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quinta-feira, 6 de abril de 2023

ACONTECE - MANISHTANA-O QUE DIFERE?


Por Raul Meyer

 


MANISHTANA HÁ LAILA HAZE MIKOL HALEILOT.... se vocês pensam que vou falar de Pessach, estão equivocados... mesmo que estejamos em plena semana desta importante festa.

Sim, aval Ma nishtana há laila haze mikol haleilot – mas o que tem esta noite de diferente de outras noites?

Entre diversas realidades, esta noite é a coincidência de três eventos ultra importantes em três religiões monoteístas...

Estamos na sexta-feira santa para a comunidade cristã, estamos no mês de Ramadan para a comunidade muçulmana e estamos na semana de Pessach para nossa comunidade judaica.

Esta conjunção de eventos religiosos do foco monoteísta, das três religiões mais importantes do globo, traz uma esperança - uma tikvah – como dizemos em Hebraico.

Algumas novidades têm acontecido nos últimos tempos no que toca a lideranças das 3 religiões Abraâmicas e sua busca por uma nova forma de melhorar o relacionamento humano através do diálogo.

Exemplos disso são o documentário “A Alegria”, no qual o Dalai Lama, líder Budista, se encontra num papo muito descontraído, numa amizade fraterna com o Arcebispo Anglicano da África do Sul Desmond Tutu.

No Vaticano, o Papa Francisco por inúmeras vezes convidou a judeus para conversar - inclusive houve comida kasher em algumas ocasiões.

E nas últimas semanas houve a inauguração de uma mesquita, uma igreja e uma sinagoga construídas no mesmo terreno, em Berlim – a The House of One - o que aconteceu recentemente também num pais árabe, os Emirados Árabes Unidos, em Abud Dhabi, com a inauguração da casa da família Abraâmica.

Eu reconheço que falta muito para o ser humano conseguir um respeito mútuo pelas diferenças de pensamento, mas iniciativas são sempre o começo de um caminho....e este caminho é que eu gostaria de convidar a todos vocês a caminhar.

Falando em Familia Abraâmica, há uns seis anos existe uma iniciativa com este nome aqui no Brasil, formada por famílias Muçulmanas Turcas, famílias católicas e famílias judias das quais cinco casais desta chavurá fazem parte.

Nesta “Familia Abraâmica” temos mensalmente a troca de experiências de tradições religiosas e culturais, por exemplo teremos a quebra do jejum do Ramadan juntamente com a celebração da Páscoa e do Pessach.

E aí vem em consequência pensar no COEXISTIR: Existir conjuntamente... que o outro possa viver, possa existir.

Há líderes que procuram o diálogo, mas lamentavelmente há lideranças que buscam a destruição de um possível diálogo ou que lutam pela destruição da liberdade entre seres humanos.

Nesta semana que acaba, inúmeros exemplos:

Na UNICAMP, vândalos radicais apoiando a causa palestina impediram a realização de uma feira de universidades israelenses, impediram que alunos daquela universidade de Campinas pudessem ter contato com cursos das melhores universidades do mundo... o reitor da UNICAMP se retratou num discurso de mais de 15 minutos, e os diretores de departamento daquela universidade redigiram uma carta condenando veementemente o ato de vandalismo radical.

A cada semana a polícia federal tem libertado pessoas que são mantidas como escravas.

No “Jornal Hoje”, da Globo, na quarta feira passada foi comentado que desde 2018 o Brasil teve 289 casos de escravidão detectados, seus autores presos, e os seres humanos escravizados liberados.

Neste sentido, neste Pessach que repetimos quatro perguntas a cada ano, quero formular outras perguntas para que cada um de nossa Chavurah ou que nos lê, pense nesta festa:

Estou fazendo algo para que a liberdade exista?

O que eu faço com a MINHA liberdade?

O que eu faço com a TUA liberdade?

O que eu faço com a NOSSA liberdade?

 

Em detalhes...

1-    O que eu faço com a liberdade em geral... será que no meu dia-a-dia divulgo a importância da liberdade?

 

2-    O que eu faço com a minha liberdade... será que a maioria de nós não se aproveita da nossa liberdade e nos escravizamos em nossos afazeres... temos que nos liberar de nossa estreiteza?

 

3-    O que eu faço com a tua liberdade... será que eu sou aberto aceitando o teu ponto de vista que pode, nem sempre, ser o meu?

 

4-    O que eu faço com a nossa liberdade... será que eu me dedico para que tenhamos liberdade no dia de amanhã?

 

Lamentavelmente o valor da liberdade só é dado quando ela não está mais presente ou deixa de existir.

A liberdade é algo muito tênue...

Vamos focar nossas vidas para a liberdade dos outros para que possamos também ser livres.

Adiciono um resumo de uma história divulgada pelo Rabino Lau –  ex Rabino chefe de Israel - intitulada “3330 ANOS COMENDO O MESMO CARDÁPIO”.

“Imagine a diferença entre a visita de Júlio César à sua terra natal e a de Moisés.

Júlio César acaba de desembarcar hoje no Aeroporto de Roma, na Itália, e imediatamente sente que algo está errado. As pessoas não falam a língua dele. A religião local é completamente diferente. E Roma não é mais a capital cultural do mundo. Ele não tem nada em comum com os habitantes de sua terra.

No Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, a cena se desenrola de maneira muito diferente. Um Moisés idoso sai do avião. A emoção o domina quando seus pés tocam a terra de Israel pela primeira vez. Depois de conduzir sua nação pelo deserto por quarenta anos e perecer ali sem chegar à Terra Prometida, Moisés finalmente conseguiu.

 "Shalom" cumprimenta a ele um jovem porteiro do aeroporto que emigrou recentemente da Rússia e que vem oferecer ajuda.

"Shalom" Moisés responde, surpreso com o fato de que a língua falada neste lugar maravilhosamente moderno é a mesma que ele falava há milhares de anos. Então ele observa um grupo de homens rezando em um canto do aeroporto. Depois que terminam de orar, Moisés conversa com eles e examina seus itens religiosos. Eles são os mesmos que ele ordenou no Monte Sinai. Mais de três mil anos separam esses homens. Um nasceu no Egito; os outros em Moscou, Etiópia, Nova York, Casablanca, Bombaim, Sydney, Paris e Joanesburgo. Eles ainda compartilham a mesma língua, fé, tradição e visão de vida. Moisés vira o rosto para o céu e grita: "Bendito seja o Todo-Poderoso, porque meu povo ainda está vivo!" A nação judaica sobreviveu império após império de pretensos perseguidores. Antigo Egito, Pérsia, Grécia antiga, Roma - onde eles estão agora? Qual é o milagre da sobrevivência judaica?

É nossa fé, história e herança judaicas unificadas. Sobrevivemos ao longo dos séculos devido à cadeia inquebrável do nosso patrimônio. Em 15 de nisã, todos os judeus se sentam juntos para um Seder de Pessach. Comemos a mesma comida, a mesma Matzah. Alguns recitam toda a Hagadá, outros um resumo e outros ainda cantam canções. Três mil, trezentos e trinta anos é muito tempo para manter o mesmo cardápio.”

Meus queridos, repasso uma simples mensagem que recebi mas muito significativa para esta data:

 

“DESAFIE SEU FARAÓ”

“ABANDONE O SEU EGITO”

“ATRAVESSE SEU MAR VERMELHO”

“ENFRENTE SEU DESERTO”

ALCANCE SUA TERRA PROMETIDA

 

Desejo a todos Chag Pesach Sameach!!!!!

5 comentários:

  1. Parabéns, Raul, pelo texto maravilhoso!

    חג פסח שמח

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  2. Muito bom, Raul. Gostei !

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  3. Chag Sameach amigos queridos!

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  4. Parabéns Raul pelo texto, gostei. Chag Sameach

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  5. Infelizmente o mundo ou seja as pessoas não querem saber de nada pensa em si mesmo não olham para os lados belo texto

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