1ª vela de Hanuka - 25 Kislev 5784
7 de dezembro de 2023 - 7, VII, SHEVA
Regina P Markus
O número sete tem muitos significados. O Shabat é o sétimo dia da semana. Um dia que deve ser lembrado e guardado. Pilar Rahola, a personalidade de Barcelona que falou na sede da UNIBES em São Paulo no dia 5 de dezembro, apresentou-se como católica não praticante e disse que não havia conhecido judeus em sua infância.
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Beit Halochem - Um segundo Lar para os Feridos em Israel
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Pilar é uma importante defensora dos judeus e de Israel na Europa e no mundo. Comentou que o primeiro contato que teve com o judaísmo foi através de uma Bíblia católica. Sua família prezava a justiça social e ela, ainda criança, descobriu que o primeiro código de leis do mundo a estabelecer um dia para o descanso semanal foi o encontrado no Velho Testamento.
Justiça Social – muitos que hoje atacam, difamam e condenam os judeus e Israel não sabem ser este o conceito básico do judaísmo. Tzedek (justiça) é um conceito que permeia os cinco livros da Torá e que os profetas Amós, Ezequiel, Isaías e Jeremias apontavam como tão importante que para seguí-lo era permitido até descumprir regras que se aplicam ao Shabat.
Tzedaká é a palavra usada para “doações”. Fazer tzedaká é responsabilidade do pobre e do rico, é a contribuição de cada um para manter a sociedade saudável. Tsedaká é praticada pelos judeus ao longo dos milênios visando a comunidade interna e a comunidade maior.
No dia 7 de dezembro de 2023, 25 de Kislev no calendário judaico, será acesa a 1ª vela de Hanuka, a festa das luzes!!! Acender a Hanukiá, um candelabro com 8 braços mais o Shamash, é uma das obrigações judaicas seguidas por muitos. Uma festa em que se comemora a vitória dos Macabeus sobre os gregos. Israel tinha sido praticamente eliminada e Antioco, rei do Império Sírio, que incluía todas as terras de Israel inclusive Jerusalém, obrigou a conversão ao helenismo e colocou um altar para Zeus no Templo de Jerusalém! E... os judeus foram perseguidos, convertidos à força ao helenismo e eis que da cidade de Modiin surge Matatiahu e seus cinco filhos, que iniciam uma revolta. Os Macabeus saem vitoriosos, entram no Templo e acendem o Candelabro de Ouro, que muitos anos depois foi levado para Roma, após a destruição do Templo e está retratado no Arco de Tito. Só havia azeite para 1 dia! E eram necessários 8 dias para que azeite novo fosse preparado. O milagre de Hanuka aconteceu! As velas ficaram acesas por 8 dias!!! A partir de então passamos a acender o candelabro de Hanuka de forma ritual, uma vela por dia, sempre após a entrada da noite. Noites de sonhos (como são gostosos), noites de luzes e estrelas, noites de jogos – roda-se o tradicional peão com as letras Nun, Guimel, Hei e Shin (ou Pei). Nes gadol haia sham – para quem está longe – e Nes gadol haia pó – para os que estão em Jerusalém. Um grande milagre aconteceu lá. Um grande milagre aconteceu aqui.
Por séculos colocamos as Hanukiot na janela e a luz das velas iluminam as noites.
E poderia parar por aqui!!! Mas 7 de dezembro completa dois meses do inominável 7 de outubro, quando o HAMAS, organização terrorista que governa Gaza, atacou de forma inusitada os kibutzim, vilarejos, cidades e uma enorme festa campestre em Israel. 60 dias após atos de terror. A cada dia sabemos algo mais dos horrores que aconteceram. Reféns que foram mantidos sem alimentação. Menina que teve seu braço amputado a sangue frio. Estupros e esquartejamento. Em nome do quê? Muito difícil definir. Seguem um slogan e um regramento que é resumido em... “do rio ao mar” não haverá judeus na terra de Israel.
E o mundo... como disse Pilar Rahola, a reação do mundo vai além da imaginação. Culpar os israelenses e os judeus tem sido uma tônica. Desculpar e usar meias palavras para relatar os crimes do Hamas tem sido uma constante. Manchetes que transformam estupros e assassinatos em termos aceitáveis através de linguagem amenizada. Organizações feministas e humanitárias que não consideram as judias dignas de serem tratadas como vítimas. Somando a todas estas aberrações, parece que foi esquecido quem iniciou o processo e tem sido usurpado o direito de defesa. Tem havido uma recusa permanente das propostas de convivência. Chama atenção que 20% da população de Israel é árabe, mulçumana ou cristã. São cidadãos israelenses com direito a educação e ocupando cargos de destaque no Exército de Defesa de Isael, no Parlamento, Universidades, Meios de Comunicação, Esportes e no Ecosistema de Inovação.
O 7 de outubro foi programado por longa data com auxílio de outros países mulçumanos, com destaque importante para o Irã. A geopolítica da região estava sendo alterada de forma marcante através dos acordos formais e dos acordos paralelos entre os países árabes e Israel. A cooperação é bastante intensa, e mesmo agora, no meio desta guerra insólita os bastidores revelam algo que é difícil imaginar.
A COP28 realizada em Dubai foi um exemplo da importância que Israel tem na região e de como grupos que esperam condenações e extermínio do Estado Judeu colocam estas demandas acima de um problema mundial. O Irã retirou sua delegação ao deparar-se com o Pavilhão de Israel e o representante da ONU para a “Haiti Cholera Research Funding Foundation Inc.”, com escritório em Genebra, inundou as redes sociais da COP28 informando que não estaria presente e que retirava apoio para a COP28. Israel atua como uma grande liderança no mundo científico, e apesar do conflito e das muitas feridas esteve presente, incluindo o Presidente Isaac Herzog (https://www.bras-il.com/conflito-israel-hamas-pode-afetar-negociacoes-na-cop28/). Eis um exemplo de como os bastidores podem servir de uma lanterna para o futuro.
O que vem preocupando é a forma como as Universidades, aqui e em todo o mundo, mostram “alas” de estudantes que desprezam o saber, e demonstram um viés antissemita. E... também nesta semana presenciamos o Congresso Americano desvendando que não são os alunos, mas sim a permissividade dos professores e dirigentes universitários que acalenta o duplo discurso. Justiça social, sim.... mas os judeus não fazem parte do tecido social, portanto.... os conceitos tem que ser contextualizados. Vale assistir este curto vídeo!
E, se quiserem entender como os judeus são tratados nos países árabes, tem aqui um vídeo ilustrativo.
Como é possível não ver que neste mundo há apenas UM Estado Judeu, em todo planeta terra – e este continuará a existir. E este existe física e metaforicamente desde os tempos bíblicos.
Ahhh... temos que lembrar uma outra conotação do número 7!
“Sete maravilhas do Mundo” – isto vem dos gregos!
“Sete é conta de mentiroso”!!! (provérbio português);
O sete é cantado em prosa e verso.... espiem o que Gustavo Meneguel aprontou..
Sete é conta de mentiroso eu sei
Mais vou contar a minha história também
Com sete frases geniais
Que tem as sete notas musicais
Tinham sete quedas que sumiram com dó
Em sete dias da semana sem ré
Com sete vidas do meu gato mimi
Corri atrás dos sete anões tem fada
Tinham sete cores do arco íris e o Sol
Atravessei os sete mares e lá
Se eu pudesse, traria de volta as sete quedas
Que sumiram do mapa
Se eu pudesse, traria de volta as sete quedas
Que sumiram
MAS – agora o 7/10/2023 foi marcado a ferro e fogo, foi marcado com os horrores do terror e com a volta do antissemitismo propagado dentro das sociedades maiores. Mas, ao contrário do que aconteceu ao longo dos milênios em que os judeus vagaram pelo mundo, hoje, a exemplo da época dos Macabeus, os cidadãos israelenses estão se defendendo!
CHAG SAMEACH! AM ISRAEL CHAI!
Regina
SE QUISER LER UM MILAGRE RECENTE... AVENTURE-SE
Um Milagre de Hanukah no Holocausto
https://sinagogashaarei.org/um-milagre-de-chanukah-no-holocausto-2/
Por Yitta Halberstam e Judith Leventhal
Todos os anos, Chanukah chega exatamente quando parece que mais precisamos dele. Quando os dias são menores e as noites ficam insuportavelmente longas*, a menorah lança seu brilho sobre um povo com fome de luz. Em 1938, para todo o mundo tinha sido um longo e terrível mundo de trilhas se encontrando afundando em uma escuridão ao contrário de qualquer sabida na história moderna. Se alguma vez houve uma necessidade de luz para guiar o nosso caminho, foi nessa noite fria de Dezembro na Alemanha, quando o oitavo e último dia de Chanucá estavam prestes a começar.
A família Geier estava sentada em seu compartimento de segunda classe em um trem de Berlim para a Holanda, enquanto observavam o sol do inverno escorregar além do horizonte. Tinha sido uma longa e aterrorizante trilha que levou de Kristallnacht (“A Noite dos Cristais Quebrados“) até esse momento. Eles ainda não podiam acreditar que conseguiram obter um visto americano e agora estavam finalmente no que eles rezavam que seria uma jornada sem intercorrências para a liberdade.
Judah e Regina Geier e seus dois filhos, Arnold e Ruth, passaram a duração do passeio de trem olhando pela janela, mordiscando sanduíches, lendo, dormindo e tentando se comportar como se o mundo ainda fosse um lugar normal. Mas ao contrário da maioria dos outros passageiros, a família Geier permaneceu fortemente consciente dos perigos que os aguardavam quando o trem se aproximou da fronteira germano-holandesa. Ali, os nazistas, a polícia alemã e os oficiais da Gestapo estariam todos presentes para um cheque final de passaportes e documentos de viagem.
Para Judah Geier, no entanto, havia um peso adicional que pesava em seu coração. Como judeu ortodoxo e hazan, toda a sua vida se dedicou a seguir os caminhos da Torá. No entanto, aqui estava, quase ao anoitecer, quando as chamas da menorah de Chanuká deveriam estar se erguindo para espalhar a luz, e ele foi forçado a sentar-se calmamente em seu assento com apenas o brilho severo de uma lâmpada nua para iluminar o céu cinzento. Rodeado por estranhos, ele teve medo de fazer uma partida ou recitar uma bênção por medo de chamar a atenção e a família dele. Regina Geier, sentindo a luta interior de seu marido, tentou tranquilizá-lo de que D’us, que vê e conhece todos, certamente entenderia sua situação e, sem dúvida, lhe concederia muitos mais “Chanucá’s” para comemorar adequadamente.
Judah assentiu com graça, mas não pareceu reconfortante. Em um lugar e hora de tal escuridão espiritual, a luz da menorah parecia mais importante do que nunca – especialmente nesta oitava noite de Chanucá, que representa o ponto culminante do feriado, quando todas as velas são acesas simultaneamente para proclamar o milagre da sobrevivência dos judeus. Sob estas circunstâncias perigosas, como ele poderia acender a menorah? Mas, então, novamente, como ele poderia não acender?
Judah transformou a questão repetidamente na cabeça enquanto o trem continuava em frente. De repente, o trem parou na travessia germano-holandesa, onde se sentou na estação durante os dez minutos mais longos da vida de Judah, enquanto a polícia de fronteira e a Gestapo se preparavam para verificar os documentos de todos. Ele sentiu que o corpo de sua esposa permanecia próximo ao dele, e até seus filhos ficaram congelados com medo. Uma resposta errada, uma contração nervosa, poderia significar a diferença entre a fuga e a prisão, entre uma nova vida e uma morte certa.
Então, aconteceu. Um milagre de Chanucá chegou à fronteira alemã apenas na hora certa. Sem aviso prévio, toda a estação e todos os cantos do trem foram empurrados para a escuridão total. Todas as luzes se apagaram no mesmo instante, deixando os passageiros e os oficiais que se aproximavam na tentativa de tingir na escuridão.
Sem uma segunda hesitação, Judah aproveitou o momento e alcançou o sobretudo no porta-bagagens acima. Ele colocou a mão em um dos bolsos e puxou uma pequena embalagem. Antes que alguém percebesse o que estava acontecendo, ele riscou o fósforo, acendeu uma vela e rapidamente aqueceu o fundo das outras oito velas. Ele então os plantou firmemente em uma fileira limpa sobre o peitoril da janela e, num sussurro sem fôlego, recitou as bênçãos de Chanucá. Enquanto sua família olhava com espanto, Judah acendeu cuidadosamente cada vela e colocou a nona vela, o shamash – para o lado. No calor brilhante da menorah, seu rosto irradiava alegria e paz pela primeira vez em meses.
Ao ver a luz inesperada na janela, a Gestapo e a polícia de fronteira correram. O som de suas botas atingindo o pavimento com golpes intensificados ecoou durante toda a quietude.
No entanto, Judah continuou a concentrar seus pensamentos nas luzes de Chanukah enquanto seu coração batia tão alto e rápido quanto os passos acelerados.
Quando os oficiais atravessaram a porta, Judah estava preparado para o pior, talvez até o fim. No entanto, em vez de Judah se preparou para o pior, talvez até o final respondendo com raiva a essa demonstração de judaísmo, os oficiais apenas notaram a oportunidade que isso proporcionou. À luz das velas cintilantes, eles agora poderiam ver claramente o suficiente para começar a verificar passaportes e papéis, e assim, com uma característica eficiência nazista, eles começaram a trabalhar. Assim que o processo foi concluído e eles estavam prestes a sair, o oficial principal da polícia da fronteira se dirigiu para Judah e agradeceu pessoalmente por ter tido a proatividade de levar “velas de viagem” em sua viagem.
Enquanto isso, a família Geier sentou-se em silêncio atordoado por cerca de meia hora, incapaz de tirar os olhos do peitoril da janela. Assim como as velas começavam a ficar fracas, todas as luzes da estação repentinamente piscavam. Judah, ainda impressionada com o que acabara de testemunhar, colocou o braço em volta do seu filho de doze anos. Com lágrimas em seus olhos, ele o aproximou. “Lembre-se deste momento”, ele declarou suavemente. “Como nos dias dos Macabeus, um grande milagre aconteceu aqui”.
Como disse Arnold Geier (filho de Judah) a Pesi Dinnerstein