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quinta-feira, 18 de julho de 2019

EDITORIAL: Antissemitismo - chegando devagar e mostrando muitas facetas



Quando temos dificuldade de acreditar no presente. 

Hoje vou repetir uma história porque estou chocada! Justiça é o tema do momento em todo o mundo. Culpa ou inocência é um construto político e não mais um construto ético. Vemos um grande número de pessoas cordatas e inteligentes apoiando corrupção e outros tantos negando o direito apenas baseado em crenças políticas.

Impunidade é a garantia de uma sociedade sem futuro - ou com um futuro que imaginamos já ter ficado no passado!


Sarah Halimi - médica

Passeando pelo Facebook, no meio de tantos problemas nacionais, encontro um texto do jornalista Mendy Tal. Fiquei tão impressionada que resolvi compartilhar na forma de Editorial com todos os nossos leitores.

Nas palavras de Mendy: "Uma mulher judia, uma médica, surpreendida durante o sono, é torturada por mais de uma hora. Ela tem 65 anos e mora em um prédio modesto do 11o distrito de Paris. O assassino, que entrou pela varanda, é extremamente violento, causa 20 fraturas no corpo e rosto, antes de violentar a mulher e jogá-la pela janela. A polícia, prontamente identificada fica no lobby sem intervir. Os gritos são ouvidos, a vizinhança não acode e a mídia silencia - o nome da vítima é Sarah Halimi."

Sim, é a Europa e é Paris, mas não é a ocupação nazista. Corre o ano de 2018!
Só a leitura desta descrição já seria revoltante, mas..  CONTINUA...

O assassino é preso e foi julgado na semana passada - Kada Taoré é seu nome - e ele, apesar do flagrante, foi considerado inimputável. COMO? POR QUÊ? - difícil de imaginar - ele tinha fumado maconha - um sujeito normal que decidiu fumar maconha! Sim, há uma importante discussão acadêmica sobre a possibilidade de maconha levar a psicoses associada a comportamento violento, mas os estudos não são conclusivos e é muito difícil aos pesquisadores que trabalham com humanos se manterem isentos. Por outro lado, os modelos animais são inconclusivos.

Mas a dura realidade é que consumir maconha é uma decisão de cada um.

Por que ninguém reagiu ao escutar os gritos?
Por que a mídia se calou?
Como devemos lidar com a responsabilidade sobre a vida?
Cada um dos leitores deve ter sua resposta.

Será que ajuda olhar o passado?

Há algumas semanas foi comentado em um editorial sobre o filme "A Cidade Sem Judeus", feito em 1926 na Áustria antes de toda a barbárie nazista e descoberto recentemente em Paris.

Este filme - reconstituído - estará passando em São Paulo na Primeira Semana de Agosto no Festival de Cinema Judaico. Vamos conferir.

Sobre a mesma temática, está passando no Museu de Imagem e do Som de São Paulo o filme "SHOÁ" do cineasta francês Claude Lanzman e que foi editado por Ziva Postec. O filme tem nove horas e meia de duração e é feito de depoimentos de sobreviventes de Campos de Concentração nazista. Depoimentos editados que mostram por que temos que impedir que a história se repita e que a indiferença por seres humanos não seja contextualizada politicamente.

O primeiro filme era um alerta ao que poderia acontecer com os judeus - serem espulsos da cidade chamada UTOPIA - mas o final do filme não foi capaz de prever o que realmente aconteceria. Não há como mensurar a grande diferença entre o destino final dos judeus de UTOPIA e a realidade da SHOÁ - do Holocausto.

Será que conseguiremos entender que é preciso reagir antes?

















À VIDA - Le CHAIM - este é o brinde mais magnífico para os judeus - hoje e em todos os tempos.


Regina P. Markus


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