Primeiro
hospital judaico no Brasil 1929, Quatro Irmãos, R.G. do Sul |
DIVERSIDADE CURIOSA
Tem grupos humanos que planejam guerras, massacres, destruição de VIDAS...
Tem outros grupos que constroem hospitais para salvar VIDAS.
Por Itanira Heineberg
Você sabia que o primeiro hospital judaico no Brasil, construído em 1929, foi o Hospital Leonardo Cohen, arquitetado por um grupo de colonos judeus no sul do país?
A vinda
destes colonos para o Brasil foi financiada pela organização filantrópica do
Barão Moritz von Hirsch, um dos cinco homens mais ricos do mundo no século XIX.
A História registra que Barão Hirsch investiu uma quantia no valor de US$300
bilhões para salvar a vida dos judeus maltratados e massacrados durante os
pogroms. Os pogroms eram os ataques violentos e desumanos à população judia
durante o Império Russo.
De lá eles
eram enviados aos Estados Unidos, Canadá, Austrália e países da América do Sul
como Brasil e Argentina.
“No caso
do Rio Grande do Sul, os imigrantes chegaram em duas levas – primeiro em Santa
Maria, em 1904, e depois em Quatro Irmãos, em 1912. No total, vieram cerca de
2,5 mil famílias.”
Os colonos
receberam lotes de terra, vacas e ferramentas, sabendo que mais tarde teriam
que pagar, pois as colônias deveriam ser autossustentáveis.
“Já na
época, como filantropo, o barão possuía uma visão próxima da ideia
profissionalizada de terceiro setor que temos hoje – diz o jornalista e
cineasta Sérgio Lerrer, secretário-geral da comissão do Polo de Turismo Judaico
de Quatro Irmãos.”
O hospital
foi construído no alto de uma colina para ser bem avistado, localizado e
acessível a todos.
O projeto do
hospital tentava tirar vantagem da luz natural, pois a luz elétrica na região
era insuficiente.
Aproveitava ainda
corredores de vento que garantiam a ventilação do interior do edifício.
Foi um
inteligente projeto arquitetônico que recebia e atendia judeus e não judeus.
“O corpo
médico incluía experientes doutores europeus, a exemplo do alemão Otto Golberg
que havia atuado nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Habituado a
trabalhar em condições adversas, Otto sabia improvisar na mesa de cirurgia,
como na ocasião em que um rapaz apareceu com o crânio afundado após levar um
coice de um cavalo. Na falta de outro instrumento, Otto pegou um desentupidor
de pia e pressionou até desafundar o crânio. O paciente viveu ainda bons anos e
não morreu por conta do coice – assegurou Moyses Henkin, genro de Otto, em
depoimento a Lerrer.”
Ouvindo-se
esta vitoriosa história de um crânio sendo desafundado com sucesso por um
instrumento da cozinha, podemos imaginar a riqueza dos acontecimentos naqueles
pagos distantes da cidade e da criatividade de seus médicos e dirigentes.
Este
estabelecimento dedicado a diminuir o sofrimento humano funcionou até 1961,
quando foi tombado como patrimônio histórico pela municipalidade de Quatro
Irmãos.
É agora um
Memorial da Imigração Judaica e faz parte da Rota Judaica que está sendo
implantada na região.
Em meio às desavenças e disputas dos variados grupos humanos em nossos dias, este exemplo de generosidade e tolerância às diferentes classes sociais e religiosas dos pioneiros de Quatro Irmãos deve ser apregoado ao mundo como um modelo a ser seguido. Quantas vidas aqui foram salvas. E quantas mais deveriam ser salvas pelos governos das nações!
Abaixo
apresentamos a cópia de uma folha de jornal sobre este caridoso Hospital
Leonardo Cohen, uma gentileza de Daniel Markus, um de nossos leitores.
FONTES:
Humanidade. Lendo estas realidades, ainda resta uma esperança
ResponderExcluirSim, devemos sempre ter esperança de tempos melhores.
ExcluirBoa Itanira! Acho que esta, poucos sabiam! 😉
ResponderExcluir