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quinta-feira, 30 de julho de 2020
EDITORIAL: HUMANODIVERSIDADE: De 17 de Tamuz a 9 de Av
segunda-feira, 27 de julho de 2020
VOCÊ SABIA? - Adolescentes ajudam adultos na pandemia
Iniciativa
de adolescentes judeus durante a pandemia liderada por Ivri Hershkowitz:
“Todo
mundo está fazendo sacrifícios, os jovens também podem ajudar.”
Por Itanira Heineberg
VOCÊ SABIA que um jovem israelense de apenas 13 anos decidiu ajudar os pais de seu país a usufruírem
mais tempo de trabalho durante a crise e está obtendo sucesso?
Ivri
Hershkowitz, na foto acima, decidiu ajudar pais a compensarem o tempo perdido
no trabalho e ele está conseguindo: “Nós estamos cuidando das crianças para que
os pais possam trabalhar”.
Ivri
Hershkowitz iniciou o projeto "Juventude Fique Sob a Maca" e afirma:
"O que
estamos fazendo, basicamente, é cuidar das crianças para que os pais possam
fazer o trabalho que foi perdido durante a crise econômica. Ficaremos com as
crianças, e os pais poderão trabalhar ainda mais do que o normal."
Esta ideia
nasceu durante o lockdown.
Hershkowitz conta:
"Eu iniciei este trabalho durante a primeira onda, quando todas as
crianças ficaram em casa. Minha mãe, uma fonoaudióloga, precisava trabalhar. Então
eu lhe disse: Você vai trabalhar e eu cuidarei de minhas 4 irmãs. De qualquer
maneira não havia vida social durante o coronavírus e isto era algo bom que eu
podia fazer."
Colocamos
a ideia no Twitter e as pessoas realmente apreciaram. É nosso trabalho
voluntário.
Os médicos
fazem o que podem, os pais trabalham, todo mundo está fazendo sacrifícios e
chegou a hora dos jovens ajudarem a carregar o fardo.”
E em relação
a recrutar voluntários, o jovem explica:
“No início
eu chamei meus amigos e eles disseram que não estavam fazendo nada importante.
Então
argumentei que numa situação onde muita gente estava ficando histérica, talvez
eles devessem contribuir e ajudar. E eles concordaram. Isto não é facilmente
compreendido. Jovens da nossa idade querem a companhia de seus amigos mas este
período difícil nos ensinou que também devemos ajudar e viver fazendo parte do
momento.”
E a ajuda dos
jovens nestes tempos cruciantes continua:
Jovens
adolescentes lideram esforços para produzir centenas de máscaras de proteção a
partir de kippot (solidéus para cabeça) recicladas e doadas por judeus locais. |
Com o surto
do coronavírus, de repente todos os cinco membros da família Jason viram-se
confinados em casa, em Houston, Texas. E sentados no jantar de Shabat, já no
final de março, o caçula Matthew, de 15 anos, percebeu a semelhança entre as
kippot e as máscaras de proteção ao vírus.
"Observamos
as kippot que estávamos usando para a refeição e percebemos que elas eram
basicamente o formato de uma máscara facial", ele falou ao The Times of Israel
sobre as kippot rituais usadas na cabeça por homens judeus e algumas mulheres.
E assim
surgiu o projeto de caridade levando máscaras para moradores de ruas.
Elas são produzidas
de maneira simples, costurando laços de 15 cm de elástico nos dois lados de
cada kippá, para serem presos nas orelhas da pessoa.
“Até
agora, maio de 2020, o projeto Kippas to the Rescue da família Jason forneceu
330 dessas máscaras para pessoas necessitadas. Aproximadamente 370 máscaras
adicionais estão em vários estágios de produção, e espera-se que elas também
cheguem em breve àqueles sem outros meios de obter esse item de equipamento de
proteção individual agora necessário.”
E o projeto
continuou, solicitando aos amigos, familiares e membros da congregação, a
doação de kippot para serem transformadas.
Matthew
coletando as kippot para doação.
Quando os
três jovens irmãos não estão estudando online, eles usam seu tempo dedicando-se
a produzir mais máscaras, utilizando apenas as boinas feitas de duas camadas,
uma de algodão, na face interna, e outra de tecidos sedosos ou brilhantes no
exterior.
Sem teto em
Houston, Texas, usa máscara feita pela família Jason. |
“As kippot são grandes o suficiente e proporcionam boa cobertura para a boca e o nariz de seu usuário.”
quinta-feira, 23 de julho de 2020
Editorial: SOMOS TODOS DIFERENTES - HUMANODIVERSIDADE
segunda-feira, 20 de julho de 2020
VOCÊ SABIA? - TURQUIA
TURQUIA, um governo ditatorial e cruel ...
...a beleza de um país que sofre em seus direitos humanos e com
a separação de famílias.
Por Itanira Heineberg
VOCÊ SABIA que os membros da Família Abraâmica - judeus,
cristãos e muçulmanos - sofrem com a situação de seus amigos turcos refugiados
no Brasil, seguidores do Hizmet e perseguidos em seu país de origem, obedientes
aos princípios democráticos e antirracistas, incapazes de se comunicarem
livremente com seus irmãos?
Os turcos que não compactuam com a autocracia de Erdogan, seu
governante atual, refugiam-se como podem
e quando podem escapar, por todos os cantos do mundo, muitos aqui no Brasil e
em São Paulo.
Mustafá Goektepe, Fatih Ozorpak e mais tarde Atilla Kus, junto
com Raul Meyer e o Cônego Bizon, criaram
a associação Família Abraâmica, onde os membros das três religiões oriundas de
Abraão convivem em harmonia, se encontrando regularmente, se conhecendo e
aprendendo sobre suas diferenças, crenças e tradições.
Em pé: Cônego Bizon, diretor da Casa de Reconciliação, e Ruth Junginger de Andrade, da Igreja Mórmon Sentados: Raul Meyer e Atilla Kus |
Os turcos exilados sofrem com as notícias do país e de seus
familiares presos, banidos de suas funções habituais, sendo taxados de
terroristas por não concordarem com a falta de democracia em sua nação.
E assim, em nossas reuniões mensais, entre refeições típicas
preparadas pelos membros dos grupos, conversando sobre os problemas dos
refugiados, entrevistei a professora de física Melek Ozorpak que nos oferece abaixo um relato apaixonado da
situação atual da Turquia e de seu povo.
Professora Melek, última à direita |
“O Hizmet, um movimento por um mundo melhor, com milhares de
participantes no mundo atuando em atividades humanitárias como educação, saúde
e desigualdade, teve seu início na década de 70. O movimento chamou atenção de pequenos grupos de
empresários e alunos universitários com seus discursos valorizando a educação e
o investimento na nova geração.
Gulen é um erudito
turco, pregador, pensador, autor, líder de opinião e inspirador do Movimento
Hizmet (significa “serviço”) que surgiu para solucionar problemas comuns
na sociedade turca onde era tão dificil estudar, conseguir terminar faculdade e
avançar ao futuro junto com os seus objetivos como qualquer jovem gostaria.
Só que os anos eram difíceis na Turquia com as brigas de
esquerda e direita dentro das ideologias extremistas via polarização. E no meio
desse ambiente tumultuoso, Gulen apareceu com seus discursos, orientando e estimulando o povo para se dedicar à
preparação dessa nova geração pela profundidade de conhecimento, sensibilidade
e eloquência.
A partir daí ele conseguiu mobilizar as pessoas através de sermões nas mesquitas
e discursos ao povo em diversos lugares
da cidde de Izmir.”
Mesquita Azul - ISTAMBUL |
“Gulen encorajou as pessoas a abrirem escolas e estabelecimentos
privados para a promoção de uma melhor educação aos jovens. Aqueles que
seguiram os pensamentos do Gulen, passaram a oferecer bolsas de estudo a
estudantes carentes. Logo depois, esses jovens apareceram nas primeiras colocações
nas provas nacionais e internacionais e também nas provas de vestibular da Turquia.
A maiorias destes alunos tornou-se médicos,
engenheiros, professores, arquitetos, cientistas. Durante esse periodo, décadas
de 80 e 90, participantes do Movimento
Gulen fundaram várias universidades, hospitais, associações empresariais, centros de estudo, orgãos de mídia,
etc... com o passar do tempo, o movimento se espalhou pelo mundo. Até hoje o
Movimento Hizmet abriu mais de 1500 escolas internacionais em cerca de 160 países.”
E a professora Melek continua seu relato, instruindo-nos a
respeito de seu distante país:
Da esquerda para a direita: Fatih Ozorpak, Raul Meyer, Cônego Bizon, Atilla Kus,
Alessandra e Anderson Figueiredo |
“O movimento Hizmet tem como suas principais ideias o diálogo
interreligioso e intercultural, compartilhando as convivências sem diferenciar
raça, cultura e religião. Ele sempre atua em prol da democracia, de liberdades,
buscando integrar a tradição com a
modernidade através do olhar humanístico.
A Turquia, depois de um período instável economicamente e em
termos de direitos simples de estudar, trabalhar e conviver num ambiente de tensões
políticas nos anos 90 sofreu uma série de intervenções militares de
forma mais pós-moderna. Quase diariamente surgiam tensões enormes entre segmentos
diferentes da sociedade turca. Os partidos que dominavam o país estavam numa
discussão grande de polêmicos religiosos e políticos, chegando ao ponto de proibirem
a entrada de jovens universitárias nas salas de aula ou em campus com seus
hijabs, os lenços religiosos que cobrem a cabeça e os cabelos. Essa discussão
começou há algumas décadas mas nenhum dos lados politicos queria resolver.
Chegando ao final dos anos 90, no início dos anos 2000,
Erdogan surguiu com seu novo partido oferecendo uma solução para os três
problemas cruciantes da Turquia: pobreza, proibições e corrupções, problemas
estes sempre presentes nas nações do mundo.
Como político de um paÍs emergente que sofrera na década de
90 com muitas notícias de corrupção, Erdogan queria oferecer e ganhar a confiança
de milhões usando sua boa performance de anos de governo na prefeitura de
Istanbul.
Entre muitas confusões e sua determinada conduta, com seus recentes
apoiadores mal informados, ele ganhou a eleição. Porém durante os três mandatos
seguidos em que Erdogan permanceu, vieram as mudanças e as tendências
autocratas.
Em 2010, recebeu muito apoio e começou a mudar
seu estilo mostrando-se um personagem mais forte ao interferir na mídia e ao
fechar as instituições educacionais.
Em 2012 surgiram novos
problemas no país. Em meados de 2016,
cerca de 150 mil servidores públicos e soldados perderam seus cargos sendo
demitidos e mais de 96 mil pessoas ainda estão presas, à espera de julgamento.
A oposição afirma que pelo menos 6 mil acadêmicos foram atingidos, mais de 3
mil escolas foram confiscadas e fechadas, e mais de 33 mil professores perderam seus empregos. E,
segundo a Plataforma para o Jornalismo Independente, uma organização local,
mais de 319 jornalistas estão detidos desde a tentativa de golpe, em 2016.
Nos anos de 2012, 2013 teve início uma luta política contra o
movimento Hizmet, querendo fechar as instituições educacionais como cursos de
vestibular e fichar as pessoas simpatizantes pelas organizações Hizmet.
Em 2014 foram abertas
duas operações grandes de corrupção contra o governo de Erdogan, em centenas de
bilhões de dólares e a polícia chegou a prender alguns filhos de ministros do
governo. A partir desse momento então, o Movimento Hizmet foi acusado de não
ter apoiado o presidente. Erdogan começou a culpar o Movimento por tudo e iniciou
uma grande perseguição, uma “caça às Bruxas”.
A Turquia passou por uma nova época de tirania, confiscando
empresas, preendendo jornalistas, policiais que fizeram parte da investigação
da corrupção, empresários, professores,
juizes, promotores e procuradores, acadêmicos, médicos.
Até o golpe frustrado de 2016, ainda havia um pouco de
esperança no país, mas a partir de então, Erdogan passou a culpar ainda mais o Movimento
Hizmet e a polícia prendeu em massa milhares das pessoas fichadas
anteriormente. Sem acusação concreta, muitas pessoas passaram anos esperando um
julgamento justo, os familiares dos que foram perseguidos tinham de sair fugidos
do país por meios ilegais. Morreram mais
de 200 pessoas em meio a fugas do país, tendo seus barcos afundados nas
águas do mar Egeu. Isto não fez parar o governo de Erdogan, preendeu ainda
milhares de mulheres com suas crianças, idosos, mulhares grávidas, incluindo muitas
pessoas deficientes.“
Da esquerda para a direita : Atilla Kuss, Raul Meyer, Cônego Bizon, Mustafá Goektepe,
Padre Fernando |
“Uma história muita parecida com o Holocausto repetiu-se,
sendo considerada um grande crime pois ambos os lados pertencem à mesma raça, à
mesma religião, porém com opinões diferentes, sendo um dos grupos realmente pacífico,
totalmente diferenciado do grupo oponente.
“Quase 50 mil pessoas foram obrigadas a pedir refúgio a outros países, e milhares de pessoas ficaram na Turquia em condição de aniquilamento. Não é permitido trabalhar, abrir uma empresa, ou mesmo viajar para outro país, enfim, começar a uma nova vida.
Em poucas pinceladas, vemos que um país emergente em busca de
melhoria pelo futuro, de repente viu-se atacado por parte de sua própria
população, num movimento anti democrático e cruel que tratou os simpatizantes do
Hizmet e da igualdade racial como se não fossem humanos.”
Melek relata mais injustiças e sofrimentos de seus irmãos
turcos. E lembra com tristeza as agruras do povo judeu:
“Assim, somos irmãos judeus, cristãos e muçulmanos; somos
seres humanos, todos nós temos nossas opções de escolha entre o bem e o mal.
Podemos conviver juntos sem a preocupação da invasão dos direitos dos outros. Os
cruéis devem saber que os verdadeiros crentes de um único Deus são amigos, e
devem contar com um mundo melhor, sempre consagrando a vida dada por Deus, a
coisa mais importante de tudo.
Igual a Moisés que com muita perseverança salvou seus
seguidores do Faraó mais cruel da história da humanidade.
Sentimos a mensagem de
Jesus como um salvador que mostrou o caminho da fé e do amor em sua trajetória
terrena.
O Profeta do Islam, o Profeta Muhammad, a paz de Deus esteja
sobre todos Eles, mostrou o caminho de perdoar as pessoas e lembrou sempre a
misericórdia de Deus.
Todos eles pronunciaram a mesma mensagem em uma boca
diferente. Vimos nitidamente na história que todos os crentes sofreram
perseguições e crueldade. Acabaram tornando-se refugiados em alguma parte do
mundo, isso foi um destino comum, e todos nós somos simplesmente filhos de
Adão.”
E a professora finaliza magistralmente, com a beleza e a luz
de seu coração:
“Estamos testemunhando mais uma vez que desenvolver
estratégias e capacidades para uma coexistência pacífica, em meio às diferenças
radicais e recursos naturais extinguíveis, é o principal desafio da nossa era.
O mundo tem mais graça com aqueles que não são iguais a você. Ele é mais belo
com aquilo que você aprende dos outros. Tenha a visão dos outros ao lado da sua
própria visão... para sua própria
existência, você precisa dos outros também.
Talvez precisemos ver o mundo com um olhar diferente do
outro. Nossas diferenças revelam nossa existência e nos enriquecem. Eu sou mais
eu, com a presença daquilo que não é igual a mim. Se não houver outro, eu
também não existirei.
Assim não sobrará nada, nem cor, nem amor e nenhuma harmonia na vida!”
Que o poder milenar do olho turco traga de volta a esperança
para um mundo melhor!
FONTES:
O site oficial do Fethullah Gulen:
Expurgo
do Governo Turco depois do golpe 2016
Portal
da voz da Turquia
Stockholm
center for freedom
quinta-feira, 16 de julho de 2020
EDITORIAL - ENTRE MUNDOS/ INTRA MUNDO ------ AMIA versus KFAR BARA
Amia x Kfar Bara
segunda-feira, 13 de julho de 2020
VOCÊ SABIA? - KFAR BARA
KFAR BARA: uma
cidade em Israel com fachada organizada, planejada e estética lidera o caminho entre
as localidades árabe-israelenses!
Por Itanira Heineberg
Vista aérea
de Kfar Bara, uma próspera comunidade árabe muçulmana com cerca de 3.000
habitantes. |
VOCÊ SABIA que esta comunidade árabe-israelense magnificamente situada no centro de Israel destaca-se em
educação, saúde e planejamento com soberania entre suas vizinhas graças aos
esforços e dedicação de seu prefeito Mahmoud Assi, eleito democraticamente pela
terceira vez para governá-la?
Ruth
Wasserman Lande conta, em seu artigo no JPost, a história deste pedaço de céu azul em
um firmamento enevoado de traições e ódios palestinos em relação aos
israelenses.
A população, 100%
formada por árabes muçulmanos, vive uma relativa estabilidade política e vigorosa
liderança local pelos últimos 15 anos.
“Kfar Bara
(ou Kafr Bara em árabe) não é um dos lugares mais bonitos de Israel, nem é o
mais interessante historicamente. Não é uma localidade muito grande, nem culturalmente
diversificada ou multifacetada. Kfar Bara desenvolve-se em meio a uma miríade
de cidades principalmente judias, incluindo Rosh Ha'ayin e Kfar Saba.
Historicamente,
com o estabelecimento do Estado de Israel, a Linha Verde dividiu o Kfar Bara israelense de seu equivalente na
Jordânia na época, criando uma situação em que muitas das famílias que
permanecem em Israel têm parentes no que hoje é território controlado pelos
palestinos.”
Liderado por
seu prefeito Assi e suas iniciativas estratégicas, político bem aceito e
admirado por árabes e israelenses, este local é considerado por todos um similar
árabe de Savyon, cidade israelense elegante e opulenta situada nas cercanias do
aeroporto internacional do país.
Mesquita de
Kfar Bara |
Seus
habitantes, graduados universitários com alto nível de educação, são a alta
sociedade dos árabes-israelenses muçulmanos no centro de Israel e a vila é bem
delineada, arquitetada, um lugar bonito de se contemplar.
Casa árabe –
Kfar Bara |
A maioria da
população é jovem, com idade abaixo de 50 anos, como acontece geralmente com os
árabes em Israel. A comunidade de 3.000 pessoas vive em um clima de “direito e austeridade".
“Essa
realidade afeta os resultados das eleições municipais em localidades árabes,
apesar do sistema Hamullah ainda arraigado, com base no voto de familiares.
Cada vez mais é possível ver a jovem maioria lutando por mudanças, educação, um
padrão de vida mais alto e inovação.
Um dos
frutos da busca por inovação e modernidade acima mencionada, evidente em Kfar
Bara, é uma mudança muito interessante de uma antiga percepção de vergonha
relativa a qualquer coisa relacionada a crianças com deficiência para um conceito
muito mais maduro e moderno, permitindo que as famílias sejam abertas e até
orgulhosas de seus filhos autistas.
Esse
despertar floresceu em uma escola regional bastante surpreendente e única para
crianças autistas, que permite que crianças de 7 a 13 anos de todos os governos
locais da região sejam educadas e preparadas em Kfar Bara.
Escola
para autistas – Kfar Bara |
A maneira
como este estabelecimento, apoiado pelo Ministério da Educação e pela liderança
local, está sendo conduzido de fato é uma prova do nível pessoal e educacional
relativamente alto dos habitantes de Kfar Bara. Sua capacidade de abraçar uma
instituição e exibi-la orgulhosamente como um ativo é a chave para seu sucesso.”
Financiados
pelo governo israelense, a comunidade arrojada e criativa de uma localidade tão
pequena e o Ministério de Educação planejam conjuntamente o complexo “Inovador”
em cidades /vilas árabes em todo o país, para o ensino médio, num método
singular e admirável de arte e música que incentive a aprendizagem e a
qualidade da educação.
A liderança
de Kfar Bara vai além das propostas educacionais e culturais. Aprimorando este
trajeto estratégico de liderança, ficou estabelecido que o município também
promoverá o estabelecimento de um motor de crescimento sustentável na forma de
um centro comercial. Esse empreendimento não deve apenas ser parte integrante
do setor privado, proporcionando emprego a um número significativo de
habitantes locais, mas também servindo para promover o empreendedorismo social,
na medida em que este centro comercial deve prestar serviços aos idosos e
oferecer oportunidades de emprego para os habitantes deficientes de toda a
região.
O município e
o Ministério da Economia estão promovendo outra fonte de renda sustentável:
“- um
parque industrial, que diversificará as oportunidades de emprego para os
habitantes locais e vizinhos e também fortalecerá a renda do município por meio
de impostos comerciais. Adjacente a este parque, foi estabelecida pelo
município uma usina de disposição e reciclagem de resíduos de construção,
apesar dos inúmeros conflitos políticos e adversidades dos habitantes locais.
Com o
tempo, a visão do prefeito de fornecer soluções ambientais sustentáveis, que
também podem gerar renda para o governo local, finalmente conquistou seus
adversários no assunto”.
O imbatível
prefeito Mahmoud Assi, um homem que despreza palavras vazias, firme defensor de
seus valores, presidindo a associação ambiental regional das cidades Kfar
Kassem, Kfar Bara, Tira e Kalansawa, desponta no revolto cenário político de
sua região e apresenta-se como “uma figura a ser reconhecida na arena árabe-israelense”.
“O autismo é
parte deste mundo, não um mundo à parte.” - Educando en la vida. |
FONTES:
https://www.jpost.com/jerusalem-report/kfar-bara-leads-the-way-among-israeli-arab-localities-632652
https://www.inspiradospeloautismo.com.br/como-escolher-uma-escola-para-sua-crianca-com-autismo/
https://escoladainteligencia.com.br/autismo-e-educacao-autistas-devem-estudar-em-escola-regular/
https://mapio.net/a/102166498/?lang=en
https://meucerebro.com/19-frases-inspiradoras-sobre-o-autismo-retiradas-das-redes-sociais/
quinta-feira, 9 de julho de 2020
EDITORIAL: Anarquia x Ordem - 17 de Tamuz - Organizando o Tempo
17 Tamuz de 5780 ---- 9 de julho de 2020
O dia sucede a noite em um caminhar eterno em que o sol e a lua alternam-se nos céus. Esta afirmação que parece uma verdade imutável tem conotações diferentes no equador, nos trópicos e nos polos, mas todos tomamos este fato como uma verdade inquestionável, assim como sabemos que a duração do dia e da noite muda ao longo do ano. Neste olhar a primavera chega iluminando o inverno, e o verão aquece a todos os recém nascidos, que vão se alimentar com os frutos do outono, que é seguido pelo inverno. Inverno lembra o tempo de espera e de recolhimento para se proteger dos tempos difíceis. E nesta toada encontramos a eternidade, visto que tudo se repete. Mesmo nos dias de hoje, quando estamos unidos a pessoas ao redor de todo o globo terrestre, e muitos presos dentro de suas casas, não deixamos de perceber as mudanças da natureza.
Este ordenamento do tempo torna a vida quase atemporal. O que marca o passar do tempo, o evoluir, é a possibilidade de nos libertarmos de uma rotina que impede a real marcação do tempo.
O judaísmo, como uma concepção de vida, traz em seus costumes uma forma de viver o tempo presente sem esquecer os marcos do passado. A vida plena inclui muitos momentos de rotina e também muitos momentos excepcionais, bons e maus, alegres e tristes, e o judaísmo tem por objetivo abrir espaço a todos. Como está escrito na Torah - ESCOLHA A VIDA - e a vida contém todos os momentos, os tristes e os alegres.
No dia 17 de Tamuz - um dia de jejum - inicia-se um período de três semanas em que são lembrados muitos eventos ao longo da história que poderiam ter acabado com o Povo Judeu e que foram superados - O primeiro evento marcante foi Moisés quebrando as primeiras Tábuas da Lei ao se deparar com o povo adorando um bezerro de ouro. Neste dia, no ano 70, os romanos romperam a muralha que protegia Jerusalém e três semanas depois, no dia 9 de Av, destruíram o 2º Templo. E a história continua unindo motivos para prantear: em 1239, Gregório IX ordenou o confisco e a queima do Talmud; em 1391, na cidade de Toledo, foram queimados mais de 4 mil judeus em praça pública; em 1559, o bairro judeu de Praga foi queimado e saqueado; e em 1944, a população judaica de Kovno foi enviada pelos nazistas para campos de concentração.
Três semanas, em que a alegria e a música ficam um pouco à parte. Mas - e sempre tem um mas - é do regramento deste período de três semanas que podemos entender o que é dar importância à vida. Porque as regras devem ser rompidas quando a alegria for de tal magnitude, que nenhuma das tragédias que aconteceram por milênios podem apagá-las. Se é proibido dar festas, a comemoração da chegada de uma nova vida deve seguir todas as regras normais, com festas, danças e muita alegria. Se é proibido fazer rezas que agradecem pela felicidade de um momento especial, esta deve ser rompida ao chegar novos frutos ou conquistar algo que se buscava por longo tempo. A vida, o presente, tem prioridade sobre a história, e neste contexto fica claro que a vida oscila entre regras rígidas e anarquia total.
E entrando nestes 21 dias que lembram que a vida precisa de ORDEM e ANARQUIA - das pedras e da água - é que continuamos vivendo nestes tempos de pandemia - aqui e alhures - sabendo que viver o dia a dia baseado apenas no passado é morrer um pouco a cada dia, e viver o dia a dia almejando apenas um futuro, é perder a possibilidade de ancorar em portos seguros.
Boa Semana!
segunda-feira, 6 de julho de 2020
VOCÊ SABIA ? - Leonard Cohen
Leonard Cohen - 1934-2016 |
Você sabia
que a Lituânia erigiu recentemente, no bairro judaico da capital Vilnius, uma
estátua em homenagem a Leonard Cohen - o famoso cantor, compositor, poeta e novelista
canadense cuja mãe nasceu na Lituânia?
“Ele foi
cantor, compositor e, sobretudo, um poeta cujas palavras eram destinadas a
atrair a atenção dos Céus. Neto de um rabino, Leonard era um contador de
histórias que conseguiu capturar em seus poemas e músicas a essência, a beleza
e a dor que nos rodeiam.”
Leonard Cohen
nasceu em Montreal, no Canadá, filho de família judia com origem polaca.
Muito cedo,
aos 9 anos, perdeu seu pai - acontecimento responsável por uma depressão que o
atormentaria por boa parte de sua vida.
Aos 17 anos, ingressou na Universidade Mc Gill
onde criou um trio de música country.
Inspirado por
Garcia Lorca e outros autores, escreveu seus primeiros poemas.
Em 1965
lançou seu primeiro livro de poesias, “Let Us Compare Mythologies” (Vamos
Comparar Mitologias) e cinco anos mais tarde o livro que obteve fama
internacional “The Spice Box of Earth”.
Após este
grande sucesso decidiu viajar pela Europa instalando-se na ilha de Hidra, na Grécia,
onde viveu por muito tempo com Marianne Jensen e seu filho Alex.
Em 1963 é a
vez de sua primeira novela, “The Favorite Game”, e a partir desta data
inicia-se uma sucessão de livros e novelas que o consagraram como escritor.
Decidiu então
tornar-se compositor, mudando-se para os Estados Unidos, lá conhecendo a cantora Judy Collins que
gravou suas primeiras composições “Suzanne” e “Dress Rehearsal Rag”. A partir
de então o sucesso sempre o acompanhou.
Estas são cinco das mais de 160 que Cohen compôs durante a vida:
Hallelujah - 1984
You Want It Darker
Famous Blue Raincoat
Dance Me To The End Of Love
Suzanne
Em meio a
tantas canções, ouçamos agora “Dance Me To The End of Love” na voz rouquenha e
inspiradora de Leonard Cohen:
Cohen dedicou
50 de seus 82 anos à carreira artística, legando-nos obras maravilhosas como a
que mostraremos mais abaixo em um belo vídeo: Hallelujah.
Assim como o
rei David em seu Salmo 51, Cohen cria um louvor a Deus, num lamento de dor e
arrependimento mas nunca de abandono à sua fé.
Halleluyah é
uma palavra hebraica que significa “Louvai a Deus”, palavra sempre repetida por
David ao iniciar e finalizar seus salmos.
“No que diz
respeito à etimologia, podemos fatiar a palavra em duas partes: “hallelu”
["louvai"] e “jah”, uma forma abreviada de “Yahweh” – um dos nomes de
deus.”
Não há maior
elogio a uma biografia de um artista do que dizer que ela nos ajuda a
compreender de forma mais completa a sua obra.
Cohen ampliou
esta possibilidade de o conhecermos melhor ainda por meio de sua colaboração
junto à autora de sua biografia, Sylvie Simmons.
FONTES:
http://www.morasha.com.br/personalidades/leonard-cohen-compositor-e-poeta.html
https://www.lrt.lt/en/news-in-english/19/1093621/capital-of-rock-n-roll-sculpture-of-leonard-cohen-unveiled-in-vilnius
https://www.cifraclubnews.com.br/noticias/145596-significado-da-musica-hallelujah.html
https://observador.pt/2019/10/19/leonard-cohen-o-homem-de-ninguem/
https://www.pensador.com/frase/OTQ1NDE5/
https://www.google.com/search?q=leonard+cohen+est%C3%A1tua+na+lituania&rlz
https://observador.pt/2019/10/19/leonard-cohen-o-homem-de-ninguem/
https://www.letras.com.br/leonard-cohen/biografia