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quinta-feira, 28 de junho de 2018

EDITORIAL: Olho NO Olho – os novos horizontes criados pela convivência e pelo encontro




Quando pensamos em árabes e judeus, o que vem em nossa mente são conflitos. Será pelas diferenças ou pela falta de encontros?
Mais de um milênio de uma convivência desigual no mundo árabe, em que os judeus eram considerados cidadãos de segunda categoria. A criação de uma grande ficção, hoje conhecida como “fake news”, a respeito da identidade judaica. Um olhar diferente e particular para um povo que tem algumas características que permitem que sobreviva ao longo de milênios?

 Ao tentar definir estas características, elas não podem estar relacionadas com a cor da pele. Há judeus brancos e negros. Não é definida pela condição conômica ou pela segregação em relação a outras culturas. Há os ricos e pobres, os rupais e os assimilados. E, muitas vezes é difícil ser escaracterizado através da religião, que apesar de servir como elo entre a maioria, ser praticante ou mesmo crente não é condição necessária para pertencer ao povo judeu. 

Ao longo dos anos os judeus foram discriminados por diferentes motivos. Atualmente, o Estado de Israel tem recebido igual tratamento entre as nações. Nas últimas décadas movimentos de difamação têm tentado retirar a egitimidade do Estado de Israel. MAS, todos os esforços de discriminação NÃO alcançam o resultado desejado. 

Por quê?

Esta é uma pergunta muito complexa; há uma razão que supera a todas e que certamente serve de um maravilhoso elixir para todos os males da humanidade: o contato humano. Poder olhar o próximo de frente e enxergar mais do que uma aparência física. Igual ou diferente, poder enxergar O OUTRO; ter a sensação de que lá estão duas pessoas que têm muito a trocar. Essa é a base de relacionamentos que vão além das identidades coletivas.  As relações pessoais são capazes de vencer preconceitos e gerar novas formas de relação entre comunidades e povos se conseguimos nos além de nos ouvir, nos escutar. 

Admitir que na diferença está a possibilidade da integração. Não porque um terá que deixar de existir para que o coletivo se fortaleça, mas, seguindo o exemplo das florestas, cada indivíduo é importante para manter a biodiversidade. Esta semana publicamos dois vídeos que mostram que a diversidade entre os humanos também é percebida como algo positivo, e pessoas que tiveram o privilégio de enxergar O OUTRO mostram formas diferentes de conviver. Um mostra como e porque cidadãos árabes israelenses passaram a servir o Exército de Defesa de Israel e o outro, como a Miss Iraque busca de forma ativa e consciente romper dificuldades (ou vencer barreiras?) para se relacionar com a Miss Israel. De um mundo de palavras, estas mulheres partem para um mundo de ações e com isto geram bases de convivência que vão além da simples coexistência.

Nós da EshTáNaMídia sabemos que a busca da PAZ é uma questão de CONVIVER e RESPEITAR – mais ainda, saber que os HUMANOS são diversos e que aceitar essa HUMANODIVERSIDADE é um dos maiores bens que podemos passar às próximas gerações.

SHALOM

Regina, Marcela e Juliana 



Membros do Rana, coral de mulheres árabes e judias de Jaffa (foto: NOA BEN SHALOM)


quarta-feira, 27 de junho de 2018

VOCÊ SABIA? - Arábia Saudita: a terra com uma esquecida herança judaica

Você Sabia que a Arábia Saudita já foi a terra de muitas e poderosas tribos judaicas? A história dos judeus em Khaybar é pouco conhecida - mas não apenas a história, e sim as causas do declínio da comunidade judaica de Khaybar - precisam ser lembradas.

No século XII, o viajante judeu Benjamin de Tudela chegou à Persia e à Península Arábica. Ele visitou Tayma e Khaybar, duas cidades-oásis na região que hoje é o noroeste da Arábia Saudita. E lá ele descobriu uma coisa muito interessante: no passado, essas cidades eram densamente povoadas por judeus. As pessoas descritas por Benjamin de Tudela faziam parte de uma forte comunidade judaica. A presença judaica na península arábica remete ao tempo do Primeiro Templo e diversas tribos prosperaram ali até o século XVII. 

Até hoje, acredita-se que um poço de 2.500 anos ainda em funcionamento em Tayma seja o mesmo descrito no livro de Isaías. Resquícios da presença judaica também podem ser encontrados perto de Khaybar. Ali, os muros do castelo ainda são mencionados como "o forte dos judeus", e o lugar de um antigo cemitério juidaico ainda é lembrado. Aproximadamente 150 km ao sul de Khaybar está Medina, a segunda cidade mais importante para os muçulmanos - mas no século XV, a cidade era conhecida como Yathrib e era governada por poderosas tribos judaicas. A chegada do Islã, dois séculos depois, transformou a política e os acordos militares das tribos para sempre: as comunidades judaicas e cristãs deixaram a península. 

Hoje, não há nenhum judeu na Arábia Saudita. 



segunda-feira, 25 de junho de 2018

EDITORIAL - DIREITOS HUMANOS




Quando olhamos estas palavras “Direitos Humanos” temos uma reação muito positiva. Garantir a cada indivíduo direitos básicos independentemente de gênero, sexo, religião ou mesmo condição econômica é uma meta positiva, desejada por todos e por cada um. No mundo moderno, a busca de condição básica de vida para toda a humanidade é uma meta muito difundida e deve ser independente do nós e eles.

Ao longo de sua história milenar, o Povo Judeu tem sido alvo de distinções positivas e negativas. No quadrante positivo há uma admiração pela resiliência e capacidade de sobrepor obstáculos. Os motivos que despertam o lado negativo mudam ao longo dos séculos; neste, o jovem Estado de Israel é o foco.

Israel sofre constantes recriminações por se defender de grupos que têm como meta a sua eliminação. Esta semana não foi diferente: ataques contínuos e abusivos do Hamas a partir de Gaza, ao Sul de Israel, tornaram a vida de milhares de cidadãos uma corrida contra a morte. Campos queimados e pessoas correndo para se protegerem contra chuvas de foguetes e bombas incendiárias. Quinze segundos para chegar a um local protegido. Isto acontece na fronteira de Gaza e Israel, usando de tecnologia e treinamento, vem conseguindo passar pelos períodos de ataque, e a vida segue. A VIDA.

Israel também sofre um contínuo e impiedoso ataque dos meios de comunicação que se recusam a buscar os fatos, reagindo a notícias plantadas (fake news) e a casualidades inevitáveis num processo de defesa. Demonizar o Estado Judeu é uma forma atual de antissemitismo, e uma forma importante de discriminação.

Desta forma, chegamos ao absurdo de defensores dos Direitos Humanos apoiarem governos que geram enormes ondas de refugiados. Estes governos não apenas têm acentos nos muitos órgãos da ONU, como são dirigentes do Comitê de Direitos Humanos. Países que rejeitam de forma sistemática os direitos a mulheres e a diferenças de gêneros ditando regras sobre Direitos Humanos.

ESPERANÇA – FUTURO – PAZ – são palavras que gostaríamos de pronunciar em alto e bom tom, com toda a confiança. Será possível? Nesta hora é importante seguir o princípio da individualidade: lembrar que quando salvamos uma vida, salvamos toda a humanidade. Olhar para ações individuais e de pequenos grupos e ver que há muitos contatos que são independentes de passeatas e de movimentos populacionais. Ações de ajuda, compartilhamento. Apertos de mão entre os muitos diferentes. Um aperto de mão, um olho no olho, sem a contribuição de formadores de opinião pública tem mostrado que TEMOS FUTURO.


Editoras da EshTÁ Na Mídia - Regina, Marcela e Juliana

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Os refugiados esquecidos


Israel é o país que abrigou e integrou o maior número de refugiados no mundo (em proporção ao número de habitantes). Foram 800.000 cidadãos expulsos dos países árabes, apenas por serem judeus, e recebidos em um país ainda em estruturação com população de cerca de 2 milhões de pessoas. No mesmo período, 750.000 dentre os árabes que moravam na Palestina quiseram sair a caminho da Transjordânia e Gaza.

Hoje, os judeus do vídeo abaixo e os árabes que não saíram de Israel são, todos, cidadãos israelenses. ("All of Israel Are Responsible for One Another" - "Todos os israelenses são responsáveis uns pelos outros", diz o Talmud). Infelizmente, os árabes que saíram nunca foram acolhidos nem pelo que hoje se chama Jordânia, nem pelo Egito que detinha Gaza; e se multiplicaram por três gerações mantidas até hoje como refugiados.



quinta-feira, 21 de junho de 2018

VOCÊ SABIA? - Giro D'Italia





Você já ouviu falar no "Giro d'Italia"? 

O "Giro d'Italia" é conhecido como a segunda mais importante corrida de bicicleta do mundo, percorrendo 3.000 km em 21 etapas, com mais de 1 bilhão de espectadores ao redor do mundo.

Este ano a largada aconteceu em Jerusalém, e houve uma razão muito nobre por trás da decisão: a largada em Israel foi uma homenagem a um ciclista italiano chamado Gino Bartali. 

Bartali, além de um ciclista campeão - três vezes vencedor do Giro D'Italia e duas vezes do Tour de France, dono de recordes nunca ultrapassados - é um herói nacional na Itália. Foi personagem importante da história recente da Europa e é um Justo entre as Nações, prêmio concedido a não judeus que arriscaram suas vidas e as vidas de suas famílias para salvar judeus durante o Holocausto. Isso porque Bartali, que era católico, junto com o Arcebispo de Florença, o Cardeal Ellia della Costa, providenciou, durante muitos meses, documentos falsos para facilitar a fuga dos judeus. Em sua bicicleta, pedalou milhares de quilômetros transportando fotos para esses documentos, além de esconder uma família inteira em sua própria casa. Bartali desafiou o próprio Mussolini e lutou da forma que pôde quando poderia ter apenas vivido sua vida de atleta e campeão sem se arriscar.

Quem contou bem o significado especial da corrida deste ano com sua partida em Jerusalém foi Ran Margaliot, um dos ciclistas israelenses que participaram. Assista e conheça Gino Bartali e os demais personagens desta história tão inspiradora.








Este texto é uma colaboração especial de Juliana Rehfeld e Luciana Loew para o "Você Sabia?", uma coluna especial dos nossos canais.

Fonte: vídeo de Ran Magalot

sexta-feira, 15 de junho de 2018

EDITORIAL - Quando os fatos superam as palavras





A cada semana, trabalhamos de forma conjunta para elaborar um tema e trazer para os nossos leitores sabores, fatos e histórias de Israel. Hoje será diferente. Recebemos, nos últimos dias, o relato de um soldado que está no front de batalha, na cerca entre a Faixa de Gaza e Israel. Este relato foi enviado por Zilda Kotzer, uma brasileira que vive em Israel há mais de 50 anos e vive em Jerusalém. Lá, criou seus filhos e netos. Acompanhou as duas gerações pelos anos em que estiveram - alguns ainda estão - no Exército de Defesa de Israel. Tem orgulho de seu país, de suas realizações no campo da ciência e tecnologia e também no campo da inclusão social. Em sua capacidade de receber estrangeiros e de conviver com pessoas de diferentes culturas. No momento, trabalha como voluntária no Museu de Israel e ciceroneia muitos brasileiros nos percursos históricos e artísticos.

Este relato é também um pedido - que decidimos acolher e passar para todos vocês. O pedido de um soldado que está servindo no front com Gaza, contando a sua experiência e pedindo que esta seja compartilhada com o mundo. O relato que se segue é uma transcrição feita no dia 08 de junho de 2018 e traduzida por Dagoberto Mensch.


“Você já viu 4000 pessoas correndo em sua direção cheios de ódio gritando Alah Akbar?”

Palavras não podem descrever as situações pelas quais meus colegas e eu passamos. Na primeira vez que chegamos à fronteira, não podíamos imaginar como seriam os próximos quatro meses. As primeiras orientações de meu oficial foram: “A cerca é uma METÁFORA. A fronteira está onde o Exército de Israel estiver presente". Não podíamos imaginar o quanto ele tinha razão. Pelos últimos 4 meses, minha unidade esteve responsável por esta fronteira. No momento, a fronteira mais difícil de Israel.

Dia da Independência de Israel, dia de nakba, dia do prisioneiro, dia da Inauguração da Embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém - e nós na fronteira. Sabe o que foi mais difícil? Não foi ficar por uma semana sem tirar os sapatos ou tomar banho. Não foi ficar sem falar com a família ou amigos por toda aquela semana ou dormir apenas 4 horas por noite. O mais difícil foi que no fim de tudo vimos as críticas da mídia sobre como “matamos inocentes palestinos". PRECISO ESCLARECER, já que estou aqui e faço parte do processo.

Você já viu 4000 pessoas correndo na sua direção cheios de ódio e gritando "Alah Akbar"?

Uma faca pode matar! Coquetéis molotov matam! Bombas! E AK-47! Esta é a ameaça diária na fronteira. Meus amigos e eu sentimos todas as ameaças acima.

Nós VIMOS 4000 pessoas correrem em direção à cerca. Dispararam tiros contra nós. Vimos uma bomba explodir cujo alvo éramos nós. Nós vimos pessoas correndo em nossa direção com facas e machados que se destinavam a MATAR-NOS.

O sentimento que percorre o teu corpo depois de tudo isso é indescritível.

Temos o direito de defender nosso povo, nossa família e nossos amigos. Sabemos que se eles passarem por nós irão atrás deles. Nosso último recurso é atirar. Antes disso, enviamos documentos e panfletos descrevendo que não queríamos fazer isto. Mandamos "bombas" com cheiro desagradável para mantê-los afastados. Nenhum país do mundo faz isso.

Depois de tudo isso, eles continuaram vindo.

Cada tiro requer a aprovação de 2 pessoas diferentes. Cada tiro é registrado por escrito e verificado por oficiais.

A primeira regra para o atirador de elite é não fechar os olhos para não deixar escapar nenhum detalhe. As vezes você vê coisas que nunca esquecerá.

Considerando tudo, posso dizer que não nos arrependemos de um único tiro que demos. Cada vez que disparamos foi para proteger alguém que amamos.




Esta foi uma oportunidade única, de poder “ouvir” uma pessoa que está lá. Não é possível colocar foto ou nome de um soldado de elite do exército de Israel – e é por isso que o texto não pode estar devidamente creditado – mas decidimos pela sua publicação pois ele representa o que se ausenta da mídia, a verdade pela qual tanto lutamos. Além, é claro, de ter vindo de fontes em que confiamos.
Precisamos “ouvir” esse depoimento. Não de um comandante, não de um político, mas aquele que assume a responsabilidade de defender os seus e que sabe que sua posição é a última fronteira entre a VIDA e a MORTE.

ENTRE o BEM e o MAL à ESCOLHA A VIDA.
(Dvarim 30: 11; Deuteronômio)

Regina, Marcela e Juliana

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Time palestino, jogadores judeus


Em 1939, a Palestina enfrentou a Austrália em uma partida de futebol. Muitas páginas representantes da Palestina usam, atualmente, esse fato como prova da existência do Estado Palestino. Porém, observando de forma um pouco mais cuidadsa, é fácil notar que alguns dos nomes escalados - Beth-Halevy, Lieberman, Fuchs e Menahem, Shulamson, Werner, Neufeld - diziam tratar-se de judeus.

Leia a matéria publicada no site da Conib. Informação é, a cada dia, mais essencial no combate às narrativas distorcidas de nossa história.



Um árabe muçulmano no exército israelense

Ele é árabe.
Ele é muçulmano.
E ele ama seu país. Um país livre, diverso, vibrante.
Conheça a história deste soldado, que serviu seu país e conta, aqui, a sua história.


segunda-feira, 11 de junho de 2018

VOCÊ SABIA? - O edifício da família Wolff

Dina e sua avó Nellie em 1969



Você sabia que as histórias cheias de emoção contadas pela avó Nellie à menina Dina sobre o monumental prédio da família em Berlim, ilegalmente dela confiscado pelo governo nazista do terceiro Reich, acabaram não sendo lendas de um mundo encantado, mas uma triste e acabrunhante verdade? 


Quando menina, em Londres, Dina era sempre convidada pela avó Nellie Wolff para atividades culturais tais como ballets, galerias de artes, exposições ou museus que sempre acabavam no tradicional café com bolos ou tortas, grande paixão de Nellie desde seus dias de glória em Berlim no período anterior ao nazismo e à Segunda Guerra Mundial.
Dina escutava então as memórias da avó através de histórias lindas de abundância, riqueza, luxo e elegância numa Alemanha não hostil aos judeus no período anterior à Segunda Guerra.
Na área mais elegante de Berlim, precisamente na rua Krausenstrasse, havia um prédio majestoso no número 17/18, construído em 1910 por Heimann Wolff, bisavô de Dina.
O imponente edifício de 6 andares abrigava a matriz da H. Wolff, uma das companhias de peles mais sofisticadas de Berlim, uma firma proeminente da moda judaica na Alemanha daquela época.






Com a ascensão do nazismo, os judeus da Alemanha foram sofrendo perseguições, perdas materiais e, finalmente, as próprias vidas.
A família Wolff dispersou-se pelos continentes e anos mais tarde, Dina escutava as histórias deslumbrantes da avó sobre um passado de esplendor na Berlim anterior à guerra, as quais sempre acabavam com a promessa:
 “Quando o muro de Berlim cair, nós lá iremos para recuperar o nosso prédio.”

Nellie morreu em 1977, mas a menina Dina nunca esqueceu seus relatos fantásticos.
Com a derrubada do muro em 1989, Dina relembrou as histórias da avó e entrou em contato com um primo em Israel que lhe ofereceu mais detalhes sobre a propriedade glamourosa de Berlim. Em uma antiga mala com alguns documentos até chamuscados pelas chamas, eles recuperaram boa parte da história da família e o endereço da requintada casa de peles na Krausenstrasse 17/18.

Em 1990, Dina dirigiu-se ao local citado pela avó, a duas quadras do Checkpoint Charlie, e anunciou: “Eu vim para reivindicar o edifício de minha família.”
Aí inicia-se uma história de lutas e perseverança, muita perseverança; uma saga de 6 anos até que a família reouvesse o seu valioso bem, injusta e gananciosamente confiscado pelo governo Hitler.
Em seu detalhado livro sobre a saga, Dina Gold, jornalista investigativa da BBC, bisneta de Heimann e Johanna Wolff, relata sua longa e incansável pesquisa e os meandros por ela palmilhados até a vitória final, devolvendo à sua mãe Aviva e aos outros membros da família parte de seu legado tardio na herança da família Wolff em Berlim.




Este livro, publicado em 2015, narra em detalhes as perseguições aos opositores do nazismo e as maquinações do governo Hitler para apropriar-se dos bens materiais dos judeus até a última gota, assim como de sua própria dignidade.

E pensar que a Companhia de Seguros Victoria, que em 1937 perpetrou o confisco da propriedade da família Wolff transferindo-a para a Companhia Ferroviária Alemã, que mais tarde transportou milhões de judeus e outras minorias para os campos de extermínio,  ainda hoje é uma importante empresa de seguros na Alemanha apesar de seu passado espúrio e de seu diretor Dr.Kurt Hamann, advogado com fortes conexões com os “10 Mais do Partido Nazista”.
Não foi fácil recuperar parte da herança perdida, mas Dina foi persistente até o fim.

O governo alemão pagou uma soma aceitável pela propriedade usurpada à família Wolff, porém esta apropriação indevida e criminosa será sempre uma ação imperdoável.
Hoje, o prédio abriga o Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear.
O sonho de Dina era ter uma placa histórica na entrada do prédio confiscado pelos nazistas durante a guerra. Ela foi imbatível e graças aos seus esforços e solicitações, em julho de 1996 uma placa foi colocada na entrada do edifício.







E quanto à outra entrada do prédio, na Schützenstrasse, a arcada mantém-se a mesma de 1910, o ano da construção do mesmo.

Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para o EshTá na Mídia.


FONTES:

Livro Stolen Legacy – Nazi theft and the quest for justice at Krausenstrasse 17/18, Berlin
Autora – Dina Gold   2015
ISBN 978-1-62722-970-8 (alk.paper)




sexta-feira, 8 de junho de 2018

EDITORIAL - Quando o impossível acontece




O tempo costuma ser um bom conselheiro. Parar um pouco a cada semana e ver o Shabat entrando abre a possibilidade de olhar o mundo com mais calma e analisar eventos após ver o seu desdobramento. Há, atualmente, uma importante ação do Hamas e outros movimentos terroristas contra o Estado de Israel. Estas ações, muitas vezes, passam despercebidas na mídia porque o seu foco é a manipulação dos meios de comunicação.

A vantagem de avaliar os acontecimentos um pouco depois do calor do momento é não apenas poder entendê-las como ações anti-Israel e antissemitas, mas também ver as reações em volta que mostram que aqueles fatos que tanto abalaram a mídia geral, ou que foram chocantes para Israel e seus muitos amigos, têm traços comuns e que mostram uma ação coordenada para desacreditar o Estado de Israel.

O Estado de Israel é um caso único em muitos pontos e, ao mesmo tempo, um local que se assemelha a tantos outros neste planeta. Um país muito pequeno formado por imigrantes e refugiados do mundo inteiro onde convivem pessoas de todas as raças. Não há necessidade de focar na relevância deste pequeno país para as religiões monoteístas. O atual conflito poderia ser considerado o resultado desta diversidade, em que há situações totalmente antagônicas -  com opiniões das mais diversas e com posturas que vao do lado mais pacífico até o mais belicoso - mas para cada um dos tópicos podemos citar pessoas que têm opiniões diversas. Amizades entre pessoas dos diferentes grupos são muito comuns não só aqui no Brasil, como também em Israel, e isto põe abaixo argumentos como cor, religião, etc.

Neste ano de comemoração dos 70 anos de Israel vimos o prédio da FIESP na Av. Paulista em São Paulo se iluminar com a bandeira de Israel para algumas semanas depois ser iluminado com a bandeira da autoridade Palestina, em resposta a um pequeno grupo de pessoas que protestavam contra Israel e os judeus no Centro de São Paulo. Vimos pipas voando de Gaza para Israel com o objetivo de queimar as plantações, e depois bombas, e depois homens, mulheres e crianças se jogando na cerca de separação e vimos feridos e mortos como efeitos de defesa de Israel a estes ataques ou intenções de invasão palestina. E depois... a reação aos eventos em São Paulo foi muito rápida, pois as luzes do prédio da FIESP foram desligadas – mas as fotografias já haviam sido tiradas. No caso de Israel as ações são muito mais complexas, crianças sendo usadas como escudo humano sempre causam grande comoção.

Israel e o Povo judeu são sobreviventes há milênios. A defesa é necessária e é feita em várias frentes para proteção de sua população. Há um treinamento contínuo para que a população responda de forma efetiva ao alarme, e em 15 segundos encontre um abrigo antiaéreo. Foram criadas armas de defesa que impedem que bombas caiam, o chamado Duomo de Ferro. Nas últimas semanas, pessoas com habilidade para manobrar drones têm apagado pipas incendiárias no ar, e são jogados milhares de folhetos em Gaza antes de qualquer intervenção aérea através dos quais se solicita ao povo que se proteja. Portanto, Israel providencia o alarme vermelho para a sua população a partir do momento que uma bomba é lançada e também avisa à população dominada por seus inimigos que vão ter que destruir depósitos de armas em certa localidade. Impressionante é o número de escolas e hospitais que abrigam estes depósitos. Cuidar dos doentes e dos feridos é outra grande missão israelense e assim existem hospitais de fronteira para atender populações dos estados vizinhos e até o atendimento da população de Gaza tem sido uma constante e pode ser comprovado.

Então fica a pergunta – por que Israel é tão malvisto pela mídia? Como chegam as informações? Há alguma coordenação entre estas centenas de eventos? Cada vez fica mais claro que as ações contra Israel ao redor do planeta não são fatos isolados e fazem parte de uma organização terrorista que ao mesmo tempo que assusta pessoas importantes, e evita que conheçam fisicamente o Estado de Israel, também impede a geração de fatos positivos. Será que é mais fácil culpar os outros e virar vítimas eternas sempre e nunca olhar para dentro e procurar soluções? Com certeza isso vale para nós também, e não podemos deixar de analisar até que ponto as nossas ações incomodam, podem estar erradas ou não serem certamente compreendidas.

Ao longo da curta trajetória do EshTá na Mídia, pudemos relatar de forma isolada muitos destes fatos. Esta semana fomos abalados pela suspensão da apresentação da seleção de futebol Argentina. Após alguns dias de encontro e desencontro das informações, fica evidente que Messi, sua família e outros jogadores foram ameaçados. Onde está nosso respeito pela tolerância verdadeiramente? O terror agindo de forma diferente, com o mesmo objetivo de gerar uma imagem negativa e de esperar que Israel entre em polêmica com a Argentina – com o objetivo de criar a discórdia? O próprio Embaixador de Israel na Argentina, Ilan Sztulman, deixou bem claro em todas as reportagens que a relação entre os dois países está melhor que nunca e que por mais que Israel disponha das máximas e melhores condições de segurança, ele entende os medos dos jogadores. Manifestou que sabe que já alguns deles e em particular Messi visitou Israel em outras oportunidades. Podemos entender os medos dos outros? Será que todos devem entender e agir como gostaríamos ou como nos é conveniente?

E, chegando ao final da semana podemos constatar que a busca intensa da PAZ continua e que poder avaliar os fatos de forma calma mostra quem de fato é o inimigo e quem vem criando factóides históricos para desestabilizar aqueles que seguem o TREM da HISTÓRIA valorizando a cada momento A VIDA.

Shabat Shalom a todos.

Regina, Marcela e Juliana

Israel na Times Square


No último domingo, dia 03, uma grande festa tomou conta da Times Square, um dos mais importantes pontos turísticos de Nova York. A parada Celebrate Israel teve direito a shows de artistas israelenses e celebridades em comemoração aos 70 anos de independência, e um vídeo de 4 minutos tingiu a praça de branco e azul. 

Assista nesta matéria publicada no JPost.






quinta-feira, 7 de junho de 2018

Marcha para Jesus homenageia Israel


Organizadores da Marcha para Jesus 2018, que aconteceu em Manaus no último dia 2 e reuniu centenas de milhares de pessoas, fizeram uma bonita homenagem aos 50 anos de unificação de Jerusalém, demonstrando o apoio da comunidade evangélica a Israel e o reconhecimento do legado do Povo Judeu. O Cônsul Davi Goren e sua esposa Cecília participaram do evento e agradeceram todas as manifestações de apoio.

Assista ao vídeo:


segunda-feira, 4 de junho de 2018

VOCÊ SABIA? - Mulheres pela PAZ





Você sabia que enquanto homens importantes, inteligentes, preparam-se discreta e furtivamente para a guerra, mulheres dos mais distintos credos e nacionalidades, lideradas pela cantora Yael Deckelbaum, têm caminhado juntas, ousadamente, passo a passo, em Israel, cantando em clamor altissonante pela PAZ?





Milhares de mulheres e mães judias, muçulmanas e cristãs uniram-se pela Paz.
A prova desta caminhada corajosa é um vídeo “Prayers of the Mothers” (Oração das Mães), facilmente encontrado no Youtube.
À frente de mães e mulheres de todas as religiões, Yael e suas companheiras, em uníssono, anunciam que não dá mais para o mundo prosseguir no caminho da discórdia, das hostilidades, dos combates; o mundo precisa avançar, evoluir, abraçar a tolerância, a fraternidade, o entendimento entre os povos, esquecendo para sempre o ódio entre as nações.





Em 2016 mulheres judias e árabes uniram-se no projeto “Marcha da Esperança”, em reposta à escalada de violência entre Israel e palestinos e a operação militar Tzuk Eitan (Margem de Proteção) em 2014.
Em um comovente apelo pela PAZ, elas caminharam do norte de Israel para Jerusalém.
O movimento atingiu seu ápice em 19 de outubro de 2016 quando a marcha atingiu 4000 mulheres, igualmente divididas entre palestinas e israelenses , todas em uma oração comum em Qasr el Yahud, no Mar Morto do Norte.
Completando o sucesso do movimento, naquela mesma noite 15 mil mulheres protestaram em frente ao Congresso de Jerusalém.
Assistamos agora a esta caminhada de esperança e unamo-nos a elas, confiantes na chegada de um mundo melhor!






Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.


FONTES:

sexta-feira, 1 de junho de 2018

EDITORIAL - Semana de Desafios


Os Muitos Desafios da Vida - Os inúmeros desafios da Semana




Esta tem sido uma semana muito especial - uma semana de desafios ao redor do mundo - e estas horas notamos uma grande semelhança entre Brasil e Israel. O que importa aqui e lá passa despercebido pela grande mídia, e as notícias de ambos os países parecem passar por um filtro que esconde a verdade. No Brasil sofremos um desabastecimento de combustível que passou despercebido para o mundo e Israel sofreu um ataque massivo de foguetes que não chegou aos jornais, e os poucos que noticiaram ficam na expectativa de poder falar algo contra a Defesa de Israel.

Publicamos um vídeo muito esclarecedor de André Lajst, o responsável pelo StandWithUs Brasil. Um relato histórico feito assim que chegaram as primeiras notícias. A defesa de Israel conseguiu explodir muitos foguetes no ar, usando o "domo de ferro", mas mesmo assim alguns chegaram ao solo, inclusive destruindo instalações de um jardim de infância. Parte do processo de defesa inclui o treinamento da população, que em 15 segundos chega a um abrigo antiaéreo. Eles existem por todos os lugares.

Esta crise também trouxe para as redes sociais uma série de depoimentos de cidadãos israelenses árabes que servem ao Exército de Defesa de Israel. Para estes cidadãos, o serviço militar não é obrigatório. O número de árabes, cristãos, muçulmanos e de outras denominações têm crescido nos últimos anos. Estes cidadãos declaram que moram em um país livre, em que as diferentes opiniões, religiões e outros tipos de escolhas são discutidas, debatidas com grande intensidade, mas são todas respeitadas. Um país em que ser diferente é a regra. Claro que há grupos de convencimento de muitos lados. Mas, seguindo uma das características básicas do Povo Judeu que está muito bem documentada na Torah, não há porque sermos todos iguais. A própria Torah é um conjunto de relatos de personalidades diferentes. Nenhuma delas completas - todas humanas. Todas possuem lados positivos e negativos. Apenas o respeito pelas diferenças pode garantir a coexistência. A grande diferença entre uma joia e um amálgama de metais é que após a fusão, a maioria dos metais se integra em uma mistura cujas propriedades coletivas anulam as propriedades individuais. Em uma joia, cada elemento é destacado e a harmonia da união mostra a beleza da convivência.

Vendo o Shabat se aproximar, paramos um momento para pensar o que nos espera. Como podemos enxergar o futuro? Quais as lentes que vamos colocar? E, saindo deste mundo caótico, encontramos a resposta na ciência: dispositivos que permitem a cegos "enxergar" através de novos algoritmos de reconhecimento facial - com eles, uma voz que vem do dispositivo encaixado em um óculos diz o nome das pessoas ao redor e, mesmo com muito pouca visão, a pessoa sabe com quem está falando. E como ocorre com todos nós que enxergamos, foi dado ao cego a possibilidade de saber quem está à sua volta e muito mais. Vendo o Shabat chegar, lembramos da base do judaísmo - Tikun Olam - construção do mundo - e segue o homem descobrindo novas formas de conviver e existir.

Ficamos então com a imagem de um supermercado de Israel, onde a coisa mais comum é encontrar os diferentes realizando as tarefas mais comuns do dia a dia.

Boa Semana!
Editoras do EshTá na Mídia - Regina P. Markus, Juliana Rehfeld e Marcela Fejes


Supermercado em Israel - Junho 2018 
Imagem da Coexistência e da Individualidade