Você sabia que entre as orações judaicas recitadas em
horários e ocasiões específicas, tais como as bençãos ao sol nascente ou
aquelas proferidas antes e depois dos alimentos, há também uma oração especial
para ser repetida ao vislumbrarmos um arco-íris?
O arco-íris é um relevante símbolo do Judaismo.
Após o dilúvio, em Gênesis, D’us afirmou que o arco de
luz no céu seria uma firme promessa de que o mundo nunca mais seria destruído
pelas águas.
Assim sendo, os rabinos do Talmud concordaram que deveríamos
dizer uma bênção ao avistarmos o arco-íris, porém após muitas conversas e
discussões não chegavam a um acordo sobre qual ela seria. A solução foi
combinar duas orações em uma só.
בָּרוּךְ אַתָּה יהוה אֱלהֵינוּ מֶלֶך הָעולָם זוכֵר הַבְּרִית וְנֶאֱמָן בִּבְרִיתו וְקַיָּם בְּמַאֲמָרו.
Baruch ata Adonai, Eloheinu melech ha-olam, zocher habrit
v’ne’eman biv’reetoh v’kayam b’ma’amarav.
Bendito sejas Tu, Senhor, nosso D’us, Rei do Universo,
que recordas a aliança, e és fiel à aliança de D’us, e manténs a promessa de
D’us.
Perante os inaceitáveis pecados e iniquidades humanas, D’us
falou a Noé:
“Hei de cobrir o mundo com uma terrível
inundação. Tudo o que se encontrar abaixo do firmamento será destruído.”
Por que motivo D’us optou pelas águas? E não as pestes, as
guerras, ou um incêndio?
No início da Criação a água dominava o mundo mas o
Criador a removeu, afastando-a para os oceanos, oferecendo desta maneira um lugar
seco e acolhedor à sua amada criação: as novas criaturas dotadas de
inteligência, os seres humanos.
D’us então disse: “Se até a água canta Meus louvores,
imagine o que farão estes homens que podem pensar e falar!”
Mas para Sua tristeza e revolta, estes seres pensantes não
se comportaram bem, não Lhe obedeceram, apenas praticaram maldades e injustiças
sem arrependimento.
D’us enfureceu-se com as crueldades das gerações desde o
aparecimento de Adão e escolheu a água para castigar Sua criação.
D’us lembrou que a
água, incapaz de louvá-Lo com palavras servia-se de suas ondas barulhentas,
fortes e estrondosas rugindo sem parar: “Como D’us é poderoso!”
“E a
água foi chamada novamente ao seu lugar, num cântico de adoração e fidelidade
ao seu Criador.”
E assim a água desabou sobre
a terra para eliminar os homens perversos.
Comentário interessante da tradição judaica sobre
realidades paralelas:
“O arco celeste, obviamente, é um fenômeno
natural. Raios de luz passam pelas gotas de água suspensas na atmosfera; as
gotas claras e transparentes como cristal refratam a luz, liberando o espectro
de cores nelas contido e exibindo-as num arco que cruza o céu nublado.
Porém antes do Dilúvio, esta ocorrência
natural não acontecia. Havia alguma coisa sobre a interação entre a umidade na
atmosfera terrestre e a luz emanando do sol que não produzia um arco celeste.
Foi somente depois do Dilúvio que a dinâmica que cria um arco celeste foi
colocada em funcionamento pelo Criador, como um sinal de seu pacto
recém-formado com Sua criação.
O espiritual e o físico são duas fases da
mesma realidade. Esta mudança na natureza física da interação entre água e luz
reflete uma diferença espiritual entre os mundos pré e pós Dilúvio, e a
diferença resultante na maneira de D’us lidar com um mundo corrompido.”
O arco-íris, imagem de beleza raríssima em um céu azul,
foi sempre objeto de admiração e estudo por parte da humanidade. Inspirou os
povos sugerindo lendas, mensagens, sinais do desconhecido.
Vejamos a seguir
alguns nomes como é conhecido:
“Arco-íris”, vem de uma personagem da mitologia grega,
Íris, que na função de mensageira percorria os céus deixando um rastro
multicolorido.
Arco celeste”, ou “arco do céu”, é como Deus
se referiu ao fenômeno em Gênesis, de onde também vem a designação “arco da
aliança” para alguns povos.
A
língua francesa pegou carona daí para seu “l’arc en ciel” (literalmente “o arco
no céu”). “Arco da chuva” também é usado – como no inglês rainbow, junção das
palavras rain (chuva) e bow (arco).”
Keshét Beanán
O Arco-Iris (Késhet) é o símbolo da paz entre
os Céus e a Terra. Foi o que Noach (Noé) avistou quando saiu da Arca. É até
hoje o símbolo dos Bnei Noach (Filhos de Noé). Nossos rabinos estabeleceram uma
Brachá (Benção) que deve ser recitada quando se avista um Arco-ìris:
BARUCH ATÁ ADO*NÁI, ELO*HÊINU MÉLECH HAOLÁM,
ZOCHÊR HABRÍT VENEEMÁN BIVRITÓ VEKAIÁM
BEMAAMARÓ!
Bendito é Tu, Senhor, Rei do Universo,
que Lembra do Pacto, é Fiel a Seu Pacto e
Cumpre o que Diz!
O Arco-íris é um Pacto entre D-us e o Homem,
de que o mundo jamais será totalmente destruído novamente. D-us está fazendo a
parte Dele. E nós... estamos fazendo a nossa?
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.
FONTES:
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