Por Juliana Rehfeld
Estamos naquele período dos Iamim Noraim, dias terríveis, dias intensos de reflexão. Mas o mundo em volta não para, temos de “cavar” tempo para esta introspecção da qual desembarcaremos no Kol Nidrei, a reza que abre Iom Kipur.
E a Terra continua a girar loucamente…"and the world spins madly on” - recentemente ouvi esta música que me ficou no ouvido; gosto à parte, compartilho aqui.
E gira cada vez mais loucamente porque, apesar de nossa incrível evolução tecnológica, estamos perdendo o controle deste giro. É preciso frisar que a Terra não está ameaçada, nós é que estamos!
Nossa vida aqui na Terra é que está em risco.
Às ameaças climáticas se somam os desencontros, os conflitos que criamos com o tempo, com as atitudes radicais movidas por interesses individuais ou regionais, colocados acima de tudo… e muito tem-se usado a religião para justificar a defesa de diferenças, o fanatismo judaico, muçulmano, cristão-evangélico…
Na geopolítica há movimentos divergentes no próprio cenário do Oriente Médio: a Arábia Saudita fala cada vez mais claramente de aproximação dos países árabes com Israel enquanto membros do Naturei Karta, seita judaica ultra-ortodoxa e antissionista, se reune com o presidente Ebrahim Raisi nas salas laterais da 78a Assembleia Geral da ONU alegando que ao longo da história a república muçulmana do Irã foi respeitosa com os judeus…
A ONU tem seu discurso sobre a união e a paz mundial e abre sua temporada discutindo os honrosos e fundamentais Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, mas sabemos que suas decisões políticas são tendenciosas sobretudo no que concerne Israel, apoiadas por sua imponente maioria árabe/muçulmana, sua incoerente composição de comissões por ditaduras ou países envolvidos em massacres tribais sanguinários…
Mas a ONU ainda é o espaço para se perseguir uma utópica comunhão. A busca pela união de propósitos entre tanta diversidade é penosa e exige despojamento. E sinceridade. A grande Assembleia só será eficaz se apoiada nos esforços sinceros, nacionais e comunitários, para uma viável convivência, uma coexistência entre diversos, no mínimo para preservar a vida humana neste planeta.
Humanos diversos sentando juntos para decidir problemas comuns. No judaísmo, dizemos "Sentamos irmãos juntos" - “shevet achim gam Iachad”. Entre os diversos todos estão incluídos e devem estar representados.
Aqui no EshTaNaMidia batalhamos por isso, do nosso jeito.
Estamos honradas e muito felizes por ganhar, a partir de hoje, uma nova coluna mensal, יחד-Iachad, palavra hebraica para juntos (e misturados..).
Quem assina a nova coluna é André Naves. Ele é Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social e Economia Política, Defensor Público Federal, Escritor e Professor.
Atua como Conselheiro do Chaverim, grupo de assistência às pessoas com Deficiência Intelectual, além de diversas instituições voltadas à Inclusão Social.
Membro do LeCulam, da FISESP (Grupo de Inclusão das Pessoas com Deficiência da Federação Israelita de São Paulo).
Colaborador do Instituto FEFIG, para a promoção da Educação.
Membro do LIDE – Inclusão.
Comendador Cultural.
www.andrenaves.com
Instagram: @andrenaves.def
Bem vindo, André!
Boa reflexão e Shabat Shalom a tod@s!
Desejamos a tod@s Gmar Chatimá Tová!
E nós judeus lembramos no dia de Yom Kipur que a vida sempre segue e que neste dia toda a comunidade que esteve junta no Sinai se encontra no momento da lembrança (Izkor). Estar junto com os antepassados e também com as próximas gerações é o nosso entendimento de Vida Eterna
ResponderExcluir