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segunda-feira, 11 de junho de 2018

VOCÊ SABIA? - O edifício da família Wolff

Dina e sua avó Nellie em 1969



Você sabia que as histórias cheias de emoção contadas pela avó Nellie à menina Dina sobre o monumental prédio da família em Berlim, ilegalmente dela confiscado pelo governo nazista do terceiro Reich, acabaram não sendo lendas de um mundo encantado, mas uma triste e acabrunhante verdade? 


Quando menina, em Londres, Dina era sempre convidada pela avó Nellie Wolff para atividades culturais tais como ballets, galerias de artes, exposições ou museus que sempre acabavam no tradicional café com bolos ou tortas, grande paixão de Nellie desde seus dias de glória em Berlim no período anterior ao nazismo e à Segunda Guerra Mundial.
Dina escutava então as memórias da avó através de histórias lindas de abundância, riqueza, luxo e elegância numa Alemanha não hostil aos judeus no período anterior à Segunda Guerra.
Na área mais elegante de Berlim, precisamente na rua Krausenstrasse, havia um prédio majestoso no número 17/18, construído em 1910 por Heimann Wolff, bisavô de Dina.
O imponente edifício de 6 andares abrigava a matriz da H. Wolff, uma das companhias de peles mais sofisticadas de Berlim, uma firma proeminente da moda judaica na Alemanha daquela época.






Com a ascensão do nazismo, os judeus da Alemanha foram sofrendo perseguições, perdas materiais e, finalmente, as próprias vidas.
A família Wolff dispersou-se pelos continentes e anos mais tarde, Dina escutava as histórias deslumbrantes da avó sobre um passado de esplendor na Berlim anterior à guerra, as quais sempre acabavam com a promessa:
 “Quando o muro de Berlim cair, nós lá iremos para recuperar o nosso prédio.”

Nellie morreu em 1977, mas a menina Dina nunca esqueceu seus relatos fantásticos.
Com a derrubada do muro em 1989, Dina relembrou as histórias da avó e entrou em contato com um primo em Israel que lhe ofereceu mais detalhes sobre a propriedade glamourosa de Berlim. Em uma antiga mala com alguns documentos até chamuscados pelas chamas, eles recuperaram boa parte da história da família e o endereço da requintada casa de peles na Krausenstrasse 17/18.

Em 1990, Dina dirigiu-se ao local citado pela avó, a duas quadras do Checkpoint Charlie, e anunciou: “Eu vim para reivindicar o edifício de minha família.”
Aí inicia-se uma história de lutas e perseverança, muita perseverança; uma saga de 6 anos até que a família reouvesse o seu valioso bem, injusta e gananciosamente confiscado pelo governo Hitler.
Em seu detalhado livro sobre a saga, Dina Gold, jornalista investigativa da BBC, bisneta de Heimann e Johanna Wolff, relata sua longa e incansável pesquisa e os meandros por ela palmilhados até a vitória final, devolvendo à sua mãe Aviva e aos outros membros da família parte de seu legado tardio na herança da família Wolff em Berlim.




Este livro, publicado em 2015, narra em detalhes as perseguições aos opositores do nazismo e as maquinações do governo Hitler para apropriar-se dos bens materiais dos judeus até a última gota, assim como de sua própria dignidade.

E pensar que a Companhia de Seguros Victoria, que em 1937 perpetrou o confisco da propriedade da família Wolff transferindo-a para a Companhia Ferroviária Alemã, que mais tarde transportou milhões de judeus e outras minorias para os campos de extermínio,  ainda hoje é uma importante empresa de seguros na Alemanha apesar de seu passado espúrio e de seu diretor Dr.Kurt Hamann, advogado com fortes conexões com os “10 Mais do Partido Nazista”.
Não foi fácil recuperar parte da herança perdida, mas Dina foi persistente até o fim.

O governo alemão pagou uma soma aceitável pela propriedade usurpada à família Wolff, porém esta apropriação indevida e criminosa será sempre uma ação imperdoável.
Hoje, o prédio abriga o Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear.
O sonho de Dina era ter uma placa histórica na entrada do prédio confiscado pelos nazistas durante a guerra. Ela foi imbatível e graças aos seus esforços e solicitações, em julho de 1996 uma placa foi colocada na entrada do edifício.







E quanto à outra entrada do prédio, na Schützenstrasse, a arcada mantém-se a mesma de 1910, o ano da construção do mesmo.

Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para o EshTá na Mídia.


FONTES:

Livro Stolen Legacy – Nazi theft and the quest for justice at Krausenstrasse 17/18, Berlin
Autora – Dina Gold   2015
ISBN 978-1-62722-970-8 (alk.paper)




5 comentários:

  1. Carlos Gustavo Wolff Neto12 de junho de 2018 às 07:12

    Bela história. Pena que judeus sionistas parecem ter aprendido as lições genocidas do nazismo, e as usam contra os palestinos.

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    1. a população palestina dentro de israel (sem contar, evidentemente, os moradores da faixa de Gaza e da Cisjordânia) constituem 20% da população israelense. Que genocídio é esse em que a suposta etnia oprimida aumenta geometricamente sua população? Para de usar esteriótipos e procure se informar sobre a realidade dos fatos.

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  2. pois e ate pode ser minha familia mais nem sei quem e meus antepassados

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    1. Mauro,boa noite sugestão minha procure se ilustrar e falar menos bobagens aí poderei escutar suas asneiras anti-semitas tenha uma boa noite

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  3. Você es um otário e bobalhoes..respeite minha opinião abastado...

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