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segunda-feira, 13 de abril de 2020

VOCÊ SABIA? - Confiabilidade em tempos de coronavírus




Tempos de corona vírus: até que ponto podemos confiar na higienização das pessoas que nos cercam? Como saber se já estão contagiadas, infeccionadas?
Este é um dilema que surgiu com a pandemia do novo COVID 19: CONFIABILIDADE.

Por Itanira Heineberg

VOCÊ SABIA que ao ser testada positivamente com o vírus da nova pandemia, a pessoa tem obrigação moral de informar os seres com os quais teve contato durante as duas semanas que antecederam a doença?







Estão aí incluídos família, convizinhos, colegas de trabalho e mesmo atendentes de lojas e restaurantes por ela frequentados.
Não há razão para a pessoa sentir-se envergonhada e esta informação será crucial para a saúde de todos os envolvidos.


O Rabino Shlomo Brody, diretor do Tikvah Overseas Students Institute, New York, escreveu recentemente sobre o assunto, levantando até a dúvida: informar outros sobre sua condição de contaminado seria uma obrigação haláchica (religiosa) do paciente para proteger os que o rodeiam? E logo afirma categoricamente que SIM, é uma obrigação baseada nas leis religiosas judaicas, derivadas da Torá Escrita e Oral.

A pessoa não tem culpa de ter sido contagiada! Não deve temer ser discriminada ou acusada.

Segundo a Torá, no passado, a pessoa portadora do mal de Lázaro, deveria sempre anunciar que estava com lepra, gritando nas ruas “ Impura, impura”, assim prevenindo os outros de se contagiarem e oferecendo-lhes a oportunidade de por ela rezarem.

Em Leviticus 13:45 o texto ordena que portadores de doenças infecciosas informem os passantes sobre sua condição de saúde.

”E o leproso portador da praga deve rasgar suas roupas, andar com a cabeça descoberta, cobrir sua boca e gritar, Impuro, Impuro!”

Rabino Shlomo lembra regras medievais de como lidar com situações semelhantes, encontradas no Sefer Hasidim, um trabalho ético extraordinário que trata das preocupações da vida do dia a dia. Apesar de datarem de mais de 700 anos, as anotações do autor, Rabino Yehuda He Chasid, são incrivelmente expressivas para o momento atual.

Yehuda cita o poderoso trio de versos bíblicos:

1 – Não colocarás uma pedra de tropeço perante o cego.
2 – Não ficarás sem ação perante o sangue de teu irmão.
3 – Ama teu próximo como a ti mesmo.

O último verso é o mais significativo para nossos tempos!

Conforme alerta Rabino Shlomo, “Responsabilidades mútuas exigem que infectados informem os que a eles forem expostos para que tomem as indispensáveis medidas preventivas.”






Na Idade Média, os doentes eram obrigados a carregar um sino. As badaladas avisavam de longe que o passante devia ser evitado. Alguns leprosos carregavam uma vara comprida com um saco pendurado na ponta para receber esmolas sem que os doadores deles se aproximassem.

Hoje devemos todos nos proteger, proteger os outros, e a máscara usada mundialmente é um símbolo desta pandemia.

Após muito ler e ver, acredito firmemente que as máscaras protejam pessoas e ambientes das gotículas letais indesejadas.

E atualmente no mundo inteiro máscaras estão sendo produzidas, manualmente, em casa, ateliers, em fábricas, de maneiras criativas, usando-se uma grande variedade de materiais disponíveis e adaptáveis à situação. Na verdade este fato é um esforço de guerra. Máscaras são escudos que protegem os dois lados do combatente.



A artista plástica Ofra Grinfeder confecciona máscaras em seu atelier no Morumbi para seus vizinhos de Paraisópolis.





Também acredito na obrigação moral de informarmos nossos semelhantes caso nossa saúde seja afetada pelo vírus e não permitir que se aproximem de nós ou que nos visitem e oferecer-lhes tempo suficiente de consultarem seu estado clínico após o contato conosco.


Confiabilidade é outra arma contra o COVID 19.

A lepra deixou de ser um estigma em 1873 quando o norueguês Armauer Hansen identificou a bactéria causadora da doença e eliminou as crenças de que a hanseníase (nome dado à lepra em homenagem ao seu descobridor) era hereditária e fruto de pecados ou castigos divinos.

Porém a lepra abalou a Humanidade por milhares de anos.

“O nome da doença tem origem no termo grego λέπρ (léprā), derivado de λεπ́ς (lepís; "escama")”

Graças à ciência, nos últimos 20 anos, 16 milhões de pessoas foram curadas em todo o mundo.


Estamos agora sofrendo as consequências de uma doença maligna que já levou a um número inacreditável de óbitos em todo o planeta.

Todos se perguntam como será a vida após a pandemia. Até quando este vírus vai nos aterrorizar e afetar nossos dias, nossos relacionamentos, a economia global?





Médicos checam passageiros de carro por sintomas de covid-19 em Guarulhos, São Paulo, 04/04

Alguns países estão pesquisando uma vacina para eliminar este mal.
Israel já declarou que está em fase de descoberta desta vacina e que em julho ela já poderá ser usada em humanos.

Mas até lá muitos serão eliminados de nossos relacionamentos, muita tragédia ocorrerá sem grandes curas eficazes.

Encaremos com seriedade este momento que nos acomete, lutemos com as armas que nos são oferecidas pela OMS, pelos estudiosos, cientistas, nunca esquecendo e praticando a obrigação moral e religiosa da Confiabilidade.






FONTES:
g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1170904-5603,00-ACHADO+ARQUEOLOGICO+SUGERE+QUE+LEPRA+SURGIU+NA+INDIA+HA+CERCA+DE+ANOS.html


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