Esh Tá na Mídia: VOCÊ SABIA?

As Civilizações e a Arte

Por Itanira Heineberg

O Rapto das Sabinas de Giambologna 1574 – 1583 Florença

Fundação de Roma 753 AC - Rômulo e seus soldados à procura de mulheres para a nova cidade

Você sabia que a Arte, fruto da trajetória humana pelo mundo e sua consequente e inabalável resiliência - da clássica à moderna, da rupestre à urbana, da concreta à abstrata, ou seja, de tudo aquilo que até hoje conhecemos como expressões de emoção, de valores estéticos, de cultura e história - terá sua face transmutada depois do covarde ataque dos terroristas aos territórios ainda adormecidos de Israel, em 7 de outubro de 2023?

A História influencia a Arte de maneira envolvente. Sim, é um agente determinante.

Desde as cavernas têm-nos chegado imagens dos seus moradores, de suas vidas, dos animais que os alimentavam e os perseguiam.

As grandes navegações criaram os mapas do Novo Mundo.

A Inquisição Portuguesa, entre os séculos XVI e XIX, incitou o jesuíta Padre Antonio Vieira, principal autor do barroco brasileiro e português, a pregar em prol do Cristianismo, da expansão da Fé Cristã, sempre defendendo o índio, a colônia e os cristãos novos.

Dono de uma oratória vibrante, inflamava as plateias das igrejas da corte e do Brasil com seus Sermões diretos e incisivos, repletos de ricas metáforas, na defesa da comunidade judaica perseguida pelo Santo Ofício, na denúncia dos abusos dos governantes em terras da colônia, da prepotência da autoridade, da violência e da opressão vigentes frente aos injustiçados: índios, negros e cristãos-novos. Em sua obra monumental deixou transparecer o caráter moral do pensamento teológico cristão que o perseguia.

A Inconfidência Mineira de 1789 no Brasil despertou os corações de escritores e poetas reprimidos pela coroa portuguesa.

Estes são exemplos da influência da História na Arte dos homens.

A Primeira Guerra Mundial levou filósofos, autores e jornalistas a repensar o mundo e seus avanços, levando o grande inventor Santos Dumont ao controverso suicídio perante os sofrimentos infligidos aos civis pelo uso bélico de suas máquinas voadoras.

A Segunda Guerra Mundial e o Holocausto desumano lançaram uma enxurrada de livros, filmes, ensaios, fotos, etc ... que alagou o mundo e o comoveu levando muitos a acreditarem que Nunca Mais se cometeria outro crime de tão vil natureza!

Os sofrimentos, as injustiças, a dor, as lágrimas, as necessidades, a fome, as emoções difíceis de acomodar no peito... estes elementos vêm à tona e se transformam, criam vida, viram Arte.

Nem sempre só tristezas as conquistas humanas contam, as lendas são passadas de geração em geração. O resultado da bagagem emocional se concretiza em Arte.

David de Michelangel Buonarroti – Galeria da Academia de Belas Artes - Florença

David possui a energia que caracteriza o trabalho de Michelangelo. Esta maravilhosa escultura transmite drama através dos olhos, o corpo é cheio de tensão, a marca dos tendões, os músculos e as veias não têm gestos violentos, elementos que podemos ver em outras obras deste artista renascentista.

E então o século XXI nos chega com acontecimentos terríveis, dores até então não experimentadas, situações inesperadas, fatos execráveis, ignominiosos, sem palavras para traduzi-los, denominá-los, identificá-los...