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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

EDITORIAL: AINDA ELUL - O último mês judaico

ELUL: Ani le Dodi Ve dodi Li


Último mês do calendário judaíco. Para muitos, os últimos momentos para pedir perdão; e para outros, uma oportunidade de escutar diariamente o som do Shofar - um som de chamado que une a boiada no interior do Brasil, mas que reverbera em cada um de forma especial.




Alguns, com tendências a considerar o judaísmo uma religião, focam no chamado de consciência, no chamado para o perdoar e o repensar. Para outros, que preferem negar a religião e negar identidades, procurando igualdade, mesmo entre os diferentes, este som parece um tanto antigo, arcaico, de tempos em que não se tinha o "refinamento" do hoje. E para muitos é apenas um ritual bizarro, que acontece a cada ano apenas nos dias de Rosh Hashaná e Iom Kipur - isto é, depois de Elul, quando o ano novo já começou.

Alguns, com tendência a apreciar o povo judeu como algo que vai além da religião, mas que não prescinde dos conceitos básicos que romperam as décadas, séculos e milênios, aproveitam a época para uma boa parada e uma boa reflexão, um momento de encontro e de repensar.

Estamos em pleno mês de Elul e como tudo na vida tem vários significados, e como em todos os momentos da vida a "leveza de ser" se cruza com os problemas do momento, Elul, o último mês do ano traz em si o conceito do amor, o conceito do pertencer, o conceito do "dar e receber". 

Este conceito é expresso não de forma altruística ou mística, para combinar com um momento de perdão e arrependimento, mas de forma romântica e inclusiva destacando a interação entre duas pessoas.

As letras hebraicas de ELUL formam o acrônimo do Salmo que canta o amor entre duas pessoas!
Nestes tempos de substituir (o) e (a) por (@) chama a atenção que a frase é universal e ao mesmo tempo pessoal - ENTRE DUAS PESSOAS.

Alef - ANI - EU sou
Lamed - Le Dodi - de meu amado
Vav - Ve - e (o meu amado)
Lamed - Li - é meu 




Assim, no mês que todos imaginam como algo mais sério e mais pessoal, somos acordados para lembrar que o TEMPO NÃO PODE PARAR - e que isto só acontece quando temos como fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo, quando não podermos deixar de amar.

Ani Le Dodi ve Dodi Li.

Boa Semana!

Regina P. Markus

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