Israel, uma família enfrentando o desconhecido
Por Regina P. Markus
Israel e o povo judeu têm uma dinâmica de convivência que mais se assemelha a uma grande família. Em tempos normais, as divergências são exacerbadas e em tempos de perigo os laços humanos afloram e a responsabilidade de um com o outro passa a ser o "modus vivendi" natural. Desde a Torah (semana de Miketz, מִקֵּץ, "Ao fim de") este jogo familiar é descrito e vivido de forma intensa. Grandes abalos vindos do mundo exterior levam a uma união que impressiona a todos. Esta semana vamos acompanhar este processo por vários ângulos.
O dia 7 de outubro marcou o início de uma guerra que já acontece há 70 dias. Israel foi atacado de forma indescritível, mas rapidamente o mundo se volta contra um país que está defendendo a sua sobrevivência. Esta semana foram vários os fatos novos a serem adicionados neste enorme quebra cabeça. Se por um lado, os judeus são um povo que têm apenas um país pequeno que pode ser chamado de Lar Nacional, os árabes e mais os mulçumanos habitam vários países na África, Ásia e Europa. Os descendentes de Ismael, filho de Abrão e Ágar, os árabes, são em sua maioria mulçumanos. Mas não podemos esquecer que a população árabe cristã é expressiva. Já os muçulmanos podem ou não ser árabes. A conversão religiosa é um prática ativa entre os mulçumanos, assim como entre os cristãos. Já os descendentes de Israel, netos de Abrão e Sara, deram origem ao povo judeu. Um povo multiétnico que por força da conquista de Israel pelos romanos e da aniquilação do Reino de Israel e sua transformação em Palestina foi espalhado pelo mundo. É conveniente lembrar que isto ocorreu séculos antes da formação do islamismo.
A partir do dia em que os judeus foram expulsos de Israel, o sonho do Lar Nacional Judaico é iniciado. E agora isto é uma realidade ameaçada. Ameaçada por um mundo que se nega a dizer com todas as letras que os judeus têm o direito à sua terra ancestral. Há muitos que apoiam Israel como pessoas, mas quando chegamos ao nível de nação e de governos são poucos os que entendem que isto é um fato. Assim, os judeus que vivem espalhados ao redor do Globo veem aflorar um antissemitismo macabro e aterrorizador.
A primeira ilustração deste texto é um artigo da jornalista britânica Melanie Phillips que vem há muito escrevendo sobre políticas e posturas anti-Israel e antissemitas. Chama a atenção da diferença entre o exército de Israel, que hoje está em atividades, e os demais exércitos do mundo. Quando lemos civis e militares, imaginamos que os militares são pessoas que escolheram seguir uma carreira militar e que esta é sua forma de ganhar o pão de cada dia, o soldo. São profissionais que têm a guerra como missão. Também sabemos que colaboram de forma efetiva no desenvolvimento de outras atividades. Em Israel existe uma diferença muito grande. O país é pequeno, e vem sendo atacado sistematicamente desde sua criação. Mantém um exército de defesa formado pelos jovens alistados, mas em tempos de guerra a reserva é convocada. E quem são os reservistas - a maioria dos cidadãos israelenses até a faixa dos 50-55 anos. Portanto inclui pais, mães, maridos, esposas. Pessoas ativas em várias áreas e em várias posições. Assim, quando morre um soldado, este é também um civil ativo. Esta semana faleceu o filho do General Gady Eisenkot, que já foi comandante em chefe do Exército de Defesa de Israel e atualmente é do comando de guerra. Estava ele na sala de comando, perto de Gaza, ao lado de Beny Gantz, que também chegou à mais alta patente do exército, também foi Comandante e Chefe. Estavam coordenando uma operação em Gaza, em frente a monitores e tomando decisões sobre possível presença de reféns da zona de operação. Entra uma oficial que noticia a familiares a perda de soldados em ação. Gantz reconhece a oficial, olha em volta e percebe que tanto ele, quanto Eisenkot tinham filhos servindo na mesma operação. E a oficial dirige-se a Eisenkot, que sai da sala e recebe a noticia. O país escuta a história pela TV na mesma noite. O país enterrou Gal z'l, era um filho de todos e cada um. Estas cenas acontecem com pessoas que fazem notícia, e com os vizinhos e familiares de cada um.
E... a seguir é dada uma outra notícia que mostra como o lado humano é capaz de unir e dar bases para a resiliência. Em uma pequena cidade, um rapaz resolve investir em um simples negócio: um lava jato. Compra o equipamento e estava tendo grande sucesso. Junto tinha uns comes e bebes - e muito bom papo. Tornou-se um point do pequeno lugar. O rapaz apresentou-se como reservista, e está em um front. O local ficou fechado e, devido a dívidas e não pagamento do aluguel do terreno, ia fechar. A população local quando soube decidiu que era hora de reiniciar a lavagem dos carros. E... passaram a tocar o negócio do rapaz, que continua servindo, mas não ficará a ver navios quando voltar para a vida normal. Esta história e uma análise dos dias de hoje em Israel, pode ser seguida na publicação do StandWithUs Brasil com o Prof. Samuel Feldberg no dia 13/12/2023.
E as escolas que estão sem professores! As crianças, que sentem a falta dos pais em casa, também não têm os professores nas salas de aula. Muitos professores mais velhos, aposentados e que não tem mais idade para servir como reservistas voltaram para a ativa. Ativa voluntária. E os alunos fazem vídeos com músicas de estímulo para os que estão em Gaza! Os que estão na guerra. Algo muito diferente está acontecendo com as crianças palestinas. Estas, por muitos anos, frequentam escolas que ensinam o ódio aos judeus e a Israel. Aprendem a manusear armas e... tantos anos de tolerância a isso criaram uma geração neurologicamente preparada para matar. E não usei a palavra "neurológica" de forma equivocada. Os mais modernos ensinamentos da neurociência e da cronobiologia mostram que é possível não apenas condicionar ações, mas também favorecer fisicamente a formação de redes neurais que eliminam sentimentos e críticas, abrindo oportunidade para realizar atos que são repugnantes para os não condicionados.
O Exército de Defesa de Israel é regido por uma cartilha conhecida como "O Espírito do EDI" (Our Mission, The Spirit of IDF). O respeito ao inimigo e às leis internacionais é descrito de forma clara e enfática. Todas as tropas em combate têm assistentes preparados para avaliar o grau de periculosidade a que o inimigo civil é exposto e cada soldado carrega uma câmera que monitora suas ações e também transmite a realidade da operação para as bases.
O desconhecimento sobre o Estado de Israel é muito grande. Lembramos aqui que é um país de judeus formado por cidadãos israelenses, de muitos credos e etnias. Apesar do mundo não ter esta noção, o Hamas não deixou de dar o seu recado... tomou como reféns ou torturou no local muçulmanos, inclusive mulheres. E, nesta semana foi revelado que muitos dos palestinos que usavam roupas civis ao invadirem Israel no dia 7 de outubro eram trabalhadores que entravam todos os dias em Israel. Trabalhavam nas mesmas localidades que arrasaram ou em outros locais próximos.
Tudo em hebraico..... No último Acontece, comentei sobre a festa de Hanuka e o jogo do sevivon (peão) que tinha letras que diziam - Um grande milagre aconteceu aqui, para os que jogam em Israel, e Um grande milagre aconteceu lá para os que jogam foram de Israel. Esta semana foi criado um novo sevivon! A letra "hei - " inicial de aconteceu (haiá) foi substituída pela letra "tzad - " que significa "precisa"! Um grande milagre PRECISA (acontecer)!!! E esta é uma festa de Hanuka que vai anunciar novos milagres.....
AM ISRAEL HAI! fala-se AM ISRAEL RAI
Tudo em hebraico..... No último Acontece, comentei sobre a festa de Hanuka e o jogo do sevivon (peão) que tinha letras que diziam - Um grande milagre aconteceu aqui, para os que jogam em Israel, e Um grande milagre aconteceu lá para os que jogam foram de Israel. Esta semana foi criado um novo sevivon! A letra "hei - " inicial de aconteceu (haiá) foi substituída pela letra "tzad - " que significa "precisa"! Um grande milagre PRECISA (acontecer)!!! E esta é uma festa de Hanuka que vai anunciar novos milagres.....
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