O Kuwait é um país do golfo árabe que não tem nenhuma relação diplomática com Israel: não permite a entrada de portadores de passaportes emitidos em Israel e nem pessoas com o Estado Judeu em seu histórico de viagens. Além disso, o país árabe alegadamente boicota produtos israelenses. Imagine, então, o choque que o escritor Abdullah Al-Hadlaq causou ao falar, em TV aberta do país, que não há ocupação em Israel - o que há é um povo retornando a sua terra prometida. E foi além: afirmou que os israelenses judeus chegaram antes dos palestinos na “terra sagrada”, e que o próprio Alcorão reconhece isso. Assista ao discurso completo, uma pequena esperança de entendimento e de paz, clicando aqui.
Você sabia que a primeira sinagoga das Américas, Kahal Zur
Israel - Santa Comunidade Rochedo de Israel, foi construída no Brasil, em
Recife, no século XVII, por judeus sefaraditas portugueses refugiados na
Holanda, e para cá vindos durante o
Domínio Holandês ?
Muitos entendem o nordeste brasileiro como uma nova Terra
Prometida para conversos e judeus portugueses e espanhóis durante os séculos
XVI e XVII. Com a inquisição galopante na península ibérica, o oceano vasto e
desconhecido surgia como uma barreira segura, um escudo protetor, para aqueles que
desejavam fugir das conversões forçadas, das perseguições; os mares bravios
acenavam-lhes com uma esperança de liberdade religiosa.
O Domínio Holandês no Brasil, de 1624 a 1654, permitiu que muitos
judeus portugueses de Amsterdã para cá viessem e foi assim que desenvolveram
várias atividades entre elas a produção e o comércio de açúcar, colaborando
intensamente no início da colonização das novas terras.
Entre 1636 e 1637, construíram a primeira sinagoga das Américas, na
Rua dos Judeus, hoje Rua do Bom Jesus.
Assim, neste período de paz para os judeus do novo mundo, eles
puderam praticar abertamente sua religião.
O regulamento de 69 itens de Haia, elaborado pelos Estados Gerais para
as Colônias Holandesas nas Índias Ocidentais, incluía a liberdade religiosa e
foi implementado por Maurício de Nassau, um de seus altos funcionários.
Primeiro Rabino do Novo Mundo – Isaac Aboab da Fonseca –
aqui chegou em 1641 e ficou até 1654.
Mas os portugueses não se conformavam com a perda de seu valioso
território, grande produtor de açúcar, bem localizado, uma das capitanias que
realmente prosperaram, e na segunda Batalha dos Guararapes os holandeses foram
expulsos do Brasil pelos heróis luso-brasileiros e os judeus receberam um curto
prazo para deixar o país.
Os
judeus pernambucanos, após a derrota dos holandeses, fugiram em várias direções com medo da volta da temível inquisição portuguesa às terras recém-conquistadas.
A
decisão de 150 famílias foi rápida e todos retornaram à Holanda no navio Valk. Porém, destas, 23 famílias foram deixadas presas na Jamaica depois de um ataque de
piratas espanhóis à embarcação Valk . Após sua libertação, tomaram um navio
francês para a América do Norte, chegando à vila de Nova Amsterdã, na ilha de
Manhattan, em 1654. E lá, no mesmo ano, fundaram a primeira comunidade judaica
da América do Norte, a Congregação Shearit Israel - Remanescentes de Israel, a
única na cidade até 1825.
Atual
e imponente prédio da Sinagoga Shearit Israel em Manhattanh, em frente ao Central
Park, fundada há mais de 360 anos no sul da ilha.
“Após a saída dos holandeses de
Pernambuco, os portugueses tinham como objetivo primordial eliminar qualquer
vestígio da presença judaica na região. Assim, suas casas foram doadas aos
luso-brasileiros e os locais nos quais funcionavam sinagogas foram entregues a João Fernandes Vieira, em
1679, que os repassou à congregação ortodoxa de padres católicos, estes
expulsos no século XIX.
As propriedades foram então transferidas para a Santa Casa de Misericórdia.
Em 1999, a
prefeitura de Recife desapropriou-as e cedeu-as em comodato por 99 anos à
Federação Israelita de Pernambuco. A descoberta de um bairro judaico na capital
pernambucana foi possível graças a uma coleção de mapas, plantas e documentos
organizados pelo arquiteto
José Luiz da Mota Menezes, que está acompanhando os
trabalhos. Com esses documentos, foi possível identificar o bairro no qual os
judeus viveram no tempo de Nassau.”
No século XXI iniciou-se um projeto de
restauração da antiga sinagoga que procurou manter-se o mais fiel possível à
arquitetura e às decorações originais. Vejamos a seguir o relato sobre a
pesquisa histórica do professor Albuquerque:
"Segundo
o professor Albuquerque, o rio tinha o seu curso exatamente na área onde viviam
os judeus, o que significa que a rua que abrigou a sinagoga não existia no início do período colonial. Os judeus teriam começado a
aterrar as margens, conquistando terreno ao longo do rio. Logo atrás do
terreno, foram encontradas as muralhas que protegiam a cidade há 350 anos. Esta
muralha tem 88 cm de largura e 1,60 m de profundidade em relação
ao piso da casa. Albuquerque diz ainda que o fato de os alicerces das casas não
estarem amarrados à muralha é uma prova que o muro é anterior a elas, e a parte
dos fundos da sinagoga foi construída sobre ele. Desde que se iniciaram as
escavações, foram retiradas dezenas de toneladas de terra e entulho.
A prova maior de que uma sinagoga foi construída na Rua dos Judeus entre as
paredes dos sobrados 197 e 201 veio com a descoberta de um poço que, ao que
tudo indica, seria uma mikve. Sua autenticidade foi confirmada por um conselho
rabínico chefiado pelo rabino David Weitman. Após minuciosas medições,
constatou-se que fora construída de acordo com os rígidos preceitos judaicos. O
poço encontrado tem capacidade para 648 litros de água natural, profundidade de
1,50 m, mas recebia água somente até 1,30 m. A mikve será mantida exatamente como
foi encontrada.
Mikvah -
banhos de purificação
Em 2002, após a conclusão da reforma, a Sinagoga foi
aberta ao público - não mais como uma casa de orações, mas como um museu onde todos
podem ver in loco um local considerado um dos berços do judaísmo na
América.
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.
"Em 2017, Israel é a única economia desenvolvida e democracia
ocidental da região com uma fertilidade relativamente alta, o que facilita o crescimento econômico sem dependência de trabalho de
imigrantes", comenta o demógrafo israelense Yoram Ettinger no seu
relatório mensal. Ele
introduz vários fatos, seguindo a linha de que Israel não está navegando à frente de
uma "bomba-relógio demográfica árabe" e sim a favor da existência de
robustos ventos judaicos em crescimento.
Veja um resumo dos dados que ele traz:
1. Em 2017, pela primeira vez, o índice de fertilidade de israelenses judias (3.16
nascimentos/mulher) supera o das árabes israelenses (3.11
nascimentos/mulher) e também o da maioria dos países árabes
como Arabia Saudita – 2.1, Kuwait – 2.4, Síria – 2.5, Marrocos – 2.1, etc, desafiando as projeções realizadas desde os anos 40 peloIsrael's demographic establishment.
2. A ocidentalização da taxa de fertilidade árabe parece ter influenciado também as regiões da Judeia e
Samaria: de 5 nascimentos por mulher em 2000 para 3 em
2016 e com uma média de idade de maternidade que aumentou dos 17 para os 21 anos em 2017. Além disso, a maioria das jovens árabes israelenses finaliza sua etapa escolar, entra nas universidades,
usa anticoncepcionais, casa mais tarde e, em média, só começa a ter
filhos após os 20 anos. A integração no mercado de trabalho, crescente
urbanização e redução das moradias são fatores que contribuem para a redução da
taxa de natalidade.
3. Ao mesmo tempo, desde 2005 se registra um aumento sem precedentes na taxa de fertilidade judaica, resultantes de um alto nível de otimismo, patriotismo, percepção de pertencimento às raízes nacionais, patriotismo e responsabilidade social. Os nascimentos
judeus aumentaram de 80.400 em 2005 para 139.400 em 2016, enquanto os árabes se
mantiveram razoavelmente estáveis na faixa de 41.000. Isto aconteceu no
setor secular da sociedade israelense. Estas diferenças aparecem ao
considerar-se que em 2016 a relação entre nascimentos de judeus e árabes foi de
3.2 /1 quando em 1995 essa relação era de 2.2/1.
4. Existe um
importante aumento na população judia pela imigração a Israel (Aliyah) o que
levou a reedição de programas proativos para imigração da Europa, África e
América tal como foi feito por exemplo quando 1.000.000 de russos imigraram nos
anos 90.
5.
Simultaneamente a estes fatos existe uma emigração árabe da Judeia e Samaria de
aproximadamente 20.000 por ano e o número de israelenses que deixam Israel por
um período de apenas um ano sofreu uma redução de 14.200 em 1990 para 8.200 em
2015. Nesse período, a população de Israel quase duplicou de 4,5 milhões para
8.4 milhões em 2015.
Em 1898, o historiador e demógrafo Simon Dubnov desafiou a visão sionista
prognosticando que em 100 anos, ou seja, em 1998, não haveria mais do que 500.000
Judeus na Terra de Israel. Em outubro de 1944, o fundador do Bureau
Central de Estatísticas de Israel, Prof. Roberto Bachi, anunciava que nas
melhores condições, em 2001, a população judaica seria de 2.3 milhões, uma
minoria de 34% . Na realidade existem em 2017, contrariando estes demógrafos,
6.8 milhões de judeus em Israel incluindo Judeia e Samaria, o que faz uma
maioria de 66%.
Fonte:
The Jewish-Arab demographic about-face
Ambassador (ret.) Yoram Ettinger, "Second Thought: a US-Israel
Initiative"
Sigd é uma festa da comunidade dos Judeus Etíopesconhecida como "Beta Israel". O nome da festa vem da palavra "sgida" que em hebraico significa prostração.
Durante Sigd, que é celebrado no dia 29 do mês judaico deHeshvan - 50 dias depois de Yom Kippur (assim como Shavuot se celebra 50 dias depois de Pessach), a comunidade marca a renovação da aliança entre o povo judeu, Deus e a Sua Torá. Em Sgid os judeus etíopes rezam a Deus e pedem para retornar a Sion . A comunidade também faz uma introspecção comunitária - além da auto avaliação durante o Yom Kipur - porque, de acordo com a tradição, para poder retornar do exílio para Jerusalém, as pessoas devem empenhar-se em introspecção e arrependimento. Erros dos membros da comunidade são perdoados durante Yom Kipur e nos 50 dias seguintes. No 50o. dia, após a introspecção, a comunidade retorna à experiência do Yom Kipur com rezas e jejum.
Nos dias de hoje, uma vez que a maioria dos judeus etíopes fizeram Aliah para o estado de Israel, durante a festa os membros da comunidade viajam a Jerusalém e visitam o Muro das Lamentações e a promenade no bairro de "Armon Hanatziv” da cidade. A festa serve como um encontro anual da comunidade etíope inteira, e seus membros a veem como uma oportunidade de fortalecer a conexão com suas raízes e sua cultura.
Os Kessim (líderes religiosos dos judeus etíopes), vestidos em seus robes tradicionais, carregam os rolos da Torá enquanto seguram guarda-chuvas multicoloridos. Eles sobem em um palco elevado, leem trechos da Bíblia e recitam preces para os membros da comunidade, também em Hebraico. Autoridades públicas comparecem à celebração e cumprimentam a audiência, e muitos dos membros continuam a jejuar até o final da tarde.
O knesset promulgou a Lei do Sgid 2008, declarando dia 29 de Heshvancomo feriado nacional. Em 2017 esta data correspondeu a 18 de novembro.
Imagine uma competição assim: quem conseguir aterrissar primeiro na lua, passear por 500 metros e transmitir vídeos e fotos em alta definição para a terra, ganha. Parece coisa do futuro, mas é atual e se chama Google Lunar XPrize: um desafio para inspirar engenheiros, empreendedores e inovadores ao redor do mundo a desenvolver métodos de robótica espacial de baixo custo. Aí é que entra Israel: com a equipe SpaceIL, o time decidiu ir além do desafio e abraçar uma missão nacional. Usando a história inspiradora da espaçonave israelense, está sendo criado um importante impacto educacional na atual geração de estudantes que, através de um trabalho paralelo, vêm acompanhando a jornada. Confira o vídeo traduzido e legendado para o português pela equipe de colaboradores do EshTá na Mídia:
Para saber mais sobre o desafio Google Lunar XPrize: lunar.xprize.org
Você sabia que o Barão Moritz von
Hirsch, maior filantropo judeu de todos os tempos, responsável por ter salvo um
número expressivo de judeus das misérias e perseguições religiosas na Europa,
ao perder seu filho Lucien por problemas pulmonares aos 31 anos de idade,
declarou: “Meu filho eu perdi, mas não meu herdeiro. A humanidade é
minha herdeira!”?
Barão Hirsch e sua esposa Clara dedicaram-se
com empenho a causas sociais, condoídos com a miséria e os sofrimentos dos
judeus desamparados e sujeitos a perseguições religiosas pelos governantes das
terras onde se encontravam.
Esta é a história de um homem
dinâmico, inteligente, milionário e empreendedor que soube compadecer-se de
seus semelhantes injustiçados, carentes e sem perspectivas de uma vida melhor,
mais digna e humana.
“Maurice de Hirsch nasceu a 9 de dezembro de 1831 em
Munique. A situação de sua família contrastava com a pobreza e as limitações
impostas à grande maioria das comunidades judaicas da Europa do século 19.
O avô entrou para a história como primeiro judeu a possuir
terras na Bavária; seu pai, banqueiro, recebeu o título de barão em 1869. A mãe, Karoline
Wertheimer, responsabilizava-se por supervisionar que o filho recebesse aulas
densas de hebraico e de judaísmo.
Hirsch ampliou os horizontes financeiros de sua família e
segundo algumas estimativas, chegou a ter uma das cinco maiores fortunas da
Europa naquele momento. O século 19 apresentava como um dos empreendimentos
mais cobiçados e rentáveis a construção e exploração de estradas de ferro. E,
dono de visão aguda, o barão Hirsch percebeu uma oportunidade dourada em
paragens orientais do continente. Mergulhou, em 1869, na construção de uma
ferrovia entre duas importantes capitais imperiais: Viena e Istambul
(Constantinopla).
O grande empreendedor judeu se aproximou muito das autoridades otomanas.
Além dos recursos acumulados nas finanças e no mercado de
açúcar e de cobre, o patrimônio do barão Hirsch listava a administração de
ferrovias que incluiu a origem da lendária Orient-Express.”
E foi em suas andanças pela Turquia
que ele percebeu com tristeza e aflição a miséria de seu povo, o povo judeu. Ao
contrário do que se esperaria, Hirsch compadeceu-se mais com a vida miserável
dos judeus da Turquia do que com os da Europa do Leste e Central.
Também sua preocupação cresceu ao
perceber as perseguições cometidas pelas tropas do Czar às pequenas aldeias
russas, os shtetls.
Em 1881, o Czar Alexandre II foi assassinado e como consequência
ocorreram terríveis progroms, levando os judeus russos a fugirem
desesperadamente para as fronteiras alemãs.
Constatando o que acontecia na
Rússia, o Barão Hirsch cada vez mais procurava soluções para os sofrimentos de
seu povo. Iniciou-se assim a sua grande ajuda filantrópica em prol deste povo.
Tentou negociar repetidamente com o poder
czarista, com o intuito de melhorar a vida dos judeus na Rússia e como não
obtivesses resultados satisfatórios, passou a acreditar que não havia mais
chances para os judeus no Velho Mundo, voltando então seus olhos para as
Américas.
Em 1889 foi fundada a colônia de
Moisesville (homenagem ao Barão, cognominado o Moisés das Américas) em Santa
Fé, Argentina, em terras adquiridas por Hirsch em parceria com o projeto
colonizador de um otimista judeu lá radicado, Wilhelm Loewenthal.
Em 1890 havia na nova colônia argentina
68 famílias emigradas ocupando 4350 hectares de terras adquiridas pelo Barão
Hirsch.
No livro “Em terras gaúchas - A história da imigração judaico-alemã”, Gladis Blumenthal relata
que a imigração judaica no Brasil teve início em 1904, cinco anos após a
proclamação da República.
Por via marítima, com o auxílio
financeiro, interesse, determinação e repetidos esforços do Barão Hirsch,
chegam ao sul do país os primeiros membros da comunidade judaica e logo são
alocados no centro do estado do Rio Grande do Sul, criando a colônia judaica “Philippson“,
em terras compradas pela Jewish Colonization Association – JCA.
Entre 1911 e 1912 é fundada a colônia
Quatro Irmãos, com famílias advindas da Argentina e outras emigradas da
Bessarábia. No ano seguinte, cento e cinqüenta famílias da Rússia unem-se aos
habitantes de Quatro Irmãos.
Em 1926 surge a colônia Barão Hirsch
com judeus da Lituânia e Polônia.
Logo em seguida, outras colônias
foram fundadas: Clara, com aproximadamente 60 famílias também vindas da Polônia
e Lituânia, e colônias Pampa e Rio Padre com famílias da Lituânia.
Entre os anos 1920 e 1930 vieram
contingentes de Sefaradis de origem turca que se estabeleceram em núcleos
urbanos, assim como grupos de jovens solteiros, do sexo masculino, vindos da
Europa Oriental, radicando-se nas mesmas áreas.
A jovem JCA acreditava nas chances de
reabilitar os judeus do leste europeu, seguindo cuidadosamente o objetivo
definido em seu estatuto:
“Ajudar e promover a emigração de judeus de qualquer
parte da Europa ou da Ásia – e principalmente
de países nos quais eles podem estar sujeitos a qualquer tributação especial ou limitações políticas
ou de outra natureza – para qualquer parte do mundo, e formar e estabelecer
colônias em várias partes da América do Norte e do Sul e outros países, para
fins agrícolas, comerciais ou outros”.
Ao criar colônias agrícolas em terras
por ele compradas, os objetivos de Hirsch nada mais eram do que contribuir para
a “regeneração” do povo judeu e acabar com o antissemitismo.
“Maurice de Hirsch patrocinou um amplo leque de
iniciativas filantrópicas responsáveis pela construção de comunidades e escolas
judaicas a partir do século 19 em locais tão distintos como Brasil, Israel,
Estados Unidos, Turquia, Argentina e Canadá. Uma trajetória impressionante que
lhe valeu o epíteto de “o Barão da Tzedacá”.
A mão do barão Hirsch deixou marcas indeléveis na história da comunidade
judaica brasileira.
Fundou em 1891, na capital britânica, a Jewish Colonization Association,
conhecida pela sigla JCA, envolvida na imigração de judeus da Europa oriental,
para viver no Rio Grande do Sul no começo do século passado.”
Após muitas viagens, projetos, estudos e trabalhos, em 21 de abril de
1896 o Barão Hirsch faleceu na Europa.
Nas Américas, o jornal The New York Times deu a notícia de sua morte,
ressaltando a sua generosidade e obstinação:
“Sua filantropia era tão
ilimitada quanto sua fortuna.”
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do grupo Esh Tamid.
E D’us levou Abraão à Terra Prometida. E Moisés
conduziu o Povo de Israel pelo deserto por 40 anos até apontar de cima do Monte
Nebo onde era a Terra Prometida. E Golda Meir constatou no século XX
que Moisés apontou para o único pedaço de terra no Oriente Médio em que o ouro
negro não jorrava.
Há um conceito judaico muito
importante: Tikun Olam, que significa
“reparar o mundo”. De forma poética, é muitas vezes traduzido como “criar o mundo”
- e gostamos de pensar
que sendo esta uma das principais obrigações (mitsvot) de um judeu, é a forma
em que o homem passa a criar, unindo a capacidade de transformar a algo tão
fantástico que poderia ser considerado um ponto de contato entre linhas de
pensamento que se imaginam excludentes. Evoluímos e criamos; criamos e
evoluímos.
É esta capacidade criativa do
homem, e a capacidade tecnológica do Estado de Israel, que estão inaugurando
uma nova era para a utilização de energia fóssil no mundo. O tabuleiro está
prestes a sofrer alguns movimentos que podem modificar o rumo atual dos
acontecimentos.
No final do século XX, início
do século XXI, foram detectadas imagens do Mar Mediterrâneo que sugeriam a
presença de gás e petróleo em águas profundas pertencentes ao Estado de Israel.
Nos últimos 20 anos, foram desenvolvidas as tecnologias necessárias para a
exploração e distribuição de gás e petróleo. Ciência e tecnologia são frutos
diretos da educação. Assim, Institutos de Pesquisa e Universidades criaram
cursos de pós-graduação voltados para engenharia do petróleo, e dessa forma foi
sendo gerada uma massa crítica capaz de enfrentar os novos desafios desta área
que só ganha relevância com a descoberta destes recursos naturais. Neste ponto,
é sempre preciso lembrar que a Terra Prometida, a Terra dos Sonhos, era tida
como de poucos recursos naturais, e através da ciência e inovação Israel é uma
das lideranças internacionais na geração de fontes alternativas de energia.
A Terra do
Leite e do Mel, agora a Terra da Energia, vai seguindo o seu caminho – e, como
brasileiras e habitantes deste país abrimos aqui um espaço para os versos de Geraldo
Vandré – “A certeza na frente e a História na mão!” – Para não dizer
que não falei de flores...
A foto mostra parte do piso preservado de uma Sinagoga de mais de 1400 anos que foi conhecida como "Sinagoga 'Shalom Al Yisrael'". Estes são os dizeres em hebraico (Paz a Israel) sob a Menorah judaica (candelabro de 7 velas) .
As ruínas desta antiga sinagoga judaica foram descobertas em 1930 por arqueólogos, próximo a Jericó. Também foram descobertos nesta antiga sinagoga símbolos da Arca da Aliança e um Shofar. Dois pontos importantes: 1) Esta é mais uma evidência da presença de comunidades judaicas que usavam a língua hebraica pelo menos 1400 anos atrás na sua terra de Israel. 2) Até o presente momento não foi encontrado nenhum artefato palestino, uma língua palestina, ou menção a comunidades palestinas com nomes palestinos associados pré século 20 em nenhum lugar da terra de Israel.
Você sabia que o segundo imperador do
Brasil, D. Pedro II, filho de D. Pedro I, nascido aqui no Brasil, era um grande
admirador do povo judeu, de sua história e de sua língua, o hebraico?
Aqui segue um interessante vídeo que mostra este surpreendente fato
histórico.
Além de sua fluência na língua
hebraica e seu interesse por Israel, ele completou o trabalho de abertura
religiosa iniciado por seu pai, no intuito de permitir a prática do
judaísmo com total liberdade no país.
A coluna "Você Sabia?" é uma colaboração de Itanira Heineberg para o EshTá na Mídia.
"Antes da Declaração Balfour, quando o governo otomano terminou (1517-1917), as fronteiras políticas da Palestina como as conhecemos hoje não existiam, e não havia nada chamado de povo palestino, com uma identidade política, como conhecemos hoje.
As linhas de divisão administrativa da Palestina se estendiam de leste a oeste e incluíam a Jordânia e o sul do Líbano. Como todos os povos da região, [os palestinos] foram libertados do domínio turco e imediatamente passaram para o domínio colonial [britânico e francês], sem formar uma identidade política".
A afirmação é de um historiador palestino, numa entrevista para a TV oficial da Autoridade Palestina. Conhecer a história ajuda a entender o presente. Confira a matéria completa da Conib clicando aqui.
Ao longo destes meses nosso foco tem sido o sionismo, o judaísmo e os judeus no mundo e em Israel. Algumas pitadas do que aconteceu ao longo de 3000 anos de história e as várias narrativas que distinguem este pequeno povo, para o bem e para o mal. No geral, comentamos fatos que se solidificam por serem revisitados anualmente, ou por dizerem respeito a uma data significativa. Esta semana vamos romper esta linha para chamar atenção para um fato isolado que aconteceu na região das Montanhas do Golan, as que ficam a leste do Lago Kineret, o conhecido Mar da Galileia. Altas montanhas localizadas em Israel e na Síria onde mora um povo milenar, que se formou no Egito no início do primeiro milênio.
Os drusos que vivem em Israel, são cidadãos israelenses com os mesmos direitos e deveres dos demais cidadãos. A maioria de homens e um número significativo de mulheres servem na Forças de Defesas de Israel por um período mínimo de 3 anos e há um número expressivo, em relação ao número de drusos de oficiais. Universidades, Institutos de Pesquisa e as atividades culturais do país tem a participação de muitos cidadãos drusos. O mesmo ocorre entre os profissionais da saúde. Como há drusos dos dois lados da fronteira Israel/Siria, o atendimento a esta população é feito de forma aberta, ou nem tanto ao longo dos anos. Casamentos entre pessoas que vivem além da fronteira são comuns, aumentando ainda mais os laços entre os drusos. Por que uma história milenar que vem sendo tratada com discrição e com sucesso ao longo dos anos ganha relevância no aqui e agora? Qual o fato que poderia mudar uma postura do governo israelense seguida pelos últimos 69 anos?
Estará certo quem pensar que está relacionado com terrorismo, mas mesmo a esta resposta simples precisa ser bem enquadrada, visto que em 14 de julho deste mesmo ano dois drusos, soldados do Exército de Defesa de Israel, foram mortos em Jerusalém no Monte do Templo por um terrorista árabe. A grande diferença é que no dia 3 de novembro, sexta-feira, foi explodido um carro bomba no vilarejo de Hader e morreram 9 pessoas, com outras deixadas feridos em estado grave. Um atentado de grandes proporções para uma cidade tão pequena. A população drusa do outro lado da fronteira se mobilizou para atender aos primeiros socorros. Ao mesmo tempo líderes drusos e membros do Parlamento israelense, Knesset, iniciaram conversações com o governo. No mesmo dia foi emitida uma declaração que afirmava que o Exército de Defesa de Israel daria cobertura aos cidadãos drusos que estavam sendo atacados por terroristas islâmicos. Porta voz do Exército informou que seria dada assistência humanitária, mas não haverá intervenção nos atos de guerra.
Segundo a Reuters, esta é a primeira vez, desde que se iniciou a Guerra de Síria, que Israel toma uma posição oficial. Independente dos atores do conflito sírio, cidadãos israelenses mobilizaram seus representantes no parlamento e no governo para democraticamente promover um posicionamento visando salvar vidas facilitar a assistência médica e dificultar ataques terroristas.
Israel, um país judaico, multicultura e multirreligioso. País de um povo que sempre soube manter a sua identidade e sabe que para isto os demais povos também devem manter as suas identidades. Um mundo que não conhece conversões porque o bom é ser diferente. Como costuma-se dizer: “onde existe dois judeus, sempre haverá três opiniões”.
Esta é uma semana em que refletimos que as diferenças são a moldura para a individualidade, e esta é a base para uma sociedade justa.
Na semana passada, no dia 2 de novembro, a declaração de Balfour fez 100 anos. Enquanto comemoramos a data, muitos ainda questionam nossa celebração. A Declaração segue polêmica, mas não deveria, se compreendida com suas verdadeiras intenções. Theresa May, Primeira-Ministra britânica, em um inspirado discurso pelo centenário da Declaração, bem afirmou que a carta permanece como um assunto ainda não terminado porque sua visão fundamental de coexistência pacífica ainda não foi alcançada. É isso que todos desejamos.
Traduzimos a Declaração para o português para que muitos possam compreender a natureza da Declaração de Balfour e a busca que, a partir dela, continua existindo.
Leia, comente, compartilhe.
“Lorde Rothschild,
Primeiro Ministro Netanyahu, Rabino-chefe, distintos convidados, Lordes, Senhoras
e Senhores, tenho imenso prazer de estar aqui com os senhores nesta noite -
e de estar com o senhor, Lorde Balfour, nesta noite especial – quando
comemoramos o centenário da carta escrita por seu tio bisavô, que
acredito ser uma das mais significativas cartas da História.
Uma carta que fez nascer
um país extraordinário.
E uma carta que
finalmente abriu a porta para ajudar a tornar realidade a existência de uma
nação Judaica.
Foi uma das mais notáveis
cartas quando se considera sua extensão, seu contexto e sua sensibilidade.
Primeiramente, ela foi
excepcionalmente concisa – só 67 palavras em uma única sentença.
Na minha experiência, tal
concisão não é característica típica das cartas provenientes do nosso
Ministério das Relações Exteriores!
Em segundo lugar, devemos
considerar o contexto em que esta carta foi escrita.
Voltemos nossa atenção
para a situação em 1917. Numa era de poderes imperiais competitivos e estando a
Grã Bretanha ainda mergulhada na Primeira Guerra Mundial, a ideia de
estabelecer uma nação para o povo Judeu soaria como um sonho distante para
muitos e receberia oposição feroz de outros.
No entanto, foi neste
exato momento que Lorde Balfour teve visão e liderança para fazer essa
declaração profunda sobre a restauração de uma pátria consolidada e segura para
um povo perseguido.
Em terceiro lugar, foi
uma carta que permanece muito sensível para muitas pessoas ainda hoje – embora
não tenha ignorado essas sensibilidades.
De fato, Balfour escreveu
explicitamente que “nada deve ser feito que possa ferir os direitos civis e
religiosos das comunidades não judaicas existentes na Palestina ou os direitos
e a condição política desfrutados pelos Judeus em qualquer outro país”.
Assim, quando alguns
sugerem que nós deveríamos nos desculpar por esta carta, digo
absolutamente não.
Temos orgulho do nosso
papel pioneiro na criação do Estado de Israel.
Temos orgulho de estar
hoje aqui junto ao Primeiro Ministro Netanyahu e de declarar nosso apoio a
Israel. E temos orgulho das relações que construímos com Israel.
E quando comemoramos 100
anos da Declaração Balfour desejamos um futuro de relações ainda mais
estreitas.
Como acordado hoje mais
cedo em Downing Street, o Primeiro Ministro Netanyahu e eu aprofundaremos
nossos vínculos em áreas nas quais Israel é líder mundial – tais como
agricultura, saúde, ciência, tecnologia e inovação.
Israel é a verdadeira
nação “start-up” e nós temos orgulho de ser parceiro de vocês.
E estamos também
absolutamente comprometidos com a segurança de Israel.
Porque é só quando se
testemunha a vulnerabilidade de Israel que se compreende verdadeiramente
o perigo constante que os israelenses enfrentam – como pude ver durante a minha
visita em 2014, quando os corpos dos adolescentes Naftali Frenkel, Gilad Shaer
e Eyal Yifrah, assassinados, foram descobertos.
Sendo assim, tenho
clareza de que nós sempre apoiaremos o direito de Israel se defender.
E num mundo em que a
Grã-Bretanha e Israel se deparam cada vez mais com desafios e ameaças
comuns, eu tenho igual clareza de que nossos serviços de segurança
continuarão a aprofundar sua já excelente cooperação para manter nosso povo
seguro.
Assim, acredito que
devemos nos reunir aqui hoje à noite com grande orgulho de tudo o que
conseguimos juntos – e de tudo o que Israel significa como símbolo de abertura,
de democracia florescente e de modelo para o mundo quanto à afirmação dos
direitos da mulher e dos membros da comunidade LGBT.
Porém, comemorar esse
centenário não se limita àquilo que já foi alcançado.
Devemos reconhecer quão
difícil essa jornada tem sido às vezes – desde a expulsão dos Judeus dos países
árabes em 1948 ao sofrimento dos Palestinos afetados e deslocados quando do
nascimento de Israel – ambos os fatos completamente contrários à intenção de
Balfour em relação à salvaguarda dessas comunidades.
E devemos, creio, tomar
essa oportunidade para renovar nossas resoluções a respeito daquilo que ainda
precisa ser alcançado.
Pois, pesarosamente,
Balfour permanece como um assunto não terminado – porque sua visão fundamental
de coexistência pacífica ainda não foi alcançada.
E acredito que isto nos
exige atualmente uma decisão renovada de apoiar uma paz duradoura que é do
interesse tanto dos Israelenses quanto dos Palestinos – e do interesse de todos
nós.
Assim, tenho o prazer de
ver o Secretário de Comércio dos EUA Wilbur Ross aqui conosco nesta noite e,
Wilbur, você pode ter certeza do apoio do Reino Unido, de coração, em relação
aos esforços que a administração Trump está fazendo de unir as partes para
alcançar um tratado de paz.
Um tratado de paz que
deve ser baseado numa solução de dois estados, com um Estado de Israel seguro e
consolidado junto com um Estado Palestino viável e soberano.
E sejamos mutuamente
honestos: precisaremos de compromissos de ambos os lados se queremos ter uma
oportunidade real de atingir esse objetivo – incluindo o fim da construção de
novos assentamentos e também o fim da provocação pelos Palestinos.
Mas ao trabalharmos
juntos em direção à visão de Balfour de uma coexistência pacífica, precisamos
também ter clareza de que nunca poderá haverá qualquer desculpa para boicotes,
desinvestimentos ou sanções: estes são inaceitáveis e esse governo não fará
comércio com aqueles que apoiarem tais iniciativas.
Da mesma forma, nunca
deverá haver qualquer desculpa para o antissemitismo em qualquer de suas
formas. Igualmente, não há desculpa para o ódio contra Muçulmanos, Cristãos ou
quaisquer outras pessoas com base nas religiões pacíficas que escolhem, no seu
local de nascimento ou na cor da sua pele.
E sim, isto significa
reconhecer que hoje há uma forma de antissemitismo nova e perniciosa que usa
críticas às ações do governo de Israel como justificativa vil para questionar o
próprio direito de existência de Israel.
Isto é deplorável e nós
não apoiaremos.
Esta é a razão pela qual
o Reino Unido tem estado à frente de um esforço internacional para criar uma
nova definição de antissemitismo que explicitamente denuncia essa tentativa
indesculpável de justificar o ódio.
Então deixe-me ser clara. Criticar as
ações de Israel não é – nem nunca deverá ser – uma desculpa para questionar o
próprio direito de Israel de existir,
assim como criticar as ações da Grã-Bretanha não poderiam ser uma
desculpa para questionar nosso direito de existir.
E criticar o governo de Israel não é – e
nunca poderá ser – uma desculpa para ter ódio ao povo judeu – da mesma forma
como criticar o governo da Grã-Bretanha não poderia ser uma desculpa para ódio
contra os britânicos.
Simplesmente, não pode haver desculpas
para qualquer tipo de ódio contra o povo judeu.
Nunca houve nem nunca haverá.
E deixe-me dizer também: nunca
esqueceremos onde este ódio e preconceito pode levar.
É por isso que é correto que o Reino
Unido tenha um permanente e adequado Memorial Nacional ao Holocausto ao lado do
Parlamento junto com um centro de aprendizagem que nos ensinará lições sobre o
Holocausto para a sociedade de hoje e atuará como uma voz contra o ódio no
mundo atual.
E estou extremamente feliz porque na
semana passada a multipartidária Fundação para o Memorial do Holocausto do
Reino Unido anunciou que os arquitetos Sir David Adjaye, Ron Arad e os
paisagistas Gustafson Porter e Bowman ganharam o concurso internacional de
projeto para o memorial e centro de aprendizagem com seu projeto conceito
evocativo para este novo marco nacional no centro de nossa democracia.
Ao dizer tudo isso não subestimo a
dimensão dos desafios que enfrentamos juntos.
O desafio de lutar contra o ódio de todas
as formas.
O desafio de unir as pessoas.
O desafio de realizar a visão de Balfour
de uma coexistência pacífica.
Mas também não subestimo a dimensão do
ganho que está em questão.
Vislumbrei um pouco deste ganho no último
sábado quando assisti a um concerto beneficente com a orquestra Oeste-Leste
Divan na margem sul de Londres – uma orquestra que coloca juntos jovens músicos
israelenses e palestinos, além dos de outros países árabes para promover a
coexistência e o diálogo intercultural (n.t. regida por Daniel Barenboim). Eles
estavam tocando juntos para captar dinheiro para o Fundo Tributo a Jacqueline
du Pre que auxilia no apoio à pesquisa contra a Esclerose Múltipla, e através
de seu amor compartilhado pela música eles escapavam das divisões de sua
história para uma causa comum. Em suas ações, e em muitas outras similares, o
espírito de Balfour continua vivo.
Então vamos nos deixar inspirar por este
espírito esta noite.
Vamos reconhecer a contribuição de
Balfour para realizar o que foi apenas um sonho de dois mil anos para um povo
perseguido.
Vamos nos inspirar nesta visão que ele
nos mostrou enquanto trabalhamos juntos para aquele futuro no qual árabes e
judeus poderão viver em coexistência pacífica.
E ao olharmos para aquele futuro vamos
marcar com orgulho o que foi conseguido com a criação do Estado de Israel e –
nas palavras do próprio Balfour – “um lar nacional para o povo Judeu.”