"Quanto mais religioso, mais apoio": artigo analisa as atitudes em relação à reforma judicial
Artigo de Itamar Yakir para o Times of Israel
Israel tem enfrentado tensões religiosas desde sua fundação, e recentes pesquisas revelam uma intensificação desses conflitos em relação à reforma judicial. A afiliação religiosa dos cidadãos israelenses está fortemente associada aos padrões de apoio à reforma, com pesquisas mostrando que que quanto mais religioso o entrevistado, maior o apoio à reforma.
Uma série de pesquisas conduzidas pelo Centro de Opinião Pública e Pesquisa de Políticas da Família Viterbi no Instituto Democracia de Israel, entre janeiro e abril de 2023, examinou o nível de apoio à reforma e seus diversos componentes.
Inicialmente, os entrevistados foram questionados sobre sua posição geral em relação à reforma judicial. Uma análise das respostas de acordo com a posição no espectro religioso revela uma forte conexão entre o nível de religiosidade e o grau de apoio à reforma. Em janeiro, apenas 16% dos judeus seculares descreveram a reforma como "muito boa", em comparação com 22% dos tradicionais-não religiosos, 48% dos tradicionais-religiosos e 66% dos ortodoxos e ultraortodoxos. As diferenças se tornaram muito mais amplas nos meses seguintes. Em abril, 15% dos judeus seculares descreveram a reforma como "muito boa", em comparação com 43% dos tradicionais-não religiosos, 63% dos tradicionais-religiosos e 79% dos ortodoxos e ultraortodoxos.
A associação positiva entre apoio à reforma e nível de religiosidade existe tanto entre os eleitores da coalizão quanto entre os eleitores da oposição. Segundo Itamar Yakir, pesquisador Instituto da Democracia de Israel, a religiosidade é um fator determinante por si só, se sobrepondo às associações partidárias.
A religiosidade desempenha também um papel importante na avaliação das possíveis consequências da reforma. Quanto menos religioso for o entrevistado, mais preocupado ele está com a possibilidade de uma mudança para pior; logo, os mais religiosos estão menos preocupados com suas consequências. Por exemplo, cerca de 20% dos entrevistados ortodoxos e ultraortodoxos expressaram preocupação com a possibilidade da reforma causar danos às economias privadas, enquanto entre os entrevistados tradicionais-religiosos e seculares, esse nível atinge 70% e 80%, respectivamente.
Assim, os entrevistados tradicionais se aproximaram mais dos entrevistados seculares, expressando alto nível de preocupação com a possibilidade de mudanças negativas ocorrerem como resultado da reforma.
Os resultados destacam que o conflito com base religiosa se dá de forma intensa, com potencial de destruir qualquer possibilidade de estabilização das relações sociais em Israel.
Para Itamar, “Vale a pena continuar trabalhando para esclarecer os custos potenciais inerentes à reforma, pois reconhecer esses custos pode afetar as atitudes públicas com relação aos esforços para a adoção [da reforma]”.
O relatório foi escrito por Itamar Yakir e publicado no Times of Israel, oferecendo resultados completos e diversos gráficos de opinião.
Acesso em:
🔗 https://www.timesofisrael.com/the-more-religious-the-more-support-analyzing-attitudes-to-the-judicial-overhaul/
Tens uma postagem que mostre o que está sendo reformado. Sem conhecer o que é a reforma esses números não esclarecem muito.
ResponderExcluirSegundo o artigo e as pesquisas aqui mencionadas Israel se tornaria rapidamente uma teocracia. Como ficará a Israel democrática?
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