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quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

A falácia da contagem dos mortos de Israel e dos palestinos - Claudia Chaves

Claudia Chaves


Continuo a ver na mídia estas “contagens” de palestinos mortos e israelenses mortos desde o ataque do Hamas em 7 de outubro. Elas são totalmente enganosas. Elas são desinformação. Para começo, não é feita distinção entre terroristas do Hamas e os supostos civis envolvidos (há mais sobre isso).

Divulgar publicamente os números sem claras explicações e contexto é propaganda contra a necessidade muito justificada de Israel de eliminar uma ameaça a seus cidadãos por parte de um exército que anunciou "repetir isso várias vezes depois de 7 de outubro, até que Israel seja destruído".

Para piorar a questão, os números do lado palestino são reportados pelo Ministério da Saúde de Gaza- uma fonte completamente não confiável citada pelo Hamas.

Estima-se que o Hamas tenha 30 a 40 mil combatentes terroristas (e a Jihad Islâmica, outros tantos). Claramente o exército de Israel busca matar aqueles que continuam lutando - e preservar as vidas daqueles que se rendem, tal como várias centenas o fizeram Por mais terrível que seja, essas pessoas do Hamas e da Jihad Islâmica são AQUELAS QUE ATACARAM E PROMETERAM REPETIR SEGUIDAMENTE ESSAS ATROCIDADES.

Portanto eu aprovo totalmente que eles sejam mortos a menos que se rendam. Isto significa que, pelas “contagens” desinformadoras que são publicadas, 30 a 40 mil “palestinos” mortos, sim, os atacantes, estão sendo mortos em auto defesa realista e inquestionável. Está chocado (a)? Você mataria em auto defesa realista e inquestionável ou permitiria que ao invés disso matassem você e sua família?

Gaza não é ocupada por Israel há 18 anos, e a população poderia ter florescido com toda a ajuda recebida e a excelente infraestrutura agrícola que Israel deixou lá entre outras oportunidades que Israel deixou para os cidadãos de Gaza. Ao invés disso, todos os recursos foram afunilados para a construção de uma máquina militar sofisticada. O Hamas tem estado em conflito com o governo da Autoridade Palestina (AP) após o golpe que deu contra a AP em 2007.

E se você precisa saber a história de porque Gaza ficou “associado” a Israel você pode pesquisar - mas onde você vai chegar é que o Egito não a quis de volta (n.t. ao contrário do Sinai) quando Israel e Egito assinaram o acordo de paz, apesar de Gaza ter estado também sob administração egípcia antes da guerra que o Egito iniciou e então perdeu. O Egito ainda não quer Gaza por causa das ideologias teocráticas da maioria da população.

Quanto aos palestinos considerados “civis” ou “não envolvidos”: quantas dessas casas - onde depósitos de armas são encontrados - cooperarão com o Hamas por medo deles, quantos por alinhamento ideológico, talvez pela lealdade do pai e então do resto da família por medo… quem sabe?

Quantos serviram voluntariamente como escudos humanos para o Hamas e ficaram felizes em vê-los construir sua máquina militar sob as escolas de suas crianças, sob seus hospitais, suas mesquitas, seu bairro? E quantos assim o fizeram por medo de serem mortos pelo Hamas, ou ter suas famílias como alvo caso recusassem? Difícil dizer. Eles foram doutrinados pelo Hamas e outros desde bebês, então é difícil saber. Pelo menos uma vítima de sequestro israelense, uma criança de 12 anos, relatou ter apanhado de grupos de civis palestinos quando foi trazido para dentro da faixa de Gaza. São estas pessoas que bateram nele tão "não envolvidas"? Ou a alegria deles ao bater em uma criança de 12 anos é um sinal claro de que eles se identificam com o sequestrador e querem tomar parte da “ação”?

Uma pergunta complicada mas, assim mesmo, o exército israelense tem sido tão cauteloso quanto humana e tecnologicamente possível para evitar danos a eles, enquanto colocam em perigo seus próprios soldados para ser cuidadosos. Nenhum exército no mundo mostrou intenção de fazer isso, nem o fez - enquanto seus governos e a mídia falam de "bombardeio indiscriminado por Israel" - manifestando-se assim por razões de sua politica e marketing internos, sabendo perfeitamente que isso é o oposto do que o exército israelense faz. 

No final das contas, o que o mundo e a mídia precisam é ser verdadeiros sobre o fato de que se eles, e todos nós, queremos salvar as vidas e o bem estar da população civil de Gaza, então o Hamas precisa imediatamente parar de atacar Israel com os mísseis que continuam a lançar, e eles devem imediatamente devolver as pessoas sequestradas, vivas e bem. O Hamas está escolhendo não fazer isso. O sangue de todos os cidadãos “não envolvidos” de Gaza tem a mão do Hamas, porque os usa como escudos humanos e continua a atacar Israel e se recusa a devolver aqueles que sequestraram.

Os líderes mundiais, as organizações de direitos humanos e a mídia que não esclarecem e enfatizam quem é de fato responsável pelas mortes civis - ao contrário, culpam Israel - continuam a propagar o antissemitismo que vêm publicando há pelo menos 30 anos, em conluio com os terroristas.


 

Claudia Chaves chaclaud@gmail.com


Claudia Chaves é uma psicoterapeuta social argentino-israelense que agora mora nos EUA, ativista de longa data em várias causas progressistas incluindo escamoteamento de armas e combatendo antissemitismo. 


Tradução de Juliana Rehfeld a partir de texto original em inglês.

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