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quinta-feira, 27 de abril de 2023

Acontece - Israel, a nação improvável

 

Por Dr Simon Benabou




Certamente não é a primeira vez que ouvem que a história do povo judeu é única no mundo. Na verdade, se alguém tivesse escrito uma História fictícia do futuro do mundo, cerca de 3.000 anos atrás, e incluído nessa história a história real do povo judeu, isso seria considerado ridiculamente impossível. É muito inacreditável para alguém levar isso a sério. Três mil anos atrás era uma época em que não havia história como a conhecemos hoje: qualquer registro do passado vinha na forma de histórias tribais que geralmente eram transmitidas no boca-a-boca, histórias orais. Essas histórias tribais simplesmente registravam as importantes genealogias da tribo de uma geração para a seguinte e grandes eventos, como uma guerra ou uma migração. Tinha que haver referências copiosas a quaisquer divindades que a tribo adorasse, pois eram consideradas a fonte de tudo o que acontecia na vida naquela época. Enfim, acontece que houve uma tal história tribal escrita há cerca de três mil anos que tratava quase exclusivamente dos ancestrais do povo judeu, dos hebreus e dos israelitas. Esta história tribal é chamada de Torá. Apesar de ser o alicerce da identidade de toda uma nação, na sua essência é realmente uma história tribal, afinal tudo começa com uma única pessoa, Avraham, e a pequena tribo de hebreus que se reuniu ao seu redor.

 

O crescimento dessa tribo de quase inexistente para se tornar massivamente grande ocorreu durante um período de cerca de 200 anos, enquanto a tribo estava localizada no Egito, longe de sua pátria escolhida. Se este livro de história imaginário foi escrito durante esses 200 anos, simplesmente não há chance de que ele ousasse prever o que eventualmente aconteceu. A crescente tribo foi escravizada. Durante a maior parte desse tempo, seu futuro estava fadado à obscuridade ou à aniquilação total. No entanto, emergiu dessa situação desesperadora não apenas livre para forjar seu próprio destino, mas prometendo um destino que era glorioso demais para ser imaginado. Tornou-se uma grande nação, os Israelitas. E foi unificada sob um sistema de crenças que mudaria o mundo de maneiras que reverberam até hoje. Quem teria acreditado que a crença desta nação em um Deus, em oposição às muitas divindades que todos os outros adoravam naquela época, acabaria ressoando com cerca de metade da população do mundo que adotaria essa crença para se adequar às suas próprias situações culturais? Quem teria acreditado que esse enorme grupo de escravos se tornaria uma das principais nações do antigo Oriente Médio, cuja fama e influência sobreviveriam por muito tempo a seus rivais mais poderosos, como os egípcios, os babilônios e os assírios?

 

E isso é exatamente o que aconteceu na história real. Por mais surpreendente que possa parecer, quando a história improvável dos israelitas efetivamente terminou, a história ainda mais improvável de seus herdeiros começou. Os israelitas foram para o exílio em massa por volta de 2.600 anos atrás, em duas etapas com cerca de 150 ou mais anos de diferença. Ambos os grupos foram exilados para terras a leste do antigo Israel. Quando esse tipo de coisa aconteceu a uma nação prévia, sempre significou o fim dessa nação, mas por algum motivo, que ninguém poderia ter previsto, isso não aconteceu na segunda etapa desse exílio. Esses israelitas, agora conhecidos como judeus, visto que em grande parte vieram da tribo de Judá, mantiveram suas crenças e sua identidade como nação. Uma pequena porcentagem voltou para sua terra natal dentro de mais um século. Este grupo, embora enfrentando grandes chances de insucesso, sobreviveu além de qualquer expectativa razoável. Eles se juntaram ao longo dos séculos por muitos de seus companheiros exilados de todo o mundo antigo e por outros que de alguma forma se tornaram parte do povo judeu. Eles reconstruíram seu templo central destruído e recriaram sua religião de uma forma que manteve seus antigos rituais e crenças bíblicas, ao mesmo tempo em que começaram a assumir uma estrutura que eventualmente se tornaria o que hoje conhecemos como judaísmo. As primeiras raízes do judaísmo rabínico, o judaísmo com o qual os judeus estão mais familiarizados do que seu ancestral bíblico, nasceram durante esses séculos. Mas tão improvável quanto esse renascimento, ainda mais improvável era uma segunda rodada de derrota e exílio, desta vez nas mãos dos romanos. Este exílio viria a ser mais permanente do que o primeiro. Durou um período inédito de quase 2.000 anos. As nações simplesmente não sobrevivem tanto tempo no exílio. Elas desaparecem nas terras para as quais foram exiladas, para nunca mais serem ouvidas.

Mas por alguma razão, isso não pode ser explicado racionalmente.

 

Os judeus se recusaram a seguir esse caminho. Eles preservaram sua identidade coletiva no exílio, permanecendo judeus, quase como se alguma força do destino estivesse guiando as coisas para que eles também estivessem lá como uma relíquia guardada em um baú de família. Por que eles fizeram isso? Por que as nações em que eles viveram toleraram isso? Ninguém sabe. Mas continua sendo pra mim um dos maiores mistérios da história coletiva do mundo. Este exílio prolongado nos levou a todas as partes do mundo. Os judeus migraram para todos os continentes povoados, espalhando-se da China à Califórnia, do extremo norte da Rússia até o extremo da América do Sul e da África. Onde quer que eles fossem, eles carregavam sua singularidade. Eles circuncidavam seus bebês do sexo masculino, um costume provavelmente tão antigo quanto qualquer outro no mundo, exceto o enterro dos mortos. Eles estudaram e reverenciaram seus livros sagrados, incluindo a Torá, que contou e predisse esta história inacreditável. Eles guardavam para si mesmos suas leis de casamento e normas sexuais, suas restrições alimentares e altos padrões de moralidade. Eles rezavam para o seu único Deus constantemente descobrindo novas maneiras de imaginar o que Deus fosse. E pagaram um preço altíssimo pela insistência em manter sua identidade. O sofrimento por sua fé tornou-se um cartão de visita para ser judeu. Podia acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora, fossem conversões forçadas, castigos em praças públicas, exílios periódicos ou assassinatos em massa. Os judeus tiveram que suportar tudo simplesmente porque queriam ser judeus.

 

Quando a intolerância atingiu um auge com o Holocausto, o mundo teria boas razões para acreditar que os judeus finalmente desistiriam de sua identidade e perceberiam que tudo era inútil. Mas eles não o fizeram. As sementes já foram plantadas para outro renascimento na antiga Eretz Israel. Não foi fácil e ainda não é fácil. Mas está acontecendo. É a nação de Israel recriada do pó do deserto e dos ossos de milhões de mártires. Qual profeta poderia ter predito isso há 2.000 anos, quando começou aquele longo exílio? Qual vidente poderia ter visto o que estava por vir mil anos atrás, quando a terra de Israel estava vazia de judeus e quase vazia de vida? Alguém, judeu ou não, poderia ter visto o destino impossível dos judeus na terra de Israel, ainda no ano de 1900? Se alguém sugerisse tal profecia em qualquer momento anterior à formação do estado moderno de Israel, eles teriam sido ridicularizados sonhadores ou fraudes. Mesmo para os judeus, não passava de uma oração desesperada que eles faziam para manter vivas as esperanças uns dos outros. Em todo Pessach, “Leshana habaa b’Yerushalayim”, “no ano que vem em Israel”. E aqui estamos há 75 anos.

Vivenciamos recentemente dois dias comemorativos que o Estado de Israel consagrou como parte da nova nação. Há algumas semanas, observamos o Dia do Holocausto de Yom Hashoah. Embora muitos possam questionar a sabedoria de comemorar um período tão horrível da história humana para os judeus, é nada menos que um símbolo de fé e perseverança mais do que qualquer outra coisa na história judaica. Representa o traço judaico inato de nunca desistir. É triste e sempre trará de volta memórias terríveis. Mas é tão judaico quanto a língua hebraica. Na última semana tivemos a comemoração consecutiva e a celebração de Yom Hazikaron e Yom Ha'atzmaut, o Dia Memorial de Israel e o Dia da Independência. O primeiro lembra aqueles que morreram nas muitas guerras e ataques terroristas que Israel sofreu em seu esforço para realizar esse sonho impossível. Uma porcentagem surpreendentemente considerável de famílias em Israel passa por um dia pessoal de luto ao se lembrar daqueles que perderam. As nações inteiras choram com eles, mas também celebram pelo que eles deram suas vidas. Isso leva direto para a celebração cada vez maior e contenciosa de Yom Ha'atzmaut. Embora não haja fim para a quantidade de problemas que Israel enfrenta e continuará a enfrentar no futuro próximo, também há muito o que comemorar ao relembrar o milagre moderno desta nação antiga.

A justaposição desses dias, sempre com cerca de uma semana de diferença, é, de certo modo, a história do povo judeu. Os judeus são Abraão e Sara vagando pelos desertos do antigo Oriente Médio em busca de uma terra prometida a eles por seu único Deus. Lá, Moshe e os israelitas vivenciam o êxodo e recebem a Torá no Monte Sinai. Eles são profetas e reis, fazendeiros trabalhando na terra e suas esposas tirando água dos poços. Eles são exilados deixando sua terra, mas prometendo nunca esquecê-la. Eles são rabinos e parteiras para surfistas e místicos, artistas e cientistas, crentes ferrenhos em sua religião e questionadores implacáveis de sua religião. Eles são aqueles que caminharam até as câmaras de gás e aqueles que caminharam, navegaram ou voaram para sua pátria coletiva enquanto passavam por este estranho e muito judaico rito de aliya. Chegando para se estabelecer em Israel. Talvez seja uma necessidade do destino judaico que esses dias cheguem nesta época do ano. Acabamos de ter o Pessach celebrando a fundação da nação israelita e judaica. Durante as semanas seguintes, contamos os dias do Omer até Shavuot. Simplesmente tinha que ser o destino que os judeus comemorassem a impossibilidade de um holocausto que matou 6 milhões em poucos anos e o igualmente impossível renascimento da nação alguns anos depois. Nada mais serviria para esta nação de impossibilidades. Pois não é algo que surge naturalmente no curso da história. Há 75 anos o deserto floresce em Eretz Israel. Que possamos nos inspirar na resiliência de nossos antepassados para continuar, com democracia, fazendo de Israel e o povo Judeu uma luz entre as nações do mundo.  

 

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Acontece - As máquinas aprendem

Por Juliana Rehfeld




Olhando o que está acontecendo à nossa volta, há uma sensação de que caminhamos muitas vezes em zigzag, ou em círculos, porque embora pareça que coisas novas nos encontram a cada dia - como as produzidas pela ciência ou tecnologia - as coisas velhas, que já teriam sido superadas, insistem em se reapresentar: preconceitos e ódio ao diferente com radicalização e crescentes manifestações, reacendimento de conflitos sangrentos na África, ameaça nuclear envolvendo as grandes potências e o Irã… 

A falta de diálogo entre as pessoas e entre as nações leva inexoravelmente a momentos de tensão e crise. O diálogo pressupõe que se fale e que se escute mas temos tido dificuldade, tanto na escala do indivíduo como na dos países: de um lado na expressão do que se precisa e do que se quer; do outro, na capacidade de escutar com atenção para poder entender e processar. Esta deterioração na comunicação nos carrega claramente a um destino perigoso, de destruição de patrimônio humano. 

Com a evolução galopante da tecnologia chegamos nesses últimos meses à impressionante e assustadora Inteligência Artificial (IA) de última geração - ela vem demonstrando a magnitude e a abrangência de suas habilidades.

O que mais preocupa em relação à IA é sua potente ameaça de substituir a capacidade humana de comunicar-se. A base da evolução da IA sāo os algoritmos que possibilitam o processo de “machine learning”. 

É isso: as máquinas aprendem! E com esse aprendizado, se aperfeiçoam. 

O que fazemos nós humanos? Aprendemos apenas às vezes, e com dificuldade, porque não estamos tão atentos ao que ouvimos e em poucas situações nos corrigimos e aperfeiçoamos. 

IA assusta porque é cada vez melhor naquilo que não somos bons. Ela vai, sim, comer empregos, e dessa vez, ao contrário dos trabalhos braçais, repetitivos que os robôs invadiram, IA mira funções mais sofisticadas e está subindo no chamado C- level; a alta administração.

A grande discussão que acontece atualmente nos mais diversos foros é como avançar e usar IA de forma ética, que limites não cruzar, como regulamentá-la - há um projeto de lei no Congresso brasileiro e a maioria dos países definiu suas políticas nessa área. Israel discutiu IA em 2019, decidiu não dar prioridade em investimentos nessa área... e está ficando atrasado… 2023 está sendo considerado o ano da IA.

A velocidade com que a IA vem se reproduzindo e a percepção de que nossas instituições humanas não estão preparadas para este tsunami fez importantes vozes do setor pedirem abertamente que se tente frear esta evolução. O Instituto Futuro da Vida escreveu uma carta aberta solicitando que os laboratórios de pesquisas em IA interrompessem por seis meses seu trabalho! E esse movimento de freio já está acontecendo em vários países, o que deverá permitir uma melhor regulamentação antes da implantação.

Precisamos sim de tempo, mas para adaptar algoritmos de percepção de erros e aperfeiçoamento nos humanos em todos os níveis de poder que têm responsabilidade sobre o rumo das leis, e sobretudo, das armas. 

Será que usar cada vez mais IA como assessoria política não pode ajudar a construir diálogos e pontes para “melhorar o mundo?”




VOCÊ SABIA? - As aparências enganam: Shula Cohen


Por Itanira Heineberg


Shula Cohen, uma pacata dona de casa, mãe de 7 filhos. Codinome: Pérola. 





Você sabia que a espiã Shula Cohen foi encarcerada por suas atividades clandestinas (contrabandear famílias judias do Líbano para Israel) durante seis anos, vindo a ser liberada ao final da Guerra dos Seis Dias numa troca de prisioneiros mediada pela Cruz Vermelha?

Shulamit Kishik-Cohen nasceu na Argentina em 1917 e na década de 1920 mudou-se para Israel com sua família, onde frequentou a Escola Evelina de Rothschild.

Ao completar 17 anos o negócio de seu pai faliu e a família arranjou seu casamento com um rico empresário de Beirute, Joseph Kishik-Cohen. Shula então mais uma vez mudou de país, para o Líbano, onde passou a frequentar a alta sociedade de Beirute. Aos 24 anos já tinha cinco filhos.

Em 1947, em um evento social, Shula escutou oficiais libaneses discutindo operações militares contra Israel. Já em casa, anotou os detalhes da informação em uma mensagem ao Haganah, um grupo então ilegal de judeus que lutava por um estado judeu em Israel. Shula pediu ao irmão que encaminhasse sua descoberta ao grupo e ao cabo de 5 semanas um agente secreto do Haganah a contatou solicitando seus trabalhos de espionagem no Líbano, o que ela realizou durante 14 anos em duas atividades:

- Reunir informações de inteligência sobre atividades militares árabes.

 Para conseguir isso, ela se tornou um membro popular da alta sociedade libanesa. Ela se tornou tão amada pelos altos funcionários do governo libanês, tão bem-vinda em suas casas, incluindo a casa do primeiro-ministro, que eles a consideravam como família. Aliás, o primeiro-ministro libanês considerava Shula Cohen como uma de suas próprias filhas.

- Contrabandear famílias judias em fuga da perseguição no mundo árabe, principalmente da Síria, para Israel.

Nossa agente de Beirute era conhecida no serviço secreto com o codinome Pearl, Pérola, escrevendo sempre com tinta invisível. Ela tomava todas as precauções possíveis mas em 1952, grávida, e perto da data de seu parto, ela foi pega e sua prisão de seis dias em situações muito duras de tortura foi adiada para três semanas após o parto.

Apesar do acontecido, Shula continuou seu trabalho de espiã até que seus amigos a avisaram das intenções das autoridades libanesas em seu encalço. Shula foi para Roma por três meses mas em 1961, em seu retorno, foi presa imediatamente por espionagem.

Condenada à morte por enforcamento, teve sua sentença reduzida para 20 anos por ser mãe de sete filhos.

Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, cidadãos libaneses foram capturados por Israel que os usou em uma troca de prisioneiros por Shula Cohen.

 


Esta admirável heroína, a Vovó James Bond, que foi torturada mas não revelou seus conhecimentos, viveu em Israel até sua morte aos 100 anos.

Seu corpo repousa no cemitério Har HaMenuchot em Jerusalém.

 

Apresentamos abaixo um interessante vídeo contando a história da agente de Beirute:

https://www.tiktok.com/@jakeder3/video/7216411439731313926?_r=1&_t=8b6x0QiVMFP

 

 

FONTES:

http://www.morasha.com.br/biografias/shula-cohen-codinome-a-perola.html#:~:text=Shula%20Cohen%20nasceu%20na%20Argentina,Jerusal%C3%A9m%20especialmente%20para%20conhec%C3%AA%2Dla.

https://blogs.timesofisrael.com/shula-cohen-the-story-of-agent-pearl/

https://www.encyclopedia.com/women/dictionaries-thesauruses-pictures-and-press-releases/cohen-shula-fl-1960s

https://www.jewishpress.com/sections/jewess-press/impact-women-history/shula-cohen-amazing-jewish-heroine/2017/06/30/

https://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-4965515,00.html


terça-feira, 18 de abril de 2023

VOCÊ SABIA? - Einstein, um ativista da causa negra

 

Escravidão nos Estados Unidos da América do Norte, desde sua fundação em 1776 até 1865.




VOCÊ SABIA que em pleno século XX algumas cidades americanas ainda não aceitavam negros entre seus hóspedes?

E Einstein deu o exemplo para a sociedade do país.



Nos anos 1940, Albert Einstein, já cidadão americano, acolheu afro-americanos e hospedou-os em sua casa quando os hotéis os recusaram por não serem brancos.

Ele fazia parte da NAACP, Associação Nacional para o Avanço de Pessoas de Cor, copresidindo um comitê para acabar com linchamentos. Ele também ensinou na Lincoln, uma das primeiras universidades americanas para negros.

Um programa eficaz da NAACP indicara que, entre os anos 1889 e 1918, 3224 pessoas do país haviam sido linchadas - sendo 702 brancas e 2522 de cor.

Apesar da abolição da escravatura nos Estados Unidos ter sido decretada em 1º de janeiro de 1863 com a Lei de Emancipação dos Escravos e mais tarde reafirmada com a promulgação da 13ª Emenda Constitucional em 1865, após o fim da guerra a supremacia branca persistia.

A justificativa para o linchamento consistia em leves infrações, como usar linguagem ofensiva, recusa em ceder terras ou destilação ilícita. Ao praticar estes atos as pessoas eram banidas de modo arbitrário, sem acesso à defesa, através de um julgamento popular. Dependendo do caso sofriam lesões leves, lesões graves e também em situações extremas chegavam à morte.

 

Situação das lojas e comércio antes da abolição da escravatura ser oficializada no país.



Apesar da lei de ouro que libertara os negros, o cenário para essas pessoas no país que as acorrentara e as alforriara sem condições de sobrevivência não apresentava melhoras.

Em 1963, na ocasião da marcha de Washington pelos direitos civis dos negros, Martin Luther King declararia:


"Não haverá tranquilidade nem sossego nos EUA enquanto o negro não tiver garantidos os seus direitos de cidadão. Enquanto não chegar o radiante dia da justiça. A luta dos negros por liberdade e igualdade de direitos ainda está longe do fim".

Marcha de Washington, 1963



Martin Luther King III, filho do líder assassinado, afirma que sinais de racismo persistem até os  dias atuais:

 “Naturalmente, hoje temos liberdade de opinião, imprensa e religião. Mas algumas outras liberdades faltam. Basta pensar, por exemplo, nos altos escalões empresariais, claramente dominados por homens brancos”.



Albert Einstein, nascido em Ulm em 14 de março de 1879, morto em Princeton em 18 de abril de 1955.

Einstein, o físico teórico judeu alemão que desenvolveu a teoria da relatividade geral - um dos pilares da física moderna ao lado da mecânica quântica - e um um dos maiores físicos da história, cujas contribuições mudaram o paradigma da ciência do século XX.

Einstein, um gênio da ciência, de visão nobre sobre o ser humano, um judeu orgulhoso de sua origem e da Torah, um praticante do Tikun Olan - a premissa de Consertar o Mundo .

Einstein, um defensor dos direitos humanos.

Em 1949 escreveu uma de suas muitas obras, “Como eu vejo o Mundo”, um texto em que “volta os olhos para os problemas fundamentais do ser humano — o social, o político, o econômico, o cultural — e torna clara a sua posição diante deles: a de um sábio radicalmente consciente de que sem a liberdade de ser e agir, o homem — por mais que conheça e possua—não é ninguém.”



FONTES:

 

https://www.pewresearch.org/race-ethnicity/2022/08/30/black-americans-have-a-clear-vision-for-reducing-racism-but-little-hope-it-will-happen/

https://www.theguardian.com/artanddesign/jonathanjonesblog/2014/mar/28/antique-photographs-history-race-black-white-us-america

https://memory.loc.gov/ammem/aaohtml/aopart6b.html

https://br.ifunny.co/picture/victor-moalusi-moalusivictor-today-is-when-i-found-out-that-I3Hk8keK9

https://operamundi.uol.com.br/historia/2314/hoje-na-historia-1865-eua-oficializam-abolicao-da-escravatura

https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2020/08/6-eventos-que-precederam-marcha-sobre-washington-por-direitos-civis.html

https://www.bbc.com/portuguese/geral-40751047

https://brasilescola.uol.com.br/biografia/albert-einstein.htm#Legado+para+a+humanidade

https://www.ebiografia.com/albert_einstein/

https://blogdomiltonjung.files.wordpress.com/2013/02/como_vejo_o_mundo_(albert_einstein).pdf

 


segunda-feira, 10 de abril de 2023

VOCÊ SABIA? - Ben-Gurion

 

PROMENADE BEN-GURION, DESERTO DE NEGEV, ISRAEL

 

David Ben-Gurion, o jovem tosquiador de ovelhas, imigrante polonês, advogado, político, soldado, Fundador e primeiro Primeiro-Ministro de Israel, inspirou o Ministério de Turismo a criar um novo passeio no deserto, mostrando a todos os visitantes a sua caminhada favorita no Negev.

Por Itanira Heineberg


Promenade David Ben-Gurion, Sde Boker - Fevereiro 2023


Você sabia que, em 1952, ao passar pelo modesto e incipiente kibutz Sde Boker em sua viagem oficial à Cratera Ramon, Ben-Gurion encantou-se com a magia e as promessas da região e solicitou aos membros do kibutz que se unissem com o objetivo de desenvolver o deserto?

Assim ele foi contratado como tosquiador de ovelhas, hoje uma tarefa não mais existente, conforme consta na lista dos trabalhores do kibutz.



O amor e dedicação de Ben-Gurion ao deserto foi uma constante em sua vida. Ao aposentar-se, para lá se dirigiu com sua esposa Paula e no deserto residiram por 10 anos até sua morte.

David Ben-Gurion - 1886  Polônia  /  1973  Israel




12 de junho de 2020, antiga casa de Ben-Gurion em Sde Boker, aberta a visitas.



Um projeto de NIS 2 milhões (US$ 550.000) está sendo realizado na construção de um novo passeio, a caminhada favorita de Ben-Gurion ao final da tarde ao redor de seu kibutz, nos anos de vida de aposentado, após encerrar sua vida política.

 

“A rota da trilha de 3,5 quilômetros (2,2 milhas) vai do túmulo de Ben-Gurion e sua esposa Paula no kibutz, a leste, com amplas vistas do deserto e do rio Zin (Nahal Tzin), um fluxo intermitente que percorre cerca de 120 quilômetros (74 milhas) da Cratera Ramon até a planície de Sodoma e até o extremo sul do Mar Morto.”


Esta obra está sendo financiada pela ILA, Autoridade de Terras de Israel, com o apoio financeiro do Ministério do Turismo, da ONG Preservação do Mar Morto, do Instituto Ben-Gurion Heritage e do Conselho Regional de Ramat Negev, entre outros patrocinadores.

De acordo com o Ministério de Turismo, milhares de turistas visitam esta área todos os anos, dos túmulos de Paula e David à sua cabana, parte do museu com arquivos do Primeiro Ministro. Agora terão um passeio pavimentado, mais seguro e ameno para a caminhada de mais de 3 km, com lugares de sombra e bancos para descanso e reflexão.

Uma ciclovia paralela ao passeio faz parte do projeto.

 

Túmulo do fundador de Israel, David Ben-Gurion e sua esposa Pauline.

Kibutz Sde Boker no deserto de Negev — Foto de Kavramm



Nos seus dias de kibutz, gozando a calma e o silêncio do deserto, David dedicou-se a escrever a história dos primeiros anos de Israel, uma obra de 11 volumes.

Ben-Gurion foi um homem de grandes visões, compreendeu a opulência do Negev e o valorizou até seus últimos dias.

Em 1973, logo após a Guerra do Yom Kipur, Ben-Gurion foi vítima de uma hemorragia cerebral e imediatamente transportado de sua casa ao Centro Médico Sheba, Ramat Gan. Sem melhorar sua condição, faleceu em 1 de dezembro, seu corpo sendo levado por helicóptero para Sde Boker onde foi enterrado ao lado de sua esposa Paula no cemitério com seu nome. O país inteiro o homenageou através de sirenes que soaram marcando sua morte.



Um homem com um grande ideal, sua vida dedicada à grandeza e existência de Israel.

Em 1938, ao encontrar sionistas trabalhistas na Grã-Bretanha, Ben-Gurion declarou:

 

"Se eu soubesse que seria possível salvar todas as crianças da Alemanha ao trazê-las para a Inglaterra ou apenas metade ao transportá-las para a Terra de Israel, então eu optaria pela segunda alternativa. Pois temos que tomar em consideração não apenas as vidas destas crianças mas também a história do povo de Israel."



FONTES:

https://www.timesofisrael.com/new-desert-promenade-will-take-visitors-on-ben-gurions-favorite-negev-walk/?utm_source=The+Daily+Edition&utm_campaign=daily-edition-2023-03-24&utm_medium=email

https://br.depositphotos.com/57977687/stock-photo-grave-of-david-ben-gurion.html

https://tumulosfamosos.blogspot.com/2022/06/david-ben-gurion-arte-tumular-1669.html

quinta-feira, 6 de abril de 2023

CINEMA - Por Bruno Szlak: Amos Gitai

 


O cineasta Amos Gitai nasceu em Israel em 1950, onde seu pai Munio Gitai Weintraub foi um proeminente arquiteto da Bauhaus e sua mãe Efratia Margalit uma intelectual, contadora de histórias e professora. Amos formou-se como arquiteto em Haifa e na UC Berkeley na América antes de se tornar internacionalmente conhecido por seus documentários e longas-metragens sobre o Oriente Médio, o conflito árabe-israelense e a memória pessoal e coletiva. Amos leciona em universidades americanas e também foi o primeiro cineasta a ocupar a Cátedra de Criação Artística no Collège de France. Vencedor de inúmeros prêmios internacionais de cinema de prestígio, bem como da Légion d'Honneur francesa, ele vive entre Paris e Israel.

Quando terminou seu PhD em arquitetura em Berkeley em 1980, Amos deixou a arquitetura de lado e começou a se dedicar ao cinema. Seu primeiro documentário foi sobre uma casa em Jerusalém, que até 1948 pertenceu a um ginecologista palestino, Dr. Mahmoud Dajani. Durante a guerra a família Dajani saiu de casa, e depois da guerra o governo israelense instalou uma família que veio da Argélia. Não bastasse isso, um proeminente economista israelense tirou a família argelina de lá e se instalou ali, transformado a casa de um andar em uma vila de três andares. Para fazer isso, ele teve que trazer trabalhadores palestinos dos campos de refugiados e pedras das montanhas de Hebron. Através desta casa o filme conta a história de Jerusalém e as relações entre israelenses e palestinos.

A trilogia é uma forma artística muito apreciada pelo cinema de arte europeu. Entre as trilogias cinematográficas mais conhecidas do cinema de arte europeu estão a "trilogia da vida" de Pier Paolo Pasolini e a "trilogia do sublime" de Jean-Luc Godard. Não surpreende que dois dos cineastas mais radicais da Europa, também conhecidos por usar a arte como inspiração para seus trabalhos, escolheram a trilogia como seu gênero preferido. Esses diretores, imersos na alta cultura europeia, continuam a tradição europeia do tríptico, organizando seus painéis visuais lado a lado. Também não surpreende que Amos Gitai, o cineasta israelense mais orientado para a Europa, que também obtém mais sucesso de crítica e apreciação na Europa do que em seu próprio país, Israel, tenha escolhido o formato de trilogia em seus filmes, como exemplo Zichron Devarim/ Past Continuous (Israel, 1995), Yom Yom/Day After Day (Israel, 1998) e Kadosh (Israel, 1999), para fornecer um olhar crítico e reflexivo sobre a sociedade israelense contemporânea. Outra trilogia é formada por Kedma (2002), Eden (2001) e Kippur (2000), todos eles sobre os conflitos formativos de Israel. Seus dois últimos filmes (A tramway in Jerusalem, 2018; Laila in Haifa, 2020) fazem parte de uma nova trilogia com um novo filme sendo filmado em Beersheba. Esta cidade está no meio do deserto do Neguev e tem o maior conjunto habitacional de massa, com 250 metros de comprimento, que agora serve como um centro de absorção de imigrantes, muitos da Ucrânia e da Rússia. Toda a história se passa neste edifício, porque este é o último da trilogia cujo princípio são os filmes que são rodados em um único local – o filme inteiro é rodado em um bonde, ou em um bar em Haifa, ou neste conjunto habitacional.

Sua formação como arquiteto se traduz nos filmes na busca entre narrativa e forma. Suas composições de cena e tomadas sempre buscam enquadramentos que remetem a formações arquitetônicas, superpostas a cores quentes em cenas mais vibrantes e pelo uso do plano sequência para que nós nos coloquemos dentro do filme, para que se permita ao espectador ao entrar na sala de cinema, que “entre” no clima do filme. As cenas iniciais de muitos de seus filmes são assim compostas, planos sequencias que duram alguns minutos (em Kadosh e em Kedma).

O trabalho de Amos Gitai é bastante controverso e certamente há aqueles que gostam muito de seus filmes e há aqueles que os deploram. Quando perguntado como seu trabalho era percebido em Israel, ele respondeu:

 

“Algumas pessoas gostam e outras não, o que é normal. Não quero ser consensual, o meu projeto é fazer trabalhos que sejam desafiantes. Não sou religioso, mas a grandeza da Bíblia é que ela não é um texto de relações públicas. Ela diz que o rei mais poderoso, David, foi corrompido. O Profeta Nathan o confronta e diz: “Você, o rei, desejou Batsheba e, como a desejou, enviou seu marido Urias para ser morto na guerra. Você é imoral.” Concordamos com Spinoza que a Bíblia é uma obra humana, e o autor provavelmente até foi pago pela casa davídica e ainda assim o editor-chefe da Bíblia, ele ou ela, decidiu que para o DNA das gerações futuras era importante colocar os textos de forma crítica. Naquela época, os riscos de decapitação eram ainda maiores do que hoje para editores-chefes e autores!”.

ACONTECE - MANISHTANA-O QUE DIFERE?


Por Raul Meyer

 


MANISHTANA HÁ LAILA HAZE MIKOL HALEILOT.... se vocês pensam que vou falar de Pessach, estão equivocados... mesmo que estejamos em plena semana desta importante festa.

Sim, aval Ma nishtana há laila haze mikol haleilot – mas o que tem esta noite de diferente de outras noites?

Entre diversas realidades, esta noite é a coincidência de três eventos ultra importantes em três religiões monoteístas...

Estamos na sexta-feira santa para a comunidade cristã, estamos no mês de Ramadan para a comunidade muçulmana e estamos na semana de Pessach para nossa comunidade judaica.

Esta conjunção de eventos religiosos do foco monoteísta, das três religiões mais importantes do globo, traz uma esperança - uma tikvah – como dizemos em Hebraico.

Algumas novidades têm acontecido nos últimos tempos no que toca a lideranças das 3 religiões Abraâmicas e sua busca por uma nova forma de melhorar o relacionamento humano através do diálogo.

Exemplos disso são o documentário “A Alegria”, no qual o Dalai Lama, líder Budista, se encontra num papo muito descontraído, numa amizade fraterna com o Arcebispo Anglicano da África do Sul Desmond Tutu.

No Vaticano, o Papa Francisco por inúmeras vezes convidou a judeus para conversar - inclusive houve comida kasher em algumas ocasiões.

E nas últimas semanas houve a inauguração de uma mesquita, uma igreja e uma sinagoga construídas no mesmo terreno, em Berlim – a The House of One - o que aconteceu recentemente também num pais árabe, os Emirados Árabes Unidos, em Abud Dhabi, com a inauguração da casa da família Abraâmica.

Eu reconheço que falta muito para o ser humano conseguir um respeito mútuo pelas diferenças de pensamento, mas iniciativas são sempre o começo de um caminho....e este caminho é que eu gostaria de convidar a todos vocês a caminhar.

Falando em Familia Abraâmica, há uns seis anos existe uma iniciativa com este nome aqui no Brasil, formada por famílias Muçulmanas Turcas, famílias católicas e famílias judias das quais cinco casais desta chavurá fazem parte.

Nesta “Familia Abraâmica” temos mensalmente a troca de experiências de tradições religiosas e culturais, por exemplo teremos a quebra do jejum do Ramadan juntamente com a celebração da Páscoa e do Pessach.

E aí vem em consequência pensar no COEXISTIR: Existir conjuntamente... que o outro possa viver, possa existir.

Há líderes que procuram o diálogo, mas lamentavelmente há lideranças que buscam a destruição de um possível diálogo ou que lutam pela destruição da liberdade entre seres humanos.

Nesta semana que acaba, inúmeros exemplos:

Na UNICAMP, vândalos radicais apoiando a causa palestina impediram a realização de uma feira de universidades israelenses, impediram que alunos daquela universidade de Campinas pudessem ter contato com cursos das melhores universidades do mundo... o reitor da UNICAMP se retratou num discurso de mais de 15 minutos, e os diretores de departamento daquela universidade redigiram uma carta condenando veementemente o ato de vandalismo radical.

A cada semana a polícia federal tem libertado pessoas que são mantidas como escravas.

No “Jornal Hoje”, da Globo, na quarta feira passada foi comentado que desde 2018 o Brasil teve 289 casos de escravidão detectados, seus autores presos, e os seres humanos escravizados liberados.

Neste sentido, neste Pessach que repetimos quatro perguntas a cada ano, quero formular outras perguntas para que cada um de nossa Chavurah ou que nos lê, pense nesta festa:

Estou fazendo algo para que a liberdade exista?

O que eu faço com a MINHA liberdade?

O que eu faço com a TUA liberdade?

O que eu faço com a NOSSA liberdade?

 

Em detalhes...

1-    O que eu faço com a liberdade em geral... será que no meu dia-a-dia divulgo a importância da liberdade?

 

2-    O que eu faço com a minha liberdade... será que a maioria de nós não se aproveita da nossa liberdade e nos escravizamos em nossos afazeres... temos que nos liberar de nossa estreiteza?

 

3-    O que eu faço com a tua liberdade... será que eu sou aberto aceitando o teu ponto de vista que pode, nem sempre, ser o meu?

 

4-    O que eu faço com a nossa liberdade... será que eu me dedico para que tenhamos liberdade no dia de amanhã?

 

Lamentavelmente o valor da liberdade só é dado quando ela não está mais presente ou deixa de existir.

A liberdade é algo muito tênue...

Vamos focar nossas vidas para a liberdade dos outros para que possamos também ser livres.

Adiciono um resumo de uma história divulgada pelo Rabino Lau –  ex Rabino chefe de Israel - intitulada “3330 ANOS COMENDO O MESMO CARDÁPIO”.

“Imagine a diferença entre a visita de Júlio César à sua terra natal e a de Moisés.

Júlio César acaba de desembarcar hoje no Aeroporto de Roma, na Itália, e imediatamente sente que algo está errado. As pessoas não falam a língua dele. A religião local é completamente diferente. E Roma não é mais a capital cultural do mundo. Ele não tem nada em comum com os habitantes de sua terra.

No Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, a cena se desenrola de maneira muito diferente. Um Moisés idoso sai do avião. A emoção o domina quando seus pés tocam a terra de Israel pela primeira vez. Depois de conduzir sua nação pelo deserto por quarenta anos e perecer ali sem chegar à Terra Prometida, Moisés finalmente conseguiu.

 "Shalom" cumprimenta a ele um jovem porteiro do aeroporto que emigrou recentemente da Rússia e que vem oferecer ajuda.

"Shalom" Moisés responde, surpreso com o fato de que a língua falada neste lugar maravilhosamente moderno é a mesma que ele falava há milhares de anos. Então ele observa um grupo de homens rezando em um canto do aeroporto. Depois que terminam de orar, Moisés conversa com eles e examina seus itens religiosos. Eles são os mesmos que ele ordenou no Monte Sinai. Mais de três mil anos separam esses homens. Um nasceu no Egito; os outros em Moscou, Etiópia, Nova York, Casablanca, Bombaim, Sydney, Paris e Joanesburgo. Eles ainda compartilham a mesma língua, fé, tradição e visão de vida. Moisés vira o rosto para o céu e grita: "Bendito seja o Todo-Poderoso, porque meu povo ainda está vivo!" A nação judaica sobreviveu império após império de pretensos perseguidores. Antigo Egito, Pérsia, Grécia antiga, Roma - onde eles estão agora? Qual é o milagre da sobrevivência judaica?

É nossa fé, história e herança judaicas unificadas. Sobrevivemos ao longo dos séculos devido à cadeia inquebrável do nosso patrimônio. Em 15 de nisã, todos os judeus se sentam juntos para um Seder de Pessach. Comemos a mesma comida, a mesma Matzah. Alguns recitam toda a Hagadá, outros um resumo e outros ainda cantam canções. Três mil, trezentos e trinta anos é muito tempo para manter o mesmo cardápio.”

Meus queridos, repasso uma simples mensagem que recebi mas muito significativa para esta data:

 

“DESAFIE SEU FARAÓ”

“ABANDONE O SEU EGITO”

“ATRAVESSE SEU MAR VERMELHO”

“ENFRENTE SEU DESERTO”

ALCANCE SUA TERRA PROMETIDA

 

Desejo a todos Chag Pesach Sameach!!!!!

terça-feira, 4 de abril de 2023

VOCÊ SABIA? - A ciência entendendo a diabetes gestacional

Por Ana Ruth Kleinberger


Você sabia que muito em breve a diabetes gestacional poderá ser prevenida?

E foi uma descoberta da Universidade Bar Ilan em Israel.


A diabetes gestacional acontece quando a mulher tem o aumento dos níveis de glicose no sangue pela primeira vez na vida durante a gravidez. Este aumento na glicemia pode ou não persistir após a gestação. 



Pesquisas da Universidade Bar Ilan descobrem que a diabetes gestacional pode ser diagnosticada já no primeiro trimestre da gravidez através do microbioma intestinal, uma novidade que poderia prevenir resultados adversos tanto para a mãe como para a criança.

Esta descoberta permite a detecção da diabetes meses antes dos métodos tradicionais utilizados atualmente.

A Diabetes Melitus Gestacional (DMG) é um estado em que mulheres sem diabetes desenvolvem intolerância à glicose durante a gravidez. A DMG acomete aproximadamente 10% das mulheres em todo o mundo, e geralmente é diagnosticada no segundo trimestre da gravidez.

O novo estudo liderado pelo Prof. Omry Koren, da Escola de Medicina Azrieli da Universidade de Bar Ilan, junto a uma equipe de pesquisadores é um dos primeiros a mostrar uma previsão confiável da DMG antes dela ser tipicamente diagnosticada. Existem grandes diferenças no microbioma intestinal no primeiro trimestre das mulheres que desenvolvem a diabetes gestacional.

Estas diferenças estão associadas com marcadores inflamatórios, sendo que estas mulheres apresentam mais inflamação e níveis mais baixos de metabólitos benéficos.

No estudo, foram coletadas amostras de fezes e soro de mulheres grávidas durante o primeiro trimestre da gravidez.

Dieta, tabagismo e outros hábitos de estilo de vida foram registrados e dados médicos e clínicos foram compilados dos registros médicos digitais.

Com estes resultados combinados a outros dados coligidos, e com a colaboração do Departamento de Matemática e do Centro de Pesquisa Cerebral Multidisciplinar, foi criado um modelo de aprendizado de máquina que pode prever com exatidão quais as mulheres que irão desenvolver a diabetes gestacional.

O reconhecimento das mulheres em risco no início da gravidez permitem recomendações específicas para a prevenção da doença – atualmente por meio de mudanças de estilo de vida, e no futuro talvez pela suplementação específica de pré, pro e pósbióticos.

Quando a diabetes gestacional puder ser definitivamente prevenida, haverá uma grande redução nos resultados adversos para a mãe e a prole, tanto a curto quanto a longo prazo, beneficiando famílias em todo o mundo.

 



FONTES:

United with Israel

https://gliconline.net/diabetes-gestacional-gravidez/#:~:text=Os%20n%C3%ADveis%20de%20glicemia%20sugeridos,duas%20horas%20ap%C3%B3s%20a%20refei%C3%A7%C3%A3o.

https://worldisraelnews.com/groundbreaking-diabetes-can-be-diagnosed-in-fetus-in-1st-trimester-israeli-study-finds/