Por Juliana Rehfeld
O que mais aconteceu esta semana, nas bocas e na imprensa, papel ou virtual, foram as infelizes palavras de improviso do presidente Lula e todas as reações a ela - a maioria contrária à sua comparação da ação de Israel em Gaza com o Holocausto. Foi tão absurda que quase nem o Hamas parecia convicto quando publicou em seu site um agradecimento “pela solidariedade do presidente com a resistência do povo palestino”. As manifestações críticas surgiram das mais diversas fontes, de posições e “tribos” das mais variadas, incluímos aqui vários links com este material.
Agora, uma pesquisa do instituto Real Time Big Data constatou que 83% dos brasileiros discordam da comparação feita pelo presidente Lula entre Israel e o Holocausto. Apenas 13% dos entrevistados disseram apoiar a declaração de Lula, enquanto 4% não tinham opinião sobre o assunto.
Além disso, 54% das pessoas ouvidas acreditam que o Brasil deve permanecer neutro na guerra de Israel contra o Hamas. A pesquisa indicou que a maioria dos entrevistados apoia Israel no conflito, com 57% a favor, enquanto 28% apoiam o Hamas.
O que apontam estas críticas? Que independentemente da ação em Gaza há um conteúdo antissemita no improviso. O antissemitismo alimenta o aumento do próprio antissemitismo - as denúncias de atos antissemitas no Brasil haviam crescido 133% de janeiro até outubro de 2023 comparadas ao ano anterior. (Fonte Conib/Fisesp), já no mês de outubro quando o ataque do Hamas ocorreu e demorou para que Israel reagisse em Gaza, as denúncias cresceram quase 1000%, de 44 em outubro/2022 para 467 em outubro passado! E só vem crescendo e se espalhando, extrapolando o conflito, trazendo “ranços” e preconceitos que esperávamos mortos, não apenas adormecidos, prontos para se rearmar… o combate à desinformação e à propagação do preconceito é fundamental.
Nós aqui no ETNM - EshTaNaMídia - buscamos fazer isso de maneira afirmativa e construtiva, usando fontes diversas, revisitando a história, refletindo, replicando e reverberando boas matérias de outros veículos, divulgando cursos, convidando estudiosos para colunas especiais do espectro cultural judaico.
E queremos agradecer a vocês que tem nos acompanhado nestes 7 anos de publicações por comentários e contribuições, compartilhando nossa evolução no período, mostrando quem e quantos nos somos.
O ETNM alcançou cerca de 2,1 milhões de postagens, checkins e visualizações com mais de 1500 por publicação, em média publicamos novo conteúdo duas vezes por semana; recebemos mais de 12400 comentários e a nossa página no Facebook é acompanhada com frequência por mais de 2 mil pessoas. E estamos crescendo: nos últimos 12 meses o nosso alcance e as impressões subiram mais de 30%.
Quem curte a nossa página é maior de 18 anos e a maioria tem mais de 55 anos. Entre 25 e 34 anos somos 100 homens, entre 35 e 44, 170. Acima de 65 anos somos quase 500 mulheres. Até a faixa de 55 anos somos mais homens que mulheres, e depois isso se inverte. Entre nós 0,15%, não se identificam com o gênero feminino ou masculino. Veja o gráfico sobre isso.
Somos bastante diversos, em relatórios passados sabíamos que moramos em países como Israel, França, Portugal, mas estamos majoritariamente no Brasil. E é por isso, afinal, que nos incomoda tanto esse aumento do antissemitismo aqui, expresso desde o nosso círculo profissional até o institucional chegando a fatos como a retirada do assunto Holocausto do currículo escolar em São Paulo ou a falas de um presidente que se queria importante conciliador e promotor de negociações.
Aqui no ETNM acreditamos que fazemos diferença com este alcance que atingimos e com a proposta editorial. Adoramos receber comentários, sugestões e colaborações.
O nosso blog https://eshtanamidia.blogspot.com/ contém todo o acervo do que publicamos de conteúdi autoral nestes sete anos. Mas queremos chegar mais e melhor ao público, sem as restrições que sofrem no Facebook matérias sobre política, por exemplo… estamos inaugurando um novo canal : o https://twitter.com/eshtanamidia , uma nova maneira de você nos curtir… e continuamos sempre estudando outras possibilidades.
Obrigada novamente por acompanhar este nosso caminho, estas notícias e reflexões que postamos e torçamos para que as pedras nesse caminho não sejam obstáculos ruinosos a Israel e ao judaísmo , mas sim, pedras que vamos colhendo e com as quais vamos construindo educação, amadurecimento, democracia, paz.
Shabat Shalom!
Links da semana:
Nilton Bonder: Lula deveria fazer reflexão após comparação absurda
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