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quinta-feira, 23 de abril de 2020

EDITORIAL: IOM HA SHOÁ - DIA DO HOLOCAUSTO


Marcela Fejes e Raul Meyer acendendo a vela de Iom haShoá


No dia 21 de abril* deste ano foi lembrado o Dia da Lembrança do Holocausto (SHOÁ). Este dia acontece uma semana antes da comemoração do Dia da Independência de Israel (Iom Haatzmaut), que é precedido pelo Iom ha Zikarón (Dia da Lembrança), quando são lembrados os que morreram pelo nascimento do Estado de Israel. Estas datas são lembradas por judeus do mundo inteiro, mas comemoradas de forma especial pelos israelenses. E no decorrer dos anos as datas diretamente ligadas com o Estado de Israel são celebradas por israelenses de diferentes religiões e etnias, pois todos se orgulham de em 72 anos terem participado da criação e de viverem em um estado democrático que abriga várias religiões e seitas e que tem na ciência e no avanço do conhecimento a sua principal fonte econômica. Este é um estado em que religião e ciência não competem - ao contrário. Religião e ciência andam par e passo.

As três datas - lembrar do holocausto, lembrar dos que deram suas vidas por um sonho e lembrar do dia em que este sonho tornou-se realidade é a forma que têm os israelenses e o povo judeu de lidar com a VIDA. A vida é composta de muitos momentos diferentes. Alguns, tão ruins que parecem inimagináveis antes de acontecer. Uma das formas de NUNCA MAIS é lembrarmos de forma pró-ativa o que aconteceu, e contarmos para as próximas gerações o que aconteceu.

Mas, será que há disposição para escutar? O mundo todo tem opiniões diversas e, não preciso aqui repetir o que já foi dito muitas vezes. Mas, como o Estado de Israel trata da questão? Como é possível que todos lembrem que existiu um Holocausto? Há várias ações coletivas, desde reunir sobreviventes e escutar suas histórias, ler livros e frases daqueles que já se foram, manter um Museu - YAD VASHEM - onde são guardadas memórias do holocausto e onde também são reverenciados OS JUSTOS (TSADIK) do mundo. Mas, e aqui vem o segundo "mas" do parágrafo, como ter certeza que apenas uma vez por ano todos os cidadãos israelenses dirijam suas mentes para esta tragédia da humanidade?

O GRITO mais eloquente, o ato que atinge a todos é o SILÊNCIO - é estar quieto e parado por 1 minuto e que neste minuto todos à sua volta também fiquem olhando para dentro de si e participando do NUNCA MAIS.

O video que ilustra este editorial é uma das formas com a qual Israel lembra os que se foram - tudo e todos param ao som de uma sirene - e quer nas ruas, em casa, ou onde quer que seja, é guardado ao mesmo tempo um minuto de silêncio.

O silêncio que registra a história a cada ano e que garante que esta história será contada para as futuras gerações.

Fiquem em casa - e fiquem bem!

Regina P. Markus



*O Dia comemorado em 21/04 é também da Gvurá, do Genocídio e do Heroísmo. Lembra e homenageia em especial o Levante do Gueto de Varsóvia e a bravura de tantos que salvaram companheiros ou desconhecidos e se tornaram assim o que chamamos Justos entre as Nações. Com o silêncio, lembramos e honramos a todos os seres humanos que pereceram nesta barbárie que a humanidade permitiu acontecer, e com reflexões e ações olhamos para o passado que levou a esta situação - preconceito, falta de oposição, silêncio da maioria - e continuamos a combater isso em nossos dias. Esta data é fundamental para que nós da atual geração e das próximas, de todas as crenças e costumes, efetivamente busquemos o NUNCA MAIS na História da Humanidade.

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