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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

VOCÊ SABIA? - RBG


Ruth Bader Ginsburg - RBG

Por Itanira Heineberg


Negligenciar a herança judaica X Sucesso na vida 



Você sabia que uma moça judia com muita chutzpah* conseguiu alterar a lei americana para, na possibilidade de Rosh Hashanah ou Yom Kipur coincidirem com a primeira segunda-feira de outubro, a Suprema Corte só abrir por 5 minutos mas nenhum argumento ser ouvido para que os judeus não tenham que escolher entre seu Judaísmo e sua carreira? 


*Chutzpah = audácia, atrevimento

 

“A América não deve forçar um judeu a suprimir seu núcleo essencial, sua semente judaica, sua alma divina interior, e essência.”

A lei federal de 1916 exige que a Suprema Corte americana abra a nova sessão — após as longas férias de verão — na primeira segunda-feira de outubro.

Foi quando em 2003 o dia sagrado do Yom Kippur caiu na primeira segunda-feira de outubro.

“Os dois juízes judeus da Suprema Corte - o juiz Stephen Breyer e a juíza Ruth Bader Ginsburg - foram ao Chefe de Justiça da Suprema Corte, o juiz Rehnquist, e pediram que, em deferência ao Yom Kippur, ele atrasasse a abertura. O Chefe de Justiça não aprovou: "Por que devemos adiar? Sempre realizamos nossas conferências de sexta-feira, mesmo que seja sexta-feira Santa! Por que o Yom Kippur deveria ter mais destaque do que a Sexta-Feira Santa?" Ruth

Ginsburg respondeu:

"Vá em frente! Mude essa conferência para quinta-feira; isto seria bom para nós”.

O Chefe de Justiça ainda não foi persuadido.
Então Ruth Bader Ginsburg lhe disse:

"Os advogados esperam toda a sua carreira para comparecer perante a Suprema Corte. Para muitos deles, é uma chance única na vida de discutir no Supremo Tribunal. E se um advogado judeu quisesse comparecer ao tribunal neste Yom Kippur? Não devemos fazer com que esse advogado seja forçado a escolher entre observar sua fé e comparecer perante o Tribunal?"

 

Ouvindo estas palavras, o Chefe de Justiça mudou seu calendário.
Desde então, ficou estabelecido que quando os dias das Grandes Festas estiverem na primeira segunda-feira de outubro, a suprema corte abrirá simbolicamente por apenas 5 minutos.


Dizem os que a conheceram que este foi o “momento Sandy Koufax” de Ruth.

O grande jogador de baseball Sanford Koufax, arremessador canhoto, decidiu não participar do Primeiro Jogo da Série Mundial de 1965 por ser Yom Kippur. Assim como ele o fez, ela não participaria da Corte.



A partir de então a corte não mais desempenhou suas funções em Yom Kippur.

Ruth Bader Ginsburg permitiu que o Chefe de Justiça entendesse que nem um único advogado judeu na América deveria ter que negligenciar sua herança judaica para ter sucesso na vida. A América não deve forçar um judeu a suprimir seu núcleo essencial, sua semente judaica, sua alma divina interior, e essência.”



MEZUZAH

Ruth prendeu uma grande Mezuzah de prata na porta de sua sala e colocou uma significativa pintura com as palavras hebraicas “Tzedek Tzedek Tirdof – Justiça, Justiça você perseguirá (Deut.16:20)” na parede de seu escritório.

Com a Mezuzah na sua porta de trabalho ela mostrou ser uma judia orgulhosa de sua herança, obedecendo seus valores e neles inspirando-se em seu trabalho de legisladora!



Em 2004, em um discurso no Museu Memorial do Holocausto nos Estados Unidos ela falou:

"Minha herança como judia e minha ocupação como juíza se encaixam simetricamente. A demanda por justiça percorre toda a história judaica e a tradição judaica; eu me orgulho e tiro força da minha herança"!

Ruth nasceu no Brooklin, filha de imigrantes judeus russos. Ainda bebê perdeu sua irmãzinha mais velha e na adolescência perdeu sua mãe.

Completou seus estudos iniciais na Universidade de Cornell, casou e teve seu primeiro bebê antes de ir para a Universidade de Harvard, sendo uma das poucas mulheres de sua turma.

Graduou-se em Direito em 1959 na Universidade Columbia.

 

“Depois da Faculdade de Direito, Ginsburg voltou-se à academia. Foi professora da Faculdade de Direito da Universidade Rutgers e da Faculdade de Direito de Colúmbia, ensinando processo civil; era uma das poucas mulheres que trabalhavam neste campo. Ginsburg gastou uma parte considerável de sua carreira jurídica defendendo o avanço da igualdade de gênero e dos direitos da mulher, ganhando múltiplas vitórias argumentando diante da Suprema Corte. Advogou voluntariamente para a União Americana pelas Liberdades Civis e integrou seu conselho de administração e um dos seus conselhos gerais na década de 1970. Em 1980, o Presidente Jimmy Carter indicou-a para a Corte de Apelações dos Estados Unidos para o Circuito do Distrito de Colúmbia, onde permaneceu até sua ascensão para a Suprema Corte.

Após 40 anos atuando na carreira judicial, veio a falecer aos 87 anos na sua residência em Washington, D.C., decorrente de complicações de câncer de pâncreas metastático.”

Atualmente o streaming Netflix oferece um filme sobre os primeiros anos da vida profissional de Ruth Ginsburg.



Em 6 minutos no vídeo abaixo, uma história de inspiração.

É impossível escrever a palavra truth (verdade) sem escrever Ruth!

 



“Acho significativo que, como ela mudou o calendário da Suprema Corte quando coincide com Rosh Hashaná, exibindo honra eterna ao nosso Ano Novo e nossos Feriados Altos, ela devolveu sua alma ao seu criador momentos antes de Rosh Hashaná.” Rabino Yosef & Shainy Raichik


 

 

FONTES:

Carta de Rabino Yosef & Shainy Raichik

https://www.migalhas.com.br/coluna/conversa-constitucional/302642/ruth-bader-ginsburg--a-historia-prefere-os-que-fazem

https://oglobo.globo.com/mundo/juiza-ruth-ginsburg-faz-historia-como-primeira-mulher-ser-velada-no-capitolio-americano-1-24660477

https://oglobo.globo.com/mundo/juiza-ruth-ginsburg-faz-historia-como-primeira-mulher-ser-velada-no-capitolio-americano-1-24660477

https://www.bustle.com/rule-breakers/who-coined-notorious-rbg-heres-the-history-of-ruth-bader-ginsburgs-nickname-13163770

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