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segunda-feira, 6 de março de 2023

VOCÊ SABIA? - Inovação isralense no tratamento da Doença de Parkinson

 

Detecção precoce: israelenses inventam novo software para estudar a doença de Parkinson a nível celular. 

Por Ana Ruth Kleinberger



Graças aos pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, que trabalham no Centro de Ciências do Cérebro Edmond e Lily Safra, uma nova ferramenta diagnóstica permite a detecção precoce da Doença de Parkinson, juntamente com um novo rastreamento da progressão da doença e da resposta do paciente à terapia.

A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central que afeta primariamente o sistema motor com sintomas como: tremores, rigidez, lentidão de movimentos, dificuldades de deambulação, instabilidades cognitivas, problemas com o sono, perda do olfato etc., que vão piorando com o passar do tempo.

A doença afeta milhões de pessoas a cada ano, e resulta em muitas mortes.

O Prof. Aviv Mezer está tentando detectar e medir a progressão da doença através de um método denominado Ressonância Magnética Quantitativa, tentando observar e quantificar as micro alterações invisíveis a olho nu, mas que alteram a sinalização à Ressonância, e os dados obtidos na Ressonância são usados para detectar as alterações causadas pela doença e criar um software com os algoritmos obtidos a partir das imagens - estes valores se transformam numa matriz matemática.

Na doença de Parkinson, as alterações ocorrem no corpo estriado, e através da matriz matemática é possível detectar as pequenas alterações que estão ocorrendo ali.

Com isso é possível detectar mudanças a nível celular.

Até agora, apenas era possível ver os efeitos do Parkinson no cérebro no pós mortem, o que  de acordo com o Prof Mezer, é um método ineficiente, terrível e não ajuda em nada os pacientes.

Hoje tratamos a doença com drogas sem saber exatamente como agem no cérebro, e com o novo método estaremos vendo o que acontece no indivíduo in vivo, esteja ele doente ou não.

Cada paciente é único e apresenta um conjunto diferente de sintomas, e é nisso o que o Prof. Mezer está trabalhando atualmente - e a grande incógnita é: O que vem depois?

A beleza do método é que o trabalho com a RM é fácil de ser adotado pela comunidade médica e, talvez, em alguns anos o método poderá ser usado em hospitais para melhor tratar os pacientes e pelas indústrias farmacêuticas para melhor testarem o mecanismo de ação de suas moléculas.



 

Fonte: United with Israel

 

>> A partir do texto acima, procuramos consultar um especialista local para comparar opiniões. Esperamos que sejam esclarecedoras para todos, como foram para nós!


Um comentário sobre Ressonância Magnética Quantitativa na Doença de Parkinson pelo Professor Ricardo Nitrini, Professor Titular-Sênior do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo


O diagnóstico e o acompanhamento evolutivo da doença de Parkinson (DP) têm sido realizados pela avaliação clínica do paciente. O neurologista atinge o diagnóstico a partir das queixas do indivíduo, de informações da família e realiza exame detalhado com ênfase no desempenho motor (modo de caminhar, velocidade dos movimentos, presença de tremores ou rigidez, principalmente). O tratamento farmacológico que é bastante eficiente nos primeiros anos depois do aparecimento dos sinais da doença é quase exclusivamente sintomático. Ou seja: melhora o desempenho motor, mas não altera a evolução da neurodegeneração que afeta regiões do cérebro conhecidas como “núcleos da base.”
Nos últimos anos tem havido intensa busca de métodos que permitam diagnosticar a DP de modo ainda mais preciso e objetivo do que o exame clínico. Estes métodos também podem vir a ser muito eficientes para o acompanhamento da evolução da degeneração dos núcleos da base, em especial para permitir a avaliação dos resultados de novos tratamentos que já estão sendo testados e de outros que certamente deverão surgir nos próximos anos.


Na prática clínica, os métodos de neuroimagem têm sido os mais utilizados para o diagnóstico da doença de Parkinson. A neuroimagem com ressonância magnética (RM) com avaliação da substância negra, uma região dos núcleos da base que é muito comprometida na doença de Parkinson tem sido utilizada na prática clínica, mas os resultados tem sido superados pelos obtidos com exames de medicina nuclear. O exame denominado tomografia de emissão de fóton único (SPECT, do inglês: single photon emission tomography) que utiliza um radiotraçador que se liga à uma proteína que se reduz logo no início da DP tem sido um dos exames mais utilizados para o diagnóstico da DP e diagnóstico diferencial com outras doenças. 
Mas para o acompanhamento evolutivo, o exame clínico continua sendo o método fundamental. Há a real necessidade do desenvolvimento de novos métodos que permitam avaliação ainda mais acurada da evolução da DP, particularmente para permitir investigar o efeito de novos tratamentos. A RM tem sido o método que mais revolucionou o nosso conhecimento sobre as doenças do sistema nervoso e certamente continuará permitindo grandes avanços nesta área.

Métodos quantitativos de RM, como este proposto pelo estudo do do Prof. O Prof. Aviv Mezer, que podem ir além da análise puramente visual, aproximam a neuroimagem da avaliação realizada pelo exame neuropatológico, que é ainda o exame definitivo para avaliar o diagnóstico e a evolução da DP. A informação de que este é um método de aplicação relativamente simples e que está sendo preparado para ser utilizado na prática clínica, e não somente em pesquisas, é muito importante. Portanto, deverá significar um avanço para o diagnóstico e tratamento desta doença tão frequente.


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