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terça-feira, 2 de novembro de 2021

EDITORIAL: INCLUSÃO 😔😈; EXCLUSÃO ++; SOMAÇÃO 😁😁😁😁


E lá se vai outubro de 2021. Nossas rotinas vão novamente se alterando e o mundo segue em busca de novos rumos. Reverenciar a história e criar fatos novos que possam facilitar o futuro é o objetivo de muitos e deveria, certamente, ser o objetivo da Organização das Nações Unidas, criada após o tsunami gerado pela Segunda Guerra Mundial.

Muito já falamos neste blog sobre os desmandos e as mazelas causadas por esta organização, e principalmente pelo uso inadequado do sistema democrático, que deixa de considerar a ética e a justiça. Mas hoje voltamos ao tema, porque a ONU conseguiu superar as expectativas de todos que duvidam de sua capacidade de desvalorizar com atos os seus discursos ou metas.


Este ano a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-21) está sendo realizada em Glasgow, na Escócia. O Brasil é um país que tem grande interesse na COP e participa de forma ativa desde que começamos a discutir atitudes para o bem estar do planeta. Temos algumas das maiores reservas florestais do planeta: Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Pantanal, Serrado... apenas para ficar com nomes que todos conhecemos. Entre os povos nativos, uma indígena brasileira de Roraima teve a oportunidade de se dirigir aos membros da Conferência! Uma mulher, uma indígena, falando de um tema que requer atenção técnica e política, como bem colocou Joaquim Levy em sua entrevista a "O Estado de São Paulo" de 1 de novembro de 2021. Joaquim Levy já foi Presidente do BNDES (2019), diretor geral e financeiro do Banco Mundial (2018-2019) e Ministro da Fazenda do Brasil (2015). Nosso olhar externo aplaude a oportunidade e gostaria de dar um crédito positivo à ONU, que tanto tem contribuído para desentendimentos e injustiças no Oriente Médio.

MAS - e este é um grande MAS - a Ministra de Estado de ISRAEL para Infraestrutuda Nacional, Energia e Recursos Hídricos foi IMPEDIDA de entrar na conferência. Longe de ser mais um ato anti-Israel, este fato apenas ilustra de forma cristalina a importância que a ONU dá para suas recomendações. Em 1975 foi aprovado pela Assembleia Geral a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/deficiente/lex61.htm), que previa o livre trânsito de cadeirantes.

Karine Elharrar nasceu em Kiryat Ono, Israel há 44 anos. É membro do Parlamento de Israel desde 2013 e uma importante voz para os deficientes (será politicamente correto? será que a ONU aprova o termo?). Mãe, esposa, advogada e cadeirante. E foi este último motivo que impediu sua entrada no COP26 em Glasgow. Não havia entrada que permitisse a passagem de uma cadeira de rodas. Israel, um país que aumentou a sua área verde no século XX e que tem buscado soluções para problemas de demografia ligados ao meio ambiente, está fora de Conferência. Água - um grave problema no mundo e que Israel conseguiu com ciência, tecnologia e capacidade de transferência produzir a partir do ar, ou dessalinizando a água do mar.

Excluindo a Ministra Karine Elharrar da 26a Conferência sobre Mudanças Climáticas, a ONU prova que suas resoluções têm servido apenas para gerar polêmicas ou serem esquecidas pela própria organização. Neste contexto, lembro do cuidado com que autoridades e cientistas brasileiros têm ao montar reuniões, dando oportunidade não apenas aos cadeirantes mas também a outros que têm dificuldade de visão e audição. 

E nada como um dia após o outro. O primeiro ministro de Israel Yair Lapid conseguiu hoje, dia 2 de novembro, providenciar condições para o transporte da Ministra Elharrar e pudemos acompanhar no noticiário a reunião que teve com o primeiro ministro da Inglaterra, Boris Johnson.





A mensagem que fica com este infeliz acontecimento é que queremos mais do que incluir; queremos somar. Em Israel, jordanianos estão entrando no país para colher azeitonas - somar na força de trabalho - e o mundo todo tem que dar oportunidade para que crianças convivam desde a mais tenra idade.


Somar: a forma mais correta de unir. 
SOMAR: cada número continua tendo o seu próprio valor, e este valor pode ser conceituado de muitas formas. 
Notas de zero a dez, intuitivamente almejamos um DEZ. 
Classificações, o objetivo é estar no primeiro lugar. 
E poderia seguir dando exemplos que mostram que cada número, mantendo a sua identidade é valorizado de forma diferente, na dependência da questão analisada!

Individualizar é preciso, ser diferente é desejável e somar pode levar a resultados importantes. Não mais queremos ser todos iguais! Ser diferente é que dá à natureza a possibilidade de evoluir e seguir em frente!

Boa Semana!

Regina P. Markus
 

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