Caminhada do Sol
Você sabia que o primeiro caminho de fé das
Américas, “ Passos de Anchieta – Caminho do Sol “, foi inspirado na vida e obra
de um jesuíta, José de Anchieta, um cristão-novo, um judeu converso para fugir
das garras da Inquisição espanhola?
José de Anchieta nasceu nas Canárias em 1534,
onde sua família sofreu perseguições religiosas, julgamentos e punições, seu
bisavô sendo queimado na fogueira pelo crime de judaísmo e seu avô perseguido
pelo mesmo crime.
Em sua adolescência ele foi enviado para Coimbra
onde a Inquisição era bem mais branda do que na Espanha, e com a ajuda de altas
somas pagas a agentes inquisitoriais, ele foi aceito na Companhia de Jesus,
comprando assim um certificado de limpeza de sangue para toda a família.
Aos 17 anos passou a sofrer de tuberculose óssea:
muita dor nas costas e nas articulações e sua coluna vertebral era torcida no
formato da letra esse. Os médicos recomendaram um clima ameno para uma melhora
ainda que parcial, e foi assim ele foi enviado ao Brasil em 1553 com a expedição
do Governador Geral Duarte da Costa.
Anchieta sempre foi uma aluno aplicado, com grande interesse por línguas, especialmente o latim.
Após pouco tempo em Coimbra ele já falava português sem sotaque algum. Devido aos versos em latim que ele construía com grande facilidade, foi apelidado de “o Canário de Coimbra”.
Após pouco tempo em Coimbra ele já falava português sem sotaque algum. Devido aos versos em latim que ele construía com grande facilidade, foi apelidado de “o Canário de Coimbra”.
"Anchieta
não só trabalhou como catequista, mas também tornou-se dramaturgo, poeta,
gramático, linguista e historiador. Vale ressaltar que foi o autor da primeira
gramática brasileira.
Em
janeiro de 1554, participou da missa de inauguração do Colégio de São Paulo de
Piratininga, hoje Pateo do Collegio, local que deu origem à cidade de São
Paulo.
Entre as características marcantes da atuação de Anchieta
estão a disseminação dos preceitos cristãos utilizando particularidades locais
e, assim como os demais jesuítas, a oposição ferrenha aos abusos cometidos
pelos colonizadores portugueses contra os indígenas.
Em 1563, com o apoio dos franceses, a tribo dos Tamoios
rebelou-se contra a colonização portuguesa. Anchieta e Pe. Manuel da Nóbrega,
chefe da primeira missão jesuíta no Brasil, viajaram à aldeia de Iperoig (atual
cidade de Ubatuba, litoral norte de São Paulo) visando conter a revolta.
Anchieta ofereceu-se como refém, enquanto Manuel da Nóbrega partiu para
negociar a paz.
Durante o cativeiro, o jesuíta sofreu a tentação da quebra da
castidade, uma vez que era costume entre os índios oferecer mulheres aos
prisioneiros antes de sua morte. Anchieta fez, então, uma promessa a Nossa
Senhora: dedicaria o mais belo poema em sua homenagem se conseguisse sair casto
do cativeiro, que durou cinco meses. Com versos escritos na areia, ele deu vida
ao Poema à Virgem."
Após 43 anos no Brasil, Anchieta faleceu em
Iriritiba ou Reriritiba (em tupi significa conjunto de ostras, sambaqui),
povoação por ele fundada em 1561.
Anchieta é o terceiro santo brasileiro,
canonizado em 3 de abril de 2014 pelo Papa Francisco. O processo foi iniciado logo após sua morte,
mas só foi beatificado em 1980 pelo Papa João Paulo II. A razão desta longa espera
de mais de 4 séculos era a falta de milagres. Como seria a história de um santo
católico sem milagres?
Mas para mim, ainda nos bancos do grupo escolar
onde estudava, o maior milagre de Anchieta foi relatado por minha professora D.
Irene: Enquanto Anchieta servia de refém em Iperoig, ao final da tarde ele
encaminhava-se para a beira do mar, e com um longo cajado escrevia poemas nas
areias da praia. Aquele dia os índios o seguiram em respeito, como sempre, e
ficaram imóveis, em suspense, ao observarem que a primeira onda aproximou-se do
primeiro verso do jesuíta mas parou de rolar. Veio então a segunda onda, e para
não apagar as palavras, pousou sobre a primeira. E veio a terceira onda e parou
sobre a anterior.
E assim sucessivamente, até que Anchieta,
satisfeito com sua produção, virou-se e retornou à aldeia. Só então as ondas
rolaram e apagaram aqueles versos, instantes antes redigidos e memorizados pelo
santo homem.
Escrevendo o poema |
FONTES :
brasil/escola.uol.com.br/biografia/padre-anchieta.htm
operamundi.uol.com.br
Você sabe alguma coisa dele ter perseguido e colaborado com a morte de protestantes no Brasil?
ResponderExcluirUm espirito superior, da envergadura desse, jamais perseguiria qualquer pessoa, de qualquer religião. Sou espirita Kardecista, temos entre nós uma familia espiritual de Frei Fabiano de Cristo,responsável,hoje em espirito por inúmeras obras sociais. Frei Fabiano de Cristo é seguramente a reencarnação do Padre José de Anchieta. Há farta documentação nos livros da Doutrina Espirita.
ExcluirSr Marcos POntes enviamos a resposta da Prof Itanira Heineberg autora da coluna semanal do Você sabia?
ExcluirPrezado Sr. Marcos,
Obrigada por sua pergunta.
Realmente eu nunca li ou ouvi algo semelhante em relação a José de Anchieta.
Nos meus livros escolares a partir dos anos 50, Anchieta sempre foi enaltecido e tido como um modelo de fé e dedicação à causa e religião que tão jovem abraçara.
Também meus professores da escola primária mostravam grande admiração por seu trabalho humanitário, protegendo os índios sob seus cuidados contra o bandeirantes que os queriam como escravos, bem como por seus estudos da língua indígena e por suas criações literárias.
Estes mesmos livros e professores a que tive acesso nunca sequer mencionaram protestantes no Brasil.
Com a recente canonização efetuada pelo Papa Francisco dos primeiros mártires brasileiros mortos por protestantes ao norte do Brasil é que tive notícias de suas presenças em terras da colônia portuguesa.
Vi então que eles cá estiveram em 1532 na capitania de São Vicente, e que mais tarde, em 1557, enviados por João Calvino, estabeleceram-se numa das ilhas da Guanabara.
Eles também vieram com a idéia de catequizar os índios do Novo Mundo, fundando aqui a França Antártica.
Devido à predominância católica eles não tiveram sucesso e acabaram sendo expulsos pelos brasileiros da época, assim como foram expulsos os holandeses de Mauricio de Nassau.
Hoje temos fácil acesso à Wikipedia, ao Google e a outros sites de informação e devemos ficar atentos aos fatos que lemos.
Há muitas notícias falsas, conhecidas como fake news, e como já encontrei textos que idolatram Hitler e suas ações, é bem possível que encontremos outros que detratem o santo Anchieta.