Reich"). Em seguida,
Buber cria o Gabinete Central para a Educação de Adultos Judeus, que se tornou
muito importante quando o governo alemão proibiu os judeus de frequentarem o
ensino público.
Em 1938, Buber finalmente deixa a Alemanha e
se estabelece em Jerusalém (à época, Palestina mandatária), ingressando na
Universidade Hebraica - onde lecionaria antropologia e sociologia até 1951.
Nesse período torna-se muito próximo de alguns intelectuais sionistas, como o
filósofo Felix Weltsch, o escritor Max Brod e políticos como Chaim Weizmann e
Hugo Bergman, pessoas que Buber conhecera ainda na Europa, nas cidades de
Praga, Berlim e Viena. Essa amizade permaneceria até a década de 1960.”
Longe de nós está a pretensão de exaustar a vasta obra
literária de Martin Buber.
Lembramos aqui que em seu trabalho filosófico, Buber
afirmou desde o início que não há vida sem comunicação e diálogo, e que os
objetos não existem sem que entre eles aconteça uma interação: interação do
homem com ele mesmo, com seus semelhantes, com o mundo e com Deus (transcendental).
Em sua visão o ser humano é substancialmente conectado à
comunidade: família, trabalho, responsabilidades, deveres - e sua essência é o ser humano frente a frente ao se humano, em diálogo e compreensão.
Segundo Buber, o homem só é capaz de se encontrar a
partir do encontro com outros homens.
“As palavras-princípio,
Eu-Tu (relação), Eu-Isso (experiência), demonstram as duas dimensões da
filosofia do diálogo buberiano que, segundo o filósofo, dizem respeito à
própria existência.”
“O homem nasce com a capacidade de
interrelacionamento com seu semelhante, ou seja, a intersubjetividade.
Intersubjetividade é a relação entre sujeito
e sujeito e/ou sujeito e objeto.
O relacionamento, segundo o filósofo Martin
Buber, acontece entre o Eu e o Tu, e denomina-se relacionamento Eu-Tu. A
interrelação segundo Martin Buber, envolve o diálogo, o encontro e a
responsabilidade, entre dois sujeitos e/ou a relação que existe entre o sujeito
e o objeto. Intersubjetividade é umas das áreas que envolve a vida do homem e,
por isso, precisa ser refletida e analisada pela filosofia, em especial pela
Antropologia Filosófica.”
“Só haverá paz quando cada um respeitar a
singularidade do outro”.
Buber foi um ferrenho defensor da coexistência entre
árabes e judeus.
Acreditava no diálogo!
E o diálogo buberiano entre nações, culturas, religiões,
é o que nos acena na busca pela Paz.
FONTES:
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/filosofia/vocacao-dialogica-homem-segundo-martin-buber.htm
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/filosofia/vocacao-dialogica-homem-segundo-martin-buber.htm
Livros:
1 - Estes Homens Fizeram o Judaismo –
Coleção Documenta/Ideias – Ed. B’Nai-B’Rith – Buber, o Humanista por John
Sherman
Editora Documentário – 1974- Primeira Edição
2 - On Judaism – Martin Buber
Shocken Books
Inc. 1967 – Primeira Edição
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