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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

ACONTECE: Há que se preparar um futuro melhor…





Por Juliana Rehfeld

Esta tem sido uma semana bastante militar mas também permeada de possibilidades de acordos que eventualmente podem levar ao recebimento de reféns de Gaza. Não é mera coincidência que os ataques “preventivos” de Israel ao Irã, ao Líbano, à Síria e agora ao Iêmen tenham trazido, por parte do Hamas, uma postura mais propensa a dialogar sobre cessar fogo, reconstrução e trocas…

O reconhecimento internacional do sucesso destas ações militares é enorme, e de novo digo, o país surpreendeu porque todos sabem o preço que vêm pagando neste ano pós 7 de outubro, em termos de recursos humanos, sem contar o sentimento de derrota devido a toda a situação dos reféns. O país está abatido psicologicamente, e não é para menos…

Evidentemente Israel passou a ouvir mais críticas e mais sonoras acusações de infringir leis internacionais após a breve trégua no período em que Ucrânia, Rússia e OTAN ocuparam as manchetes. A crítica mais severa, da qual o governo de Netanyahu não conseguirá se esquivar, é uma questão interna; o anúncio da crescente ocupação da Cisjordânia e sua anexação. A ocupação do Hermon agora ordenada diretamente pelo primeiro-ministro ao exército é considerada de preparação para defesa e está prevista para um ano… mas quanto tempo de fato levará? A história não tem bons exemplos…

A imprensa também se ocupou com os números trágicos de Gaza e isso manteve a animosidade em relação a Israel num patamar péssimo. Nesta segunda o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, divulgou o número terrível de 45.000 palestinos mortos e este número rodou o mundo. Este foi o “fato” divulgado globalmente… ”que horror esta guerra”, diz o leitor distraído …. “Que injusta esta guerra”, diz a leitora que empatiza com os mais oprimidos... “mais de 70% dos mortos em Gaza são mulheres e crianças”, ressalta o veículo escavando nos dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para refugiados- ACNUR.

Mas novamente cabe perguntar com que fontes e fatos esta imprensa trabalha? Foi divulgado um estudo do “think tank” Henry Jackson Society que analisou, entre fevereiro e maio de 2024, quase 1400 artigos publicados em grandes veículos europeus e americanos - e concluiu que pouco se cuidou para obter dados isentos; eles discutiram a credibilidade de Israel como fonte, mas praticamente aceitaram todos os números do Ministério de Saúde de Gaza - que pertence ao Hamas - e que 98% das pessoas se informam pelo ministério.O estudo afirma que os números foram inflados, há evidências de duplicação ou até triplicação devido ao fato de que o Hamas se esconde atrás de edificações de uso público como hospitais e escolas, a tendência é aumentar as mortes civis mesmo anunciando previamente ataques como faz, surpreendentemente, o exército israelense… e ainda, em caso de descoberta de acusação incorreta, como por exemplo a do Hospital que foi atingido pela Jihad e não por Israel, não se corrigem números… não se faz distinção entre terroristas, membros do Hamas, e civis, incluem-se mortos em hospitais que já estavam internados e faleceram pós atendimento…. e por aí vai. 

A ACNUR também usou estes dados, sem discriminação, e o peso da ONU é ainda maior no que tange a credibilidade… será que está certo isso?

Mesmo com todos esses erros, houve, e está havendo, mortes demais… e pouco importa que muitos, talvez a maioria tenha direta ou indiretamente, atacado Israel e israelenses, muitos tenham trabalhado em Israel e depois o atacaram, tenham sido presos e soltos, tenham sido tratados em hospital israelense mas mesmo assim tenham jurado matar todos os judeus, tenham educado seus filhos e netos a odiar um inimigo que na verdade foi herdado sem nem ter sido conhecido… houve mortes demasiadas e desnecessárias, houve um aprofundamento da separação entre duas sociedades que, antes de 7 de outubro, estavam em várias ações se aproximando, tentando conviver em paz, e muito pelas mãos e corações e mentes dos habitantes ativistas do Sul de Israel, muitos dos quais foram brutalmente assassinados … 

A realidade que gostaríamos de esquecer invade a memória que precisamos manter… precisamos manter para não deixar repetir-se. Que encruzilhada… os reféns, vivos ou mortos, estarão voltando em breve, ao que as atuais negociações indicam, mas para suas famílias o tempo parou de passar normalmente. Para a sociedade, para os vizinhos, como e por onde começar a reconstruir? 

O governo ainda está destruindo em volta antes de deixar pensar-se na reconstrução…

Só podemos acompanhar o que acontece pelas fontes de informação - mas busquem, criticamente, as fontes mais isentas e as indiquem para seus seguidores!

Shabat Shalom! 

Até 09 de janeiro de 2025!

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