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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

EDITORIAL - Israel e os Drusos


Israel: um país multiétnico

Os DRUSOS




Ao longo destes meses nosso foco tem sido o sionismo, o judaísmo e os judeus no mundo e em Israel. Algumas pitadas do que aconteceu ao longo de 3000 anos de história e as várias narrativas que distinguem este pequeno povo, para o bem e para o mal. No geral, comentamos fatos que se solidificam por serem revisitados anualmente, ou por dizerem respeito a uma data significativa. Esta semana vamos romper esta linha para chamar atenção para um fato isolado que aconteceu na região das Montanhas do Golan, as que ficam a leste do Lago Kineret, o conhecido Mar da Galileia. Altas montanhas localizadas em Israel e na Síria onde mora um povo milenar, que se formou no Egito no início do primeiro milênio.


Os drusos, ou filhos da graça, são formados por duas etnias principais, os árabes e o curdos, e têm como amálgama uma religião única. Só é druso quem nasce druso e filhos de casamentos mistos deixam de ser drusos. Esta unicidade dá aos drusos a possibilidade de viver em diferentes países, respeitarem as leis locais, mas, manter-se unidos mesmo através de fronteiras quentes. Atualmente há cerca de 420.000 na Síria, 390.000 no Líbano, 75.000 em Israel, 15. 000 na Jordânia e 80.000 nas Américas, Austrália e África Ocidental.


Os drusos que vivem em Israel, são cidadãos israelenses com os mesmos direitos e deveres dos demais cidadãos. A maioria de homens e um número significativo de mulheres servem na Forças de Defesas de Israel por um período mínimo de 3 anos e há um número expressivo, em relação ao número de drusos de oficiais. Universidades, Institutos de Pesquisa e as atividades culturais do país tem a participação de muitos cidadãos drusos. O mesmo ocorre entre os profissionais da saúde. Como há drusos dos dois lados da fronteira Israel/Siria, o atendimento a esta população é feito de forma aberta, ou nem tanto ao longo dos anos. Casamentos entre pessoas que vivem além da fronteira são comuns, aumentando ainda mais os laços entre os drusos. Por que uma história milenar que vem sendo tratada com discrição e com sucesso ao longo dos anos ganha relevância no aqui e agora? Qual o fato que poderia mudar uma postura do governo israelense seguida pelos últimos 69 anos?


Estará certo quem pensar que está relacionado com terrorismo, mas mesmo a esta resposta simples precisa ser bem enquadrada, visto que em 14 de julho deste mesmo ano dois drusos, soldados do Exército de Defesa de Israel, foram mortos em Jerusalém no Monte do Templo por um terrorista árabe. A grande diferença é que no dia 3 de novembro, sexta-feira, foi explodido um carro bomba no vilarejo de Hader e morreram 9 pessoas, com outras deixadas feridos em estado grave. Um atentado de grandes proporções para uma cidade tão pequena. A população drusa do outro lado da fronteira se mobilizou para atender aos primeiros socorros. Ao mesmo tempo líderes drusos e membros do Parlamento israelense, Knesset, iniciaram conversações com o governo. No mesmo dia foi emitida uma declaração que afirmava que o Exército de Defesa de Israel daria cobertura aos cidadãos drusos que estavam sendo atacados por terroristas islâmicos. Porta voz do Exército informou que seria dada assistência humanitária, mas não haverá intervenção nos atos de guerra.


Segundo a Reuters, esta é a primeira vez, desde que se iniciou a Guerra de Síria, que Israel toma uma posição oficial. Independente dos atores do conflito sírio, cidadãos israelenses mobilizaram seus representantes no parlamento e no governo para democraticamente promover um posicionamento visando salvar vidas facilitar a assistência médica e dificultar ataques terroristas.
Israel, um país judaico, multicultura e multirreligioso. País de um povo que sempre soube manter a sua identidade e sabe que para isto os demais povos também devem manter as suas identidades. Um mundo que não conhece conversões porque o bom é ser diferente. Como costuma-se dizer: “onde existe dois judeus, sempre haverá três opiniões”.
Esta é uma semana em que refletimos que as diferenças são a moldura para a individualidade, e esta é a base para uma sociedade justa.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Respondendo a suas dúvidas lhe enviamos algumas informações
      1 - presença de israelenses de diferentes etnias na Haganá - Exército de Defesa de Israel
      2 - o povo judeu é formado por cidadãos de diferentes etnias e grupos raciais - incluindo pretos e indianos
      3 - as escolas primárias e secundárias israelenses são organizadas por bairros e são públicas. Há importante pessoas de diferentes etnias e cidadanias
      4 - As Universidades e Instituto de pesquisa de Israel também estão abertas a todos. Há alunos e professores judeus, drusos, beduínos, árabes, orientais, hindus, etc.
      5 - O parlamento israelense -Knesset - é democrático e republicano - todas as minorias do país estão representadas, incluindo os drusos e árabes.
      6 - o país admite diversidade de gênero - salvaguardando as restrições de grupos religiosos - e neste caso não fica restrita a apenas esta ou aquela religião.

      Como contraponto - nos países árabes do Oriente Médio a presença estrangeira é limitada, em alguns inclusive a circulação de mulheres sozinhas é proibida, e em outros foi liberada este ano,
      Os 700.000 judeus que habitavam os países árabes na primeira metade do século XX foram expulsos!!! E muitos lá estavam desde o Êxodo Babilônico, isto é milênio antes do aparecimento do islamismo!!!
      Estes refugiados das décadas de 1940 - 1960 foram da condição de refugiados para a condição de cidadãos de muitos países do mundo. A população MIZRACHI de Israel é expressiva, Também os judeus fugidos da Inquisição e que se refugiaram nos países muçulmanos no século XIV foram expulsos no século XX.


      Israel É um país multicultural - o Povo Judeu é multicultural e inclusivo,

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