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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

SIONISMO: SÍMBOLOS e FATOS


A assinatura do Acordo de Abraão com o Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão e a abertura do espaço aéreo da Arábia Saudita para aviões de bandeira israelense são fatos positivos que apontam para um novo momento da relação entre os Estados de Israel e os Países Árabes. Interesses em ciência, tecnologia e -  porque não colocar com todas as letras - "ancestralidade comum" vêm aflorando a cada dia. Esta semana, ao assistir alguns pequenos vídeos no TikTok fiquei fascinada com duas jovens, uma fluente em hebraico e a outra em árabe brincando de adivinhar o que uma palavra no idioma da outra queria dizer. Não apenas as semelhanças evidentes, como Salam e Shalom, mas também semelhanças ao se abstrair o sotaque eram impressionantes. Cada uma em sua casa, em seu país, fazendo conexões pessoais. Este é o caminho para o real conhecimento.





No plano dos eventos mundiais, e que devem ser lembrados: a origem da bandeira de Israel, que representa o talit (xale de orações) e a Magen David (escudo de David), também conhecido como estrela de David, têm uma origem interessante. No primeiro Congresso Sionista Mundial, em 1897, foi aberto um banner por Morris Harrison e David Wolffshon. Harrison, um dos delegados americanos no Congresso, havia desenhado o banner e Wolffshon seria o Presidente do 2o Congresso Sionista Internacional. Quem está olhando a foto antiga acima deve estar pensando que este é o banner! Engano - esta foto é de uma bandeira usada em 1885 pelos habitantes de Rishon leTzion em uma parada de rua comemorando o terceiro ano de fundação da cidade. A bandeira era chamada de "Bandeira de Tzion". Harrison e Wolffshon só foram saber do fato muitos anos depois. Quando da criação do Estado de Israel, em 1948, foi esta a bandeira escolhida.

Símbolos inspiram, contatos diretos criam confiança, mas o mundo político continua e os problemas do Oriente Médio parecem estar sendo apreciados por uma nova óptica. Esta semana, o "Você Sabia?" destacou uma terrorista que ceifou vidas ao participar de uma ação assassina contra uma Pizzaria em Jerusalém. Condenada à prisão perpétua, foi solta em troca de Gilad Shalit. Passou, então, a dar conferências pelo mundo exortando o isolamento e destruição do Estado de Israel. O mundo está menos tolerante com "fake news" e com pseudo verdades construídas de acordo com o ditado "uma mentira repetida muitas vezes, torna-se verdade". 

Israel é um país em alerta constante e tem um exército de defesa equipado com armas e com pessoas. Quem são as pessoas que servem neste exército? São israelenses. Todos? Certamente não, de imediato lembramos que algumas seitas ortodoxas se recusam a servir o exército, os árabes israelenses servem ao exército de forma voluntária, e deveríamos imaginar que as pessoas com problemas físicos não seriam aceitas. Ao contrário. Esta semana, a formatura da turma 2020 na Aeronáutica de Israel contou com uma oradora muito especial. Leu o discurso em braile e contou como foi incorporada e como fez a diferença nas atividades de sua equipe. Inserir, incorporar, conviver são atitudes diferentes de acolher e aninhar. São atitudes que mostram que cada um tem um lugar no esforço coletivo e que ninguém é um fardo a ser carregado, mas sim um talento a ser incorporado.

E é neste espírito de conversar para achar pontos comuns, e não no espírito de comparar forças ou achar caminhos escusos para uma futura aniquilação, que vemos chegar o momento de conversar com o Líbano. Estas conversas começaram em uma cidade libanesa próxima à Israel. Negociação que tem vários pontos que vêm sendo descritos pela imprensa e pelas mídias sociais. Um destes pontos é chave e tem importância econômica: a delimitação de fronteiras no Mar Mediterrâneo. Fronteiras além da Orla Marítima. Por quê? Usando de todas as palavras para traduzir as entrelinhas, porque estamos na era do conhecimento. Porque a capacidade científico tecnológica de Israel tornou possível a exploração de enormes depósitos de gás, que já comentamos em editoriais anteriores. Mas é importante salientar que se não fossem os ventos favoráveis do Acordo de Abraão e o entendimento de que Sionismo é um movimento legítimo que permitiu que o Povo Judeu voltasse de onde foram expulsos há 2000 anos, todas as promessas do Leviatã seriam motivo para mais uma guerra. 

Dando o destaque de uma semana tão movimentada, acreditamos que o futuro está baseado não só na vontade expressa por grupos que marcham a favor dos acordos, mas também nas pessoas que sentam uma com as outras, achando pontos comuns entre suas culturas e selando amizades com sorrisos e olhos brilhantes.

Boa Semana!

Regina P. Markus

Um comentário:

  1. É uma felicidade para mim, que vivo no Brasil, saber desse acontecimento. Finalmente o planeta começa a mudar e a mudança está vindo dessa região onde vivem povos com uma cultura ancestral .

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