Dina e sua avó Nellie em 1969
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Você sabia que as histórias cheias de emoção contadas
pela avó Nellie à menina Dina sobre o monumental prédio da família em Berlim, ilegalmente
dela confiscado pelo governo nazista do terceiro Reich, acabaram não sendo lendas
de um mundo encantado, mas uma triste e acabrunhante verdade?
Quando menina, em Londres, Dina era sempre convidada pela
avó Nellie Wolff para atividades culturais tais como ballets, galerias de
artes, exposições ou museus que sempre acabavam no tradicional café com bolos
ou tortas, grande paixão de Nellie desde seus dias de glória em Berlim no
período anterior ao nazismo e à Segunda Guerra Mundial.
Dina escutava então as memórias da avó através de histórias
lindas de abundância, riqueza, luxo e elegância numa Alemanha não hostil
aos judeus no período anterior à Segunda Guerra.
Na área mais elegante de Berlim, precisamente na rua Krausenstrasse,
havia um prédio majestoso no número 17/18, construído em 1910 por Heimann
Wolff, bisavô de Dina.
O imponente edifício de 6 andares abrigava a matriz da H.
Wolff, uma das companhias de peles mais sofisticadas de Berlim, uma firma
proeminente da moda judaica na Alemanha daquela época.
Com a ascensão do nazismo, os judeus da Alemanha foram
sofrendo perseguições, perdas materiais e, finalmente, as próprias vidas.
A família Wolff dispersou-se pelos continentes e anos
mais tarde, Dina escutava as histórias deslumbrantes da avó sobre um passado de
esplendor na Berlim anterior à guerra, as quais sempre acabavam com a promessa:
“Quando o muro de
Berlim cair, nós lá iremos para recuperar o nosso prédio.”
Nellie morreu em 1977, mas a menina Dina nunca esqueceu seus
relatos fantásticos.
Com a derrubada do muro em 1989, Dina relembrou as
histórias da avó e entrou em contato com um primo em Israel que lhe ofereceu
mais detalhes sobre a propriedade glamourosa de Berlim. Em uma antiga mala com
alguns documentos até chamuscados pelas chamas, eles recuperaram boa parte da
história da família e o endereço da requintada casa de peles na Krausenstrasse
17/18.
Em 1990, Dina dirigiu-se ao local citado pela avó, a duas
quadras do Checkpoint Charlie, e anunciou: “Eu vim para reivindicar o edifício
de minha família.”
Aí inicia-se uma história de lutas e perseverança, muita
perseverança; uma saga de 6 anos até que a família reouvesse o seu valioso bem,
injusta e gananciosamente confiscado pelo governo Hitler.
Em seu detalhado livro sobre a saga, Dina Gold, jornalista
investigativa da BBC, bisneta de Heimann e Johanna Wolff, relata sua longa e
incansável pesquisa e os meandros por ela palmilhados até a vitória final, devolvendo
à sua mãe Aviva e aos outros membros da família parte de seu legado tardio na
herança da família Wolff em Berlim.
Este livro, publicado em 2015, narra em detalhes as
perseguições aos opositores do nazismo e as maquinações do governo Hitler para
apropriar-se dos bens materiais dos judeus até a última gota, assim como de sua
própria dignidade.
E pensar que a Companhia de Seguros Victoria, que em 1937
perpetrou o confisco da propriedade da família Wolff transferindo-a para a
Companhia Ferroviária Alemã, que mais tarde transportou milhões de judeus e
outras minorias para os campos de extermínio,
ainda hoje é uma importante empresa de seguros na Alemanha apesar de seu
passado espúrio e de seu diretor Dr.Kurt Hamann, advogado com fortes conexões
com os “10 Mais do Partido Nazista”.
Não foi fácil recuperar parte da herança perdida, mas
Dina foi persistente até o fim.
O governo alemão pagou uma soma aceitável pela
propriedade usurpada à família Wolff, porém esta apropriação indevida e
criminosa será sempre uma ação imperdoável.
Hoje, o prédio abriga o Ministério do Meio Ambiente,
Conservação da Natureza e Segurança Nuclear.
O sonho de Dina era ter uma placa histórica na entrada do
prédio confiscado pelos nazistas durante a guerra. Ela foi imbatível e graças
aos seus esforços e solicitações, em julho de 1996 uma placa foi colocada na
entrada do edifício.
E quanto à outra entrada do prédio, na Schützenstrasse, a
arcada mantém-se a mesma de 1910, o ano da construção do mesmo.
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para o EshTá na Mídia.
FONTES:
Livro Stolen Legacy –
Nazi theft and the quest for justice at Krausenstrasse 17/18, Berlin
Autora – Dina
Gold 2015
ISBN
978-1-62722-970-8 (alk.paper)
Bela história. Pena que judeus sionistas parecem ter aprendido as lições genocidas do nazismo, e as usam contra os palestinos.
ResponderExcluira população palestina dentro de israel (sem contar, evidentemente, os moradores da faixa de Gaza e da Cisjordânia) constituem 20% da população israelense. Que genocídio é esse em que a suposta etnia oprimida aumenta geometricamente sua população? Para de usar esteriótipos e procure se informar sobre a realidade dos fatos.
Excluirpois e ate pode ser minha familia mais nem sei quem e meus antepassados
ResponderExcluirMauro,boa noite sugestão minha procure se ilustrar e falar menos bobagens aí poderei escutar suas asneiras anti-semitas tenha uma boa noite
ExcluirVocê es um otário e bobalhoes..respeite minha opinião abastado...
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