Por Itanira Heineberg
Shula Cohen, uma pacata dona de casa, mãe de 7 filhos. Codinome: Pérola.
Você sabia
que a espiã Shula Cohen foi encarcerada por suas atividades clandestinas (contrabandear
famílias judias do Líbano para Israel) durante seis anos, vindo a ser liberada
ao final da Guerra dos Seis Dias numa troca de prisioneiros mediada pela Cruz
Vermelha?
Shulamit
Kishik-Cohen nasceu na Argentina em 1917 e na década de 1920 mudou-se para
Israel com sua família, onde frequentou a Escola Evelina de Rothschild.
Ao completar
17 anos o negócio de seu pai faliu e a família arranjou seu casamento com um
rico empresário de Beirute, Joseph Kishik-Cohen. Shula então mais uma vez mudou
de país, para o Líbano, onde passou a frequentar a alta sociedade de Beirute.
Aos 24 anos já tinha cinco filhos.
Em 1947, em
um evento social, Shula escutou oficiais libaneses discutindo operações
militares contra Israel. Já em casa, anotou os detalhes da informação em uma
mensagem ao Haganah, um grupo então ilegal de judeus que lutava por um estado
judeu em Israel. Shula pediu ao irmão que encaminhasse sua descoberta ao grupo
e ao cabo de 5 semanas um agente secreto do Haganah a contatou solicitando seus
trabalhos de espionagem no Líbano, o que ela realizou durante 14 anos em duas
atividades:
- Reunir
informações de inteligência sobre atividades militares árabes.
Para conseguir isso, ela se tornou um membro
popular da alta sociedade libanesa. Ela se tornou tão amada pelos altos
funcionários do governo libanês, tão bem-vinda em suas casas, incluindo a casa
do primeiro-ministro, que eles a consideravam como família. Aliás, o
primeiro-ministro libanês considerava Shula Cohen como uma de suas próprias
filhas.
-
Contrabandear famílias judias em fuga da perseguição no mundo árabe,
principalmente da Síria, para Israel.
Nossa agente
de Beirute era conhecida no serviço secreto com o codinome Pearl, Pérola,
escrevendo sempre com tinta invisível. Ela tomava todas as precauções possíveis
mas em 1952, grávida, e perto da data de seu parto, ela foi pega e sua prisão
de seis dias em situações muito duras de tortura foi adiada para três semanas
após o parto.
Apesar do
acontecido, Shula continuou seu trabalho de espiã até que seus amigos a
avisaram das intenções das autoridades libanesas em seu encalço. Shula foi para
Roma por três meses mas em 1961, em seu retorno, foi presa imediatamente por
espionagem.
Condenada à
morte por enforcamento, teve sua sentença reduzida para 20 anos por ser mãe de
sete filhos.
Em 1967,
durante a Guerra dos Seis Dias, cidadãos libaneses foram capturados por Israel
que os usou em uma troca de prisioneiros por Shula Cohen.
Esta admirável
heroína, a Vovó James Bond, que foi torturada mas não revelou seus
conhecimentos, viveu em Israel até sua morte aos 100 anos.
Seu corpo
repousa no cemitério Har HaMenuchot em Jerusalém.
Apresentamos
abaixo um interessante vídeo contando a história da agente de Beirute:
https://www.tiktok.com/@jakeder3/video/7216411439731313926?_r=1&_t=8b6x0QiVMFP
FONTES:
https://blogs.timesofisrael.com/shula-cohen-the-story-of-agent-pearl/
https://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-4965515,00.html
SER HUMANO ABENÇOADO
ResponderExcluirCumpriu sua missão!
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