Por Raul
Meyer
MANISHTANA HÁ LAILA HAZE MIKOL HALEILOT.... se vocês pensam que vou falar de Pessach, estão equivocados... mesmo que estejamos em plena semana desta importante festa.
Sim,
aval Ma nishtana há laila haze mikol haleilot – mas o que tem esta noite de
diferente de outras noites?
Entre
diversas realidades, esta noite é a coincidência de três eventos ultra
importantes em três religiões monoteístas...
Estamos
na sexta-feira santa para a comunidade cristã, estamos no mês de Ramadan para a
comunidade muçulmana e estamos na semana de Pessach para nossa comunidade
judaica.
Esta
conjunção de eventos religiosos do foco monoteísta, das três religiões mais
importantes do globo, traz uma esperança - uma tikvah – como dizemos em
Hebraico.
Algumas
novidades têm acontecido nos últimos tempos no que toca a lideranças das 3
religiões Abraâmicas e sua busca por uma nova forma de melhorar o
relacionamento humano através do diálogo.
Exemplos
disso são o documentário “A Alegria”, no qual o Dalai Lama, líder Budista, se
encontra num papo muito descontraído, numa amizade fraterna com o Arcebispo
Anglicano da África do Sul Desmond Tutu.
No
Vaticano, o Papa Francisco por inúmeras vezes convidou a judeus para conversar
- inclusive houve comida kasher em algumas ocasiões.
E nas últimas
semanas houve a inauguração de uma mesquita, uma igreja e uma sinagoga
construídas no mesmo terreno, em Berlim – a The House of One - o que
aconteceu recentemente também num pais árabe, os Emirados Árabes Unidos, em Abud
Dhabi, com a inauguração da casa da família Abraâmica.
Eu
reconheço que falta muito para o ser humano conseguir um respeito mútuo pelas
diferenças de pensamento, mas iniciativas são sempre o começo de um
caminho....e este caminho é que eu gostaria de convidar a todos vocês a
caminhar.
Falando
em Familia Abraâmica, há uns seis anos existe uma iniciativa com este nome aqui
no Brasil, formada por famílias Muçulmanas Turcas, famílias católicas e
famílias judias das quais cinco casais desta chavurá fazem parte.
Nesta “Familia
Abraâmica” temos mensalmente a troca de experiências de tradições religiosas e
culturais, por exemplo teremos a quebra do jejum do Ramadan juntamente com a
celebração da Páscoa e do Pessach.
E aí
vem em consequência pensar no COEXISTIR: Existir conjuntamente... que o outro
possa viver, possa existir.
Há líderes
que procuram o diálogo, mas lamentavelmente há lideranças que buscam a
destruição de um possível diálogo ou que lutam pela destruição da liberdade
entre seres humanos.
Nesta
semana que acaba, inúmeros exemplos:
Na
UNICAMP, vândalos radicais apoiando a causa palestina impediram a realização de
uma feira de universidades israelenses, impediram que alunos daquela
universidade de Campinas pudessem ter contato com cursos das melhores
universidades do mundo... o reitor da UNICAMP se retratou num discurso de mais
de 15 minutos, e os diretores de departamento daquela universidade redigiram
uma carta condenando veementemente o ato de vandalismo radical.
A cada
semana a polícia federal tem libertado pessoas que são mantidas como escravas.
No “Jornal
Hoje”, da Globo, na quarta feira passada foi comentado que desde 2018 o Brasil
teve 289 casos de escravidão detectados, seus autores presos, e os seres
humanos escravizados liberados.
Neste sentido,
neste Pessach que repetimos quatro perguntas a cada ano, quero formular outras
perguntas para que cada um de nossa Chavurah ou que nos lê, pense nesta festa:
Estou
fazendo algo para que a liberdade exista?
O que
eu faço com a MINHA liberdade?
O que
eu faço com a TUA liberdade?
O que
eu faço com a NOSSA liberdade?
Em
detalhes...
1-
O que eu faço com a liberdade em geral... será
que no meu dia-a-dia divulgo a importância da liberdade?
2-
O que eu faço com a minha liberdade... será que
a maioria de nós não se aproveita da nossa liberdade e nos escravizamos em
nossos afazeres... temos que nos liberar de nossa estreiteza?
3-
O que eu faço com a tua liberdade... será que
eu sou aberto aceitando o teu ponto de vista que pode, nem sempre, ser o meu?
4-
O que eu faço com a nossa liberdade... será que
eu me dedico para que tenhamos liberdade no dia de amanhã?
Lamentavelmente
o valor da liberdade só é dado quando ela não está mais presente ou deixa de
existir.
A
liberdade é algo muito tênue...
Vamos
focar nossas vidas para a liberdade dos outros para que possamos também ser
livres.
Adiciono
um resumo de uma história divulgada pelo Rabino Lau – ex Rabino chefe de Israel - intitulada “3330 ANOS COMENDO O MESMO CARDÁPIO”.
“Imagine a diferença entre a visita de Júlio
César à sua terra natal e a de Moisés.
Júlio César acaba de desembarcar hoje no
Aeroporto de Roma, na Itália, e imediatamente sente que algo está errado. As
pessoas não falam a língua dele. A religião local é completamente diferente. E
Roma não é mais a capital cultural do mundo. Ele não tem nada em comum com os
habitantes de sua terra.
No Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, a cena se
desenrola de maneira muito diferente. Um Moisés idoso sai do avião. A emoção o
domina quando seus pés tocam a terra de Israel pela primeira vez. Depois de
conduzir sua nação pelo deserto por quarenta anos e perecer ali sem chegar à
Terra Prometida, Moisés finalmente conseguiu.
"Shalom" cumprimenta a ele um jovem
porteiro do aeroporto que emigrou recentemente da Rússia e que vem oferecer
ajuda.
"Shalom" Moisés responde, surpreso
com o fato de que a língua falada neste lugar maravilhosamente moderno é a
mesma que ele falava há milhares de anos. Então ele observa um grupo de homens
rezando em um canto do aeroporto. Depois que terminam de orar, Moisés conversa
com eles e examina seus itens religiosos. Eles são os mesmos que ele ordenou no
Monte Sinai. Mais de três mil anos separam esses homens. Um nasceu no Egito; os
outros em Moscou, Etiópia, Nova York, Casablanca, Bombaim, Sydney, Paris e
Joanesburgo. Eles ainda compartilham a mesma língua, fé, tradição e visão de
vida. Moisés vira o rosto para o céu e grita: "Bendito seja o
Todo-Poderoso, porque meu povo ainda está vivo!" A nação judaica
sobreviveu império após império de pretensos perseguidores. Antigo Egito,
Pérsia, Grécia antiga, Roma - onde eles estão agora? Qual é o milagre da
sobrevivência judaica?
É nossa fé, história e herança judaicas unificadas.
Sobrevivemos ao longo dos séculos devido à cadeia inquebrável do nosso patrimônio.
Em 15 de nisã, todos os judeus se sentam juntos para um Seder de Pessach.
Comemos a mesma comida, a mesma Matzah. Alguns recitam toda a Hagadá, outros um
resumo e outros ainda cantam canções. Três mil, trezentos e trinta anos é muito
tempo para manter o mesmo cardápio.”
Meus queridos, repasso uma simples mensagem que
recebi mas muito significativa para esta data:
“DESAFIE SEU FARAÓ”
“ABANDONE O SEU EGITO”
“ATRAVESSE SEU MAR VERMELHO”
“ENFRENTE SEU DESERTO”
ALCANCE SUA TERRA PROMETIDA
Desejo a todos Chag Pesach Sameach!!!!!
Parabéns, Raul, pelo texto maravilhoso!
ResponderExcluirחג פסח שמח
Muito bom, Raul. Gostei !
ResponderExcluirChag Sameach amigos queridos!
ResponderExcluirParabéns Raul pelo texto, gostei. Chag Sameach
ResponderExcluirInfelizmente o mundo ou seja as pessoas não querem saber de nada pensa em si mesmo não olham para os lados belo texto
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