Ruth Bader Ginsburg - RBG
Por Itanira Heineberg
*Chutzpah = audácia, atrevimento
“A América não deve forçar um judeu a suprimir
seu núcleo essencial, sua semente judaica, sua alma divina interior, e
essência.”
A lei federal de 1916 exige que a Suprema Corte
americana abra a nova sessão — após as longas férias de verão — na primeira
segunda-feira de outubro.
Foi quando em 2003 o dia sagrado do Yom Kippur caiu na
primeira segunda-feira de outubro.
“Os dois juízes judeus da Suprema Corte - o juiz
Stephen Breyer e a juíza Ruth Bader Ginsburg - foram ao Chefe de Justiça da
Suprema Corte, o juiz Rehnquist, e pediram que, em deferência ao Yom Kippur,
ele atrasasse a abertura. O Chefe de Justiça não aprovou: "Por que devemos
adiar? Sempre realizamos nossas conferências de sexta-feira, mesmo que seja
sexta-feira Santa! Por que o Yom Kippur deveria ter mais destaque do que a Sexta-Feira
Santa?" Ruth
Ginsburg respondeu:
"Vá em frente! Mude essa conferência para quinta-feira;
isto seria bom para nós”.
O Chefe de Justiça ainda não foi persuadido.
Então Ruth Bader Ginsburg lhe disse:
"Os advogados esperam toda a sua carreira para
comparecer perante a Suprema Corte. Para muitos deles, é uma chance única na
vida de discutir no Supremo Tribunal. E se um advogado judeu quisesse
comparecer ao tribunal neste Yom Kippur? Não devemos fazer com que esse
advogado seja forçado a escolher entre observar sua fé e comparecer perante o
Tribunal?"
Ouvindo estas palavras, o Chefe de Justiça mudou seu
calendário.
Desde então, ficou
estabelecido que quando os dias das Grandes Festas estiverem na primeira
segunda-feira de outubro, a suprema corte abrirá simbolicamente por apenas 5
minutos.
Dizem os que a
conheceram que este foi o “momento Sandy Koufax” de Ruth.
O
grande jogador de baseball Sanford Koufax, arremessador canhoto, decidiu não
participar do Primeiro Jogo da Série Mundial de 1965 por ser Yom Kippur. Assim
como ele o fez, ela não participaria da Corte.
A
partir de então a corte não mais desempenhou suas funções em Yom Kippur.
“Ruth
Bader Ginsburg permitiu que o Chefe de Justiça entendesse que nem um único
advogado judeu na América deveria ter que negligenciar sua herança judaica para
ter sucesso na vida. A América não deve forçar um judeu a suprimir seu núcleo
essencial, sua semente judaica, sua alma divina interior, e essência.”
MEZUZAH
Ruth
prendeu uma grande Mezuzah de prata na porta de sua sala e colocou uma
significativa pintura com as palavras hebraicas “Tzedek Tzedek Tirdof –
Justiça, Justiça você perseguirá (Deut.16:20)” na parede de seu escritório.
Com a Mezuzah
na sua porta de trabalho ela mostrou ser uma judia orgulhosa de sua herança, obedecendo
seus valores e neles inspirando-se em seu trabalho de legisladora!
Em 2004, em um discurso no Museu Memorial do
Holocausto nos Estados Unidos ela falou:
"Minha herança como judia e minha ocupação como
juíza se encaixam simetricamente. A demanda por justiça percorre toda a
história judaica e a tradição judaica; eu me orgulho e tiro força da minha
herança"!
Ruth
nasceu no Brooklin, filha de imigrantes judeus russos. Ainda bebê perdeu sua
irmãzinha mais velha e na adolescência perdeu sua mãe.
Completou seus estudos iniciais na Universidade de Cornell, casou e teve seu primeiro bebê antes de ir para a Universidade de Harvard, sendo uma das poucas mulheres de sua turma.
Graduou-se
em Direito em 1959 na Universidade Columbia.
“Depois da Faculdade de Direito, Ginsburg voltou-se à academia. Foi professora da Faculdade de Direito da Universidade Rutgers e da Faculdade de Direito de Colúmbia, ensinando processo civil; era uma das poucas mulheres que trabalhavam neste campo. Ginsburg gastou uma parte considerável de sua carreira jurídica defendendo o avanço da igualdade de gênero e dos direitos da mulher, ganhando múltiplas vitórias argumentando diante da Suprema Corte. Advogou voluntariamente para a União Americana pelas Liberdades Civis e integrou seu conselho de administração e um dos seus conselhos gerais na década de 1970. Em 1980, o Presidente Jimmy Carter indicou-a para a Corte de Apelações dos Estados Unidos para o Circuito do Distrito de Colúmbia, onde permaneceu até sua ascensão para a Suprema Corte.
Após 40 anos atuando na carreira judicial, veio a falecer aos 87 anos na sua residência em Washington, D.C., decorrente de complicações de câncer de pâncreas metastático.”
Atualmente
o streaming Netflix oferece um filme sobre os primeiros anos da vida
profissional de Ruth Ginsburg.
Em 6
minutos no vídeo abaixo, uma história de inspiração.
É
impossível escrever a palavra truth (verdade) sem escrever Ruth!
“Acho significativo que, como ela mudou o calendário
da Suprema Corte quando coincide com Rosh Hashaná, exibindo honra eterna ao
nosso Ano Novo e nossos Feriados Altos, ela devolveu sua alma ao seu criador
momentos antes de Rosh Hashaná.” Rabino Yosef & Shainy Raichik
FONTES: Carta de Rabino Yosef & Shainy Raichik |
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