Lembrando o começo da Semana - Shavuot
Esta foi uma semana bastante tumultuada. As relações de Israel e o Mundo seguem da mesma forma que a vida do Povo Judeu nos últimos milhares de anos. Tivemos surpresas interessantes: alguns países árabes iniciaram conversas de bastidores com Israel e não pouparam publicamente o Hamas e suas ações terroristas. Principalmente, não pouparam o desrespeito que têm por seu próprio povo - humanos viraram armas de batalha. Mas esta semana também viu o terrorismo chegar em nossas fronteiras, ao Brasil. A Sinagoga de Pelotas, no Rio Grande do Sul foi vandalizada. A busca dos criminosos iniciada e ... nada.
Mas foi no início desta semana que se comemorou a festa de Shavuot, e como uma porta, vemos abrir diante de nossos olhos algumas lições que nos permitem entender melhor como devemos andar com passos firmes para receber, e em recebendo, aprender a dar. Nestes movimentos que parecem caóticos, mas na realidade são muito organizados, é que chegamos a algumas condutas que nos permitem SER além de estar.
Shavuot - Semanas - Este nome é dado para a festa em que se comemora o recebimento das Tábuas da Lei - dos Asseret haDibrot - os 10 Mandamentos. O nome da festa é SEMANAS para que possamos contar as 7 semanas que passaram entre a saída do Egito e a chegada ao Monte Sinai, onde Moisés subiu para receber as Tábuas da Lei. É neste momento que as 12 tribos de Israel são transformadas em um povo. Um povo que adota um regramento próprio e a esperança de alcançar uma terra especial. Um povo que soube deixar a escravidão para trás, e para isto assume o compromisso de todo ano sentar como homem livre para lembrar a escravidão, e exatamente 7 semanas após ter como missão escutar os dez mandamentos e, desta forma manter a noção que apenas é possível ser livre se houver um regramento. Nesta festa também é comemorada a colheita das primícias, dos primeiros frutos e dos primeiros animais, e comidas de queijo lembram a abundância do primeiro alimento que recebemos. E por isto também é lida a história de Ruth. Mulher moabita que após ficar viúva, acompanha sua sogra de volta a Israel e continua a linhagem que terá como filho memorável o Rei David. Neste momento em que nascem as primícias e se inicia a colheita é importante deixar no campo tudo o que cai para que possa servir de alimento para os que não puderam plantar. Em termos modernos é a hora de acolher e de providenciar para que todos possam CHEGAR.
O momento mágico em que são recebidas as tábuas da lei é precedido por uma contagem de todo o povo, tribo a tribo, para que se saiba que cada um é responsável "um pelo outro" e que enquanto esta responsabilidade durar o povo sobreviverá.
Nestes dias de refugiados e de tantas mazelas que encontramos ao redor do mundo, é importante saber que ser responsável é atuar. No dia 24 de maio de 1991 aconteceu um voo muito curioso, saiu do seu lugar de origem com 1086 passageiros. Um avião lotado, um recorde em número de passageiros. Estava em curso a Operação Salomão, que resgatou a Comunidade Judaica da Etiópia que estava sendo dizimada e a trouxe toda para Israel. Um total de 14.000 pessoas saíram de tempos remotos direto para o século XX. Um avião saiu com 1086 refugiados e chegou em Israel com 1088 cidadãos: duas vidas chegaram ao nosso planeta durante um resgate espetacular.
E neste século XXI, quando continuamos vendo refugiados procurando lugares seguros ao redor do mundo, sabemos que temos que fazer a nossa parte. O Brasil tem sido um país que sabe receber e misturar, sabe acolher sem exigir que haja uma fusão, e esta é a força que faz com que o país possa seguir em frente.
Desejamos a todos uma boa semana,
Regina, Marcela e Juliana
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