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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

VOCÊ SABIA? - Stan Lee, o maior nome dos Quadrinhos e a alegria das últimas gerações.





VOCÊ SABIA que o escritor americano Stan Lee, criador de mais de 361 personagens de quadrinhos - entre eles Spider Man - era filho de judeus romenos, um menino pobre nascido em Nova York que desde cedo teve de encarar as dificuldades da vida e as consequências da Grande Depressão?





Stanley Martin Lieber, o famoso e genial Stan Lee, produziu uma gama incrível de personagens - seres notáveis, humanos com poderes, anti-heróis, jornalistas mal-humorados - criando a satisfação e produzindo a tão valorizada catarse do teatro grego no espírito de seus admiradores.
Stan Lee nasceu em 28 de dezembro de 1922 de pais recém-chegados da Europa: o pai um competente alfaiate e a mãe uma dedicada dona de casa. Viviam em um pequeno e acanhado apartamento que teve de ser substituído por algo menor ainda com a chegada da crise em 1929 e o consequente desemprego de seu pai.
Aos 9 anos nosso quadrinista ganhou um irmão, acontecimento que deixou a família ainda mais abalada financeiramente. 
Em sua autobiografia “Excelsior” (“Majestoso”, um termo que Lee colocava em tudo que apreciava), ele descreve o sofrimento que esta situação de pobreza lhe infringia:
“É um sentimento de que a coisa mais importante para um homem é ter trabalho pra fazer, estar ocupado, ser útil”.
Aos 16 anos obteve seu primeiro emprego escrevendo desde obituários para jornais até propagandas para hospitais.
“O primeiro grande serviço foi fruto de sorte: uma prima havia acabado de se casar com Martin Goodman, dono da Timely, uma editora que estava surfando na nova onda dos quadrinhos que começava a ser formada. Passou a escrever roteiros para a empresa, assinando Stan Lee.
Pegou o gosto. Começou a observar quadrinistas que estavam desenvolvendo trabalhos interessantes:
Carl Burgos havia criado uma história sobre um homem que pegava fogo, apelidado de Tocha Humana, Bill Everett escreveu sobre Namor, um príncipe submarino, Joe Simon e Jack Kirby contaram a história de um soldado que lutava contra o nazismo: Capitão América.
Só que a dupla se desentendeu com Goodman. O chefão acabou sem ninguém para cuidar do departamento de quadrinhos da Timely. “Ele virou pra mim e perguntou, ‘Você consegue fazer isso?’. Eu tinha 17 anos. O que você sabe quando tem 17 anos? Falei ‘Claro, eu consigo.”  “Martin deve ter esquecido de mim, porque ele simplesmente me deixou por lá. E eu amei ser o novo editor”.
A questão é que a Timely não era exatamente fãs de super-heróis. Goodman era fã mesmo de dinheiro e usava os quadrinhos para ganhar uma grana com cada tendência que aparecia. A concorrência começava a vender bem gibis sobre faroestes? Lee tinha que bolar um bang bang em suas páginas. Histórias de terror estavam lotando bancas? Então Stan tinha que assustar alguns leitores por aí. Lee não amava essas tramas – mas tinha o dinheiro, e não queria sair para ficar desempregado (vale lembrar aqui o trauma que o pai sem trabalho lhe deixou), então segurou a bronca. Por 20 anos. E aí realmente ele cansou.”
Lee falou à sua esposa que ia se demitir e ela o aconselhou a escrever suas próprias histórias como sempre desejou e esperar ser demitido. Ele concordou, criou livremente, e nunca foi demitido, pelo contrário!
Criou sua equipe, o Quarteto Fantástico, apresentando heróis já não tão super heróis, humanos com poderes, uma família disfuncional.
Vendeu excepcionalmente bem, estímulo que levou Lee a criar novos valentes como Hulk, X-Man, Homem Aranha - personagens estes que o levaram à fama.


Martin então trocou o nome da empresa para Marvel, inspirado em uma de suas HQs, “The Marvelous Tales”, com a figura mitológica de “Tocha Humana”.
Mais tarde Martin decidiu parar e vendeu a empresa, mas os acionistas exigiram a presença de Lee como o grande chefe da principal editora de quadrinhos do país.
Lee agora era dono de sua criatividade, livre para soltar as rédeas de sua imaginação.
Tudo isto em paralelo com seu casamento com Joan Clayton, nascimento de sua filha Joan Celia e sua participação na Segunda Guerra em 1941, após seu país ter sido atacado mortalmente em Pearl Harbor.

Stan Lee com filha e esposa.
Apesar de seu sucesso indiscutível, Lee teve dificuldades com seus desenhistas que o acusavam de receber todos os créditos por seus trabalhos. Ao ser entrevistado pela BBC em 2007, Lee expôs sua opinião:
 “Eu realmente acredito que o cara que sonhou com algo, é seu criador! Você idealiza isso e pede para alguém desenhá-lo...”
Ao que o repórter sugeriu: e se outra pessoa tivesse desenhado os personagens e eles não tivessem obtido o sucesso que alcançaram? “Então eu teria criado algo que não fez sucesso”, foi a resposta de Lee.
Falar em Lee é falar também nos bilhões de dólares que recebeu com sua arte e dedicação.
Ele viveu 95 anos sempre encantado com seu trabalho, sempre disposto a inovar, sempre presente quando necessário, sempre feliz ao receber o reconhecimento dos críticos e de seus fãs. 
Participou também em vários de seus filmes como “cameo role”, ou seja, participação especial em que uma pessoa importante e famosa vive um pequeno papel.


Stan Lee com seu indefectível e vasto bigode, sempre acompanhado por um elegante par de óculos de sol, num “cameo role” no filme Guardiões da Galáxia. 



E assim, Stan Lee viveu e atuou por quase um século alterando definitivamente os anais do Entretenimento!

Iron Man (Homem de Ferro), Stan Lee e Spider Man (Homem Aranha).


Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá Na Mídia.

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