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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

ACONTECE: Há que se preparar um futuro melhor…





Por Juliana Rehfeld

Esta tem sido uma semana bastante militar mas também permeada de possibilidades de acordos que eventualmente podem levar ao recebimento de reféns de Gaza. Não é mera coincidência que os ataques “preventivos” de Israel ao Irã, ao Líbano, à Síria e agora ao Iêmen tenham trazido, por parte do Hamas, uma postura mais propensa a dialogar sobre cessar fogo, reconstrução e trocas…

O reconhecimento internacional do sucesso destas ações militares é enorme, e de novo digo, o país surpreendeu porque todos sabem o preço que vêm pagando neste ano pós 7 de outubro, em termos de recursos humanos, sem contar o sentimento de derrota devido a toda a situação dos reféns. O país está abatido psicologicamente, e não é para menos…

Evidentemente Israel passou a ouvir mais críticas e mais sonoras acusações de infringir leis internacionais após a breve trégua no período em que Ucrânia, Rússia e OTAN ocuparam as manchetes. A crítica mais severa, da qual o governo de Netanyahu não conseguirá se esquivar, é uma questão interna; o anúncio da crescente ocupação da Cisjordânia e sua anexação. A ocupação do Hermon agora ordenada diretamente pelo primeiro-ministro ao exército é considerada de preparação para defesa e está prevista para um ano… mas quanto tempo de fato levará? A história não tem bons exemplos…

A imprensa também se ocupou com os números trágicos de Gaza e isso manteve a animosidade em relação a Israel num patamar péssimo. Nesta segunda o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, divulgou o número terrível de 45.000 palestinos mortos e este número rodou o mundo. Este foi o “fato” divulgado globalmente… ”que horror esta guerra”, diz o leitor distraído …. “Que injusta esta guerra”, diz a leitora que empatiza com os mais oprimidos... “mais de 70% dos mortos em Gaza são mulheres e crianças”, ressalta o veículo escavando nos dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para refugiados- ACNUR.

Mas novamente cabe perguntar com que fontes e fatos esta imprensa trabalha? Foi divulgado um estudo do “think tank” Henry Jackson Society que analisou, entre fevereiro e maio de 2024, quase 1400 artigos publicados em grandes veículos europeus e americanos - e concluiu que pouco se cuidou para obter dados isentos; eles discutiram a credibilidade de Israel como fonte, mas praticamente aceitaram todos os números do Ministério de Saúde de Gaza - que pertence ao Hamas - e que 98% das pessoas se informam pelo ministério.O estudo afirma que os números foram inflados, há evidências de duplicação ou até triplicação devido ao fato de que o Hamas se esconde atrás de edificações de uso público como hospitais e escolas, a tendência é aumentar as mortes civis mesmo anunciando previamente ataques como faz, surpreendentemente, o exército israelense… e ainda, em caso de descoberta de acusação incorreta, como por exemplo a do Hospital que foi atingido pela Jihad e não por Israel, não se corrigem números… não se faz distinção entre terroristas, membros do Hamas, e civis, incluem-se mortos em hospitais que já estavam internados e faleceram pós atendimento…. e por aí vai. 

A ACNUR também usou estes dados, sem discriminação, e o peso da ONU é ainda maior no que tange a credibilidade… será que está certo isso?

Mesmo com todos esses erros, houve, e está havendo, mortes demais… e pouco importa que muitos, talvez a maioria tenha direta ou indiretamente, atacado Israel e israelenses, muitos tenham trabalhado em Israel e depois o atacaram, tenham sido presos e soltos, tenham sido tratados em hospital israelense mas mesmo assim tenham jurado matar todos os judeus, tenham educado seus filhos e netos a odiar um inimigo que na verdade foi herdado sem nem ter sido conhecido… houve mortes demasiadas e desnecessárias, houve um aprofundamento da separação entre duas sociedades que, antes de 7 de outubro, estavam em várias ações se aproximando, tentando conviver em paz, e muito pelas mãos e corações e mentes dos habitantes ativistas do Sul de Israel, muitos dos quais foram brutalmente assassinados … 

A realidade que gostaríamos de esquecer invade a memória que precisamos manter… precisamos manter para não deixar repetir-se. Que encruzilhada… os reféns, vivos ou mortos, estarão voltando em breve, ao que as atuais negociações indicam, mas para suas famílias o tempo parou de passar normalmente. Para a sociedade, para os vizinhos, como e por onde começar a reconstruir? 

O governo ainda está destruindo em volta antes de deixar pensar-se na reconstrução…

Só podemos acompanhar o que acontece pelas fontes de informação - mas busquem, criticamente, as fontes mais isentas e as indiquem para seus seguidores!

Shabat Shalom! 

Até 09 de janeiro de 2025!

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

VOCÊ SABIA? - Hannuká

 

Velas, jogos, diversões, músicas, comidas deliciosas

Por Itanira Heineberg




Você Sabia que há muitas diferentes, interessantes, e divertidas maneiras de celebrar o milagre de Hanukkah, uma festa judaica conhecida também como Festival das Luzes?

Há famílias judias espalhadas pelo mundo inteiro e por isso nos deparamos com uma grande variedade de costumes, atividades e jogos praticados nos dias de Hanukkah, as tradições universais do festival.



Tanto no hemisfério norte como no sul, os judeus celebrarão o festival de 8 dias acendendo uma hanukkiá, candelabro com 9 braços, degustando alimentos fritos e recontando a história vitoriosa do pequeno exército judeu dos Macabeus e a restauração do Templo em Jerusalém. Após a reconquista e purificação do Templo, devia-se acender a luz eterna mas não foi encontrado suficiente óleo. Havia apenas um jarrinho de azeite puro no santuário com o selo intacto do Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) para que as luzes do candelabro fossem acesas, e isso duraria apenas um dia, mas milagrosamente durou oito dias, tempo suficiente para que um novo azeite puro fosse produzido e levado ao templo para o seu devido fim conforme manda a Torá (Ex 27:20-21).

Estava aí o milagre de Hanukkah, comemorado pelos judeus em todos os cantos do mundo onde estiveram e onde ainda estão. E aqui seguem algumas variações de como festejar o milagre!


“No México, as famílias costumam quebrar uma piñata em formato de sevivon (piorra abaixo) para pegar as moedas de chocolate e outros brindes.




Em Israel, algumas famílias têm caixas de vidro especiais para a hanukkiá, candelabro para 9 velas, que se parecem um pouco com aquários e as colocam do lado de fora de casa, para que todos possam apreciar as velas acesas enquanto passeiam pela cidade.




A maioria dos judeus asquenazes coloca uma hanukkiá na janela para divulgar o milagre de Hanukkah.





No Marrocos, Argélia e outras comunidades do norte da África, é costume pendurar a hanukkiá em um gancho na porta, ao lado da mezuzá, símbolo religioso judaico, um lembrete diário da fé e identidade judaica. Colocar o candelabro perto da mezuzá foi pensado para aumentar a proteção já oferecida pela mezuzá. Se você olhar para as hanukkiás feitas no norte da África, notará que muitas têm um anel no topo, bem como um suporte de metal plano, para que a mesma possa ser pendurada com segurança.




Judeus na Romênia, assim como na Áustria e outras comunidades da Europa Central, raspavam batatas, enchendo cada espaço com óleo e um pavio para servir como candeeiro. Em vez de colocar todas de uma vez, a cada dia eles adicionavam outra batata.

 

Antes da imigração em massa e do estabelecimento do Estado de Israel no século XX, os judeus viveram em Jerusalém por séculos e seguiram a regra de que as luzes da hanukkiá precisavam ser colocadas do lado de fora da casa para que todos pudessem ver. Este decreto tem origem no Talmud (Shabat 21b):



Não há Melachot no período de Hanukkiá - É uma prática de longa data entre as comunidades judaicas do Norte da África e do Oriente Médio, bem como entre os judeus Haredi Ashkenazi, que, enquanto a menorá estiver acesa, as mulheres se abstêm de fazer melachot, os tipos de trabalho que são proibidos no Shabat e feriados. Embora Hanukkah não seja um feriado que exija que os judeus se abstenham de trabalhar, esse costume pode ser rastreado até as leis codificadas pelos líderes Ashkenazi e Sefardita que governaram, antes da eletricidade, que a luz da hanukkiá não deveria ser usada para nada além de aproveitar o feriado.




No último dia de Hanukkah, os judeus marroquinos juntam todos os pavios usados em suas hanukkiás a óleo e fazem uma grande fogueira para celebrar o final da festa.

E em todo lugar os judeus comem alimentos fritos em óleo, lembrando o milagre do óleo santo, embora não necessariamente os mesmos: os judeus indianos comem bolinhos de leite fritos mergulhados em calda de caramelo, enquanto os judeus cubanos fritam bananas-da-terra.”

 

O Povo Judeu, o Povo do Livro, é também o povo que valoriza sua história, suas vitórias e comemora a Vida. Com um passado dolorido de perseguições, perdas, sofrimentos e muitas decepções, o judeu reconhece a vida como talvez o maior valor humano. Muitas vezes derrotado, séculos e séculos de martírios e tormentos, obedece a Torah e seus mandamentos e levanta-se sempre após cada derrocada.

E como não poderia ser diferente, independente do lugar onde estivesse, celebrou, incessantemente, com alegria, criatividade e muito carinho a festa do milagre de Hanukkah, conforme o texto acima.




FONTES:

https://www.myjewishlearning.com/article/8-hanukkah-traditions-from-around-the-world/?utm_source=MJL_Iterable&utm_campaign=MJL&utm_medium=email

https://www.myjewishlearning.com/category/study/jewish-history/jews-around-the-globe/



Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Crônica de fim de ano

 



Crônica de Fim de Ano

Eu adoro crônicas. Na verdade, acredito que elas sejam dos estilos literários mais populares que há. É que elas, além de trazerem lirismo às páginas jornalísticas, circulam livremente pelas correntes de e-mail e de whatsapp (de que toda gente reclama, mas que todo mundo lê) durante gerações!

Foi com elas que aprendi a Gostar de Ler (como muitos da minha leva). Foi nas palavras de gigantes como Rubem Braga, Carlos Drummond, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Nelson Rodrigues, Rachel de Queiroz, entre outros, que meu coração foi tocado e a liberdade de escrita foi sendo desenvolvida.

Becky Korich e tantos outros magos das letras, ainda que sem saber, continuam incentivando meus mergulhos no diáfano poético do corriqueiro cotidiano. Nessas meditações diárias aprendi a enxergar o extraordinário no ordinário: ENXERGAR!

Perceber com o coração!

Hoje pela manhã, a coluna do Bruno Carazza no Valor Econômico me lembrou de uma dessas preciosidades que decoram o cotidiano em meio a tanta lama e dejetos. Era Rubem Braga e seu desejo, que suspeito também seja de todo escritor, de contar uma história maravilhosa.

“Eu queria contar uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse: ‘ai meu Deus, que história mais engraçada!’”.

O gozo da leitora (“como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente e vivo”) seria tão grande que a história maravilhosa, vestida com as roupas da coloquialidade, transitaria num boca-a-boca (real ou virtual) igual rastilho de pólvora... No fim, também consolaria diferentes pessoas. Todos enfrentam seus leões sempre... Um alívio de vez em quando cai bem...

O casal em crise, as prostitutas detidas na delegacia, enfermos em hospitais, familiares enlutados, solitários, miseráveis, esfarrapados, milionários... Todos largariam suas taças amargas para se divertir com um causo gracioso, irresistível e colorido.

E a gostosura das palavras ganharia o mundo sem lenço nem documento, a ponto de as pessoas jamais conhecerem o escritor (aliás, isso importa?). E ela seria contada e recontada por avós, netos, amigos, inimigos, todos... Independentemente da língua, da raça, da cultura, “a história maravilhosa manteria seu encanto, sua frescura e sua pureza.”

Imitando Rubem Braga e tantos preciosos cronistas, eu também, igual um Indiana Jones, continuo buscando minha Arca Sagrada... Quero escrever minha história maravilhosa. Vou continuar ao além. Persistir disciplinadamente, nessa jornada.

Na minha história, eu gostaria de destacar a importância da ALTERIDADE. Sabe a sensibilidade essencial, que nos dá corações humanos para perceber com a alma cada pessoa, única em sua individualidade, e saber que só coletivamente conseguimos unir pontos fortes e limitações no sentido de uma conquista comum?

Esse trabalho para expandir as melhores características de cada pessoa é lutar por autonomia e emancipação. Assim, cada um, autônomo e emancipado, é capaz de se desenvolver da melhor maneira possível, segundo seus próprios desejos.

Um fruto que amadurece no seu tempo...

Mas isso, a possibilidade de que os indivíduos deem as mãos em coletividades e trabalhem eficientemente por seus objetivos comuns, só é concretizada se os Direitos Humanos ganharem vida, alma e substância.

E o que são os Direitos Humanos?

Essa é a poesia da vida!

São os que brotam, como frutos suculentos, daqueles cinco ramos fundamentais e verdejantes da nossa Democracia: Vida (não é a simples sobrevivência, mas sim a possibilidade efetiva de desenvolvimento da personalidade); Liberdade (“quem quiser ser livre para plantar o que quiser tem o dever de assumir a responsabilidade pela colheita”); Igualdade (equivalência de condições basilares mínimas para o desenvolvimento individual); Propriedade (tudo o que é próprio do indivíduo); Segurança (condições estáveis e sólidas para o desenvolvimento pessoal).

Abramos os olhos, porém! Não devemos esperar dos governos essas iniciativas. Devemos, nós mesmos, trabalhar dia a dia, em nossas atitudes e práticas, para desenvolver as individualidades de todos...

ALTERIDADE!

E a minha história maravilhosa só seria completa se encerrada com o célebre ensinamento do sábio Hillel: “Se eu não for por mim, quem irá? Mas se eu for só por mim, que serei eu? E se não for agora, quando?”

Ótimas Festas!

André Naves

Defensor Público Federal formado em Direito pela USP. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social e Mestre em Economia Política pela PUC/SP. Cientista Político pela Hillsdale College. Doutor em Economia pela Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

www.andrenaves.com 

Instagram: @andrenaves.def

 

 


quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

ACONTECE: Israel - a surpresa nossa de cada dia

Israel - a surpresa nossa de cada dia

Vale do Hule - Norte de Israel - A rota de migração de aves da Sibéria ao Saara.
As aves pousam no Vale do Hule. Após mais de 1 ano fechado devido aos ataques a partir do Líbano, o Parque foi reaberto aos visitantes! A GRANDE AVENTURA DA VIDA está de volta!


Os primeiros dias de dezembro de 2024 têm revelado uma surpresa a cada dia. A rápida queda da "dinastia Al Assaf" da Síria, acompanhada no dia a dia, era algo difícil de entender. No dia 10 de dezembro o líder do "Governo da Salvação Síria" Mohamed al-Bashir comunicou que será o primeiro-ministro em exercício até 1o de março de 2025. Ele comandava a provícia norte de Idlib. A nomeação conta com apoio dos vários grupos que alteraram em poucos dias a imagem da Síria. Como fica Israel? Entre no Blog para conhecer alguns dos fatos que permitiram uma ação tão rápida e também o que a abertura das prisões revelaram. 

RATUFIM! Os REFÉNS - negociações em andamento... corações sangrando, mas firmes para enfrentar os próximos meses. E com tudo isso, ainda temos que lembrar dos andares sem qualquer propósito de líderes e grupos que ainda não compreenderam que Am Israel Chai.

ISRAEL Um fato marcante foi a visita do Presidente do Paraguai Santiago Peña para a reabertura da Embaixada do Paraguai em Jerusalém. 

Hoje à noite, em Brasília, o Senador Carlos Viana (MG) recebe da Confederação da Câmara de Comércio Brasil-Israel uma homenagem pelas muitas atividades pró-Israel. Estamos disponibilizando um livro publicado e apresentando em sessão solene do Grupo Parlamentar da Amizade Brasil-Israel. Imperdível!

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SÍRIA - a impressionante tomada do poder 

O território da Síria atual é mencionado desde a antiguidade e foi habitado por cananeus (fenícios), arameus, hebreus, sumérios e ocupado por egípcios, persas, gregos e bizantinos. Os fenícios, como os gregos chamavam os cananeus, habitavam o litoral, eram exímios navegadores e comerciantes e mais recentemente, seu território ganha relevância para a saída do gás proveniente dos países árabes para o Mar Mediterrâneo. Mohamed al-Bashir é da província de Idlib. Formado engenheiro (Universidade de Aleppo), trabalhou na Companhia Nacional Síria de gás e chegou a ocupar o cargo de Ministro do Desenvolvimento da Síria. Teve também uma formação em direito civil e islâmico na Faculdade de Idlib. Em 2017, torna-se líder do Governo da Salvação de Idlib e esta região deixa de fornecer serviços ao governo central em Damasco. A transferência de poder foi oficial, estando presentes os líderes da oposição, incluindo Abu Mohamed al-Jolani, chefe da HTS (Hayat Tahrir al-Sham, Organização pela Libertação do Levante) e o primeiro ministro do governo Assaf, Mohamed al Jalali. Al-Jolani é o pseudônimo de Ahmad al-Sharaa, até o momento declarado como terrorista nos Estados Unidos, e que fez uma importante declaração visando relações positivas com Israel, alterando seu visual e declarando que novos tempos estão por vir.





Entre os muitos grupos liderados pelo HTS e que foram rivais por muitos anos está um conjunto de homens armados pela Turquia, conhecidos como Exército de Libertação da Síria. Apesar dos laços históricos, desta vez a Turquia estava mantendo distância. Estou curiosa para ver o quanto esta posição pode mudar nos próximos dias. Os curdos, um povo não árabe do oriente médio que tem enfrentado muitas agressões desde a antiquidade recebe apoio do Estado de Israel. As Forças Democráticas Sírias (FDS), um outro grupo que compõe a coalizão, é liderada pelos curdos. A atuação da FDS foi impedir a expansão da luta a oeste do rio Eufrates e atuar na região de Manbech, ao norte de Aleppo (11/dez/24). As revelações do estado em que estavam os prisioneiros na Síria e o sistema de tortura vai além da nossa capacidade de captar. São filmes de terror e hoje, a Sky News no noticiário apresentado por Yalda Hakim e Richard Engel descreve detalhes

Poderia continuar juntando os muitos grupos menores que estão acompanhando o atual Primeiro Ministro da Síria Mohamed al Bashir, mas quero chamar rapidamente a atenção para as relações com Israel. Israel nestes dias criou uma barreira de proteção nas Colinas de Golan, barreira que visou impedir que forças envolvidas nas lutas na Síria entrassem em Israel, ou nas comunidades árabes daquela região. Há vários vídeos mostrando que Israel destruiu navios com explosivos, fábricas de armas químicas, fábricas e depósitos de bombas e dispositivos para ataques aéreos. As muitas notícias indicam boa vontade de ambas as partes. Um ponto interessante é que notícias na mídia israelense informam que muitos dos depósitos de armas e arsenais eram conhecidos desde a década de 1970 e que nunca foram atacados por falta de segurança. Ficamos alertas para o desenrolar dos acontecimentos.

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RATUFIM! Os REFÉNS - negociações em andamento.

Estamos acompanhando as negociações para libertação dos reféns. Um tema cada dia mais difícil. Se há meses ficávamos apreensivos, hoje os dedos seguem vagarosamente, porque os olhos umidecem. O tema mostra a força e resiliência dos parentes e amigos. Hoje foi mencionado que haveria 30 reféns vivos e que seriam trocados por indivíduos que abusaram e mataram muitos outros. São mais de 14 meses - e sabemos que está acontecendo porque Israel conseguiu enfraquecer de forma importante os grupos Hamas e Hezbolah. Hoje podemos apenas continuar esperando, sem deixar de lembrar que o mundo fechou os olhos para as vítimas judias. E, apesar de quererem manter em evidência atos indignos contra animais e indvíduos pertencentes a outros grupos, retiram as fotos dos reféns e dos mortos de 7 de outubro de 2023. Retiram as fotos de bebês e crianças que não ganham o respeito que uma vítima merece.

Assim, no meio de um período em que Israel vê o Oriente Médio mudar de forma surpreendentemente, esperamos que estes seres humanos possam ser abraçados logo, logo. 




Estes bebês ainda estão em Gaza! 



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Presidente paraguaio: “Vim dizer aos criminosos do Hamas que vocês não venceram” (texto Revista Bras.il)


Presidentes do Paraguai e de Israel


O presidente do Paraguai, Santiago Peña, foi recebido na Knesset com uma ovação de pé. Peña disse que veio a Israel “para dizer aos criminosos: vocês não venceram”, referindo-se ao Hamas. “Há momentos em que é preciso tomar uma posição”, disse Peña, chamando Jerusalém de “a capital eterna de Israel”. “A decisão de abrir a embaixada nesta cidade é baseada nos valores de solidariedade e fraternidade. Com essa transição em nossa amizade, haverá um coração pulsante, e que possamos inspirar outros países a fazer o mesmo”. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu elogiou Peña pela rejeição de seu país às acusações do TPI. Antes da visita à Knesset, Peña encontrou o presidente Isaac Herzog, que agradeceu pela reabertura da embaixada de seu país na cidade sagrada, uma decisão de grande significado político. “Estamos muito animados em inaugurar a embaixada paraguaia em Jerusalém, nossa cidade sagrada, nossa cidade unida, a capital eterna de Israel e do povo judeu”, disse Herzog. Ele também disse que juntos estão lutando contra o antissemitismo, o racismo e a xenofobia. A convite de Peña, Cláudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), está em Israel para participar da cerimônia de inauguração da nova embaixada. O Paraguai é o sexto país a ter uma missão diplomática em Jerusalém. Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e The Jerusalem Post

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Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Israel - Senador Carlos Viana


Em 28 de fevereiro de 2023 foi instituído o GP Amizade Brasil-Israel com a seguinte mesa diretora:

PRESIDENTE: Senador Carlos Viana - PODEMOS /MG

1º VICE-PRESIDENTE: Senador Alan Rick - UNIÃO /AC

2º VICE-PRESIDENTE: Senador Jaques Wagner - PT /BA

3ª VICE-PRESIDENTE: Deputada Greyce Elias - AVANTE /MG

1ª SECRETÁRIA: Deputada Rosana Valle - PL /SP

2ª SECRETÁRIA: Senadora Professora Dorinha Seabra - UNIÃO /TO

3ª SECRETÁRIA: Senadora Eliziane Gama - PSD /MA

4º SECRETÁRIO: Deputado Sóstenes Cavalcante - PL /RJ


O grupo já fez várias visitas a Israel, inclusive este ano, tendo visitado as vilas vizinhas a GAZA e ao Líbano, além de estar em presente em muitas manifestações pró-Israel e atividades junto com a Embaixada de Israel no Brasil. Para registrar todas as atividades, foi lançado em 28 de novembro um livro relatando as atividades do Grupo e também uma seleção de artistas israelenses.
 

Senador Carlos Viana e o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine (Foto: Rafael Otero)
acessem ao Diário do Poder e apreciem as muitas atividades


VEJA O CONTEÚDO

É uma experiência importante folhear o livro em anexo. As atividades dentro do Senado Federal e também em Israel estão documentadas com fotos. Os textos mostram que apesar do momento político que atravessamos, há uma chama acesa. Como sabemos NER TAMID - a chama eterna que brilha em frente ao Aron ha Kodesh não deve ofuscar. Deve ser uma chama que alumia e indica caminhos. Ao folhear este livro podemos perceber que Israel está presente dentro do Senado Brasileiro através do Grupo Parlamentar de Amizade. E esta chama alumia um futuro que implicará em um aumento dos laços comerciais e dos laços tecnológicos.


E para encerrar este Acontece tão cheio de novidades, vale assistir ao programa Conexão Motta da Jovem Pan, do dia 10 de dezembro. A entrevista de Roberto Motta com Ariel Krok e Alexandre Ostrowiecki foca os eventos com uma perspectiva histórica.

Am Israel Chai


Regina P. Markus





terça-feira, 10 de dezembro de 2024

VOCÊ SABIA? - A companhia aérea mais segura do mundo

 

Companhia aérea mais segura do mundo?

El Al , Companhia Aérea Nacional de Israel




Você Sabia que a companhia aérea israelense "El Al" é considerada a mais segura do mundo e nunca foi alvo de um atentado durante o voo em todos seus anos de existência?

"El Al" em hebraico, ou "Aos Céus" em português, foi criada em 1948 alguns meses após a fundação do Estado de Israel, e desde então reconhecida por sua total segurança possuindo esquemas muito rigorosos de checagem de bagagem e de documentação de passageiros. Assim a companhia mantém seus status de invicta, apesar de receber ameaças diariamente, segundo o presidente da empresa, David Hermesh.

Em 1985, no balcão de venda de passagens da companhia em Roma, terroristas abriram fogo e lançaram granadas, matando 17 pessoas e ferindo mais de cem. Um fato triste que alertou ainda mais os dirigentes da empresa no intuito de melhor proteger seus clientes.

El Al foi a primeira a blindar as portas da cabine dos pilotos e sempre há pelo menos dois policiais israelenses armados dentro das aeronaves para eventual enfrentamento com sequestradores. Todos os pilotos da El Al são veteranos da Força Aérea israelense, treinados para utilizar armamentos.

Antes de embarcar em um avião da El Al, é preciso comparecer ao aeroporto com uma antecedência em média duas vezes superior à de outras companhias aéreas. Os passageiros passam por uma rígida fiscalização de bagagem e por um longo interrogatório realizado por agentes de segurança treinados.

Enquanto respondem a perguntas, os passageiros são analisados psicologicamente, por meio do tom de voz, da linguagem corporal e do humor.

Todas as informações são enviadas por computador para serviços de inteligência, nos quais é feita uma avaliação instantânea. Se houver alguma dúvida em relação ao passageiro, sua entrada no avião não é autorizada.

Próximo aos balcões de check-in há sempre pelo menos um outro policial armado. Além disso, os balcões se situam, em geral, nos locais mais isolados e seguros dos aeroportos.

Em 2002, um avião israelense com 261 passageiros teria sido alvo de mísseis no Quênia. A aeronave não foi atingida e nenhum passageiro ficou ferido.

Desde então Israel exige alta tecnologia em seus aviões comerciais, o sistema antimíssil Sky Shield, no valor de um milhão de dólares para cada embarcação. Esta exigência de segurança demonstra o compromisso do país com seus passageiros aéreos.

Israel continua sendo a única nação a exigir sistemas antimísseis em suas aeronaves. No entanto, outras companhias aéreas comerciais globais e aeronaves que transportam chefes de estado e VIPs adotaram a tecnologia de forma independente. O número exato de companhias aéreas globais que empregam a tecnologia e aeronaves equipadas com os sistemas permanece não divulgado devido à natureza sensível e crítica da segurança da aviação.

A revista Condé Nast publicou este mês uma lista que classifica os dez principais aeroportos internacionais, onde o Aeroporto Ben Gurion, de Israel, aparece em 4º lugar, precedido apenas pelos aeroportos de Changi em Cingapura, Hong Kong e Dubai, que ocupam os três primeiros lugares.

De acordo com a publicação, o Aeroporto de Ben Gurion foi classificado, “primeiramente, como sendo um dos mais seguros do mundo. Cerca de 15 milhões de viajantes passaram por ele em 2014 e, por essa razão, recebeu o prêmio de melhor aeroporto do Oriente Médio”.



O aeroporto atende pessoas e cargas e recebeu este nome em homenagem ao primeiro ministro de Israel, David Ben Gurion. Localizado na metade do caminho entre Tel Aviv e Jerusalém, conta com acesso a rodovias, rotas de ônibus, trens e outras vias. Também possui dois terminais principais desde a última reforma, realizada em 2004.

No vídeo abaixo, vejamos como funciona o sistema antimíssil das aeronaves israelenses:




E para finalizar e acrescentar ainda mais segurança às aeronaves da El Al, são instalados nas mesmas sistemas de ondas magnéticas para espantar pássaros, em especial pombos correios que transportam explosivos.


Pássaros e Aviões – bird strikes –causam prejuízos de 5 bilhões por ano e colocam passageiros e tripulação em risco


Um pássaro colide com um avião e parte da hélice atravessa a fuselagem – Defesa Aérea & Naval


FONTES:

https://www.forbes.com/sites/marisagarcia/2023/10/16/how-antimissile-systems-protect-commercial-aircraft-from-manpads-attacks-in-israel/

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0507200204.htm

https://www.aviacaocomercial.net/elal.htm

https://www.institutobrasilisrael.org/2017/02/01/aeroporto-em-israel-e-4o-mais-seguro-do-mundo/

https://tvi.iol.pt/noticias/guantanamo/terrorismo/quenia-suspeito-de-atentados-em-2002-detido

https://noticias.r7.com/prisma/luiz-fara-monteiro/colisao-com-passaro-destroi-frente-de-aviao-18092024/

 


quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Esperança

 Esperança




         García Lorca enxergou na luz do luar refletida no cabelo da sua musa o verde... Verde de quem espera a chegada triunfal do amor, mas que contém, como semente de sua alma, a disciplina do trabalho e do esforço.

Só se toca o sonho esperançoso com as luvas do labor...

         Verde como um broto que vai rompendo o solo bem arado e adubado, buscando nas mãos do semeador um pouco de mérito, enquanto luta, por si mesmo, contra tudo o que quer torná-lo escuro, opaco...

Contra os sanguessugas da vida! Contra a morte!

         O luar é verde para um enamorado que, ao admirar sua bela desconhecida, se encanta com sua amada buscando a Liberdade nas espumas de um mar sem fim.

A vastidão salgada era o voo sublime com que ela sonhara, mas que nunca tivera ganas de realizar: uma semente abafada e morta nos solos nunca trabalhados.

         Enquanto os olhos dele a enxergavam verde de esperança e amor, os dela só viam o mar como um sonho de liberdade distante! A esperança só cresce com força e vigor pela luta dos que trabalham. Ela sem o labor diário é só um sonho que se sonha só...

         A esperança é um sonâmbulo que sonha, já que dorme, mas que deve trabalhar, já que desperto.

         Uma vez, assisti ao Rebe de Lubavitch z´l” ensinando que D´us planta a semente em tudo, mas só fazem-na desabrochar para a vida quem delas cuida amiúde e dedicadamente.

As bençãos são as sementes...

São Bento tinha um ensinamento similar... Sempre que ele mandava as pessoas orarem e trabalharem ele estava orientando seus discípulos que é necessário render graças ao Criador por todas as bençãos conseguidas, mas que também é necessário muito trabalho e disciplina para desenvolver e conquistar os frutos daquelas graças.

Noé foi assim... Com a esperança de salvar a criação que ele tanto amava, passou a trabalhar na construção de uma portentosa arca em que coubesse todo o futuro animal e humano! Seu suor irrigou as tábuas daquela espetacular navegação!

E assim, após um dilúvio de intermináveis dias, a caravela da esperança passou a singrar, ao sabor do sopro Divino, o desconhecido. Lá que o porvir foi semeado...

Esperança, Amor e Disciplina!

Todos juntos plantando um mundo renovado: mundo de alma lavada!

Rebe de Lubavitch z´l”, São Bento, Noé e Lorca. Baita confusão, né? Na verdade, não, para quem enxerga o verde, a esperança e o amor na luz do luar, no trabalho e na disciplina...

Vamos enxergar? Basta sorrir...

André Naves

Defensor Público Federal formado em Direito pela USP. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social e Mestre em Economia Política pela PUC/SP. Cientista Político pela Hillsdale College. Doutor em Economia pela Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

www.andrenaves.com 

Instagram: @andrenaves.def

Acontece: Israel ainda surpreende




Por Juliana Rehfeld


Esta semana foram divulgadas várias estatísticas, de diferentes áreas - e eu fui checar como Israel se saiu, até porque a situação da guerra prolongada, a gente sabe, tem afetado enormemente o país. Foi divulgado o PIB - produto interno bruto - que é a riqueza de um país medida pela soma de bens e serviços total do período, no caso, o terceiro trimestre. O Brasil teve aumento no período (0,9%) mas menor que o anterior (1,4%) e há grandes discussões sobre se a economia está ou não melhorando... mas Israel surpreendeu: o índice se recuperou pós desaceleração com a guerra, atingiu anualizados 3,8% superando a considerada otimista previsão de 2,9%!  É claro que só faz sentido comparar isto entre países se for em termos relativos, isto é, em relação a sua própria população. E é claro também que este é o jeito clássico de olhar a riqueza, monetariamente, e não em termos de qualidade de vida ou de desenvolvimento humano. Mas, ele ainda faz sentido para avaliar o “desempenho financeiro" do país… em primeiro lugar tem consistentemente ficado Luxemburgo, pequena “ilha de luxo”.  Israel foi o 20o país no relatório recém divulgado, aumentando seu PIB per capita em 2,6% mesmo com a situação da guerra, com um valor imediatamente abaixo da Alemanha (!)




"Tá bom, mas isso é só financeiro!”. É, mas em março deste ano foi divulgado o Relatório Mundial da Felicidade*, medido no meio de 2023, antes de 7 de outubro, e Israel figurou em 5o lugar (!) atrás da sempre campeã Finlândia e então, de Dinamarca, Islândia e Suécia. Evidentemente a pesquisa feita hoje traria um resultado diferente, só saberemos o quanto em 2025, mas a tristeza que 7 de outubro e sua sequência trouxeram é indiscutível e distribuída pelas várias idades e comunidades dentro da população.

Muito acompanhamos as opiniões globais e regionais sobre Israel - “o que acontece fora de lá “, mas o fato é que há atualmente tantas dificuldades internas, políticas, verdadeiras batalhas civis entre extremos da sociedade polarizada. Ministros da coligação que sustenta Bibi denunciam as pressões pela condenação dele nos processos pelos quais responde como “golpe de Estado”, e incitam os cidadãos contra isso. O tesouro (ministro das finanças Smotrich) apresenta um orçamento tardio para 2025 (isso acontece aqui também) com um valor irreal, totalmente incompatível com as reais necessidades da sociedade… o que dificilmente vai passar em tempo, e tudo indica que deve ser usado o de 2024, adaptado mensalmente. 

Outro resultado divulgado agora é o da prova de Tendências Internacionais nos Estudos de Matemática e Ciências (TIMMS) feito a cada 4 anos e que vem dando suporte a políticas e estratégias nacionais de ensino. O relatório traz a óbvia observação de que a pandemia fez estragos importantes nos sistemas educacionais na maioria dos países participantes: 59 no nível do 4a série (idade 9 anos - 360 mil alunos), e 99 no nível do 8a série (13 anos - 300 mil alunos);  novamente os mais altos desempenhos foram de Singapura (615 em 2023 e 616 em 2019), Taiwan e Coreia do Sul. O Brasil começou agora a participar do TIMMS e hoje o baixo resultado (400 = fraco) repercutiu drasticamente… Israel piorou muito seu nível também (487= ligeiramente acima da média, um em cada 5 falhou, versus um em cada 8 na prova de 2019). O ministro da educação, Yoav Kisch, do Likud, retardou a apresentação das notas com receio das esperadas e justificadas críticas, e atribuiu a queda do desempenho à COVID - OK - e à guerra em Gaza, que, para azar dele, ministro, começou depois das provas do TIMMS…

Bem, estatísticas, dizem, são o terceiro tipo de mentira, vindo depois das mentiras pequenas e das grandes…. mas é com o olho nas tendências destas medidas que têm sido conduzidas as ações das nações, mais ou menos acertadas ou eficazmente… 

E as notas em uma prova? São episódios, são momentos… mas, se a tendência se mantém em uma direção, os professores são obrigados a interferir e corrigir rumos. Já é difícil fazer isso quando todos pensam juntos, mas é quase impossível quando o conflito político e as vaidades travam o percurso a seguir, travam a necessária reconstrução do estrago que esta guerra, mais que todas as anteriores, vem causando. E, mesmo assim, Israel surpreende! Vamos torcer para que as notas e as estatísticas continuem melhorando, mas acima de tudo, que o caminho seja menos doloroso para a já machucada população, e que, totalmente ao contrário do que tem sido, cidadãos irmãos possam sentar-se e reconstruir juntos - e será bom! “Ma tov uma naim, shevet achim gam iachad.” 

Shabat Shalom 


*O Relatório Mundial da Felicidade (ou World Happiness Report em inglês) mostra a classificação e avaliação de um país com base em fatores como satisfação com a vida, bem-estar, apoio social, renda e felicidade geral de sua população. Isso fornece informações valiosas sobre o bem-estar subjetivo e a qualidade de vida em um país, oferecendo uma compreensão abrangente dos fatores que contribuem para a felicidade e satisfação de seus residentes. Fonte: Relatório Mundial da Felicidade

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

VOCÊ SABIA? - Filantropia

 

A palavra vem do grego philos (amor) com anthropos (ser-humano), significa "amor à humanidade".

Por Itanira Heineberg





Você Sabia que a filantropia praticada por um casal europeu no século XIX está agora registrada em detalhes no filme “Terras Prometidas -  A Herança da Baronesa e do Barão de Hirsch”?




O filme relata a trajetória do casal e seu projeto idealista de libertar os primeiros imigrantes judeus que fugiam da morte, da miséria e da perseguição sofridas durante a Russa Czarista, de 1721 a 1917.

 

“Maurice de Hirsch (1831-1896) foi um judeu alemão que fez parte do nascimento da economia moderna na Europa. Casou-se com Clara Bischoffshein e, juntos, construíram fortuna e empreenderam uma enorme missão filantrópica. Através da participação na construção da icônica “Orient Express”, ao conectar Ocidente e Oriente, tomaram conhecimento da extrema miséria e perseguições sofridas pelos judeus na Europa Oriental, durante o Império Czarista no final do século XIX.”

 

Quando da morte de seu único filho, Lucien, Maurice e Clara optaram por adotar os judeus sem posses do mundo, criando um plano audacioso de libertá-los do sofrimento vivido em solo europeu e levá-los para terras livres do outro lado do Atlântico, as Américas.



 

A ICA – Jewish Colonization Association, até 1978 a maior fundação filantrópica do mundo, foi fundada em 1892 pelo Barão de Hirsch quando iniciou seu plano de comprar terras em países livres de antissemitismo, e ali instalar comunidades judaicas e subsidiar emigrações em massa.

“Assim, com o total apoio da esposa Clara, possibilitou  a emigração de milhares de famílias da Rússia para estabelecimentos agrícolas inicialmente na Argentina, depois no Brasil, Canadá, EUA, entre outros países, se tornando conhecido como o “Moisés das Américas”.


Maurice de Hirsch, o Moisés das Américas.


Maurice tinha fé que ao oferecer aos judeus estigmatizados ferramentas para trabalhar na terra e estudo, estaria “libertando-os e transformando-os em cidadãos completos capazes  de enriquecer a humanidade de uma maneira nova e preciosa”.

Leo Steinbruch soube da biografia do barão através de um amigo e deu-se conta que ele, beneficiário da grandiosidade do barão, quase nada sabia sobre o assunto e que deveria trazer ao mundo esta história, parte de sua história e da de sua família também


Biografia de Hirsch por Dominique Frischer


“E eu conhecia alguma coisa. Sabia que meu pai veio de Santa Maria (RS). Ele sempre me contava como a família havia vindo para o Brasil, mas eu sabia muito pouco. Me dei conta de que se eu sabia pouco, meus filhos saberiam menos ainda e meus netos não saberiam nada. Então ‘arregacei as mangas’ e falei: “Acho que essa história precisa ser conhecida, contada”. É muita gente no Brasil e no mundo que veio dessas colônias. E qual seria a melhor forma dessas pessoas serem conhecidas? Através dos ‘herdeiros do Barão’, que é como eu chamo todos aqueles de que, de alguma forma, vieram dessas colônias”, comentou Léo Steinbruch, idealizador do projeto. “

 

Steinbruch e Olindo Estevam, responsável pela direção, roteiro e montagem do documentário estão trabalhando juntos há 5 anos e no dia 18 de novembro último assistiram a pré-estreia do mesmo no REAG Belas Artes, em São Paulo numa sessão fechada para convidados: representantes da Federação Israelita SP, CONIB, do Museu Judaico e de outras entidades judaicas, além de famílias descendentes, jornalistas e influencers.

A redescoberta ou descoberta total de suas origens, levou Steinbruch ao passado.

 

“Descendente de uma das  primeiras famílias que chegaram à colônia agrícola de Philippson, no Rio Grande do Sul em 1904, a obra é um road movie e mostra Steinbruch refazendo os passos de seus ancestrais 120 anos depois, ouvindo depoimentos, visitando locais históricos e investigando arquivos, conectando passado e presente para desvendar o duradouro legado do casal de filantropos, até então desconhecidos na história, e seu impacto para as novas gerações.”

 

Esta história tinha de ser contada, seus descendentes devem conhecer suas origens, as trajetórias de seus antecedentes, as consequências frutíferas deste projeto grandioso do visionário Barão de Hirsch .

É louvável salientar como a força e a determinação de um ser humano pode mudar a História, salvar vidas, ajudar o próximo.

A seguir um trailer de Terras Prometidas.




O engajamento do casal de Hirsch leva-nos a pensar sobre a condição humana. Alguns tão bem providos pelas circunstâncias e outros despojados de tudo além de perseguidos e malvistos pela sociedade. Muito mudou todos estes anos mas ainda muito falta para atingirmos uma sociedade justa e igualitária.

E aí é a hora da filantropia agir, não apenas com a doação de recursos mas também com tempo, dedicação, esforços para propiciar o bem-estar humano e melhorar suas condições sociais.

Se cada um fizer o que está a seu alcance...




FONTES:

https://terrasprometidas.com.br/en/home-2/

https://fisesp.org.br/federacao-israelita-sp-marca-presenca-na-estreia-de-terras-prometidas-a-heranca-da-baronesa-e-do-barao-de-hirsch/

https://www.conib.org.br/noticias-conib/39213-documentario-terras-prometidas-a-heranca-da-baronesa-e-do-barao-de-hirsch-sera-lancado-neste-mes-de-novembro.html

https://www.virtual.fm.br/post/document%C3%A1rio-terras-prometidas-ser%C3%A1-lan%C3%A7ado-no-final-de-novembro-em-erechim