Marcadores

sexta-feira, 4 de maio de 2018

EDITORIAL - Lag ba Omer


Uma semana a ser destacada. Uma semana em que o presente parece se destacar entre o passado e o futuro!




A cada semana buscamos um tema sobre o Estado de Israel ligado aos sabores e aromas da vida judaica. Esta semana será muito diferente. O tema que estava preparado era sobre educação, mas os vários acontecimentos, como ondas em um mar revolto, nos levam a comentar fatos do dia a dia. Ou, podemos refrasear: “contar as nossas impressões”.

CONTAR – contar os dias – ou contar sobre o que aconteceu nestes dias? Na realidade as duas coisas. Nesta semana foi celebrado o dia 33 (LAG- לג) de (ב) OMER (עומר) – uma contagem de 40 dias entre a saída do Egito e o recebimento dos Dez Mandamentos, que é para os ortodoxos um tempo de recolhimento, onde não há casamentos ou comemorações com muita alegria. Mas, como a vida sempre supera qualquer problema, foi colocado um dia especial quando comemorações e alegrias são expressas. Neste dia é costume acender fogueiras e sentar em volta delas enquanto são preparadas batatas doces e derretidos marshmallows. Neste contexto, a nossa cidade, São Paulo, foi abalada por uma tragédia. Um incêndio que consumiu um enorme edifício que abrigava pessoas de baixa renda. Política à parte, São Paulo mais uma vez demonstrou sua capacidade de solidariedade. Neste contexto, a comunidade judaica, que tem uma vasta experiência na distribuição diária de refeições para pessoas carentes, também arregaçou as mangas e participou do esforço paulista.

E muito mais aconteceu...

No domingo, o Primeiro Ministro de Israel dirigiu-se em inglês aos ministros reunidos para iniciar a semana e comunicou ao mundo que o Mossad (serviço secreto israelense) havia “retirado” de Teerã (Irã) uma quantidade colossal de documentos (arquivos em papel e em CDs) relacionados com o poderio nuclear de um país que assinou um tratado de paz com o mundo baseado na não existência de força bélica nuclear. Várias reações se seguiram. A questão judaica sempre desperta amores e ódios, mas todos, inclusive os maiores inimigos, não puderam deixar de admirar o feito espetacular de retirar toneladas de material de um país inimigo. E atualmente, não há como negar que a relação Síria/ Irã vai além do que está na imprensa tradicional. Na realidade este fato ocupou a imprensa do mundo inteiro, ganhando destaque até na imprensa brasileira.

A reboque do domingo chegou a terça-feira, quando o Presidente da Autoridade Palestina, Abu Mazel, fez um pronunciamento em árabe em que culpou os judeus pelo Holocausto. Um discurso que também encontrou uma grande repercussão, tendo sido repudiado por vários órgãos internacionais, que por regra de conduta costumam apoiar incondicionalmente as ações dos chamados palestinos. Sim, nesta semana, quando os habitantes de Gaza levantaram pipas decoradas com suásticas e pequenas bombas, ateando fogo na fronteira com Israel, muitos observadores internacionais menosprezaram o fato. Dois pesos e duas medidas – o terror sendo tratado como legítimo. E o antissemitismo sendo mostrado nas duas versões: difamação do Povo Judeu e do Estado de Israel.

Em Lag ba Omer são acesas fogueiras. A beleza das chamas é admirada e ao mesmo tempo temida e respeitada. O que aquece também pode queimar e destruir. O que queima e destrói também pode iluminar. O nome do nosso grupo - Esh Tamid, que nas mídias ganhou o trocadilho de EshTá na Mídia - significa Fogo, Chama eterna. 
Nós, paulistas, mostramos que das chamas que destroem pode surgir um sentimento de responsabilidade que faz um cuidar do outro. Que faz cada um, apesar de todas as diferenças, se preocupar com o outro. Que venham semanas mais leves, mas que não percamos o senso de responsabilidade pelo próximo.




Nenhum comentário:

Postar um comentário