Por Itanira Heineberg
Você sabia
que um diamante da Coroa do Estado Imperial do Reino Unido foi parar em um anel
de noivado de uma jovem israelense?
O anel com
diamante da família Asscher oferecido à noiva Nynke. |
Aqui temos o
relato da trajetória de um diamante gigantesco, famoso, oriundo das minas Premier,
em Pretória, até Londres, Holanda e Israel!
A pedra incrustrada
na parede da mina, brilhante como uma estrela, foi descoberta por Frederick Wells
e batizada de Cullinan - uma homenagem a Sir Thomas Cullinan, o proprietário da
mina.
Naquela mesma
noite, Sir Cullinan vendeu-a ao governador provincial do Transvaal, que a
ofereceu ao rei inglês Eduardo VII, bisavô de Elizabeth II, como presente de
aniversário. Na realidade este ato foi um agradecimento à coroa pela declaração
da independência do novo país, África do Sul.
O monarca
Eduardo ficou preocupado com a viagem do diamante até a Inglaterra, então, para
não ser roubado, montou uma estratégia colocando uma pedra falsa a bordo de um
navio a vapor protegido por um grupo de detetives experientes, enquanto o
verdadeiro Cullinan viajava tranquilamente em um canto comum, em uma caixa
simples na mesma embarcação.
Para realizar
o corte do Cullinan, Eduardo escolheu Joseph Asscher - um artesão reconhecido
mundialmente por ter talhado outro famoso diamante, Excelsior, de 971 quilates.
Joseph era diretor do Asscher Diamond Company de Amsterdã, companhia estabelecida
desde 1854, e estudou a peça por seis longos meses antes de a talhar.
Já na primeira
tentativa, a lâmina de aço quebrou sem ferir o duríssimo diamante. Mas na
segunda empreitada, o diamante partiu-se conforme os planos de Asscher. Ao
acabar a tarefa, Asscher desfaleceu, tomado por uma forte tensão nervosa.
O diamante
Cullinan foi talhado em nove pedras maiores e outras noventa e seis menores,
num total de milhões e milhões de libras esterlinas, entregues à coroa inglesa.
A maior
delas, “Estrela da África”, adornou o cetro do rei Eduardo VII; o Cullinan II,
outra das grandes pedras, foi encravado na Coroa Imperial que agora será usada
pelo Rei Charles III.
Diamantes
Cullinan, do Cullinan I ao Cullinan IX |
Joseph
Asscher recebeu alguns pequenos diamantes da família real em pagamento por seu
trabalho e esforços e mais tarde, bem após os horrores do Holocausto que
dizimou milhões de judeus da Europa, uma homenagem da rainha Juliana da Holanda:
A família Asscher, há anos especializada em diamante em seu melhor corte e aproveitamento, decidiu que suas gemas seriam passadas de geração a geração pelos homens do clã, através de anéis de noivado presenteados às suas esposas.
Muitos
membros da família foram deportados e mortos durante o Holocausto, mas
Elizabeth Asscher sobreviveu e milagrosamente conseguiu recuperar duas pedras
regiamente escondidas dos nazistas. Durante 65 anos, ela usou um dos diamantes
em armação de metal barato, em sua nova vida de sionista em Israel.
Sua neta, Shakked
Auerbach, conta a história da avó Elizabeth e seu tataravô Joseph Asscher e relata que seu irmão, ao receber a pedra da avó, ofereceu-a
à sua noiva Nynke depois de colocá-la em uma bela armação com a ajuda de
joalheiros incríveis da rua Sheinkin em Tel Aviv.
Como reza a
lenda, “Vão-se os dedos e ficam os anéis!” |
O futuro
continuará esta história, com diferentes percursos para as gemas, especialmente
num momento em que a África do Sul reclama a posse de seus diamantes.
FONTES:
https://www.timesofisrael.com/chips-from-british-crown-jewels-set-in-israeli-engagement-ring-report/
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