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quinta-feira, 6 de março de 2025

ACONTECE: A SEMANA DA MULHER - após 518 DIAS

Por Regina P. Markus




O dia 8 de março foi instituído como Dia da Mulher pela ONU, em 1975, em memória da greve que as trabalhadoras russas realizaram em 1917. O protesto contra o Czar Nicolau II ficou conhecido como Pão e Paz. Vale lembrar que esta greve ocorreu durante a 1a Guerra Mundial (28/07/1914 - 11/11/1918). Neste ano de 2025, a organização "ONU Mulheres" celebra o 30º aniversário da "Declaração e Plataforma de Ação Pequim", documento que estabelece regras de conduta. Esta data e ações, ligadas a uma ação progressista, não apoiou nem de forma indireta as mulheres, meninas e bebês que foram mortas, violentadas e feitas reféns no dia 7 de outubro de 2023. Por quê? A resposta vem fácil à nossa mente: ANTISSEMITISMO, ANTI-SIONISMO e um objetivo declarado aos 4 ventos de varrer Israel do mapa. 

Contar ao mundo quem somos - Nós, MULHERES JUDIAS - é uma forma eficaz de abrir as cortinas que separam a ignorância do conhecimento. Contar é um verbo que permite tanto "computar números" como criar narrativas. HOJE, no dia 8 de março e também em alguns dias de PURIM, vamos falar das mulheres judias.

Falar do papel da mulher desde os tempos bíblicos e passar por alguns momentos ao longo da história - e não deixem de ver alguns depoimentos das reféns liberadas! 

Começamos com Esther que é a protagonista de PURIM - a Malká Esther. E a lista é longa. Chavá (fala-se Ravá), a primeira mulher, a mulher de Noach (Noé), Na'ama (cheia de beleza), canaanita. As matriarcas (Sara, Rivka, Raquel e Leah), Débora, a juíza, Ruth, a moabita, que segue sua sogra, Naomi, que tornou-se ancestral do Rei David, Miriam, a profetiza. E os nomes continuam... Nesta Introdução cito mais um, que não é muito conhecido e que entrei em contato nesta busca por mulheres judias da Antiquidade - Serach - em um texto muito completo, escrito pelo Rav Tsvi Freeman do Beit Chabad de Portugal. Quando os filhos de Yakov voltaram do Egito para contar que o filho, José, ainda estava vivo, a dúvida estava no ar. Serach, filha de Asher,  acompanhada de sua harpa, entoou versos que contavam a trajetória de José, e o refrão era "...E Yossef ainda vive". E em um dado momento Yakov captou a mensagem. Creio que poucas de nós escutamos este nome. E quantos nomes mais teríamos para colocar... 

HOJE - é o NOME da Rainha Esther que deve ser mencionado. O nome daquela que soube usar dotes femininos, sagacidade, conhecimento e colaboração para permitir a saída dos judeus da Pérsia e volta para Eretz Israel. PURIM - a festa da SORTE - PUR - sorte!!!  

ESTE ANO VAMOS JOGAR OS DADOS e nos ALEGRAR em meio a uma tristeza imensa!

Hoje vamos olhar e reolhar os reféns que voltaram vivos e mortos e também aqueles que ainda estão em GAZA. Os reféns que o mundo quer esquecer! 

ABRA A PÁGINA DO BLOGGER E ENCONTREM muitas falas e informações que "rolaram" ao longo de 518 dias, 74 semanas, 17 meses.... E ainda tem reféns presos em Gaza!!! E a eles dedicamos o dia da mulher!

Regina P. Markus

8/03/2025


Declaração de Gal Gadot




Declarações de Sobreviventes de Atentados 

Sobrevivente de Entebe promove campanha pelos Reféns de 7 de outubro de 2023


Sobrevivente de Entebbe lança campanha viral pelos reféns de Gaza

Apenas um minuto às 11h59. Isso é o que Benny Davidson pede ao mundo. Nem dinheiro, nem protestos – apenas 60 segundos de solidariedade visível para os reféns israelenses em Gaza, cujo sofrimento ele, aos 61 anos, compreende com uma intimidade rara.

Davidson tinha apenas 13 anos quando terroristas sequestraram o voo 139 da Air France, que ia de Tel Aviv a Paris, em 27 de junho de 1976. Ele estava sentado com sua família quando dois sequestradores palestinos e dois alemães tomaram o controle do avião, separando os passageiros judeus e israelenses dos demais. Sob a proteção do ditador ugandês Idi Amin, os terroristas mantiveram-nos como reféns enquanto exigiam a libertação de centenas de terroristas ao redor do mundo. O impacto psicológico do cativeiro permanece vívido na memória de Davidson, mesmo depois de tantas décadas.

"Fomos sequestrados após uma escala em Atenas e pousamos em Bengasi, na Líbia, por algumas horas, antes de seguir para Entebbe. Não sabíamos que ficaríamos lá por uma semana", lembra Davidson ao Jewish News. "O principal problema de se tornar refém não é apenas perder a liberdade, mas também a capacidade de prever o que vai acontecer no próximo minuto, na próxima hora ou no dia seguinte."

Quando os terroristas anunciaram que recolheriam documentos de identidade, o pai de Davidson percebeu que carregava sua identificação de navegador de combate da Força Aérea Israelense.

"Agora, um capitão da Força Aérea Israelense, um navegador de combate, não é alguém que você quer que caia nas mãos de terroristas", diz Davidson. "E o que meu pai fez? Rasgou o documento em quatro pedaços. Cada um de nós ficou com uma parte. Continuamos rasgando em pedacinhos, colocamos na boca, fizemos pequenas bolas de papel e as jogamos em uma lata verde no assento à nossa frente. Em dois minutos, não havia mais navegador de combate da Força Aérea Israelense naquele avião."

Surpreendentemente, seus pais estabeleceram rotinas durante o cativeiro, criando uma biblioteca improvisada, lavando pratos, distribuindo comida e brincando.

"Eles construíram uma espécie de força interna, resiliência, transformando um trauma potencial em grande poder. E posso resumir isso em dois fatores. O primeiro é estabelecer ordem em uma situação caótica. E aquela era uma situação extremamente caótica", explica. "Estávamos sob a vigilância de 10 terroristas e mais de 100 soldados ugandeses. O medo pela vida era constante. Mas ao seguir rotinas diárias, conseguimos mascarar, até certo ponto, o terror. É a ordem contra o caos."

A crise dos reféns em Entebbe terminou quando comandos de elite da unidade Sayeret Matkal de Israel invadiram o aeroporto em 3 de julho de 1976. Liderada por Yoni Netanyahu, irmão do atual primeiro-ministro de Israel, a "Operação Trovão" resgatou com sucesso 102 dos 106 reféns, embora Netanyahu tenha perdido a vida na missão.

Agora, quase cinco décadas depois, Davidson transformou sua experiência em uma missão, lançando a campanha #HopeAMinute para defender a libertação dos reféns ainda mantidos em Gaza desde 7 de outubro. Todos os dias, às 11h59, participantes postam um vídeo ou uma foto de 60 segundos pedindo a libertação dos reféns, usando as hashtags #HopeAMinute e #UntilTheLastOne.

"Vamos nos levantar por um minuto. Apenas 60 segundos às 11h59 e tirar uma foto ou gravar um vídeo de nós mesmos – seja em meio a uma multidão, em casa com nossos filhos, em um restaurante, no escritório, em uma fábrica, em um shopping ou nas ruas", disse Davidson ao meio de comunicação judeu do Reino Unido.

Davidson está recrutando ativamente escolas, universidades, equipes esportivas e escritórios para participarem da campanha, enfatizando que não é necessário nenhum equipamento ou preparação especial.

"Você não precisa se vestir de forma especial, nem segurar um cartaz ou qualquer coisa do tipo. Não precisa de bateria, apitos, nada", explica. A ideia, segundo ele, é dar às pessoas "um sentimento de proximidade e união ao afirmarem algo em que todos acreditam."

Am Yisrael Chai!


Fonte: Comunidades Plus

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: As vidas da matriarca

 



         Escrever me faz muito bem...

É que a literatura é uma Arte e, assim, abençoada. Quando a gente fala que uma criança “pinta o 7” ou é “arteira”, a gente tá falando, na verdade, que ela recebe uma chuva abençoada toda vez. Mas, o que é Arte e por qual motivo ela é tão importante?

         A Arte é tudo que faz a gente ENXERGAR!

Enxergar é perceber a essência das outras pessoas com a nossa alma. A poluição cotidiana, o corre-corre da vida, o barulho, buzinas, o “pega pra capar”... Frenesi! Por vezes, nós acabamos ficando, por conta da poluição do dia a dia, meio que insensíveis aos dramas que não são nossos.

A Arte, então, é esse azeite que lubrifica nossa insensibilidade, limpa nossas sujeiras e ferrugens, e abre nossos olhos da alma.

         Tudo aquilo que abre nossa percepção para as outras pessoas... Arte! Eu já falei, mas não custa repetir, de uma crônica do Rubem Alves em que ele fala que hoje todo mundo quer fazer cursos de oratória, mas ninguém quer aprender, nem praticar, a “escutatória”. Arte é isso!

“Escutatória” pura! 

Por isso que todo trabalho bem feito, por mais simples ou complexo que seja, é artístico. Se o trabalho faz com que a gente enxergue... BINGO! É Arte!

Por isso que eu sempre sorrio quando ganho novos leitores. Quando eu tô caminhando e alguém vem comentar de um texto que escrevi, isso é o meu maior lucro. Comentários, críticas... Virtuais ou reais. Elas que me lembram que o Universo é muito maior que meu umbigo!

É engraçado... A maioria desses comentários que recebo é de mulheres... Um leitor me disse uma vez que era por causa da minha sensibilidade feminina. Esse comentário acabou alugando um triplex na minha cabeça... Não que eu fique ofendido! Pelo contrário! É uma honra enorme!

É que eu acredito que não exista sensibilidade feminina, assim como não há sensibilidade masculina. Só temos sensibilidade! Escutamos! Enxergamos! Será que todo homem, mulher, pessoa enfim, não carrega dentro de si uma sensibilidade gritante?

É igual falar de mulheres fortes... Não seria melhor falar só de mulheres?

Minha vó Tereza teve 6 filhos. Criou mais 6, da irmã dela. Meu avô, de memória extremamente abençoada, morreu quando meu pai, o caçulinha, tinha 6 anos... Criou sozinha 12 filhos. Isso é uma mulher forte ou uma mulher?

Minha avó Rosinha teve “só” 5 filhos... Isso faz dela menos forte, por acaso? Aliás, a força tem de ser algo que a gente vê? Será que toda mulher, homem, pessoa enfim, não carrega dentro de si uma fortaleza gigante? 

A Força não seria inerente a toda pessoa humana, igualzinho à sensibilidade? Não estariam elas ali, à espreita, só esperando a hora certa de aflorar?

De repente a lágrima escorre, tão sensível e forte quanto o mar!

Aliás, não estariam todas as características humanas, tudo junto e misturado, dentro de cada pessoa, de cada indivíduo? Cada uma delas mais ou menos desenvolvida, mas todas elas ali. É por isso, acho, que a gente precisa do outro... De mãos dadas, todos juntos!

Lembra daquela musiquinha dos Saltimbancos, Todos Juntos? Cada pessoa tem seus pontos fortes, mas também tem os seus pontos fracos, e juntos, de mãos dadas, a gente consegue superar as questões da vida.

Ter fragilidades não é vergonha! Não oferecer a mão que é!

Durante nossa existência cada uma dessas nossas qualidades vai sendo desenvolvida, e, de acordo com o que a gente passa, vai tomando protagonismo. Ou seja, elas vão dominando a nossa vida!

Durante a vida a gente tem várias vidas!

Não falam que cada dia tem sua agonia? Mas esquecem de falar das delícias da superação. Agonia superada é alívio na aflição. É vida... Cada dia tem sua agonia: uma oportunidade coletiva para as delícias da vida!

Sempre penso muito em várias coisas...

A minha Ana Rosa vive reclamando que eu adoro ficar no sofá, na quietude escura da meditação... Ela não! Ela é luz, é bagunça, é música... E perfeitamente, como as peças de um quebra-cabeças que se encaixam, nós fomos feitos um para o outro...

Vidas dentro da vida...

Sara foi filha, amiga, irmã, líder, madrasta e mãe...

Ela teve, e tem, várias vidas dentro da vida...

Várias existências dentro da existência que ganham novos, e melhores, sabores quando de mãos dadas: uma filha precisa de um pai assim como uma mãe precisa de um filho, e assim por diante!

Sara sempre esteve viva!

Sara sempre esteve de mãos dadas!

AS VIDAS DA MATRIARCA!

André Naves
Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política - PUC/SP. Cientista Político - Hillsdale College. Doutor em Economia - Princeton University.  Comendador Cultural. Escritor e Professor.

www.andrenaves.com 

Instagram: @andrenaves.def